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História The Young Folks - Bye, bye


Escrita por: luanagrings

Capítulo 26 - Bye, bye


Abella Del Corneto POV'S


- Qual o seu problema de entender que não é assim que segura a arma? - Jake perguntou segurando minha mão e a colocando no lugar certo na pistola - Pronto, atira.
Apertei o gatilho empunhando a arma do jeito que ele mandou. Eu ainda precisava fazer força extra para não deixar o impacto da arma jogá-la contra o meu rosto.
- Satisfeito? - me virei para ele, me exibindo por ter feito uma boa pontuação no alvo.
- Sua mira é ótima, mas você precisa me ouvir e segurar a arma do jeito que eu estou mandando ou você vai acabar fazendo merda.
- Eu gosto de fazer as coisas do meu jeito. - respondi simplesmente e ele bufou enquanto tirava a pistola da minha mão.
- Mas vai ter que aprender a fazer as coisas do melhor jeito, e ele nem sempre é o seu. - rebateu. Jake andou até a mesa que ficava ao seu lado e escolheu daquela vez um revólver, logo voltando até mim e colocando a arma em minha mão - Continue.
Já era meu sexto dia de treinamento por ordens do Malik. Eu tinha certa vocação para aquilo, mas detestava ficar obedecendo a ordens e não poder nem mesmo dar minha opinião em qualquer momento dos treinamentos.
Cody e Jake me treinavam na parte prática, me ensinando a atirar e lutar.
Jake era encarregado de me apresentar as armas, me ensinar a manuseá-las, atirar, agir e me comportar com uma em mãos.
Já meu primo insuportável era meu treinador de combate físico, Cody lecionava como me defender e como atacar, me ensinava vários estilos de luta e golpes que eu jamais tinha ouvido falar e eu tinha plena consciência que ele aproveitava para poder me bater eventualmente.
Eu não tinha contato com outros Folks além do básico, estava praticamente isolada enquanto estivesse em treinamento. Tinha que ouvir todos os dias de Cody que eu não entraria para a gangue e estava sendo treinada para que nada me acontecesse em uma situação de risco que eu provavelmente me meteria. Ainda por cima, Jake fazia questão de me amedrontar dizendo que após o termino do meu treinamento, ele desconfiava que Zayn me proibiria de ter o mínimo de contato com qualquer Folk exceto ele próprio, Norman e Cody.
Por mais exaustivo que fosse a prática em campo, ela era a minha parte favorita do treinamento. Eu adorava atirar e lutar, ainda mesmo que com os dois loiros insuportáveis.
A teórica era entediante dependendo do que eu aprendia. Malik sempre me buscava no galpão que Jake me treinava e me levava para o QG para me dar mais lições. Eu quase dormia quando o moreno ficava horas me explicando como eu deveria estar sempre atenta, treinar meu raciocínio, manter a cabeça no lugar e não me deixar levar pela sensação de liberdade em quebrar algumas leis.
Ele era sempre muito sério em relação ao "trabalho" e queria que eu também fosse, mas era meio que impossível. Algumas de suas lições eram muito boas, Zayn era muito mais inteligente do que eu imaginava e vivia fazendo filosofias a respeito de tudo.
A que mais combinava comigo e era minha favorita, com certeza, era a "Arma na mão, homem no chão". Malik sempre afirmava que não se deve cogitar antes de atirar quando se já puxou o cão da arma. Quem muito fala antes de atirar e pensa que está no controle antes do desfecho toma um tiro no meio do peito, segundo palavras dele.
Naqueles seis dias eu quase não tive me encontrado com Harry e os garotos, apenas nos comunicávamos por ligações e mensagens.
Por mais que estivesses sem nos ver regularmente, Styles e eu estávamos em um patamar mais elevado de relação. Os outros garotos sabiam de nosso envolvimento e apoiavam severamente.
Zayn às vezes fazia questão de fazer piadas sobre o assunto, me provocar e até mesmo agir como se olhasse na minha cara apenas por obrigação. Ele vivia tentando me colocar contra a parede e ter mais uma conversa sobre como ele via a situação e como eu devia deixar Harry para ficar com ele, mas eu não lhe dava abertura para aquilo.
No final de contas, minha vida amorosa e em qualquer outro sentido estava totalmente embaralhada como sempre foi.
 - Como vai o treinamento? - perguntou Zayn ao chegar no galpão e sua voz ecoou pelas paredes. Abaixei o revólver e me virei para ele, que entrou no lugar com as mãos nos bolsos da calça preta. Estava impecável com seu cabelo arrumado como de costume, a camisa azul marinho dobrada até os cotovelos e com a barba feita.
- Ótimo. - respondeu o loiro dando uma piscadinha para mim. - Ela só precisa aprender a ouvir conselhos e melhorar a pegada.
- Minha pegada é ótima. - maliciei com a voz, dando um segundo sentido na fala e Jake riu se aproximando um pouco mais de mim para corrigir meu modo de segurar na arma. De novo.
- É a última vez que vou te mostrar. - ele disse passando para trás de mim e me envolvendo com os braços. Jake cobriu minha mão com a sua e a posicionou da forma correta no revólver, levantou em direção ao alvo na parede e guiou meu dedo até o gatilho. - Atira.
Atirei do jeito que ele queria, pelo menos daquela vez. Me virei para o garoto ao mesmo tempo que ele se virou para mim, podendo encarar seus olhos incrivelmente bonitos e de um azul luminoso.
Ouvi Malik pigarreando com força e me separei de Jake.
- Vamos Abella?
- Não está muito cedo? Ainda não terminamos por aqui.
- Vamos. Agora. - ele disse com a voz mais firme, vindo até mim e passando o braço sobre meus ombros.
- Tá bom. - revirei os olhos e sai baixo do abraço de Zayn, fui até Jake dando um beijo em seu rosto e senti Malik me puxando com pressa pela cintura.
- Vejo vocês depois. - o loiro acenou para nós que íamos saindo do galpão.
Tirei a mão de Zayn de volta da minha cintura e continuei caminhando a caminho do carro, entrei no Koenigsegg Agera R batendo a porta com força.
- O que foi isso? - perguntei assim que Zayn pegou no volante.
- Isso o que?
- Esse mini ataque de ciúmes que você acabou de ter lá dentro.
- Não estou com ciúmes, só não gosto que fiquem abraçando o que é meu. - ele deu de ombros, girando a chave na ignição.
- Você precisa parar com isso de "meu". Eu não sou sua.
- E é de quem? Do Harry? - ele riu, sem me olhar. Resolvi não deixar que suas provocações causassem outra discussão e me virei para a janela sem falar nenhuma palavra.
As únicas vozes que preencheram o carro foram as do rádio. Em alguns minutos, Zayn estacionou o carro na frente de um belo restaurante.
- Não íamos para o QG?
- Depois que almoçarmos. - respondeu descendo do carro e entregando a chave para o manobrista.
Entramos no restaurante sendo logo encaminhados por um garçom educado, que nos levou para uma área um pouco mais reservada e luxuosa.
Não demorou a sermos atendidos e Malik fazer os pedidos, ficamos em silencio enquanto éramos servidos e assim foi também enquanto comíamos.
Meu celular vibrou no bolso da calça, peguei o aparelho vendo o nome de Harry estampado na tela e hesitei por um segundo. Resolvi não atender na frente de Zayn que iria me cansar com suas piadas e implicâncias e desliguei a chamada.
- Não vai atender? - perguntou levando outra garfada à boca.
- Não. - neguei com a cabeça pondo o celular de volta no bolso.
- Quem era?
- Isso não é da sua conta.
- Harry. Acertei?
Soltei uma lufa de ar, comprovando que ele havia acertado. Fiquei aliviada por Zayn não dizer mais nada e continuar a comer.
Mas não foi duradouro, já que Harry tornou a ligar.
- É melhor atender seu namorado.
Encarei Zayn com desdenho e depois revirei os olhos. Peguei o celular de volta e levei até o ouvido atendendo a ligação.
- Ab falando.
- Oi Ab, sou eu. - pude ouvir sua voz ao outro lado, suave a ponto de me acalmar um pouco das provocações de Malik.
- Oi, Harry.
- E estava pensando que... Nós poderíamos almoçar juntos, não é? Não temos nos visto muito ultimamente.
- Me desculpe por isso. - lamentei com pesar na voz - Eu não tenho tido muito tempo ultimamente e estou ocupada agora, acho que nem terei tempo de almoçar.
- Hum... É uma pena. - pude notar que Harry ficou aborrecido e me senti péssima.
- Prometo que vou dar um jeito de te ver o mais rápido possível.
- Tudo bem. Nos vemos depois.
- Beijos. - me despedi e desliguei. Coloquei o celular no bolso, ainda chateada com o fato de não poder ver Harry. Voltei a comer para poder ir embora logo e olhei de relance para Zayn que sorria de canto e forma debochada. - Tá rindo de que?
- Nada. - ele soltou uma risadinha pelo nariz - Só é engraçado como você passa mais tempo comigo do que com o seu namoradinho. - ele provocou, bebendo um gole de vinho da taça.
Eu não podia ao menos almoçar sem ser provocada. Coloquei o garfo com certa raiva sobre o prato e suspirei pesadamente.
- Não é por escolha. - respondi com o mesmo tom que Malik havia usado.
- Doeu. - ele disse dramático, apertando os olhos e colocando a mão no peito. - Mas aposto que adora minha companhia.
Me curvei sobre o prato, colocando os pulsos na beira da mesa e sorrindo para o moreno que ainda tinha um sorriso cínico nos lábios.
- Não se compara à companhia do meu namorado.
Zayn largou os talheres na mesa e respirou fundo se endireitando na cadeira, limpou a boca com o guardanapo e se inclinou na mesa como eu.
- Me conte sobre como é estar com seu namorado, e pensar como seria bom me ter dentro de você.
Abri a boca chocada sem acreditar que ele tinha dito aquilo, mas logo me recompus.
- Me conte sobre como é estar sozinho na cama e imaginando como meu namorado estará me dando prazer.
- Prefiro pensar como seria bom eu te dando prazer. - enfatizou a palavra "eu", repuxando os lábios para um sorriso ainda maior. Engoli em seco tentando desviando o olhar e falhando.
- Não importa já que você continua sozinho e eu continuo com o Harry.
Pensei que estava começando a levar a "brincadeira" muito longe e pegando pesado, mas Malik riu e bebeu mais um pouco de seu vinho.
- Talvez nem tão sozinho. - insinuou. Como é?
Pisquei algumas vezes tentando controlar o pequeno sentimento de ódio que brilhou em meus olhos e me endireitei na cadeira. O desgraçado riu ao ver minha cara e pegou novamente os talheres.
- Está com ciúmes Abella? - perguntou com seu tom provocativo de sempre enquanto eu tentava voltar a comer - Precisamos treinar mais seu lado emocional, você ainda não sabe ignorar e disfarçar totalmente seus sentimentos.
- Talvez porque eu não seja de pedra que nem você.
- Você acha mesmo que se eu fosse de pedra, sentiria alguma coisa por você?
- Eu quero ir embora. - dei meu máximo para ignorar sua fala. Senti que minhas mãos estavam suando e meu coração com a batida mais rápida que o normal.
- Por que você tem problemas em falar sobre isso? - ele aumentou um pouco o tom de voz - Por que você não admite que também gosta de mim Abella?
- Zayn, eu quero ir embora. - falei pausadamente, colocando os talheres sobre o prato novamente.
Ele se levantou e estendeu a mão para mim, ignorei seu cavalheirismo e me levantei por conta própria.
Andei em sua frente, querendo sair logo dali.
- Você fica tão gostosa assim bravinha. - cochichou em meu ouvido, causando um chato em meu corpo. e passando para o meu lado.
- Você não vai pagar a conta? - fingi não ter ouvido e Zayn agarrou minha cintura, me levando até a saída.
- Esse restaurante é meu.


Resolvi não ir para o QG naquele dia e ficar com os garotos, estava com saudades de poder passar um tempo com eles e me sentir como se estivesse tudo nas normalidades novamente.
Estávamos todos na sala da casa de Zayn, amarrotados no cômodo assistindo um filme qualquer que estava passando na TV. Eu estava sentada com Harry e Louis em um sofá, Liam, Zayn e Norman estavam no outro e Niall estava sentado no chão de modo largado.
Os meninos conversavam sobre alguma coisa, mas eu estava totalmente desligada do assunto até Niall começar com uma conversa um tanto quanto desagradável.
- Ei Zayn, sabe quem perguntou de você hoje na escola? - perguntou o loiro jogando uma pipoca ao alto e errando ao tentar pegá-la com a boca.
- Não. Quem? - o moreno perguntou sem tirar os olhos do televisor.
- Lori Collins. - disse Louis fazendo desenho de curvas com a mão, criando uma mulher imaginária. Zayn sorriu e olhou pra mim, voltou o olhar para Niall e de repente, estava mais interessado no assunto.
- Ah, o que ela disse?
- Disse que era pra você ligar para ela. - Horan deu de ombros.
- Talvez eu ligue. - Zayn disse olhando diretamente em meus olhos e colocando os pés na mesinha de centro ao colocar as mãos atrás da cabeça.
- Eu ligava, uma garota daquelas não se deixa escapar. Ela é muito gostosa. - se meteu Louis encarando o nada, provavelmente imaginando cenas um bocado inapropriadas.
- Imagina só aquelas curvas. - disse Liam com um sorrisinho no rosto. Soltei uma bufa irritada e joguei a almofada que abraçava no chão. Me levantei pisando duro e com uma aporrinhação repentina.
- Por favor, tenham um pouco de classe. - resmunguei - Idiotas babões por um rabo de saia.


- Um brinde à grande noite! - gritou Norman erguendo o copo de cerveja ao alto.
- À grande noite! - gritaram todos os outros que estavam em volta da mesa, levando seus copos de encontro aos dos companheiros..
Era a grande noite. Os Folks iriam entrar no QG dos Strikers e, finalmente, colocar o esquema planejado em ação.
Estávamos eu, Zayn, Norman, Patrick, Lil, Jake, Cody, Kimberly, Ive e outros todos na boate aguardando a hora de entrar em ação. Tínhamos repassado tudo várias vezes, nada daria errado. Nada podia dar errado.
- Galera! Eu tenho uma coisa pra falar! - Malik anunciou subindo na cadeira. - Hoje, depois de tudo acabado, eu vou fazer a maior da minha vida. Eu estive conversando com alguns de nós, e resolvi deixar que a Abella entrasse para a gangue. Quando terminarmos o serviço, vamos consagrar a Abella como uma nova Folk. - ele finalizou e alguém gritou pedindo mais um brinde em comemoração.
- Isso é sério? - perguntei abestalhada, com um sorriso de orelha a orelha. Eu comecei ficar eufórica de repente. Zayn assentiu e estendeu a mão para mim, que segurei e subi na cadeira. Ele me puxou me pegando de surpresa e me abraçou.
- Pessoal, está na hora. - Patrick bateu a garrafa de cerveja na mesa e os outros começaram a se preparar.
- Boa sorte. - falei alisando as costas de Zayn e lhe lançando um sorriso.
- Um beijo seria melhor.
- Vamos ficar no boa sorte.
- Por enquanto. - ele disse e me deu um beijo no canto na boca.
 

Zayn Malik POV'S


A van estava apertada pela quantidade de pessoas ali dentro. Estávamos repassando as coisas por uma ultima vez e nos preparando para entramos no prédio.
- Então vamos lá. Jake e Cody tiram os guardas da frente. Norman entra com Zayn, Kimberly vai estar no terraço esperando por vocês. A Ive já está lá dentro infiltrada e vai abrir a passagem pro escritório do velho. Rick vai hackear o sistema deles e congelar as câmeras para não nos verem passando...
- Espera. - interrompi Patrick enquanto ele repassava a ultima vez - O Rick? O que aconteceu com o Kevin?
- Ele teve um imprevisto de ultima hora. Algum problema? Eu posso ligar pra ele.
- Não, não. Tudo bem pode continuar. - falei coçando a sobrancelha e Patrick assentiu.
- Lil e eu vamos monitorar as câmeras que não vão estar congeladas, pra guiar vocês pelo prédio através dos pontos. Maicon vai cuidar dos explosivos e vai dar tudo certo, vamos conseguir. - ele finalizou e todos que estávamos na van nos cumprimentamos rapidamente.
Saímos da van que estava parada na rua de trás do prédio, localizado em uma rua sem vigilância dos Strikers.
Cada um foi para seu lado, fazer sua tarefa. Eu, Cody, Jake e Norman fomos em direção à entrada do prédio, eu e Norman ficamos esperando e espiando na esquina enquanto Jake e Cody iriam dar um jeito de tirar os seguranças da entrada.
- Já estou aqui em cima. - ouvi Kimberly através do ponto de comunicação em meu ouvido, o que me causou incomodo.
- Beleza. - Norman respondeu tocando seu ponto e depois checando a arma em sua mão.
Jake e Cody chegaram na frente do prédio e entraram após se entreolharem por um segundo.
- Esse é o plano? Eles vão entrar lá na cara dura? - Norman riu, já que não sabia do que iria acontecer por ter perdido a reunião, por estar ocupado com uma garota em sua cama.
- Quem mais poderia se arriscar tanto e amar a sensação? - respondi sorrindo e coçando meu ouvido. Aquela droga dentro dele incomodava demais.
Norman mal pôde responder, Jake e Cody saíram correndo do prédio e atrás deles vieram três seguranças preparando suas armas para atirar, os perdemos de vista quando viraram a esquina e desapareceram no meio da escuridão que a rua provia.
- Eles saíram. - anunciei para Patrick pelo ponto, que disse um "ok" breve. Apertei a mão de Norman que sorriu para mim acenando com a cabeça e começamos a correr em direção ao prédio enquanto ouvíamos Lil fazendo a contagem regressiva em nossos ouvidos.
- Câmeras congeladas em cinco, quatro, três, dois, um. - terminou de contar exatamente cronometrado, no segundo seguinte estávamos parados na recepção.
- Estão congeladas. - Patrick anunciou.
Fechamos a porta principal e passamos a chave, tirei minha pistola do cós da calça e Norman girou o silenciador no cano da dele, assim como eu.
- Estamos prontos. - falei passando mão pelo colete à prova de balas.
- Beleza. Vocês vão entrar no elevador e ir para o quinto andar, chegando lá tem dois guardas, um de cada lado do elevador, sejam mais rápidos que eles e nos falamos depois. - coordenou Lil.
- Os botões dos outros andares estão desativados, para nãos serem interrompidos. Podem ir tranquilos. - ouvi Patrick acrescentar ao entrarmos no elevador.
- O da direita é meu. - Norman falou apertando o botão e assenti sem dar importância para àquilo.
- Ninguém no corredor deles, vocês estão liberados.
Eu e Norman nos posicionamos, estávamos ambos calmos e confiantes. As portas de metal se abriram alguns instantes depois e saímos rápido do elevador, fui para esquerda como combinamos e agarrei o colarinho do meu segurança. Afundei a arma no terno para abafar ainda mais o barulho e atirei em seu peito. Os dois seguranças estavam caídos. Eu e Norman os arrastamos para o fundo do corredor para ninguém vê-los, caso passasse por ali.
- Sigam pela direita, depois esquerda e vai ter um corredor com um segurança, cuidem dele.
Assenti com a cabeça, sabendo que estariam me vendo pela câmera de segurança.
Norman e eu passamos rápidos e cuidadosos pelo corredor comprido e forrado com o carpete vermelho, viramos na direita, senti que estava finalmente sentindo a adrenalina se espalhar aos poucos pela minha circulação. Me apoiei na parede com Norman ao meu lado, espiei na esquerda e o segurança estava de costas para nós. Fui escorando na parede devagar, chegando mais perto, em silencio, sem nenhum vestígio que estava ali. Ergui a arma, mirei em sua cabeça e atirei.
O homem que tinha a pele negra e brilhante caiu, eu e Norman o arrastamos silenciosamente até o outro corredor e continuamos nosso caminho.
- A Ive vai atrair os seguranças do escritório até vocês, fiquem na próxima virada no corredor à esquerda. Eles são três, já sabem que precisam ser espertos. - Patrick disse com calma na voz.
Eu estava calmo feito ele, até perceber o quão perto estávamos de conseguir pegar o desgraçado.
Respirei fundo, murmurando uma palavra em acordo para quem me ouvia através do ponto. Me convenci mentalmente a ficar calmo e manter o foco.
Obedecemos Patrick, indo para onde ele mandou nos posicionar e ficamos escorados na parede com as armas posicionadas.
- Explosivos prontos. - a voz amena de Maicon foi ouvida por mim e pelo rapaz ao meu lado, que estava com o peito subindo e descendo com velocidade.
- Vamos conseguir. - disse passando confiança a ele que sorriu para mim como se não precisasse ouvir aquilo, ele já sabia.
- Ali, os seguranças estão chamando vocês virando naquele corredor. - era a voz de Ive. Dei um sorriso ao ouvi-la falando com tanta doçura na voz, não era seu costumeiro tom rude e tedioso. Sua seriedade tinha sido um tanto quanto importante para subir nos padrões dos Folks e com apenas pouco tempo na gangue, Ive já era praticamente a terceira pessoa mais respeitada ali dentro.
- Eles estão se aproximando, preparem-se Zayn e Norman. - eu podia sentir o nervoso na voz de Lil, diferente do tom calmo de Patrick - Quando eu mandar.
- Estão chegando... - ouvi a voz normalmente calma ficar um pouco apreensiva - Chegando... Chegando... Agora!
Eu e Norman saímos da virada do corredor, já com as pistolas levantadas. Ive se agachou para não ser atingida e passou uma rasteira no segurança mais próximo, que era uma mulher de cabelos curtos e tingidos de um loiro acinzentado.
Norman e eu acertamos dois dos seguranças, a outra sacou a arma quando ainda estava no chão e disparou contra nós, mas desviamos. Ive rolou no chão indo até ela, arrancou a arma de suas mãos e colocou contra a testa da mulher, atirando em seguida.
Quando se levantou a garota passou a mãos nos cabelos pintados de rosa e deu um sorriso mínimo para nós.
- Vou levar vocês até lá. - ela disse e pude sentir novamente o tom bruto e entediado que ela carregava. Ive nos guiou até o fim de um corredor que tinha a parede coberta por quadros de arte moderna, parando na frente de uma porta dupla e com uma bola de sinuca entalhada na madeira.
- Vejo vocês depois. - ela sorriu com as mãos nas maçanetas, pronta para abrir a porta.

 

Abella Del Corneto POV'S


Eu já estava posicionada no terraço do prédio de seis andares com Kimberly. Ela tentava não demonstrar, mas estava um bocado incomodada com minha presença por ali.
Não tinha trocado uma palavra comigo e também não tinha sido nem um pouco gentil na hora de colocar o equipamento e as cordas em mim.
Kimberly resolveu me passar as instruções sentada na frente do helicóptero, enquanto escrevia alguma coisa no celular e nem mesmo me encarava.  
Eu entraria pela janela pendurada numa corda, amarraria Norman e Zayn a mim, subiríamos até o terraço sendo puxados por Kimberly e a máquina que já havíamos instalado. Entraríamos todos no helicóptero e quando estivéssemos a uma boa distância... adeus!
Eu me posicionei na beirada do prédio, vendo a altura que teria que me pendurar. Era o suficiente pra me fazer sentir o estomago revirar e minhas mãos transpirarem.
Coloquei a arma emprestada por Kim no suporte preso à minha perna e estava pronta para entrar em ação.
Você não achou mesmo que eu fosse ficar fora dessa, achou?
 

Zayn Malik POV'S


- Com certeza nos vemos. - Norman piscou para a garota e Ive abriu a porta. Entramos rápido no escritório, mesmo que de supetão, o homem não demonstrou estar surpreso a ter sua sala invadida.
O velho era rechonchudo e usava roupas atléticas, um conjunto de calças e jaqueta de moletom. Seus cabelos brancos não cobriam toda sua cabeça, fazendo um pequeno espaço no topo do seu coro cabeludo. Seu rosto avermelhado e redondo me parecia familiar um pouco demais.
- Ora, ora se não são os Folks. - ele disse em tom sarcástico ao encarar as armas apontadas para seu rosto. Ele estava apoiado na mesa e com o celular entre o ombro e a orelha, enquanto anotava alguma coisa na mão com uma caneta banhada à ouro - Eu te ligo depois.
O velho gargalhou colocando a caneta no lugar, cruzando os braços para nós e me olhando com certo ódio faiscando em seus olhos.
Norman me olhou em questionamento, o plano era que ele já estivesse deitado na poça do próprio sangue, mas algo me incomodava.
- Por quê? - perguntei para ele, ficando surpreso comigo mesmo por não puxar logo o gatilho. Eu normalmente não batia um papo para depois atirar - Por que tem feito tudo isso? Eu não me lembro de ter cruzado com você antes, para esse ódio estar aceso nos seus olhos.
O velho riu sem humor.
- Não se lembra, Malik? Sua mente já apagou qualquer vestígio de Rosali, inclusive sua família?
Meus olhos se arregalaram, não podia ser. Eu sabia que seu rosto era familiar, ele era o pai de...
Eu estava atordoado de repente. Não me movi por míseros segundos e nem pude pensar direito, o velho sacou uma arma e atirou no ombro de Norman que caiu no chão.
Puxei o gatilho contra ele com pressa, mas o velho já tinha saído do lugar em que minha arma estava apontada. Ele estava próximo de mim.
Desviei o olhar preocupado para Norman, só "acordei" quando o desgraçado tirou a arma de minha mão e jogou para longe.
- Você devia ter pensado duas vezes antes de entrar aqui, rapaz. - ele disse com sua arma apontada para minha cara e eu relembrei de todos os poucos momentos que nos vimos.
Dale era o homem mais enciumado e protetor que eu já tive o desprazer de conhecer, nunca conheci as irmãs de Rosali por serem sempre escondidas e afastadas de mim por julgamento do pai - que me achava um tremendo canalha.
- Eu não sou do tipo que pensa demais. - falei e sorri irônico.
Eu poderia jurar que ele iria atirar em mim e eu morreria ali, mas não foi o que aconteceu.
 

Abella Del Corneto POV'S


Ouvi o barulho de um disparo, era minha chamada.
Contei até três mentalmente e me passei coragem para me atirar da beirada do prédio. Fiquei suspensa na corda e em frente à janela, retomando a respiração e abrindo os olhos ao ver que estava segura.
- Você devia ter pensado duas vezes antes de entrar aqui, rapaz. - ouvi uma voz rouca e desconhecida. Olhei pelo pequeno vão da cortina que estava fechada e pude ver um homem baixo acima do peso com uma arma apontada para Malik. Norman estava caído no chão e notavelmente ferido, minha boca se entreabriu e meus olhos se arregalaram.
- Eu não sou do tipo que pensa demais. - Zayn disse sorrindo.
Pensar.
Agir.
Me impulsionei na parede e chutei a janela de vidro que se quebrou em grandes pedaços e entrei. Um milésimo de segundo depois e o homem estava caído no chão. A arma em minha mão ainda estava apontada e uma poça começou se formar em volta da cabeça do velho.
- Abella? - o moreno arregalou os olhos e parecia ter perdido o ar por um instante.
Não contei que ele não sabia que eu vinha, não é mesmo? Desculpe meus maus modos. 
- Surpresa. - disse em tom rasgando o ar com a ironia, me joguei ao lado de Norman e comecei a amarrá-lo em mim. - Mudança de planos.
- Abel... - Norman balbuciou, ele estava sangrando e sentia muita dor pela careta em seu rosto.
- Você vai ficar bem. - eu sorri para ele e terminei de prendê-lo contra meu corpo.
- Abram a porta! - ouvi alguém gritar do outro lado da porta, estavam batendo e tentando a arrombar a fechadura.
Olhei para porta de relance e reparei no entalho... Uma bola de sinuca.
- Abella! - Malik gritou interrompendo meu pensamento e me acordando da linha de raciocino - Rápido, temos que sair daqui. - ele foi até onde eu estava se amarrando a mim como o amigo e corremos até a janela, nos jogamos após pegar impulso e a corda começou a subir depois de alguns segundos.
- Que porra você tá fazendo aqui?! - Zayn perguntou com a voz carregada de irritação e autoridade.
- Salvando a minha donzela.
Chegamos ao terraço, Kimberly ajudou a carregar o castanho que sangrava e gemia com a dor de se movimentar com o ferimento.
Entramos no helicóptero e a garota não se incomodou em nos dar os head-fones para não ficarmos perturbados com o barulho ensurdecedor que vinha das hélices.
- Senhoras e senhores, nosso Grand Finale. - o rádio walk talk preso no cós da calça de Kimberly emitiu com um chiado a voz de Patrick e fizemos nosso máximo para olhar para fora do helicóptero.
O prédio todo explodiu. Os cacos das janelas voaram para longe ao estourar, o barulho da explosão quase cobriu o do helicóptero absurdamente alto e havia fogo por toda.
Norman e Zayn fizeram um aperto de mão e se abraçaram, meio de lado por causa do machucado, mas se abraçaram.
Tchau, tchau, Strikers.


Notas Finais




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