História Their Silence - Pines

Mabel rodopiava e pulava por todo o quarto, ações quais dificultavam demais a leitura de seus lábios.

“E daí, ele me deu um beijo! Você acredita? E nãããoo, não foi um mero beijo, foi aquele beijo de...” Nesse momento minha irmã rodopiou, ato qual fez-me perde a parte da fala, mas seguindo o enredo possivelmente a palavra seria cinema.

Ela me olha de forma esperançosa, às vezes acho que Mabel esquece que não posso falar.

Nem ouvir.

Sorrio para a mesma, qual abre a boca e percebo que aquilo talvez seja um grito, riu.

Mabel dá um pulo, olhando em seguida para a mesa de centro que separava nossos espaços do quarto, sigo seu olha, o despertador está nesse exato momento tremendo bastante, minha irmã começa com seu típico corre-corre para lá e pra cá, ela segura a barra de sua camisola, tampo meus olhos.

Ainda é bastante cedo, no chute diria por volta das 4 ou 5 da manhã, porem obvio que minha maninha chegaria 2 horas antes da abertura dos portões, Mabel nunca quis me dizer o que ela apronta nesse horário.

Volto a deitar em minha cama, após tanto tempo sentado minha bunda dói, encaro o teto, não faria mal ir à biblioteca ao invés de estudar, certo?

Sinto as palmas macias de Mabel em meu rosto, ela vira o mesmo e beija a marca de nascença em minha testa, já sei que agora ela vai embora, sorrio para a mais velha a vendo retribuir e fecha a porta, deixando-me sozinho no quarto, suspiro.

Olho para o relógio, o professor chega por volta do meio-dia, tenho tempo de sobra para ir à biblioteca.

Me arrumo o mais rápido e (acho que) silencioso possível, saindo de casa rapidamente.

Meus pais não se importam com nada além das próprias imagens, então não devo me preocupar em deixar um bilhete, eu vou... voltar de qualquer forma.

Tomo cuidado ao meu redor, não tenho audição, contudo isso não é motivo para me acidentar.

Não tarda muito e já estou em frente a porta dos fundos da biblioteca, eu trabalhava aqui antes do acidente, e mesmo não podendo continuar com o emprego, o senhor Michaelis permitiu que eu permanece-se com a chave, ele sabe o quanto gosto de ler.

Entro no local, como sempre admirado com a quantidade de livros qual há, não importa o quanto olhe, acho que jamais irei me acostumar, pego um livro qualquer com o gênero de mistério e me sento em um puff, a biblioteca tem áreas de lazer, como também um lugar para se comprar lanches, para ser sincero... até os dias atuais penso em me mudar para cá.

Estava tão absorto na historia que não percebi que a biblioteca abriu, todavia senti um olhar cair sobre minha pessoa, tal sensação voltou a se repetir inúmeras vezes, por fim, olhei.

Foi no exato momento em que o garoto desviou o olhar.

Por quê me olhas? Será que virás algo de seu interesse em particular? Duvido muito.

Realmente tenho duvidas de algum súbito interesse em minha pessoa, principalmente vindo de alguém como ele... tão... de certa forma atraente.

Seu cabelo é loiro, entretanto não me parece um tom verídico, poderia comparar com os cabelos de surfistas, quais você vê e não tem a certeza de que tal cor é ou não a real, pensando bem, ele realmente parece um surfista, pele morena, sardas, corpo levemente forte... alto, pernas longas, ele é bastante bonito.

Sinto meu rosto queimar por conta de tais pensamentos infames, desvio o olhar, recomeçando um outro livro, dessa vez de suspense e romance.

As horas vão se passando e vez ou outra desvio meu olhar das paginas gastas e foco no garoto, qual vez ou outra faz o mesmo comigo.

O que queres de mim?

O loiro se levanta, começando a caminhar em minha direção, minha respiração fica presa a garganta.

Ele para no meio do caminho, franze o cenho, balança a cabeça e volta a andar, agora percebo, ele é bem mais alto do que eu.

O garoto se senta no puff ao meu lado, meus olhos vagueiam pelas palavras, quais não faço a misera questão de ler, meu pulso se encontra deverás elevado nesse momento.

Ele fala algo, mas não consegui prestar atenção o suficiente para assimilar, entretanto entendi uma parte de sua pergunta “Lendo o que?”

Entrego a ele meu terceiro ou quarto livro desse dia, ‘Cartas de amor aos mortos’.

“Qual seu nome?” Sua pergunta me faz suar frio, quem é ele? Um homicida? O que quer comigo?

Não posso ser mal-educado de qualquer forma... tiro meu boné, dando-o para que assim, consiga ver.

“Dipper?” Confirmo. “Nome bonito.” Uma boa quantidade se sangue se acumula no meu rosto, de qualquer forma, não costumo ser elogiado... na verdade, ninguém veio tentar falar comigo igual esse talvez assassino. “Estou incomodando?” Me perguntou, sua expressão corporal indicava que era ele quem estava incomodado, balanço a cabeça para os lados, negando.

“Por quê não fala comigo?”

Faço um ‘x’ com meus dedos e levo os mesmos até à frente de meus lábios.

Ele me olha, confuso, algo não muito surpreendente.

O loiro pisca uma, duas, três vezes e em seguida seus olhos se arregalam, entretanto, o mesmo logo sorri.

“Sou Bill Cipher, espera um segundo aí, falo?” O maior se levanta, indo até seu lugar anterior e pegando vários papeis e livros, trazendo tudo para cá, jogando os mesmos no chão e seu corpo em seguida, ele levanta a cabeça e me olha. “Então PineTree, eu fui com a tua’ cara, coisa bem difícil de acontecer, por isso se acostuma que eu vim pra ficar, sacou?” Bill me olha de cima a baixo e sorri, um sorriso cínico e malicioso, coro, quebrando o contato visual e negando com a cabeça, meu olhar recai novamente sobre o loiro, eu... acabei de fazer um amigo?