História They Don't Know About Us - Capítulo Doze: Coração Partido

Estava colocando as minhas coisas no avião invisível de minha irmã, quando minha mãe Hipólita aparece atrás de mim fazendo com que eu leve um susto.

– Não queria te assustar – ela fala.

– Veio se despedir de mim? – pergunto.

– Sim minha querida.

Ela me abraça forte e depois me solta e posso ver que seus olhos estão cheios de lágrimas.

– Por que está chorando? – eu pergunto sem entender.

– Porque eu queria que vocês morassem aqui comigo – ela fala e as lágrimas escorrem pelo o seu rosto.

Abraço ela novamente.

Sabia que mamãe estava muito sentimental desde ontem, quando ela fora me visitar em meu quarto para saber como que eu estava. Diana tinha brigado feio com ela por ter deixado Aresia voltar para Themyscira e isso deixou as duas bem chateadas... Eu entendia o lado das duas, mas eu estava do lado de Diana.

Não confiava em Aresia e nunca iria confiar.

– Não chore, por favor – eu peço.

– Diana ainda está chateada comigo.

– Isso vai passar – digo tentando tranquiliza-la.

– Eu gostaria que ela entendesse o meu lado – Hipólita fala enquanto enxuga suas lágrimas.

– Diana entende, mas não concorda.

– Aresia é como se fosse uma filha para mim e eu não pude dar as costas para ela, tive que ajudar.

– Eu entendo – digo.

Hipólita sorri para mim.

– Não vamos mais falar disso, agora quero te dar mais um abraço – ela fala e me puxa para os seus braços e me aperta – Senti que você estava meio distante e eu posso apostar que isso tem a ver com um garoto.

Saio de seus braços e posso sentir que minhas bochechas estão vermelhas.

– Como sabe? – eu pergunto.

– Diana também ficava assim quando estava apaixonada – ela responde.

– Estou namorando um rapaz...

– Isso é muito bom!

– Mas estou com um pressentimento ruim...

– Qualquer coisa que aconteça, eu sei que você pode enfrentar com bravura.

Sorrio para ela e dou outro abraço.

Às vezes eu tinha vontade de ficar em Themyscira para sempre, longe de preocupações ou deveres. Mas eu sabia que eu teria que voltar para o meu mundo e enfrentar as coisas.

*

Quando finalmente chego em minha segunda casa, que é a Torre Titã eu sou recebida por um grande cachorro verde que me derruba no chão e me lambe toda.

– Sai Garfield! – eu grito e rio ao mesmo tempo.

Ele se transforma e humano novamente e sorri para mim.

– Sentia saudades – ele fala.

– Fofinho – digo enquanto me levanto.

– Você perdeu bastante coisa enquanto esteve fora e acho que o Dick vai querer te contar tudo mais tarde – ele fala.

– Onde ele está? – pergunto.

– Teve que resolver alguns problemas pessoais – ele fala.

– E o pessoal, onde estão? – pergunto.

– Alguns saíram para tirar o dia de folga, mas eu fiquei aqui com a Rae e o Cyb.

– Vou para o meu quarto deixar minhas coisas e vou me juntar a vocês – digo.

– Estaremos na sala de jogos – ele diz.

Sorrio para ele vou para o meu quarto deixar as minhas coisas e aproveito para poder checar minhas mensagens. Em Themyscira não funcionava nenhum tipo de aparelho eletrônico e por isso que eu não tinha recebido nenhuma notícia de Jason.

Quando checo minhas mensagens me decepciono.

Na havia nada dele, nem sequer uma ligação.

Ligo para ele furiosa, mas ninguém atende.

Droga.

O que estava acontecendo?

Ele estava vivo?

Ligo de novo para ele, mas ninguém atende.

Jogo o meu celular na cama e me sinto mais frustrada ainda.

Será que eu devo ligar para o Bruce? Ele tinha sido a ultima pessoa que viu o Jason, será que eles estavam juntos?

Meu celular toca e vejo o nome JASON escrito na tela.

Finalmente!

– Jason! – grito o seu nome.

– O que você quer? – ele pergunta grosseiramente e eu fico sem entender.

– Jason?

– Esse é o meu nome.

– O que aconteceu? – pergunto estranhando o jeito que ele está falando comigo.

– Não posso falar agora.

E então ele desliga.

Olho para a tela do celular sem entender a atitude dele e sinto uma vontade enorme de chorar. O que tinha acontecido com ele?

Decido que é melhor me distrair e por isso vou ficar um pouco com os meus amigos na sala de jogos. Guardo o meu celular no bolso da minha calça, mas logo o tiro de lá. Se Jason quiser falar comigo, terá que vir aqui e me explicar o que está acontecendo.

Estou no corredor quando decido voltar para o meu quarto para pegar o celular... Quem eu queria enganar? Eu gostaria de receber mensagem de Jason e poder responde-lo logo. Volto para o corredor e vou ao encontro dos meus amigos e me junto a eles em um jogo de sinuca e com o passar do tempo, vejo que se passaram algumas horas.

– Quando que vocês vão me contar o que perdi de ontem para hoje? – pergunto.

Victor e Garfield de olham e dão de ombros.

– A gente até contaria, mas Dick disse que ele mesmo iria contar e não queremos desobedece-lo. – Victor fala.

Ravena está quieta em um canto da sala lendo um livro e nem está prestando atenção em nossa conversa. Eu estava começando a achar que ela estava querendo me evitar por causa de Koriander.

– Eu finjo surpresa quando o Dick me contar – eu falo para eles que riem.

– Dick já deve estar chegando – Garfield responde.

Já eram quase três horas da manhã e nada de Dick aparecer.

Estava começando a ficar impaciente.

Meu celular toca em meu bolso e quando eu pego vejo que tem uma mensagem de Jason.

“ Precisamos conversar. “

Ah, jura?!

“ Venha para o seu quarto. “ ele envia para mim.

Guardo o celular e aviso aos meninos que eu irei para o quarto, pois estou cansada e eles entendem e me dão boa noite. Nem me dou o trabalho de falar com Ravena, sei que ela vai ficar irritada se eu interromper a sua leitura.

Ando apressada até o meu quarto e quando chego lá, Jason está parado em pé perto da janela com a sua roupa de Capuz Vermelho e com manchas de sangue por todo o corpo. Olho assustada para Jason e ando o mais rápido para estar perto dele.

Ele tira o capacete e olha para mim com um olhar triste e eu não consigo entender o que isso quer dizer.

Passo os meus braços em volta do seu pescoço e o puxo para dar um beijo nele.

– Senti a sua falta – eu digo perto dos seus lábios.

Ele abre um pequeno sorriso para mim.

– Você está machucado? – eu pergunto enquanto me afasto.

– Estou – ele responde com uma voz estranha.

– Onde? – pergunto.

Ele deixa o capacete cair no chão e aponta para o seu peito esquerdo.

– Deixa eu ver – eu falo enquanto coloco a minha mão cuidadosamente em cima de seu peito para sentir o ferimento, mas eu não acho nada.

– Não tem como ver – ele fala.

– Não estou entendendo Jason – falo séria.

– Donna, a gente não pode ficar mais juntos – ele fala e sinto que o meu mundo parou de girar.

– O que disse?

Seus olhos azuis me encaram sérios e eu sinto que cada parte do meu corpo está ficando mole e que daqui a pouco não conseguirei ficar em pé.

– Não podemos mais ficar juntos, temos que terminar – ele fala e é como se eu tivesse levado uma facada no peito.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu não consigo mais ficar em pé.

Jason se aproxima de mim e me ajuda a sentar em minha cama e sua expressão não está nada boa.

– Por que? – eu pergunto.

– Donna...

– Você não pode me abandonar – eu digo.

– Donna...

– Droga, Jason! – eu grito e dou um soco no seu braço.

– Eu... – ele tenta falar, mas eu tapo a sua boca com a mão.

– Eu te amo seu idiota! – eu grito para ele que me olha com os olhos cheios de água.

– Você me ama? – ele pergunta.

– Nesse momento eu te odeio – digo.

– Você não pode me amar, não podemos levar isso à diante.

– Por que Jason?

– Por que eu não sinto o mesmo .