História They Don't Know About Us - Capítulo Dezessete: Vida ou Morte

DONNA

Tento permanecer calma enquanto volto para o hotel onde Dick provavelmente estaria me esperando para sair.

Como eu não tinha percebido antes os sintomas?

Acho que passei tanto tempo deprimida que achei que tudo o que eu fazia era por causa da dor de ter sido abandonada por Jason. E agora, vejo o quanto eu fui burra por não ter usado preservativo naquela nossa última noite juntos.

Estou grávida de Jason Todd.

Sinto um calafrio só de pensar.

Chego finalmente ao meu quarto e logo pego o meu celular para poder falar com um dos meus melhores amigos, que com certeza poderia estar aqui comigo em questão de segundos.

Mando uma mensagem para Wally pedindo para que ele viesse ao meu encontro urgentemente.

Ele logo me responde, dizendo que estaria aqui dentro de meia hora, pois estava resolvendo alguns preparativos de seu casamento com Linda.

Teria que me distrair durante meia hora e tentar não pensar que estava carregando um bebe dentro de mim, um filho meu e de Jason.

Eu tenho que contar para ele.

Ouço alguém bater na porta e logo abro, pensando que era Dick. Mas a pessoa que eu vejo ali, não era quem eu esperava encontrar por aqui.

– Boa noite princesinha – ela diz e joga um pó estranho em meu rosto, fazendo com que eu fique zonza e minha visão fique turva.

E então tudo fica preto.

*

Abro os olhos lentamente e estou acorrentada em algum galpão velho e quando tento me soltar, falho miseravelmente e eu sei o por quê.

Estou grávida e com isso meus poderes somem temporariamente.

Droga.

– Ora, ora... Olha só quem acordou – Talia fala debochadamente e isso me irrita.

– O que você quer comigo? – pergunto com raiva.

– Como você eu não quero nada, mas já com o seu namorado... – ela responde abrindo um sorriso.

Meu coração bate acelerado quando ela  se refere a Jason.

– Acho que você não está por dentro das novidades, eu não tenho namorado – digo séria.

Talia solta uma risada.

– Não me importo, mas você vai fazer com que ele venha até mim – ela diz.

Ouço tiros vindo do lado de fora e alguns sons de ossos sendo quebrados.

Ele está aqui.

A porta do galpão abre revelando Jason e Batman ao seu lado.

Jason não está usando o seu capacete vermelho e isso me permite a olhar em seus olhos. Tento sorrir, mas estou começando a sentir dor no corpo, por estar acorrentada desse jeito.

– Solte a garota Talia – Batman fala com a voz estridente.

– Não tenho interesse algum em machucar a garota, mas farei isso se for necessário – ela fala e eu não duvido.

No momento estou preocupada com o filho que estou carregando dentro de mim.

– Sua briga é comigo Talia, vamos resolver as coisas logo – Jason fala e olha para mim preocupado.

– O único jeito de resolvermos isso é com você morrendo em minhas mãos – Talia fala.

Jason abre um sorriso.

– Você pode tentar  me matar, mas sabe que não tem chances contra mim – ele diz.

Talia ri e chama mais dos seus capangas e uma luta se inicia diante aos meus olhos e eu não posso fazer nada a não ser olhar e torcer para que nada aconteça com Jason.

– Precisa de ajuda? – ouço uma voz familiar atrás de mim.

Wally aparece em minha frente e me ajuda a me soltar dessas malditas correntes.

– Como sabia que eu estaria aqui? – pergunto aliviada por finalmente estar solta.

– Longa história, mas agora vou te tirar daqui – ele responde.

– Não vou embora – digo firme.

Olho para a luta e do teto do galpão descem Diana e Dick para poderem ajudar Jason e Bruce e isso me deixa mais apavorada ainda.

– Wally, não posso abandoná-los – digo preocupada.

– Donna, você está grávida e eu prometi ao Jason que iria deixar você em segurança – ele fala sério.

– Tenho que ajudar eles Wally! – grito para ele e ignoro o fato de que ele sabe que estou grávida.

– Eles dão conta, agora vamos tirar você daqui – ele fala e passa o braço ao meu redor, mas eu consigo me esquivar – Donna, sou mais rápido que você – ele fala passa os braços ao meu redor.

– Eu posso estar sem os meus poderes, mas ainda sei como lutar – digo séria e consigo derrubá-lo no chão.

Saio correndo em direção à luta e um dos capangas de Talia aparece em minha frente.

– Estou bem irritada e não me responsabilizo por seus ferimentos – digo e vou para cima dele com tudo.

Até que não estou tão fraca, posso lutar com vários e me sair bem contanto que eu continue esperta.

Sinto alguém passar o braço em volta de mim e logo sei quem é.

– Você está me irritando Wallace – digo séria.

– Donna, você não está facilitando as coisas – ele diz e estamos correndo e sinto uma vontade enorme de vomitar.

– Vou vomitar na sua roupa ridícula – digo e então ele para e estamos no meio da estrada e eu não faço ideia de como voltar para aquele galpão.

Vomito com força e amaldiçoo Jason por ter me engravidado.

 – Ele sabe? – pergunto para Wally.

Ele olha para mim sério e confirma com a cabeça.

– Não era assim que eu queria que ele soubesse.

– Foi por isso que você me chamou?

– Eu precisava desabafar com alguém que confio – digo e Wally sorri para mim.

– Sinto muito pelas coisas não terem saído do jeito que você esperava – ele diz.

– Eu preciso voltar para aquele galpão e ver se está tudo bem com todos – digo.

– Donna...

– Eu não vou me meter em encrenca, por favor Wally – peço.

– Vão me matar por conta disso – ele diz e me pega no colo e logo estamos correndo.

*

JASON

Dizem que quando uma pessoa está prestes a morrer, um filme de sua vida passa diante aos nossos olhos.

As imagens que apareciam diante aos meus olhos eram momentos de minha vida, na qual eu fui feliz. Os rostos das pessoas que eu mais amo passavam rapidamente até que parou em um. Donna Troy, a mulher que eu amo e que por ironia do destino estava grávida de mim. Não pude deixar de sentir medo quando soube disso, mas logo depois me senti o cara mais sortudo do mundo. Porém, nesse instante, estou com medo dessa criança não ter pai.

Talia pressiona a lamina de sua espada em meu pescoço e Bruce me olha atordoado. Ele está pálido e sei no que está pensando quando me olha desse jeito... Um flashback se passa em minha mente no dia em que Coringa me espancou até a morte e logo depois mostra a conversa sincera que tive com Bruce tempos atrás na mansão, na qual ele se abriu para mim.

E agora a cena de anos atrás se repetia e Bruce não sabia o que fazer.

Diana estava no chão desacordada e Dick mal conseguia ficar em pé e Bruce estava com os dois braços quebrados e isso tudo era minha culpa.

– Achava que iria sair vivo dessa passarinho? – Talia fala em meu ouvido.

– Pare de enrolar e faça o que tem que fazer – digo sem me abalar.

Olho para frente e o olhar de Bruce caí sobre o meu.

– Me desculpe – digo baixinho para ele e espero a espada cortar o meu pescoço e me fazer sangrar até morrer.

Sinto muito Donna, mas não poderei sair vivo essa noite.

Talia se prepara e Bruce grita e então fecho os olhos esperando a morte, mas então ouço um tiro e isso me deixa em alerta.

A espada que estava em meu pescoço cai no chão e logo ouço mais outro tiro e depois outro e então sinto Talia cair.

Olho para trás assustado e vejo Donna segurando uma arma com os olhos cheios de lágrimas.

Corro em direção a ela e a envolvo em meus braços.

– Donna, o que você está fazendo aqui? – pergunto enquanto ela chora.

– Eu não... Não... Não podia deixar... Ela...

– Respira fundo amor – digo com ternura.

Ela faz o que eu sugiro e aos poucos se acalma.

– Não poderia deixar ela matar o pai do meu filho – ela diz e o meu coração bate mais rápido.

– Eu estou bem agora – digo e a aperto com força.

Ela olha para mim e segura o meu rosto com as duas mãos e se aproxima de minha boca para poder me beijar.

Correspondo o beijo e logo depois me afasto.

– Não quero que se arrependa por ter feito isso – digo.

– Cala a boca e me beija Jason – ela fala irritada e eu sorrio.

Beijo ela com vontade, mas somos interrompidos por Wally.

– Acho que temos que dar um jeito nessa bagunça – ele diz.

Concordamos e eu ajudo Donna a se levantar.

– Você vai deixar o Wally te levar para o hotel, enquanto lido com as coisas aqui – digo.

– Jason...

– Donna, por favor – peço.

– Eu posso ajudar – ela diz.

– Donna, não quero discutir – digo.

Ela revira os olhos.

– Eu vou, mas só porquê estou cansada – ela diz e sorri.

Wally a pega no colo cuidadosamente e some com ela dali e em instantes depois ele está de volta para me ajudar.

Bruce ainda está parado no mesmo lugar e Dick tinha desmaiado, mas para a minha felicidade Diana tinha recuperado a consciência.

Ela ajuda Dick e eu vou ajudar Bruce.

– Estou bem agora Bruce – digo, mas ele não fala nada.

O ajudo a se levantar e Wally arranja um lençol para colocar em cima do corpo frio de Talia.

A noite tinha sido cheia e eu só queria me encontrar com Donna, para me sentir melhor.