História They Don't Know About Us.- Jortini - Ligação.

Tini on

Havia se passado exatamente uma semana, sete dias, que estava em cativeiro, sim, Peter me mantem trancada, em um quarto, escuro, sem janelas, apenas com uma porta, acredito que seja o sótão, afinal no meio da viagem Peter me dopou e quando acordei estava aqui.

A claridade entra por uma fresta, no teto, uma pequena janela de vidro com cadeado.

 Toda vez que o brilho do sol atravesse o vidro, eu me lembro de quão belo os olhos do Jorge são quando reflete a luz do dia, o verde intenso e o seu sorriso encantador. Não tem um dia que eu não pense nele, não tem uma noite que eu não chore por ele...

- Martina – Peter abriu a porta me fitando. Apenas o encarei.

- Seu celular esta tocando – Respondeu se aproximando, com meu celular na mão.

- Ta idai? Faz igual você fez com todas as outras ligações – Me referi ao fato de que ele desligou todas as ligações, de Mechi, Rugg, minha família...

- É o Fernando, isso me interessa, afinal quanto mais trabalho para você, mais fama para mim gracinha – Abriu o seu sorriso de mil e uma intenções. Revirei os olhos e peguei o celular de sua mão.

- Alo... Fernando... Nova Turnê? Encarei Peter, ele parou por um tempo encarando a parede pensativo, depois apenas fez sinal positivo com o polegar, para que eu aceitasse.

- Ta ok Fe – Respondi, tentando disfarçar minha alegria, afinal no meio de todo o caos, eu veria o sorriso de cada um de meus fãs. No meio de todo caos eu teria o prazer de encarar novamente aquela imensidão verde e pelo menos por um segundo, ficar perto de Jorge...

- Olha aqui Martina, você ira participar dessa turnê – Pegou em meu cabelo, forte, me levantando do chão. – Mais não quero nenhuma gracinha – Puxou o cabelo, até meu rosto, ficar colado ao seu – Ta me ouvindo?

- Si...si...sim – Respondi com a voz tremula, por conta da dor, meu olhos ameaçavam lacrimejar.

- Sem gracinha, sem falar com seus amiguinhos e principalmente – Abriu seu famoso sorriso sádico – Sem falar com Jorge. – Peter soltou meu cabelo, porem ainda continuo colado ao meu corpo.

- Você acha mesmo que ele vai querer falar comigo depois de tudo? – Perguntei, revirando os olhos.

- Ele te ama, e homem apaixonado, faz mil vezes o papel de troxa, parece um cachorrinho atrás de comida – Cuspiu as palavras debochado. Apenas bufei e revirei os olhos, não estava com paciência para as lições de morais de Peter...

[...]

Jorge on

Vinicius se encarregou de providenciar os passaportes o mais rápido possível, demorou uma semana, para que tudo ficasse devidamente pronto.

Conversei com Stephie, e decidimos por ela continuar morando comigo, porem sem qualquer tipo de envolvimento afetivo, ela só não queria voltar para casa da mãe.

-Jorge – Me chamou da porta do quarto – Eu estou indo ao medico, fazer os exames da gravidez.

- Eu te acompanho Stephie – Sorri levantando da cama.

- Não, não precisa – respondeu simples – Não quero lhe incomodar.

- Não é incomodo algum, afinal só estarei cumprindo com meu papel de pai.

- Tudo bem – Respondeu desapontada – Acho que ela ainda tinha uma esperança de que ficássemos juntos.

Não havia problema em acompanha- la minhas malas estavam feitas e o avião só decolaria mais tarde, combinei com Stephie, que a levaria ao medico e iria direto para o aeroporto.

Fomos o caminho inteiro naquele silencio constrangedor, alias todos os dias estavam sendo assim com Stephie. Liguei a radio e a voz do apresentador, preencheu meu ouvido.

- Essa musica é a mais pedia em todo o mundo, vocês que votaram no casal preferido e sua trilha sonora, ai vai os vencedores... O casal Leonetta, ganhou com a musica Podemos...

Não podia ser, Martina estava em todo lugar, como tiraria ela da cabeça? Nossa musica começou a tocar e eu fiquei hipnotizado, com o olhar longe, lembrando-se de cada sorriso de Martina, de seus cabelos cheirosos, seu sorriso estonteante, sua doce e perfeita voz, que se encaixava de forma única a minha...

- Jorge... Jorge – Fui interrompido de meus pensamentos por Stephie, que revirou os olhos trocando a radio. Preferi não discutir, afinal aquela musica estava acabando comigo aos poucos.

- Chegamos – Olhei para Stephie com um sorriso pequeno, ela me deu um beijo na bochecha e foi em direção à porta do hospital.

Liguei o radio novamente e havia uma esperança de que nossa musica continuasse tocando, eu acho que gostava de me machucar, eu queria ouvir a voz de Martina, eu queria ouvir nossa musica, eu queria lembrar, lembrar-se de tudo que passamos afinal nas lembranças nosso amor ainda existia...

[...]

- Próximo embarque com destino a Los Angeles... – Ouvi o auto falante, fui em direção ao portão de embarque, quando ouvi aquela canção, a canção que estava tocando na radio... Podemos, não era possível, que eu estivesse ouvindo ela em minha cabeça. Então me dei conta que era meu celular...

- Alo – Atendi rapidamente.

- Jorge – A pessoa do outro lado da linha disse com entusiasmo. Logo reconheci sua voz... Fernando

- Como vai? – Perguntei por educação.

- Bem, é Jorge vamos direto ao assunto, o filme Tini depois de Violetta fez tanto sucesso, que uma parte do elenco ira se reunir para realizar uma ultima turnê. – Despejou rapidamente.

- Que? – Gritei, atraindo atenção de algumas pessoas que passavam.

- Olha você sabe que eu sou muito grato por ter feito parte do elenco, por tudo que Violetta trouxe para minha vida – Exceto Tini – Pensei. – Mais estou embarcando agora mesmo em um avião com destino a Los Angeles para seguir minha tão sonhada carreia solo. – Tentei ser o mais gentil possível.

- Olha eu fico feliz, que esteja indo atrás de seu sonho, não quero ser grosso nem nada, mais você assinou o contrato, e bem o prazo dele ainda não acabou, você sabe que é obrigado a seguir ele Jorge – Tentou soar gentil, mais estava claro a autoridade em sua voz.

- Você não pode fazer isso comigo! – Exclamei totalmente irritado.

- Desculpe Jorge, mais quem assinou esse contrato foi você, o elenco se reunira hoje às 17h, seja pontual... – Desligou o celular, já sabendo que eu não tinha escolha.

Bufei e desliguei o celular, pensando que eu seria obrigado a ver Martina, dançar, cantar, atuar e o pior de tudo, beijar, como olhar nos olhos da pessoa que mais te magoou, da pessoa que destruiu seu coração.

Eu não conseguia acreditar que isso estava acontecendo comigo, quando achei que seria feliz para navegar em meu sonho, minha tão sonhada carreira, longe de Martina, longe de tudo que me fez mal, eu fui puxado de volta por uma ancora, mais conhecida como Violetta e algo me dizia que esse barco tinha tudo para afundar...