Acordei na manhã seguinte bem quentinha, os braços de Valtor estavam me cercando. Haviamos dormido abraçados, depois de uma noite fantástica e inesquescível. Olhei para o Valtor e sorri ao vê-lo.
-Você acorda tão linda. Quero passar o resto da vida acordando ao seu lado. -Valtor disse.
-Obrigada. Isso pode acontecer, se nos casarmos e morarmos numa casa perto daquele rio longe de todo mundo. -Eu respondi.
-Acho uma ótima ideia! -Valtor disse me beijando.
-Que horas são? -Perguntei.
-Dez e meia. Preciso encontrar a Marion no rio. -Valtor disse se levantando e correndo para se vestir.
-Valtor, palhaço. -Respondi.
-Mas, é sério! Eu preciso ir! -Valtor disse sorrindo, e me beijando.
-Vou sentir saudades. -Eu disse e ele me beijou, e então saiu pela janela. Sorri ao lembrar da noite anterior. Então me arrumei, precisava ir até ao palácio e contar a America o que tinha acontecido.
Cheguei ao palácio, America estava no jardim lendo uma revista.
-Marion, graças ao grande dragão. Eu fiquei preocupada! Sua mãe disse que você iria vir pra cá, mas não veio. -Ela disse.
-Desculpa, é que aconteceram coisas, e coisas. Achei melhor ficar em casa. -Respondi.
-Que coisas? -Perguntei.
-O Valtor foi lá em casa ontem. -Eu disse sorrindo.
-Ai grande Dragão! Vocês transaram? -Ela perguntou empolgada.
-Nossa America. Que palavriado inadequado. -Eu disse ironicamente.
-Vocês se comeram? -Ela perguntou rindo.
-Fala baixo! -Eu disse rindo.
-Ai, Marion! Conta logo! -Ela disse nervosa.
-Sim! Fizemos amor. -Eu disse baixinho, mas America berrou, e todos os guardas puderam ouvir.
-EU NÃO ACREDITO! -America berrou.
-América, se controle. Você é uma dama. -Respondi cruzando as pernas tentando mostrar o máximo de educação possível.
-Conta tudo! -Ela disse.
-Eu estava no quarto, então ele chegou. Começamos a conversar, então o Maxon chegou, depois a mamãe ligou. Faltou luz, ascendemos umas velas e então tudo começou. Foi incrível. -Respondi.
-Doeu? -Ela perguntou.
-Claro, e muito. -Respondi.
-Quando for a minha vez, você vai ser a primeira a saber. Espero que eu tenha sido a primeira a saber a sua. Se não for, mando cortarem sua cabeça. -Ela disse rindo.
-Nossa America. -Respondi e me despedi e voltei para casa.
Pov Oritel.
O dia estava sendo muito cansativo, meus pais ainda estavam em Zenith, e eu estava coberto de trabalho. Precisava analisar documentos, ler cartas e ainda precisava resolver os problemas do Reino, pois algumas partes isoladas estavam sem energia. Larguei tudo, e fui almoçar. Encontrei America sentada a minha espera.
-Finalmente, alteza. -Ela disse ironizando.
-Por que está me chamando de alteza? -Perguntei.
-Porque eu não quero te chamar de outra coisa. -Ela disse me dando lingua e então nos sentamos, e começamos a comer.
-Tem notícias da Marion? -Perguntei e senti a America hesitar.
-Sim, ela está bem. Veio rapidamente hoje de manhã, para avisar que sobreviveu ao clarão e ao apagão. -America disse.
-Você hesitou... -Eu disse a America.
-Não hesitei não. Por que está perguntando da Marion? -America perguntou mudando o assunto.
-Porque, eu estava pensando em ir até ela e falar tudo o que eu sinto. -Eu disse e America pegou uma taça com água e bebeu tudo de uma vez. Ela parecia ter ficado nervosa.
-Eu não acho uma boa ideia. Você demorou muito. -Ela disse.
-O que? Por que eu demorei? -Perguntou.
-Porque ela está namorando o Valtor. -America disse e colocou as mãos na boca, como se tivesse falado demais. As palavras da America bateram duro feito pedra, fiquei magoado, chateado e irritado. Terminei o almoço e fui para o escritório, peguei uma garrafa de uísque do meu pai, e comecei a tomar diversas doses. Depois que o efeito começou a surgir, não sabia como me manter em pé. Sai do escritório e encontrei a America no caminho.
-Oritel, você está bêbado? -Ouvi ela dizer.
-Shhhhh, vai dormir maninha. -Eu disse e sai do palácio e fui em direção a vila. Para minha surpresa estava vazia, andei até a casa da Marion e comecei a gritar o nome dela.
-MARION! MARION! MARION! MARION, ABRE AQUI! EU QUERO FALAR COM VOCÊ! MARION, ABRE PRA MIM! -Gritei.
Pov Marion.
Ouve alguns gritos vindos da porta da frente, seriam os meus pais? Mas, eles não fariam tanto escandalo. Desci para ver quem era, e ao abrir a porta encontrei Oritel em seu pior estado. Ele estava completamente bêbado, e gritava coisas que eu não entendia.
-Essa foi a única forma que eu encontrei para dizer toda a verdade. Mas, eu ainda estou chateado com você. -Ele disse com a maior parte das palavras emboladas, se a situação não fosse tensa, seria muito engraçada. Coloquei Oritel para dentro de casa para que ninguém visse o princípe naquele estado.
-Oritel, o que aconteceu? Você não é de beber. -Eu disse.
-Eu bebi pra tentar não pensar em você, mas eu não consigo Marion. Eu te amo, eu sempre te amei. Com todas as minhas forças. A minha intenção, era de vir sóbrio pra poder me declarar pra você. Mas, a America disse que você está namorando com aquele babaca otário. E eu perdi você pra sempre. Eu queria me casar com você, ter filhos. Te tornar a Rainha de Domino. Eu te amo muito, Marion. -Oritel disse e as palavras dele bateram forte. Eu sabia que ele me amava mais não tanto. Por que esse idiota não disse isso antes?
-Oritel, por que você não me disse isso antes? -Perguntei.
-Eu não tive coragem, eu fiquei com medo de você me odiar por isso. E destruir nossa amizade. Então decidi que ter você apenas como amiga seria o suficiente. Mas, eu não conseguia mais guardar estava me sufocando. -Ele disse.
-Oritel. Me desculpa, eu gosto muito de você, mas... -Eu disse.
-Esse é o problema, você gosta de mim. Mas, eu te amo, Marion. -Ele disse com uma lágrima no rosto.
-Eu sinto muito, Oritel. Não queria que fosse assim. Mas, eu torço muito que você encontre alguém e seja feliz. -Respondi com o coração partido.
Pov Oritel.
Percebi que estava fazendo um papel de idiota na frente da Marion, me levantei tentando me recompor.
-Ótimo! Preciso ir. -Respondi friamente.
-Oritel, você está bem para isso? -Ela perguntou.
-Claro. -Respondi e então abri a porta e sai. Andei o caminho todo até o palácio com o coração partido pela minha melhor amiga, e pelo amor da minha vida. Que no caso eram a mesma pessoa. Cheguei ao palácio e fui direto ao quarto de America, que estava lendo um livro.
-Oritel? Fiquei preocupada. O que foi? -Ela perguntou ao ver as lágrimas nos olhos.
-Eu preciso de você. -Eu disse quando me ajoelhei em sua frente e a abracei.
-Oritel, o que foi? -Ela perguntou.
-Eu amo uma pessoa que nunca vai me amar. Eu seria capaz de dar a minha vida por ela. Mas, ela ama outra pessoa. -Eu disse chorando e a America me abraçou.
-Oritel, eu sinto muito. -Ela disse enquanto acariciava minha cabeça.
-Eu nunca vou conseguir ser feliz? -Perguntei ainda chorando.
-Vai, sim! Eu prometo, você vai encontrar alguém que te ama muito. E você vai amar essa pessoa da mesma forma. -Ela disse.
-Mas, eu amo a Marion. Nunca vou amar ninguém como eu a amo. -Respondi.
-Oritel, não pensa mais nisso. Só chora, e põe pra fora. -America respondeu enquanto acariciava minha cabeça. E eu chorava feito um bebê.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.