História They Don't Love Like I Love You - I know it breaks your heart

Me virei e vi que o objeto era uma pequena pedra roxa. E quem havia jogado em mim era o portador da voz, Oritel, o Príncipe de Domino. Eu o conheço desde que eu me entendo por gente. Sempre brincávamos juntos todas as manhãs, ele era meu melhor amigo e compartilhávamos muitos segredos. Nós tínhamos uma amizade muito saudável e ele se preocupava muito comigo, e eu com ele. 
Me levanto e olho com desprezo para o sucessor do trono real de meu planeta. Infelizmente não tive como não abrir um grande sorriso. O príncipe estava gargalhando tão alto que era impossível não se animar. Por fim o príncipe se recompôs e não deixou de fazer alguma brincadeira com a minha pessoa. Era impossível eu passar um dia sem ser zuada.
-Quanto tempo senhorita. -Oritel disse fazendo uma reverência muito mal feita.
-Sério? Eu te vi ontem à noite no jantar. -Respondi sorrindo.
-Jura? -Ele perguntou rindo.
-Eu queria ficar pra conversar. Mas, meus pais estão esperando. -Respondi.
-Ah, eles deixaram um recado. Eles foram resolver uns assuntos em Solaria, e deixaram para amanhã. Então acho que você tem a tarde livre. -Oritel disse com um sorriso travesso que me lembrava alguém.
-Aparentemente sim. -Respondi.
-Então podemos dar uma volta a cavalo? -Ele me perguntou sorrindo.
-Poderíamos, se eu soubesse andar a cavalo. -Respondi.
-Tudo bem. Eu posso te ensinar hoje. Vá se vestir!-Ele respondeu
-Vou com esse vestido mesmo. -Eu disse.
-Tudo bem então. - Oritel disse fingindo decepção -Como quiser! -Oritel completou.
Fomos até os estábulos, e Oritel escolheu o cavalo de cor branca, era o mais lindo do palácio. Na verdade ele tinha esse direito. Ele era o príncipe.
-Oritel, não sei se é uma boa ideia. Eu não vou saber fazer isso. -Eu disse a ele.
-Claro que vai, você vai subir e vai montar. E vai até a entrada da cidade. Você consegue. -Oritel disse.
-Sozinha? -Perguntei.
-Claro que não! Vou estar logo atrás de você caso aconteça alguma coisa. Mas vai ficar tudo bem.-Oritel respondeu
-Tudo bem então! -Respondi.
-Erick!- disse o príncipe ao chefe do estábulo- Prepare e traga o Neblon para cá por favor.
-Claro alteza! -Respondeu o homem.
Depois de mais ou menos meio minuto o homem aparece junto a um cavalo mesclado de marrom e branco. Ele era maravilhoso. O príncipe me ajudou a montar, e eu acariciei o animal.
-É seguro? -Perguntei
-Sim. Ele é um bom cavalo, não vai te jogar longe. Bom, te vejo lá embaixo- disse Oritel com um sorriso maldoso nos lábios.
-Não se atreva!- Eu disse ficando entre brava e morrendo de medo.
-Me desculpe!- Disse o príncipe para logo depois bater na lateral das coxas do cavalo e começar a rir.
Neblon saiu em disparada em direção à estrada e comecei a ficar apavorada. Por sorte Neblon era inteligente e começou a reduzir a velocidade enquanto se aproximava do ponto de encontro.
Por fim Neblon parou debaixo de uma grande árvore, na qual Oritel descrevera.
-Você é um bom cavalo! -Ouvi os galopes logo atrás de mim e ja deduzi que ele chegara-DIFERENTE DE SEU DONO!-Gritei virando Neblon e olhando feio para Oritel.
-Foi Difícil? -Ele perguntou sorrindo
Não consegui me irritar novamente.
-Até que foi divertido. Ele é um cavalo obediente. -Respondi.
-Me conta como foi sua manhã. -Oritel disse descendo do cavalo e pegando uma cesta que havia trazido -Almoço! -Oritel completou.
-COMIDA! Ah que bom, estou morrendo de fome! -Digo amarrando os cavalos em um tronco caído da árvore.
-Responde Marion! -Ele insiste.
Eu não sabia se era uma boa ideia falar de Valtor. Pois além de meu amigo, o Oritel era como um irmão mais velho e ia me encher de perguntas. Então era melhor evitar perguntas.
-Ah, foi igual as outras. Sai pra nadar e voltei para casa. -Respondi.
-Tem certeza? -Perguntou. Parece que  Oritel sentia a minha mentira.
-Absoluta. -Completei
                       ...
      -Acho que ele gostou de você!-disse Oritel enquanto eu dava uma maçã a Neblon.
      -Acho que sim!- respondo acariciando o cavalo 
      -Então ele é seu!
      -O que?
      -Isso mesmo! Neblon é seu!- disse o príncipe sorrindo
      -Jura?
      -Juro!
      -Mesmo?- disse sem conter a minha empolgação.
      -Marion ja falei que sim, mas que coisa!
      Corri e o abracei. Oritel fazia de tudo por mim, o que estava a seu alcance e o que não estava. Fiquei agarrada a ele um bom tempo. Quase não saíamos do Palácio e nunca tínhamos esse tipo de comportamento lá dentro. Era inadequado. Comecei a soltá-lo e nossos narizes se tocaram, uma onda de calor invadiu meu corpo, Oritel me olhava diferente, mas ao mesmo tempo do mesmo jeito de sempre. Senti um leve arrepio antes de voltar a mim. Me afastei e ambos ficamos vermelhos como pimentão.
      -Bom, acho melhor voltarmos ao castelo. Podem ficar preocupados conosco!-disse Oritel 
      -Também acho. -Respondi.
      - Então vamos senhorita!- disse o Príncipe fazendo mais uma gracinha e gesticulando para eu montar no cavalo
      Resolvi entrar na brincadeira.
      -Vamos adorável cavalheiro!-eu disse fazendo uma pequena reverência.
     Ambos caímos na gargalhada e nos jogamos no chão de grama dos primeiros dias de primavera antes de voltarmos às prisões do palácio.
      
                          ...
       Não me lembro de ter ido dormir, mas acordei com o sol na minha cara pela manhã e logo as lembranças vieram à tona e decidi fazer uma lista de coisas que você jamais deva fazer com o seu melhor amigo, ou pior, com o príncipe:
        
       *Não deixar o rei morrendo de preocupação com o filho
       *Não chegar nos limites do palácio rindo como se estivesse engolido ervas do riso
      *Não derramar suco no jantar
      *Não deixar seus sapatos cheios de lama no pé da escada principal junto com os do príncipe 
      *Não jogar água na melhor roupa do príncipe 
    POR MIL DRAGÕES VERMELHOS ÁGUA!....RIO!....VALTOR!
    Sai em disparada em direção ao relógio da sala para conferir as horas. Já estava encrencada. MUITO ENCRENCADA! 9:55! Teria que estar no rio às dez em ponto. Até eu me vestir e andar até lá seriam uns 20 minutos no mínimo. Não tinha todo esse tempo. Corri para meu quarto e vesti o primeiro vestido que vi em minha frente. Por sorte este era confortável, na altura ideal e perfeito para o clima. Corri novamente para a sala e encontro meus pais na sala de jantar tomando café.
       - Que cara é essa Marion? -Pergunta minha mãe cortando uma maçã no meio
       Fiquei em silêncio, sem resposta. Não  esperava os encontrar ali.
       - Pensei que  já estivessem no palácio! Normalmente tomam café lá!- digo
        - O rei nos deixou entrar mais tarde hoje por termos chego tarde de Solaria! Sente-se e coma algo filha!- disse meu pai
         - Ah não posso! Tenho que ir caminhar!- respondo 
         -Que obsessão Marion! Deixe disso- diz minha mãe- E por falar nisso, o rei disse para você nunca mais derrubar a coroa do filho dele em público!
          Ah otimo! Mais uma travessura para minha lista.
         -Bom tenho que ir! Viram minha capa?- Pergunto aos meus pais indo em direção à porta.
        -Serve essa pendurada logo aí? -Diz meu pai.
        -Serve! -Digo Rindo.
       Saio em disparada em direção à estrada para depois ter uma ideia muito melhor e muito mais rápida.
              
                          ...
       Neblon era um excelente cavalo. Oritel fizera uma boa escolha para mim. Oras, Oritel, quando eu voltasse iríamos ter uma pequena conversinha sobre o dia anterior.
       Passo pela cidade já acordada e vou em direção ao rio. Nosso ponto de encontro.
A minha sorte era que Neblon era um cavalo muito bem treinado porque eu mudava de direção toda vez que precisava virar.
       Escuto o barulho da corrente do rio e logo quando viro à sua margem o encontro sentado em um troco lendo um livro grosso. Me aproximo devagar para não assustar Valtor, mas ele sente minha presença e logo ergue os olhos.
        -Está atrasada!