História They pay me to chase you - Isso é uma ameaça?

Eu me convenci a não me sentir culpada por faltar no trabalho, apesar de quase fracassar. Eu trabalhava pesado todos os dias, era difícil eu passar um dia sem os olhos arderem por ficar na frente do computador. E ter que lidar com aqueles idiotas aproveitadores tentando pegar as minhas reportagens era tedioso e cansativo. Eu precisava seriamente de um tempo, mas depois sabia que ia ter que lidar com o meu chefe me dando um sermão e mais meio milhão de perguntas sobre como eu nunca faltava e o tanto que me dedicava. Sem contar nas zoaçoes de yan mi dizendo que eu faltei por causa de ressaca. A verdade é que eu não tenho ressaca. de qualquer jeito, não iria trabalhar.

Em relação á jimin, eu não vou mais trabalhar com ele, não quero nem saber. Vou pedir uma retirada de tarefa para ele, vou trocar com alguém, sei la, mas assim não da. Algo me dizia para falar com ele, e eu realmente vou fazer isso, mas não hoje. Segundo minhas pesquisas, ele só sai da empresa de manhã, além de que eu não vou ficar que nem trouxa na frente daquela porcaria de empresa esperando ele dar as caras e pedir desculpa. O que pretendo dizer? Simples, para me deixar em paz, apesar de que sou eu que persigo ele. Como vou fazer isso? Não faço a mínima ideia. Digamos que eu não quero falar sobre isso no café, qualquer um poderia ouvir, também não quero falar sobre isso nos fundos da big hit, nunca mais  quero ir para aquele fim de mundo.

Então esta decidido, amanha vou ir para o café e pedir para conversar com ele, depois vou abrir o jogo e dizer que vou trocar de cargo, depois ou vou para o trabalho e peço para trocar de tarefa com alguém, simples.

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Tudo normal até agora. Skate, jeans, camiseta preta, casaco xadrez vermelho, skate, toca. Mochila preta, câmera, pen-drive, celular, livro.  Deslizo pelas limpas ruas de Seoul, até chegar ao centro da cidade, atravessar a rua da big hit e entrar no café, sentando na rotineira mesa com banco acolchoado ao lado da janela. Fico desajeitadamente esperando jimin dar algum sinal de vida, mas não tinha pensado em certas coisas: talvez ele resolvesse simplesmente não aparecer hoje. Ele pode ter ficado envergonhado ou com raiva, com medo de eu contar alguma coisa para policia ou sei la. Talvez eu fique esperando ele que nem uma pata aqui a manha inteira, enquanto ele esta tomando café na própria empresa, sem nem se lembrar de mim ou do café. Talvez esteja ocupado demais para aparecer, ou se preocupar comigo. Talvez ele venha mas nem fale comigo, apenas se sente em uma mesa e observe o transito, tentando me ignorar, evitar, ou nem me perceber. Talvez eu estivesse me preocupando a toa, talvez ele não esteja nem ai. Mas por que eu quero que ele venha? Não seria melhor eu nunca mais ve-lo? Não seria melhor ele simplesmente sumir de uma vez, sem deixar vestígios? Não é isso que eu quero? Então por que? Por que me preocupo tanto com a ausência ou presença dele aqui?

Até que um vento frio invade o estabelecimento, fazendo eu voltar minha atenção para a porta dupla de vidro, e felizmente (ou infelizmente), la estava park jimin. Ele vem até mim e se senta á minha frente, apoiando seus cotovelos na mesa e me olhando preocupado

-esta tudo bem com você? Não era minha intenção apertar seus pulsos e... você machucou suas costas? Teve que usar remédios? Eu posso pagar se você...

-sim park jimin, eu estou ótima –o interrompo, falando secamente- agora eu não quero mais ve-lo, esta me escutando? Sim, eu era sua paparazzi, mas acho que a partir de hoje não vou mais ser, quem sabe meu chefe me permite trocar de cargo. Eu não estou aguentando te ver na minha frente, você é tao confuso e ainda por cima espalha toda essa sua confusão para as pessoas que estão com você. Eu não  consigo mais ver esse seu sorrisinho, me deixe em paz e não venha mais aqui, não tente falar comigo. Se eu soubesse que te conhecer iria provocar tudo isso em mim, eu não teria saído da cama aquele dia. Eu não quero te ver na minha frente.

-isso é uma ameaça? –ele arqueia as sobrancelhas

-não, é apenas um aviso.

-entao eu vou te dar outro aviso –ele se debruça sobre a mesa, olhando profundamente em meus olhos- eu vou achar você, você vai me pagar por todo esse prejuízo

-que prejuízo? Quem você pensa que é?

-acontece que eles ouviram seus gritos gramáticos aquele dia, e eu tive que contar o que aconteceu, então tive que me afastar desse lugar

-o que esta fazendo aqui então?

-vindo falar com você, não é obvio? Pare de vir atrás de mim, pare de vir aqui, esta me deixando louco.

-não posso parar de te perseguir –engulo seco

-e por que não?

-eles me pagam para perseguir você –olho para baixo, envergonhada

-voce não ganha bem?

-não é isso, é só que...

-quanto você ganha? –ele me interrompe- eu pago o dobro para você, apenas para ficar longe de mim. Você atrai problemas, como um imã

-não posso me afastar do meu emprego, é isso que você não entende! –aumento o tom de voz e bato na mesa, não muito forte

-me de um motivo, apenas um, para você ter que continuar naquela empresa

-digamos que... –respiro fundo- essa empresa é do ex marido da minha irma, e eu fui meio que obrigada a assinar um contrato dizendo que eu estava de acordo em trabalhar por até 5 anos na Young photos, coisas de família. Se eu sair de la, vou ter que ir morar no campo, com meus pais. –levanto meu olhar, observando seus olhos fixos nos meus- mas eu ainda quero fazer uma faculdade. Quero morar aqui, quero trabalhar aqui, e não tirando leite de vaca, retirando ovos do galinheiro... –volto meu olhar para minhas mãos- eu só queria viver em uma cidade grande, como uma pessoa normal. Eu quero ter uma vida aqui –sussurro e o olho, sua boca esta parcialmente aberta, enquanto alguns fios de seu cabelo castanho caem sobre a testa.

-... me da seu numero? –ele diz, em pouco caso

-o que?

-eu quero te ajudar. Você não pode simplesmente ser obrigada a trabalhar em um lugar por causa de um acordo que fez com sua irma e o ex marido dela.

-não é assim que funciona jimin... –olho em volta- tenho que ir, até... espero que nunca mais –levanto e coloco minha mochila sobre os ombros, mas ele segura meu braço antes de eu poder dar o primeiro passo

-eu ainda vou conseguir seu numero, e... eu ainda vou te ajudar com isso

-só... esquece ta? Isso é problema meu e de mais ninguém. –me solto de seu aperto e enfim saio deslizando com meu skate novamente pelo centro de Seoul, sentindo o vento gelado deixar minhas orelhas, nariz e olhos, frios.

Chegando na empresa, sou recebida com uma enxurrada de perguntas e pedidos de explicações, além de reclamações sem fim. Abro caminho no meio dos funcionários e ignoro totalmente yan mi, sem me importar com seu humor depois disso. Ando reto até a sala do meu chefe, me preparando psicologicamente para a bronca que viria, mas eu tinha que pedir a troca de serviço, urgentemente. Chegando la, bato pacientemente na porta e ouço sua voz grossa soar, então abro lentamente a porta, sentindo meu rosto ferver.

-com licença... eu posso falar com você?

-voce tem 20 minutos. Ah, e antes de qualquer coisa, preciso falar com você –ele estava serio, e não tirava o olhar de seus papeis cheios de letras

-prossiga –digo timidamente

-preciso saber o motivo da sua falta ontem –ele abaixa as folhas e entrelaça os dedos, me olhando com serenidade- sabe o quanto você é importante nessa empresa. Nunca faltou, em 2 anos e meio. Sei que é difícil manter o perfil de empregada exemplar, e que as vezes simplesmente é demais, que pesa muito e etc, mas você não sabe o quanto eu preciso de você aqui. Também sei que você precisa desse dinheiro –eu suspiro e me sento na cadeira que há à frente de sua mesa de vidro- não esta fácil, para ninguém, mas você é meu braço direito. Nunca falha em suas missões, é dedicada, rápida... você é a funcionaria perfeita. Acredite, eu queria poder te pagar mais do que você ganha, mas não posso. Você infelizmente esta na mesma altura de meus outros empregados, e no momento não tenho condições de aumentar seu status aqui dentro. Daqui a alguns meses até poderá ser, mas enquanto isso, terá de se contentar com o que esta disponível para o seu –ele limpa a garganta- nosso alcance. Desculpe por isso, mas evite ao máximo faltar, eu tive que pedir para Abe separar aqueles dados empresariais da carga sanitária da cozinha daqui, ele errou algumas coisas mas... bom, isso nao importa. O que queria falar comigo mesmo?

-eu queria... –estou com medo de pedir para mudar de cargo. Depois de todos aqueles elogios... eu me sinto constrangida- eu queria me desculpar e dizer que eu estava com machucados, então foi um pouco duro para mim vir trabalhar, tive uma manha dura –ele assente- na verdade eu estou aqui para pedir uma coisa. Será que o senhor... poderia trocar minha tarefa? Eu tive algumas complicações com essa que você me deu e não sei se eu seria capaz de... continuar –olho para minhas coxas e contraio os lábios. Era muita cara de pau eu pedir uma coisa dessas –se não tiver como trocar eu...

-na verdade, yoon cha, eu realmente nao teria como te trocar. Estamos tentando contratar alguns novos funcionários, mas esta difícil no momento. Temos que dar um jeito de aumentar a renda e ainda por cima continuar com o trabalho, de preferencia, que seja de ótima qualidade. Ultimamente os nossos patrocinadores não tem apresentado muitas promoções ou interessados em fotografar conosco, tenho que falar com ele depois –acho que ele se referia ao dono da empresa patrocinadora-  mas por agora, preciso que continue dando seu melhor, continue tentando. Quais sejam as dificuldades que esteja passando, boa sorte.

-obrigado, senhor –me levanto e faço uma reverencia- se precisar de uma ajuda extra com os projetos, pode me chamar –sorrio fraco e saio da sala –até mais.

Ai meu Deus. E agora? Aish, estou perdida.