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História Things i Can't ( Larry Stylinson) - I can't change...


Escrita por: crushforstyles

Capítulo 7 - I can't change...


Fanfic / Fanfiction Things i Can't ( Larry Stylinson) - I can't change...

 

Harry estacionou diante da casa de Louis e ficou muito tempo dentro do carro, indeciso se devia fazer aquilo. Podia ouvir a música alta e o som de risadas. A risada escandalosa e gostosa de Niall se sobressaindo entre as outras.

Aquela seria uma longa noite e Harry simplesmente não sabia se aguentaria fingir que nada estava acontecendo. Como manter indiferença com Louis tão perto? As palavras duras e cruéis de Gemma ainda dançavam em sua mente. Torturando-o. Culpando-o.

Era culpado por desejar Louis?

Era culpado por ter pensado em si mesmo pela primeira vez?

Era culpado por desejar ser feliz?

Talvez fosse culpado por estar mentindo para seu melhor amigo.

Respirou fundo e entrou na casa, logo sendo rodeado por aquelas pessoas que ele conhecia bem. Em pouco tempo estava com uma cerveja na mão e varias na cabeça.

Niall já estava bem exaltado e contava histórias engraçadas dos tempos de adolescência e da época da escola de ambos. Geralmente Harry o ajudava a contar essas maluquices que faziam quando estavam bêbados, mas não nessa noite.

O encaracolado estava inquieto como um bicho enjaulado, tomado por uma vontade incontrolável de gritar e sair dali. Seu peito parecia estar sendo comprimido e isso causava um dor que não sabia explicar. Uma espécie de bola parecia estar se formando em sua garganta e ele não teria como explicar se tivesse uma crise de choro ali. Porque essa era sua vontade agora...chorar!

Quando Niall engatou mais uma das varias narrativas de como ele e Harry pegavam todas as garotas no colegial, o garoto achou que já era demais. Tomou o ultimo gole de sua cerveja e se afastou da roda de amigos, com passos rápidos como se pudesse fugir de si mesmo.

Entrou em seu carro e bateu a cabeça contra o volante varias vezes. Queria encontrar uma maneira de parar toda aquela confusão de seus sentimentos. Gemeu frustrado quando viu Louis batendo na janela do carro. Bufou irritado quando ele entrou no carro sem nem pedir licença e o encarou. Aqueles olhos de mar era covardia.

- Eu preciso de algum tempo, Lou. – ele tentou não ser rude.

Louis se encolheu arriando os ombros. Não era a reação que esperava, mas não se moveu. Sabia que estava sendo coisa demais para Harry processar ao mesmo tempo. O olhar perdido do garoto dizia que ele estava prestes a explodir. O silencio reinou por um tempo, sufocante.

- Não sei mais se é realmente...isso que eu quero. – Harry quebrou o silencio, embora sua voz fosse pouco mais que um sussurro.

- A mim, parece que é exatamente o que quer. – Louis o encarou – eu não imaginei tudo o que vivemos juntos nas ultimas semanas, Harry!

- Mas não sei se é isso que quero...pra sempre. – Harry admitiu.

- O que quer dizer com isso? – Louis parecia magoado.

- Não é tão fácil pra mim quanto parece ser pra você, Louis! – o garoto se agitou – isso é algo totalmente novo pra mim. Eu tenho a impressão que vou ficar louco com tanta coisa na minha cabeça...

- Se está agitado assim por causa do Niall...

- Não tem nada a ver com Niall...você não entende! – Harry gemeu frustrado – não posso simplesmente fazer o que quiser. Minha vida não é fácil assim.

- Você é jovem e inteligente. Tem um dom especial que está desperdiçando... – Louis começava a se frustrar também – não poderá adiar sua vida para sempre Harry! Nunca vai conseguir o que quer se não agarrar a chance de mudança.

- Agarrar? Você e Niall sempre puderam apontar e agarrar o que bem desejavam, sem questionar nada! – ele disse amargo -  mas não percebe que não é assim para as outras pessoas. Ignorante de merda!

- É fácil falar, quando você e Gemma culpam todos, apenas por não poderem fazer as coisas, por si mesmos!- Louis também se exaltou – como você chama isso?

Os dois se encararam por um tempo, com os olhares carregados de fúria e magoa. Ambos teimosos e geniosos. Ambos querendo controlar o que sentiam e vendo tudo desabando.

- Por que está fazendo isso? – Louis o encarou, vendo as lágrimas em seus lindos olhos verdes – por que tão determinado em me afastar?

- Não me venha com essa conversa sentimental de bicha! – disse cruel.

Aquilo doeu e Louis se encolheu. Não que tivesse vergonha por ser gay, mas porque aquele mesmo garoto que dias atrás gemia em seus braços, agora o olhava com desprezo, com nojo. Como podia esquecer cada toque, cada gemido, cada beijo, cada palavra sussurrada e as vezes gritada durante o orgasmo? Como podia negar o que sentiam?

- Estou cansado de ser o cara dos seus sonhos, Louis. – Harry secou as lagrimas com raiva – encontre outra merda de fantasia. Encontre outra inspiração para o que escreve.

- Você é um filho da puta covarde! – Louis apontou o dedo no rosto dele – eu não te forcei a nada. Sabia exatamente o que estava fazendo quando se meteu na minha cama e abriu as pernas pra mim. E você gostou daquilo Harry!

- Pra mim chega! – Harry disse com o maxilar travado de raiva.

- Continua sendo um covarde! – Louis lamentou.

- Essa merda acaba agora. – Harry se debruçou sobre ele e abriu a porta do carro – cai fora. Agora!

Louis o olhou como se o desconhecesse, mas não ofereceu resistência quando Harry praticamente o empurrou para fora do carro e saiu cantando pneu.

 

No dia seguinte...

Harry estava de ressaca e mau humorado. Mesmo assim tinha que ir trabalhar e fazia suas obrigações lentamente, quando bateram na porta.

- Estamos fechados! – ele gritou sem nem mesmo olhar quem era.

A batida persistiu e ele estava prestes a xingar, quando viu Niall através da porta de vidro. Claramente com ressaca. Sorriu quase sem perceber e foi abrir a porta.

- O que está fazendo aqui, cara? – deu passagem para o amigo se arrastar pra dentro do estabelecimento.

- Preciso de café. – o loiro gemeu, se jogando no balcão – me diz que tem café aqui, Harry! Porra! Estou numa ressaca infernal!

- A cozinha já fechou. – Harry riu ao ver o amigo bater a cabeça no balcão e gemer de dor – mas acho que posso providencia um café pra você.

- Por misericórdia... – Niall disse dramático, praticamente deitado sobre o balcão.

Harry riu disso e foi pegar um café forte para ajudar a curar a ressaca do amigo. Niall o observou por um tempo, como se tentasse perguntar algo e não tivesse certeza de como fazer isso. Era novidade entre eles, esse tipo de constrangimento. Sempre contavam tudo um pro outro, desde crianças.

- Acordei tarde hoje – Niall olhava a xicara fumegante de café que foi colocada diante dele – nem te vi indo embora ontem. E então...

- Então? – Harry o encarou confuso.

- Por que não me contou? – Niall resolveu ser direto.

- Contar o que? – Harry começou a limpar o balcão de forma desajeitada, apenas para não encarar os olhos de Niall.

- Eu não me importo...se quer saber. – Niall disse – falo sério, cara.

- Não sei nem do que está falando. – o outro desconversou.

- Você sempre soube ou descobriu apenas agora? – Niall não desistia.

- Sério Niall? Não sei do que está falando...

- Tudo bem. – Niall suspirou e tomou um longo gole do café. – mas o fato de ser com meu irmão é mesmo...estranho.

- Eu sei... – Harry finalmente admitiu.

- Eu quero dizer muito, muito estranho. Vocês se conhecem desde crianças e... Louis é assumido já tem algum tempo. Teve um relacionamento de merda com um idiota em Los Angeles, que partiu o coração dele e...ai temos você. Meu melhor amigo e meu irmão. É estranho.

- Ok, eu já entendi. – Harry resmungou – me desculpe, cara.

- Não me peça desculpas. Não me deve nada, Hazz!

- Apenas não conte a ninguém, ok? – Harry pediu.

- Já esteve com outros caras, além do meu irmão? – Niall quis saber.

- NÃO!! – Harry arregalou os olhos – que coisa, Niall!!

- Ouvi dizer que eles chupam melhor do que as garotas. – o loiro já estava no modo safadeza novamente – isso é verdade? Como Louis se saiu? Ele chupou você gostoso? Ou foi você que...ai droga! Não quero essa imagem na minha cabeça.

- Para com isso, pelo amor de Deus! – Harry estava corado.

- Ultima pergunta: Louis engole?

- NIALL!! – Harry queria que o chão se abrisse de tanta vergonha.

- Acha aquele cara atraente? – Niall apontou alguém passando na rua.

- Porra cara! Quer parar com isso? – Harry se exaltou.

- Onde foi ontem a noite Harry? – Niall agora estava sério.

- Não dormi com Louis se é o que quer saber. – Harry resmungou – dormi no meu carro.

- E por que não dormiu lá em casa? – o outro não entendia. – isso entre você e Louis não devia mudar as coisas.

- Acha que não muda as coisas? – disse amargo – tem razão, Niall.

- Não gosto desse seu tom irônico. Eu era o cara com quem você costumava conversar antes de se meter na cama do meu irmão. Lembra disso? Isso não é fácil pra mim, mas não estou aqui te julgando e nem nada.

- Não é fácil pra você, certo? Como acha que é pra mim? – Harry não escondia a amargura em sua voz – de qualquer forma, já acabou. Então vamos apenas esquecer isso, ok? Agora dá o fora daqui porque tenho que limpar tudo e você já está com a vida ganha.

Niall se levantou e Harry o acompanhou até a porta. Parecia que um precipício havia se aberto entre os dois. Até que Niall o puxou para seus braços, com aquele abraço de urso que apenas ele sabia dar.

- Ainda somos camaradas, certo? Você ainda é meu melhor amigo. Eu te amo cara e nada vai mudar isso.

- Também te amo, seu idiota. – Harry correspondeu ao abraço.

Harry respirou fundo quando o amigo se foi. Pelo menos Niall não o julgaria como Gemma havia feito. Depois de fazer todo o seu trabalho, trancou o restaurante e ficou horas sentado, olhando a parede em que havia retratado parte de sua cidade. Sua arte. Seu sonho. Um pouco dele estava naquela parede.

Talvez Louis tivesse mesmo razão quando dizia que ele era covarde por não correr atrás dos seus sonhos. Covarde por não aceitar que o que tinham era especial. Covarde por não usar seu dom especial para as artes. Covarde por não conseguir deixar Gemma lidar com as próprias responsabilidades e deixando ele mesmo de viver a própria vida.

Estava exausto. Não tinha dormido nada a noite toda e trabalhado o dia todo. Não queria ir  pra casa e enfrentar o olhar reprovador de Gemma. Se viu batendo na porta da casa de Allison, mas a garota não o deixou entrar. Harry devia esperar por isso, depois da maneira como ele a havia tratado. Tudo o que ele precisava era de um lugar para descansar e dormir um pouco, mas aquela porta parecia ter se fechado pra ele, definitivamente.

Sem escolha, foi para casa. Precisava dar um rumo a sua vida. E começaria isso, enviando seu portfólio para a CalArtes. Revirava os vários papeis em cima da mesa, sem encontrar a ficha de inscrição que Louis havia lhe dado.

- Gemma! – ele gritava – Gemma!!

- Onde é o incêndio? – a garota veio apressada – por que essa gritaria toda?

- Eu deixei papeis importantes aqui. Meu portfólio e minha inscrição para CalArtes. – ele ainda revirava os papéis – não posso perder o prazo.

- Não vi nada. – Gemma estava de braços cruzados, recostada na porta – por que insiste nisso, Harry? Já te rejeitaram uma vez. Por que passar por tudo isso novamente?

- Só pensei em tentar mais uma vez. – ele disse sem encará-la.

- Não devia perder seu tempo. Aquele lugar é cheio de riquinhos mimados e que acabarão em lojas de arte.

-Talvez esteja certa e talvez eu queira fazer parte disso.

- Estão contratando no Ocean. Não quer que eu te inscreva lá? – ela insistia – é um bom trabalho e pode guardar uma boa grana.

Harry suspirou. Sua irmã nunca entenderia o que aquilo significava pra ele. Gemma não via nada além de seu mundinho pessoal. Não via a frustração constante no irmão.

Covarde! Isso era o que ele era!


Notas Finais




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