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História Things So Complicated. - Três


Escrita por: Percabeth201

Notas do Autor


Capítulo revisado

Capítulo 4 - Três


☆☆☆☆☆

 

Pov's Annabeth 

 

Depois de sair da mansão dos Jackson eu tive que parar um pouco para poder respirar, eu tinha sobrevivido ao meu primeiro dia de trabalho, mesmo sem saber o que estava fazendo, eu consegui cuidar daquelas crianças que de fato são tão mal cuidadas. 

O pai as ama muito, mas a mãe? 

 

Annie notou como os pequenos tentavam chamar a atenção da mãe  melhor forma que encontravam, apesar de ainda ter apenas cinco anos a pequena Isa já era muito esperta, mas também escondia uma grande tristeza no olhar, ela tenta chamar a atenção dos pais através da sua falta de atenção, o que era meio contraditório. 

A garota era inteligente, mas ela não esquecia as coisas por ser distraída, e sim para quem sabe conseguir mais atenção da mãe e do pai.

Já o Victor não esconde que quer atrair a atenção quando destrói os quadros da mãe, ele tem ressentimentos pois ela dedica mais tempo para fazer outras coisas a dar um pouco de carinho ao filho, esse foi o seu jeito torto de dizer " ei mamãe olhe pra mim". 

Já a Cristal não entende muito bem as coisas, mas ela já entendeu que se ela chorar mais persistente ela pode atrair a atenção do pai, e que filho não quer isso? Que filho não quer ter os pais sempre por perto? Até mesmo se for para lhe dar uma bronca? Pois isso demonstra que eles se importam. 

E os três pequenos fazem tudo o que estão ao seu alcance para ter um pouco a mais dessa atenção, a diferença era que o senhor Perseu tinha que trabalhar e a senhora Bianca estava muito ocupada fazendo as suas futilezas. 

 

Atravesso a rua e antes de sair do condomínio de luxo eu vejo um rapaz da minha idade me encarando, ele tinha os cabelos claros e estava caminhando na minha direção, e com um susto me lembro de ter o visto antes. 

 

_Olá - ele diz se aproximando. 

_Olá - digo quando ele para na minha frente. 

_Nunca te vi por aqui antes - diz me encarando. 

_Sou a nova babá dos Jackson - digo depressa antes que ele pense que estou lá para roubar. 

_Ah - diz pensativo - acredito que vai durar mais do que as outras. 

_Tomara - suspiro - eu sou a Annabeth. 

_Prazer minha bela - diz beijando a minha mão - eu sou o Jason, e não se assuste quando me ver na casa dos seus patrões. 

_É amigo da família? - pergunto. 

_Sim, eu sou o melhor amigo do Percy - diz sorrindo como se estivesse me avaliando. 

_Fico feliz - digo baixo - isso tudo ainda é muito novo pra mim. 

_Serei o seu amigo - sorri - e pode ter certeza de que eu não vou ser o único. 

 

E com essas palavras ele saiu ainda sorrindo, não sei por que, mas aquele sorriso me deu um arrepio na espinha. 

Penso por um instante que o Jason queria algo a mais do que ser o meu amigo, porém me lembro de um detalhe importante. 

 

_Se ele mora aqui ele também deve ser cheio da grana - sussurro - e nunca iria se interessar por alguém como eu. 

 

Suspiro e saio depressa do condomínio, vou para o ponto de ônibus e pego a minha condução. 

Estou feliz. Nem acredito que passei pelo  meu primeiro dia de trabalho, depois de tantos meses de procura eu cheguei a pensar que esse dia nunca fosse chegar. 

E o melhor é que não aconteceu nada que me fizesse me sentir como se fosse o fim do mundo, e tenho certeza de que o dia de amanhã será melhor ainda. 

Hoje mesmo eu vou pesquisar alguns livros didáticos aonde eu possa elaborar atividades mais educativas para as crianças, e também tenho que ler alguns livros de receitas saudáveis e gostosas para fazer para eles, e  também criativas. 

Eu nunca pensei que um dia eu fosse me interessar por alguma dessas coisas, mas eu já me apaixonei por esses pequenos e eles estão morando no meu coração e eu vou fazer de tudo para os deixar mais felizes. 

Aquelas crianças precisam de muito amor, e estou disposta a oferecer o melhor de mim. 

Finalmente chego em casa, abro a porta e jogo as minhas chaves dentro de um pote que ficava perto da porta - juntamente com outras chaves. 

Felizmente eu não encontrei com o Hermes ou com o Luke, e fico imaginando o que será que eles estão fazendo, já que não estão me esperando para acabar com a graça do meu dia. 

 

_Mãe? - a chamo, mas ninguém responde. 

 

Suspiro e vou para o meu quarto e fecho a porta com cuidado. 

Antes de desabar na minha cama eu pego uma toalha e outras coisas e vou em direção ao banheiro que ficava perto do meu quarto. 

Entro no banheiro e tranco a porta - sim eu tinha medo do Luke fazer algo enquanto eu estivesse distraída no banho. 

Tiro a roupa e ligo o chuveiro e entro debaixo da água quente, sinto os meus músculos se relaxando e sorrio tranquila, era como se um grande peso estivesse sendo tirado de cima das minhas costas. 

A água quente tinha esse poder sob o meu corpo, fecho os meus olhos e enquanto passo o sabão no meu corpo eu me lembro de algumas coisas que aconteceram antes de sair da mansão dos Jackson. 

As crianças me pediram para ficar mais um pouco com eles, e eu estava disposta a ficar com eles, até que a babá da noite chegasse. 

Mas a senhora Bianca chegou e foi muito fria com os pequenos, os tratou como se eles fossem adultos e já pudessem entender as coisas que se passavam, eu sei que não podemos ter tudo o que querermos - como ela mesma disse - mas eles são crianças e não estavam pedindo algo impossível, eles só queriam um pouco mais da minha atenção, pois eles não tinham isso dos pais. 

Eu poderia ter ficado um pouco mais com eles, mas a senhora Bianca não permitiu, ela é muito fria e passa o dia todo fazendo coisas frescas, e o pior é que ainda está tendo um caso com o motorista, como uma mulher que tem um marido tão gostoso, pode pensar em ter um amante? 

 

_Para fazer com que ele sinta na pele o que ela sentiu quando ele a traiu - digo alto. 

 

Ela é linda, veste roupas caras e ousadas, tem o cabelo com o corte da moda, tem um corpo perfeito, porém meio artificial, ela parece ser muito nova, mas dá para notar que ela já fez alguns procedimentos no rosto, pois ninguém poderia ter o rosto assim tão cheio de perfeição, e ser apenas uma boa genética. 

Termino de tomar banho e seco o meu corpo e coloco uma roupa qualquer e saio do banheiro e vou para o meu quarto. 

Me distraio pensando em como a senhora Bianca parece que não se importa com os filhos, ela os trata como se eles fossem adultos e soubessem, e tivessem a obrigação de entender tudo o que acontece com eles. 

Ela não vê que eles são crianças e que precisam de amor e carinho para poder entender mais as coisas, eles não são uns enfeites bonitos os quais ela se cansou depois de um tempo. 

Mas amanhã eu vou falar com eles, e vou fazer isso com muito cuidado e carinho, eles são sensíveis e podem se magoar com muita facilidade e isso não é justo. 

Eu tive que me segurar muito para não dizer para aquela mulher de gelo que não era assim que se falava com uma criança, ainda mais com os filhos que ainda não tem idade o suficiente para entender a cabeça da mãe pirada que eles tem, mas eu me lembrei das palavras da Piper em como aqueles ricos gostavam de humilhar as pessoas sem motivos. E eu não quero dar motivos para ninguém me humilhar, ou até mesmo me demitir no meu primeiro dia de trabalho, e a minha mãe deixou claro que eu devo fazer de tudo para não perder esse emprego, pois se isso acontecer ela não vai poder impedir que o Hermes me expulse de casa. 

Mas se isso acontecer eu vou ter que ir pedir ajuda para os meus tios e abandonar de vez a minha mãe, mas isso eu não posso fazer, ainda não. 

Entro no meu quarto ainda passando a toalha e secando os meus cabelos, e levo o maior susto quando vejo a minha mãe na cama com os braços cruzados. 

 

_Olá mãe - digo baixo - me assustou. 

_Por que? - pergunta curiosa - estava fazendo algo errado? 

_É por que eu a chamei quando cheguei e ninguém me respondeu - explico. 

_Estava terminando de colocar as roupas no varal - diz baixo - e não te escutei chegar. 

_E o que está fazendo aqui? - pergunto a encarando. 

_Vim saber como foi o seu primeiro dia de trabalho - fala e pela primeira vez sorri. 

_Foi meio cansativo - suspiro - mas foi tudo bem mãe. 

_Cansativo? - ri - o que pode ser cansado em ser uma babá? 

_Já cuidou de três crianças de uma vez? - tento não me irritar - e uma dessas crianças é um bebê que requer a minha atenção e cuidados a cada minuto, e ainda tem um menino de três anos que precisa de cuidados. Mãe além de cuidar deles como uma mãe eu ainda arrumo as coisas na casa pra eles, então não me venha com ironias insinuando que eu fiquei de pernas para cima o dia todo. 

_Calma, eu não quis te ofender - se defende. 

_Pior que quis - suspiro - bom o meu dia foi ótimo, era só isso? 

_E os seus patrões como são? - pergunta. 

_Ainda não tenho um pensamento definitivo deles - digo - mas são pessoas de bem se é isso que te preocupa. 

_E tem garotos da sua idade? - sorri - quem sabe não encontra um amor? 

_Mãe - resmungo - estou indo trabalhar, não indo atrás de namorado. 

_Nossa veio toda irritadinha - reclama. 

_O que mais? - suspiro tentando manter a calma. 

_Como são as crianças? - pergunta sorrindo. 

_Uns amor - também sorrio - eles são muito especiais. 

_Estou feliz por você filha - diz se levantando e beija o meu rosto - vou terminar o jantar, não se atrase. 

_Não vou - sussurro. 

 

A minha mãe era estranha, a cada segundo ela muda de humor, primeiro insinua que eu não fiz nada o dia inteiro, depois quer saber se tem algum cara em que eu possa namorar - como se qualquer pessoa de lá fosse se interessar por uma simples babá - e por último pergunta sobre as crianças e sorri dizendo que está feliz por mim. 

E eu só consegui enxergar a minha verdadeira mãe, nesses momentos antes dela sair do quarto, e mais uma vez eu tenho as minhas dúvidas sobre o Hermes está lhe fazendo uma lavagem cerebral, é como se ela me amasse e me odiasse ao mesmo tempo, e isso eu não consigo entender, não mesmo. 

Quando entro na cozinha eu dou de cara com o Hermes. 

 

_Boa noite - sussurro me sentando no meu lugar. 

_Boa noite - ele responde e me encara - teve algum problema no trabalho. 

_Não - digo alto - ocorreu tudo bem. 

_Muito bom - resmunga - pois você sabe o que vai acontecer se você perder esse emprego. 

_Sim eu sei- suspiro. 

_Você vai morar na rua - diz firme. 

_Mas eu não vou ser demitida- falo sem paciência - porém se isso acontecer, eu terei que procurar os meus tios. 

_Os seus tios? - pergunta assustado. 

_Sim Hermes, se isso acontecer eu vou procurar os irmãos do meu pai - falo cada palavra com firmeza. 

 

Ele não diz nada e começamos a comer em silêncio. O Luke se senta ao lado do pai e me dá um sorriso assustador, o ignoro e volto a comer em silêncio, e felizmente ninguém mais quis saber se eu fui demitida no meu primeiro dia de trabalho. 

Depois de comer eu volto para o meu quarto, eu não estava com paciência para ouvir os insultos do Hermes. 

A minha vontade era de ligar para os meus tios, para que eles me levem com eles e ainda dêem uma surra no idiota do Hermes e no Luke de quebra, mas eu ainda tenho esperanças de convencer a minha mãe a largar esse perdedor que ela chama de marido. 

Eu ainda acredito que ela possa me escolher, e assim podemos refazer as nossas vidas. 

Pego o meu notebook - presente dos meus tios - e começo a fazer uma rápida pesquisa sobre alguns passeios educativos para as crianças - no dia seguinte eu não posso me esquecer de perguntar a Cármen se as crianças podem sair do condomínio - penso em tantas coisas divertidas que podemos fazer. 

Escuto uma batida suave na porta. 

 

_Pode entrar - digo baixo - oi mãe. 

_Oi querida, tudo bem? - pergunta olhando para as paredes como se alguém tivesse se escondido no meu minúsculo quarto. 

_Sim - respondo - o que aconteceu? 

_Eu só vim te avisar que eu vou sair com o Hermes - diz alto. 

_Sair? - repito assustada pois eles nunca saiam juntos. 

_Vamos ao bar - diz baixo - beber umas cervejas e comer uns petiscos. 

_Que bom mãe - sorrio. 

_Por que? - pergunta desconfiada - pretende se encontrar com alguém? 

_Não - resmungo - estou feliz por você sair um pouco. 

_Não vamos demorar - diz finalmente. 

_Se divirta - sorrio. 

_Vou tentar- ela sorri e beija a minha testa- boa noite querida. 

_Boa noite mãe - digo e ela sai do quarto cantarolando. 

 

Ir ao bar da esquina não era um programão, mas era o máximo do que o Hermes poderia fazer para agradar a minha mãe. 

Depois de pesquisar algumas coisas eu pego um livro e me deito na minha cama e começo a  ler. 

Estou tão distraída com o meu romance que levo o maior susto quando alguém abre a porta de uma vez. 

Era o Luke. 

Me amaldiçoei mil vezes por não ter trancado a porta, os nossos pais não estavam em casa, então seria uma boa oportunidade dele me atormentar para que eu possa ir pra cama com ele. 

E isso eu não vou fazer, nunca. 

 

_Olá Luke - digo quebrando o silêncio. 

_Olá querida irmã - diz sorrindo. 

_O que você quer? - pergunto educada. 

_Eu vim aproveitar que os nossos pais saíram - o meu coração se esfria - para poder curtir um pouco. 

_E o que pretende fazer? - pergunto forçando um sorriso. 

_Beber um pouco com os meus amigos - diz enigmático - não se importa de ficar sozinha? 

_Não tem problema - suspiro - já vou dormir, amanhã tenho um longo dia. 

_Imagino - ele da uma risadinha - boa noite minha linda. 

_Boa noite Luke - digo aliviada. 

 

Eu nunca me senti tão aliviada em saber que o Luke iria sair, eu estava com muito medo de que ele aproveitasse para fazer algo comigo, porém mesmo assim o meu coração ainda está frio e sinto que algo ruim pode me acontecer. 

 

_Mas o Luke vai sair - sussurro aliviada - então ninguém vai me fazer mal. 

 

Volto a ler o meu livro e depois de uns vinte minutos eu sinto um pouco de sono e resolvo ir dormir pois o dia seguinte não seria nada fácil, já que eu pretendia fazer várias coisas com as crianças. 

Guardo o meu livro, e coloco uma blusa fina e um short curto e arrumo as minhas cobertas na cama, me deito logo em seguida, e apago a luz e adormeço logo. 

Acordo escutando passos no corredor perto do meu quarto, alguém abre a porta do quarto bem devagar, e se aproxima da minha cama bem devagar novamente. 

Sinto um calafrio passar pelo meu corpo, e o meu coração sobe na boca quando alguém se senta na minha cama. 

 

_Já veio mamãe - digo abrindo os olhos. 

_Não sou a sua mãe - alguém diz me assustando. 

_Luke- grito assustada - o que está fazendo aqui?. 

 

Ascendo a luz e quase dou um pulo, o garoto estava me encarando, mas o seu olhar não estava normal, e eu via um fogo nos seus olhos, algo maligno. 

 

_Vim mais cedo - diz sorrindo - que mal tem? 

_Nenhum - sussurro - mas o que está fazendo no meu quarto. 

_Vim lhe dar boa noite- diz enigmático. 

_Boa noite Luke - digo alto. 

_Aí vi o seu corpo - diz ofegante - e você é tão linda. 

_Para com isso - sussurro. 

_Não é justo - grita. 

_Melhor dormir Luke - digo mais alto. 

_Esta bem - respiro - me da um beijo? 

 

Sorrio e beijo o seu rosto contra a vontade. 

 

_Na boca - ele me puxa e beija os meus lábios. 

_Não - engasgo pois ele estava fedendo a cerveja. 

_Você é tão gostosa - ele diz apertando o meu rosto me machucando. 

_Me solta - choro. 

_Não é justo - diz encarando os meus seios - tão macios - ele aperta o meu seio e sorri. 

_Me solta - me mexo. 

_Tão perfeita - diz me ignorando. 

 

Ele passa os dedos pelo o meu corpo me deixando com muito medo. 

 

_Luke eu vou gritar - sussurro. 

_O pai nem a sua mãe estão aqui- sussurra e puxa as minhas cobertas e acaricia a minha coxa. 

_Para - peço. 

 

Ele não me escuta e aperta a minha coxa e para na minha virilha. 

Fecho os olhos quando ele começa a me tocar. 

 

_Não - grito. 

_Sim - diz e rasga o meu short- você é linda. 

_Me solta - choro e ele coloca a minha calcinha de lado e começa a me tocar com o seu dedo. 

_Coopere amor - diz rindo - vai doer menos. 

_Solta - tento o empurrar. 

 

Ele sorri e tira a mão do meu rosto e rasga a minha blusa- felizmente eu estava de sutiã - e aperta os meus braços os deixando roxos. 

 

_Esta me machucando - choro. 

_Então fique quieta - pede. 

 

Ele aperta as minhas coxas muito forte enquanto beija o meu pescoço e eu tento o chutar mas ele segura as minhas pernas. 

 

_Annie se você resistir vai doer - diz muito baixo - então relaxe e curta o momento. 

_Vamos conversar, você não quer fazer isso - digo chorando. 

_Sim eu quero - diz me apertando - fazer isso desde o dia em que eu te vi. 

_Por favor - imploro mas ele me machuca mais. 

_Sabe eu escutei os nossos pais dizendo que você é virgem- sussurra - e eu quero ser o seu primeiro. 

_Não sou virgem - tento dizer. 

_Não mente - se irrita e me bate. 

 

Tento chorar mas o Luke cobre a minha boca para não escutar. 

Estou apavorada, pois esse cretino vai me estuprar. 

Tomo coragem e chuto no meio das suas pernas. 

 

_Aí - ele geme e me solta. 

 

Aproveito e saio correndo desesperada, passo pela porta e nem coloco um chinelo ou algo por cima das minhas roupas rasgadas, estou cega de desespero. 

Abro a porta da frente e saio correndo sem saber para aonde vou, ou que vou fazer. 

 

_Annabeth volta amor - escuto o Luke me chamando. 

_Nunca- sussurro e começo a correr sem olhar para onde estou indo. 

 

Eu só sei que preciso ficar muito longe do Luke. 

Vejo um carro se aproximando e não sei se peço ajuda ou saio correndo, pois quem estiver nesse carro vai pensar que eu sou uma prostituta e nem vai parar. 

Para a minha sorte o carro para e alguém sai, tomo um susto quando alguém chama o meu nome. 

 

_Annabeth - alguém diz. 

_Senhor Perseu - digo assustada. 

 

O meu coração disparou, mas não tenho certeza se foi de medo ou de outra coisa.

Entre tantas pessoas que poderiam aparecer na minha frente, e justamente ele que apareceu, o senhor Perseu, com aqueles olhos verde mar que me deixaram hipnotizada, e com aquele corpo tão tentador. 

Ele estava tão lindo, com calça jeans e uma blusa de frio preta, era como se ele tivesse acabado de sair de um filme de ação, que o deixava terrivelmente tentador. 

 

_Annabeth? - pergunta me encarando - aconteceu algo. 

_Não - digo depressa, pois eu não queria que ele pensasse que eu não era apropriada para cuidar dos seus filhos. 

_Me desculpe - diz me olhando da cabeça aos pés - mas acredito que não sai no meio da noite com as roupas rasgadas. 

_Ah - resmungo sem saber o que eu iria dizer, e só agora que eu fui notar que eu estava quase nua e descalça. 

_Não é nada - suspiro - um desentendimento familiar - tento me explicar, mas isso não convencia nem a mim. 

_Um desentendimento familiar- repete - é melhor ir para a sua casa, essas estradas a essa hora é  bastante perigoso para uma garota. 

_Voltar pra casa - sussurro - o Luke vai estar me esperando - penso angustiada. 

_Vem deve estar com frio - ele tira a sua blusa e coloca no meu corpo gelado. 

_Obrigada - digo encarando o chão. 

_Eu quero te ajudar - sussurra - você está com as roupas rasgadas, os braços com machucados e visivelmente nervosa. Foi assaltada?

_Sim- digo depressa, mas eu estava com uma roupa de dormir e não teria como mentir - quer dizer, não. 

_Pode confiar - diz se aproximando. 

_O meu irmão - sussurro encarando o chão - tivemos um desentendimento. 

_Brigaram e você saiu correndo? - pergunta sabendo que a verdade era outra. . 

_Ele tentou me pegar a força - digo segurando as lágrimas. 

_O seu irmão? - se assusta. 

_Ele é filho do meu padrasto- explico - ele bebeu um pouco e achou que poderia me pegar a força. 

_E a sua mãe? - pergunta. 

_Saiu com o meu padrasto - choro - aí o Luke teve a excelente idéia de tentar me estuprar já que eu não queria. 

_Ele fez o que? - grita e se aproxima. 

_Ele tentou me estuprar- deixo as lágrimas escorrerem - por isso sai correndo sem saber para onde ia. 

_Quer ir à uma delegacia- pergunta - eu lhe acompanho. 

_Não - digo depressa - amanhã eu vou conversar com o meu tio e ele vai resolver isso. Obrigada. 

_Tem algum lugar para ir? - pergunta. 

 

Paro para pensar, eu poderia ir para a casa da Piper, mas aí a mãe dela iria me arrastar até uma delegacia. Eu poderia ir agora procurar o meu tio, mas ele iria vir matar o Luke. 

 

_Pode me deixar em qualquer lugar - digo baixo - logo o Luke dorme aí posso voltar para casa. 

_Esta certo - diz depois de um tempo - entre no carro. 

 

Suspiro e entro no seu luxuoso carro, fecho a porta e ele também entra no carro e liga o aquecedor. 

E só agora fui notar que eu estava tremendo de frio, choro baixinho e sinto as lágrimas quentes escorrerem. 

Ele não diz nada e começa a dirigir em silêncio, eu estava tão nervosa que nem tinha dito aonde eu morava, talvez ele me leve para alguma pensão ou me deixe mesmo vagando pelas ruas até dar tempo da minha mãe chegar em casa. 

Depois de uns minutos ele começa a estacionar o carro, encaro a janela e me assusto pois estamos no centro da cidade. 

 

_A onde estamos? - pergunto assustada.

_Eu imaginei que não queria voltar pra casa - diz baixo - e como aposto que não quer ir para a minha casa. 

_Não - digo depressa - não precisaria se incomodar. 

_Então - continua - eu te trouxe a um lugar aonde passar a noite. 

_Uma pensão? - penso encarando a rua - é que eu não trouxe dinheiro - explico sem jeito. 

_Não precisa pagar, vem - ele sai do carro e eu também saio e fecho a porta com calma. 

 

Quase não saio do lugar quando eu vejo que ele está me levando para um hotel de luxo. 

 

_Não tenha medo - diz me puxando pela mão. 

 

Suspiro fundo e deixo ele me conduzir, entramos no hotel e me assusto mais ainda, o lugar era muito luxuoso, com lustres chiques, quadros de pintores famosos, escadas com tapetes vermelhos, e as paredes eram tão brancas como a neve. 

O lugar mais parecia um castelo, e eu nunca pensei que um dia eu iria colocar os meus pés em um lugar tão lindo assim. 

 

_Vou pegar as chaves do quarto - diz. 

 

Enquanto o senhor Perseu conversa com uma mulher na recepção eu observo cada detalhe daquele magnífico lugar. 

Sinto também vários olhares na minha direção, e me lembro de que estou nada apresentável. 

 

_Vamos - diz baixo. 

_Não estou vestida para um lugar tão luxuoso - digo baixo. 

_Esta linda - diz quando entramos em um elevador maior que o meu quarto. 

_Obrigada- sussurro. 

_Não tem o que agradecer - diz sorrindo. 

_Eu não deveria aceitar que o senhor me trouxesse para esse lugar - sussurro - mas é que eu não tenho para onde ir. 

_Eu sei que é uma boa pessoa- saímos do elevador - e fico feliz em poder te ajudar. 

 

Até os corredores daquele lugar era gigante, ele abriu a porta do quarto e eu quase cai. 

O lugar era tão grande quanto uma casa, os moveis eram todos de madeira branca e outros lustres também ajudavam a deixar o ambiente mais maravilhoso, as duas camas de casal eram enormes e com detalhes dourados. 

E uma bandeja com frutas estava ao lado de uma das camas. 

Sinto que ele está sorrindo enquanto eu admiro o lugar. 

 

_Que lugar lindo - sussurro constrangida.

_É sim - diz sorrindo - quer tomar um banho quente? 

_Sim - digo incerta. 

 

Ele me mostra o banheiro e eu o sigo em silêncio, fecho a porta bem devagar e encaro o lugar.

O banheiro era dourado e com as paredes de espelho, uma banheira dourada estava cheia com algumas pétalas de rosas, e como não sou nenhuma princesa eu resolvo que vou tomar um banho de chuveiro mesmo. 

A água quente estava muito deliciosa no meu corpo, o sabão tinha cheiro de morango, simplesmente delicioso. 

Tento tirar um pouco do cheiro do Luke, esfrego os meus braços e choro baixo, eu não conseguia entender como o Luke tinha tido a coragem de fazer o que ele fez, eu não sei como eu vou o encarar e não o acusar. 

E o pior é saber que a minha mãe não vai fazer nada para me defender. 

Termino de tomar banho e me enrolo em uma toalha. 

 

_Eu não tenho roupas - sussurro. 

 

Em cima de uma cama eu vi umas sacolas. 

 

_Pra você vestir- o senhor Perseu diz- não se preocupe eu vou sair do quarto. 

 

Devagar abro uma sacola e vejo uma blusa e uma calça jeans, uma blusa de frio, roupas de dormir e um short, e calcinha e sutiã, e todos do meu tamanho. 

Fico encarando as peças de roupas e imaginando como ele adivinhou o número que eu usava. 

E pertinho da cama estava uma caixa com uma sapatilha prata. 

 

_Como eu posso aceitar tudo isso? - penso angustiada. 

 

Engulo o meu orgulho e visto a roupa de dormir e me encaro no espelho. 

 

_Seda - sorrio sentindo a maciez do pano. 

_É do seu tamanho? - alguém pergunta, e me assusto. 

_Sim, senhor - digo sem jeito - e obrigada mais uma vez. 

_Me chame de Percy - diz baixo - por favor? 

_Obrigada Percy - encaro o chão. 

_Pedi comida - explica. 

 

Ele trouxe comida para mil pessoas, mas eu estava com tanta fome, comemos uns cinco minutos em silêncio. 

 

_Não entendo como o Luke foi fazer isso - desabafo - desde que nos conhecemos ele diz que quer sexo comigo. 

_Ele diz? - o Percy pergunta me encarando. 

_No começo eu pensava que era para me tirar do sério - limpo a minha boca - mas ultimamente ele andou dizendo sobre eu ser prostituta. 

_Nossa - diz sério. 

_E eu chegava a trancar a porta do quarto, mas essa noite eu me esqueci. Ele falou que ia sair, mas ele voltou bêbado - sinto as lágrimas. 

_Não chore - diz passando a mão no meu rosto - mas agora você está bem. Vai falar com o seu tio? 

_Sim - suspiro - eles vão dar um jeito no Luke. 

_Que jeito? - pergunta curioso. 

_O mesmo que eles fizeram para manter o meu padrasto longe- sussurro - vão o ameaçar. 

_Uma boa - diz sorrindo. 

_Eles são italianos - explico. 

_Máfia? - advinha. 

_É - digo com vergonha. 

_Eles merecem - diz firme. 

_A onde estava indo quando me encontrou? - depois de um segundo vejo a minha indiscrição - me desculpe. 

_Estava tentando me esquecer da Bianca - diz baixo - brigamos, já viu o quanto ela é egocêntrica né. 

_Sim - sussurro - mas ela me pareceu ser uma boa pessoa. 

_É - concorda - mas ela deveria ser mais amável com os filhos. 

 

Ficamos conversando até que eu já estava caindo de sono. 

 

_Melhor dormir - explica. 

_Será que ele vai me mandar embora? - penso triste. 

_Vou ficar aqui - diz se deitando na outra cama - por isso pedi duas camas. 

_Obrigada - sussurro. 

_Não ia te deixar sozinha - diz sorrindo. 

 

Ele apaga a luz, aqueles lençóis eram tão macios que adormeci depressa. 

Sinto as mãos do Luke no meu corpo, tento me mexer mas não consigo, ele está beijando o meu pescoço e me apertando, estou apavorada. 

 

_Não- acordo gritando. 

 

Abro os olhos sem saber aonde estou. 

 

_Calma amor - alguém acende a luz e o Percy está sentado na minha cama. 

 

A minha respiração está acelerada. 

 

_Eu senti as mãos do Luke - digo chorando. 

_Não era real - diz me abraçando. 

_Estou com medo - admito. 

_Não precisa - sinto os seus lábios na minha testa. 

_E se acontecer novamente? - sussurro - se eu não conseguir evitar. 

_Ele não vai tentar novamente - garante. 

 

Ficamos conversando por um tempo, até que a minha respiração voltou ao normal, mas o meu medo é de ser demitida no dia seguinte. 

 

_Percy e se ele tentar fazer de novo - digo o encarando. 

_Eu vou te proteger - diz firme. 

 

Eu me sentia tão bem quando estava ao seu lado, eu me sentia protegida de verdade. 

Levanto o olhar e o meu coração se acelera pois ele está me encarando, ele se aproxima lentamente e eu já sinto o seu cheiro maravilhoso. 

Os nossos lábios se aproximam e fecho os meus olhos.

 

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