- Certo - Ian se sentou no meu sofá, cruzando suas pernas. Virei meu rosto em sua direção - o que foi?
- Não ia me ajudar a arrumar? - revirei os olhos.
- Claro, já estava esquecendo - ele se levantou - o que quer que eu faça? - Ian retirou seu paletó, e dobrou a manga de sua blusa.
- Arrume a sala, por favor - sorri.
Consegui organizar a cozinha, enquanto ele terminava de colocar meus moveis no lugar. Sentei no sofá, apoiando meus pés na mesinha de centro. Ian se jogou ao meu lado, abrindo um sorriso para mim.
- Está com fome? Porque eu estou.
- Vou pegar a comida.
Peguei as comidas que ele havia trazido, posicionando em cima da pequena mesa de vidro no centro da sala. Sentei no chão, agarrando uma das caixinhas que havia comida.
- Bom, na próxima vez que você decidir aparecer, avise, pra que a gente não coma isso - ergui a pequena caixa.
- Achei que ia gostar da surpresa - ele se sentou ao meu lado.
- Não - falei como se fosse obvio - eu havia dito para você que não queria me envolver - dei de ombros.
- Mas se você parar pra pensar, não estamos - ele sorriu - estamos apenas sentados, comendo.
- Não muda o fato de que você apareceu na minha casa.
- E se eu não tivesse aparecido, você ainda estaria arrumando ela - ele deu um sorriso vitorioso.
- Você é sempre assim? - encarei seus olhos esverdeados.
- Assim como? - seu rosto se aproximou do meu, e eu consegui ver o quão verde era seus olhos, verdes iguais as folhas das árvores.
- Arrogante - sorri.
- Essa doeu.
- Era a intenção.
O silencio entra a gente ficou grande, então preferi concentrar meu olhar na comida a minha frente. Conseguia escutar Ian mastigada, enquanto ele olhava para mim. Observei-o colocar a sua comida em cima da mesinha, e tomou pegou a minha, colocando ao lado da sua.
- Ei, eu estava comendo...
- Eu sei, mas se eu não fizer isso - sua mão passou pelo meu pescoço.
Seu rosto estava próximo suficiente para que eu pudesse sentir sua respiração entrelaçando com a minha. Seus lábios já estavam bem próximos, porém por questão do destino, meu celular começou tocar em cima do sofá.
- Pre... Preciso atender - separei-me dele.
- Deixa tocar.
- Não, e se for algo importante?
- Certo - ele revirou seus olhos.
-- Ligação On --
- Alô? - resmunguei.
- Gostaria de te convidar para um jantar? - reconheci a voz de Benjamin do outro lado da linha.
- Eu já jantei, mas fico feliz que tenha ligado - sorri - podemos marcar para amanhã?
- Combinado - percebi que ele sorriu - tchau Isabel.
- Tchau - sorri.
-- Ligação Off --
Ian não estava mais sentado ao meu lado, mas sim de pé, arrumando sua camisa.
- Tenho que ir. Obrigado pela noite - percebi a frieza na sua voz.
- Até amanhã - sorri de lado.
- Okay - ele deu de ombro e se retirou.
- Esses homens ainda vão me enlouquecer - cai deitada no chão.
Tomei um banho demorado e fui me deitar, já havia sido um longo dia para permanecer acordada.
Despertei-me com o som da campainha ecoando por toda minha casa. Olhei no relógio, observando que ainda era 6:30. Cobri minha cabeça com o travesseiro, para tentar ignorar a pessoa que estrupava o botão da campainha. Joguei minhas cobertas pro lado, respirando fundo, antes de ir dar na cara da pessoa.
- Já vai - gritei, caminhei calmamente até lá e abri a porta - mamãe? - olhei espantada para ela.
- Querida - ela me deu um beijo na bochecha - demorou tanto pra atender por que?
- Eu estava dormindo - cocei meus olhos.
- Não vai me convidar para entrar?
- Claro - abri espaço para que ela passasse - o que você faz aqui mamãe? Até esses dias você estava na índia.
- Eu sei, eu sei - ela se sentou no sofá - e até esses dias, você estaria chegando de uma balada - ela deu de ombros.
- Pois é, larguei essa vida - sentei no outro sofá, cruzando as pernas.
- Jamais pensei que estaria viva para ver isso acontecer - ela sorriu.
- Tão dramática - revirei os olhos - o que você veio fazer aqui? Você não tem costume de fazer visitas casuais, e onde está o papai?
- Londres, a negócios, como sempre. Já eu, vim tratar de assuntos com você. Já está casada? Tem algum homem pelado no seu quarto? - ela arqueou suas sobrancelhas.
- Não. Diga logo, eu vou trabalhar daqui a pouco.
- Certo, já percebi que minha presença não está sendo muito bem vinda aqui.
- Não mesmo - resmunguei.
- Isabel Mory, você sabe que eu odeio quando você resmunga.
- Mamãe, pare de enrolar, e fale logo o que você quer - levantei do sofá, cruzando meus braços.
- Certo. Seu irmão termina a escola daqui alguns dias, e ele vai fazer faculdade aqui em Nova York, eu pensei que você poderia ficar com ele uns dias, até as aulas começar...
-Tá, eu fico com ele. Mas eu jurava que o colégio que ele estuda e mora, deixasse ele ficar.
- E deixam, ele que não quis - ela deu de ombros e pegou sua bolsa - bom, já ocupei seu tempo demais. Ele chega hoje a noite.
- Okay - dei de ombros.
Abri a porta para ela, que já saiu com seu telefone espendurado no ouvido. Já havia perdido o sono, então não adiantaria mais voltar a dormir. Liguei a cafeteira, enquanto eu ia tomar banho. Sai do banho, indo atrás de alguma roupa para vestir. Peguei um blusinha de alcinha branca, uma saia florida e por ultimo um colete na cor preta. Calcei meu salto preto, passei uma leve maquiagem e deixei meus cabelos soltos. Arrumei minha bolsa, e a joguei no sofá. Peguei meu café, colocando na minha garrafa térmica.
Não demorei muito, e já estava na empresa. Encontrei Ian na frente dela, falando com alguém em seu telefone. Ele acenou para mim, e voltou a prestar atenção em sua conversa.
- Bom dia - alguém sussurrou em meu ouvido, fazendo-me arrepiar.
- Benjamin - sorri, virando em sua direção - você me assustou.
- Acho que fiz mais que isso - seus olhos caíram sobre meus pelinhos arrepiados - topa almoçar comigo hoje? Terei uma reunião hoje a noite, e não poderei sair tão cedo - ele revirou seus olhos.
- Tudo bem, eu almoço - sorri.
- Benjamin - Ian parou ao meu lado, com um olhar frio.
- Ian Hann - senti um clima pesado entre os dois.
- Mra. Mory, quando acabar sua conversa com o Mr. Ruffs, suba na minha sala.
- Certo - olhei desnorteada para ele. Ian nos deixou a sos novamente.
- Você trabalha pra ele, sério? - Benjamin riu.
- Sim - olhei confusa.
- Ainda continua linda, mesmo trabalhando pra esse idiota - ele surpreendeu me com um beijo - até daqui a pouco - ele sussurrou.
Caminhei em direção a entrada, encontrando com Katarina no meio do caminho.
- Você é certamente uma puta - ela bebeu um gole do café que segurava - aposto que está com o esse ai e o chefe.
- Não estou com o Mr. Hann - encarei a porta do elevador.
- Fique você sabendo, que eu vou ficar ele, então pare de tentar algo com ele.
- Sua louca, vou repetir bem devagar - virei-me para ela - eu não quero nada com o Ian Hann!
- Assim espero - a porta do elevador se abriu, e ela desceu dele - não descer querida?
- Não, o chefe me espera na sala dele - dei um sorriso vitorioso.
- Vagabunda - ela me olhou com ódio.
- Cuidado, muito estresse traz rugas - sorri, enquanto observava a porta do elevador se fechar.
Sentir ele subir novamente, em direção ao ultimo andar. A porta se abriu, dando a visão perfeita de uma sala com as paredes acinzentadas, enormes janelas, tendo a visão perfeita da cidade de Nova York. Havia alguns sofás mais ao canto, uma mesa com um computador em cima. Ian encarava a bela vista que havia ali, com as mãos no bolso.
- É ótimo para relaxar - ele disse se virando para mim.
- Imagino que seja - sorri, e parei ao seu lado.
- Pensei que não ia subir nunca.
- Dei uma hesitada - encarei seus olhos.
- Te chamei aqui, para fazer algo que não deu tempo ontem - ele se aproximou de mim.
- E o que seria?
Suas mãos me puxaram para junto dele. Seu dedo indicador pousou em meu queixo, enquanto seus lábios se aproximavam lentamente do meu. Senti a pressão dos seus lábios contra o meu. Passei minha mão por trás de seu pescoço, colocando meus dedos entre a bagunça de seu cabelo.
- Estou atrapalhando? - nos separamos rapidamente, virando em direção ao elevador.
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