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História This is love - Fool To Cry


Escrita por: Melinacante

Notas do Autor


Amores...não tive tempo de revisar o cap, mas queria muito postar antes de viajar....então...espero que desculpem qualquer falha ;) Agradeço imensamente a todo mundo que continua aqui comigo nessa aventura que é a This!!! É muita alegria contar com vcs...nem imaginam como o apoio de vcs e todos os comentários me fazem feliz.
Assim que voltar de viagem...prometo...a fic seguirá mais rápido. Bjão!!!

Capítulo 85 - Fool To Cry


Fanfic / Fanfiction This is love - Fool To Cry

POV Axl

Fool To Cry! Fool To Cry! O som dos Stones invadia meu quarto “ I'm a fool baby… I'm a fool baby… I'm a certified fool, now…” eu balbuciava sentado no chão em meio aos objetos quebrados e espalhados por todos os lados. Segurava um cigarro numa mão e virava o copo de uísque com a outra. Senti ânsia de vômito e coloquei uma força enorme pra levantar, consegui cambalear até o banheiro que, assim como o quarto, parecia uma zona de guerra, espelhos quebrados, roupas reviradas, toalhas no chão. Afastei tudo com o pé e aliviei no vaso a náusea. Eu queria colocar pra fora minha alma, minha maldita e perturbada alma. “Eu sou um tolo com certificado” repeti os Stones enquanto me olhava num pequeno caco de espelho que estava jogado ao lado do vaso. Odiei minha própria imagem, levantei em fúria e tratei de quebrar com os pés o pedaço de espelho que ainda insistia em me refletir, em espelhar minha desgraça. Voltei pro quarto com o pé sangrando e me sentindo menos humano. “Eu não deveria existir” gritei jogando a TV no chão, afinal, era o único objeto que permanecia intacto e que teimava em me refletir, eu não queria ver nem minha sombra. Meu estômago doía e cai sentado na cama pra logo deitar em posição fetal. Eu queria chorar, mas era como se todas as minhas lágrimas tivessem secado. O que mais eu poderia destruir? O que mais, além de mim?

- Senhor Rose, por favor, abra a porta – ouvi a voz de Beta chamando. Há horas eu estava em silêncio, como se estivesse catatônico, apenas fumando, bebendo e remoendo toda a merda que fiz. Obviamente, eu não abriria a porta, bastava que eu mesmo me visse naquele estado, não queria que mais ninguém presenciasse o fragmento de homem que eu era naquele momento, mas Beta insistia.

- Cala a boca, vai embora!! – criei forças pra gritar – eu quero ficar sozinho, é isso que eu mereço, ficar sozinho – minha voz falhava – sozinho, pra sempre sozinho – meu estômago doía cada vez mais forte e eu já não conseguia falar – sozinho, eu mereço...repeti inúmeras vezes e devo ter adormecido ou desmaiado...

... acordei com meu próprio grito de terror, os malditos pesadelos... pesadelos que me perseguiam implacavelmente. Eu me sentia assustado, terrivelmente amedrontado. Lembrei-me de quando era criança e ficava apavorado quando minha mãe saia e demorava a voltar, eu pensava que ela me deixaria sozinho. Eu tinha agora um medo parecido com o de antes. Sozinho não! Eu sempre sonhava com merdas assim, sempre, eu sempre era deixado. Eu estava tremendo, meu corpo não me obedecia e eu me sentia doente, muito doente. Eu precisava de drogas, fazia um tempo que eu não usava nada mais pesado, então não tinha merda alguma em casa. Fiz um esforço e alcancei o criado mudo, tateei as gavetas e achei o número de um antigo fornecedor. Quase sem voz, ordenei que ele fosse a minha casa o mais rápido possível, uma dose enorme, era o que precisava.

POV Slash

Depois que deixei Luíza em casa fui ao Rainbown, eu não conseguiria me acalmar depois daquele dia maluco, precisava de mais bebida. Encontrei Duff e Matt, eles já estavam loucaços e me chamaram pra brindar com eles pela destruição de Seymour e pelo nascimento do filho de Izzy, brindei com eles, mas a verdade é que eu não estava tão animado. Algo estava me inquietando e me deixando irritado, Duff percebeu e se aproximou quando fui beber no balcão.

- Ei, brother, que cara de bosta é essa, einh? Hoje era pra ser dia de comemoração e não de depressão – ele disse rindo

- É porra...deveria – falei puxando um trago – mas não sei se as coisas vão melhorar não, como vamos continuar a turnê com o Axl ainda mais surtado?

- Ih, cara, ele deve tá na bad, mas fala sério, a gente livrou ele do golpe do século – o loiro disse batendo no meu ombro – relaxa que daqui pra frente é só sucesso! – ele disse e eu queria ter a mesma convicção, mas eu podia sentir o cheiro de merda no ar. Fiquei bebendo sozinho até que Renee apareceu ao meu lado. Ela era uma garota com quem comecei a sair depois que terminei com Luíza. Não era nada demais, ela era apenas uma aspirante a modelo bonitinha e louca por mim e eu não estava muito interessado, mas pelo menos ela me distraia nas horas vagas e era uma companhia menos turbulenta que as garotas pornôs com quem eu costumava sair.

- Wow baby – ela disse colocando as mãos nos meus ombros – eu pensei que você não apareceria mais hoje – Renee falou beijando meu pescoço e eu apenas dei um sorriso pálido – estou sabendo que rolou o maior escândalo no casamento do Rose, ah, baby, nunca vou te perdoar por não ter me levado com você, eu queria ter visto a cena – ela falou de um jeito animado

- Não teve nada de engraçado – respondi tirando os braços dela do meu ombro, não sei por que, mas aquilo me irritou

-Hum...desculpa – ela disse erguendo as mãos – mas é que sei que você não se dá bem com Axl Rose, então pensei que teria pelo menos se divertido...

- O que você pensa que está falando? – respondi irritado

- Ah, Slash, qual é? Los Angeles inteira sabe que vocês dois se odeiam e ainda tem aquela fotografa que você namorava no meio e...

- Na boa, Renee – a interrompi – é melhor você calar a porra da sua boca, você não sabe nada. Eu nunca estaria comemorando a desgraça do Axl, a gente briga, mas não se odeia e a Luíza...ah...porra...eu não sei porque estou falando isso tudo, eu não te devo explicação nenhuma – falei largando o copo no balcão e me afastando dela, mas a garota veio correndo e me abraçou por trás

- Slash, Slash, desculpa, baby, eu não falo mais sobre esses assuntos, desculpa, agora esquece isso e vem relaxar comigo, vem, por favor, eu fico caladinha – ela disse me puxando e eu respirei fundo, mas a acompanhei. Renne me levou até os fundos do bar e começamos a nos beijar – eu só preciso te ajudar a relaxar – ela dizia lambendo minha orelha e eu pensava que precisava mesmo deixar aquela tensão que estava me rondando de lado, pra isso, nada melhor que sexo. Os amassos esquentaram e ela perguntou se eu queria ir pra casa dela ou para o banheiro mesmo, mas eu não estava conseguindo relaxar

- Não leva a mal, mas eu vou pra casa gata – falei afastando o corpo dela

- Ótimo – ela sorriu – eu vou com você

- Eu acho que você não entendeu, eu vou sozinho, ok?

- Slash – ela falou com uma cara de indignação – o que está acontecendo com você? Pensei que estávamos nos dando bem

- Não é nada com você, depois a gente se vê – falei virando as costas, mas a garota insistiu

- Espera, isso é porque você viu sua ex, não foi? Você ficou desse mesmo jeito naquele dia que encontrou com ela aqui, mas tudo bem, eu não me importo, baby, eu só quero te ajudar a esquecer

- PUTA QUE PARIU, garota – eu tive que gritar com ela – eu não estou querendo esquecer ninguém, ok? Agora eu vou embora e você fica aqui – falei segurando o braço dela – quando eu quiser, eu te procuro, estamos combinados? – larguei Renee e deixei o bar, aquela garota tinha passado dos limites, esquecer Luíza? Era só o que me faltava!

Quando estava na calçada, vi Duff saindo com duas garotas e o chamei:

- Ei, cara, você não vai voltar pra casa agora? – questionei

- Olha pra mim – ele disse rindo mostrando os braços enlaçados cada um numa garota

- Ah, dane-se – falei dando com os ombros e segui pra minha moto. Tinha alguma coisa me incomodando e eu não sabia explicar o que era, pensei em ir à casa de um dos meus fornecedores, talvez a heroína me ajudasse, mas mudei de ideia, eu tinha conseguido passar a última semana longe da maldita droga, dava pra aguentar mais um pouco. Parei no portão de casa e vi que os primeiros raios de sol já despontavam e desisti de entrar. Eu nunca conseguia dormir depois que o dia raiava mesmo, então foda-se, pensei. Vaguei pelas ruas de Los Angeles tentando aplacar aquela angustia que sentia, até que me vi parado em frente ao prédio de Luíza. Sentei na calçada e fumei alguns cigarros, eu não me acostumava com a ideia de que ela iria embora e eu nem mesmo saberia pra onde. Dane-se, eu precisava falar com ela, pensei jogando o cigarro longe e fui em direção ao seu apartamento.

Estranhei a porta semiaberta, bati devagar, chamei por Luíza, mas ninguém respondeu. Entrei na sala já assustado, o que aquela porta fazia destrancada? Caminhei rápido até o quarto de Luíza e encontrei a cama vazia. Procurei no banheiro e nada. Eu estava ficando realmente preocupado. Corri até a recepção do prédio e perguntei ao porteiro se ele tinha visto Luíza sair, mas ele disse que tinha entrado no turno da manhã e não tinha visto nada. Voltei ao apartamento pra ver se tinha algo errado, mas não havia sinal de arrombamento ou qualquer outra coisa. Calma, Slash, calma – eu dizia pra mim mesmo – ela pode ter voltado para o hospital ou ela pode ter ido procurar o Axl, embora aquilo me doesse, era bem provável.  Seja lá o que fosse, eu só ficaria tranquilo se soubesse onde ela estava. Segui até o hospital em que Jey estava e encontrei Izzy:

- Cara, a Luíza não voltou aqui – ele me respondeu – mas porque você está nervoso assim?

- Eu deixei a Luíza em casa, Izzy, sozinha, voltei hoje cedo e ela evaporou, o mais estranho é que a porta dela estava entreaberta, sei lá – falei coçando a cabeça com impaciência

- Bom – ele fez uma pausa – você sabe que ela pode ter ido procurar o Axl, não sabe? – Izzy disse batendo no meu ombro

- Claro – falei resmungando – ou ele mesmo pode ter ido procurar ela, eu sei – falei soltando ar – mas isso não me deixa menos preocupado, eu não sei em que estado o maluco do Axl está, eu não sei o que ele pode fazer

- Ah, cara, já te falei mil vezes que Axl nunca faria nada contra a Luíza e você sabe disso muito bem

- Mesmo assim – falei me movendo – quer saber? Eu vou até a casa dele – eu estava decidido

- Ei, ei, man, chega de confusão – Izzy tentou me deter

- Cara, eu só preciso saber o que está acontecendo, eu vou lá

- Ok – Izzy falou rendido – eu iria com você, mas vou levar Jey e Ewan pra casa agora...bom...qualquer coisa me avisa, boa sorte!

POV Luíza

- Volta aqui, sua louca!! Volta aqui e me solta, desgraçada!!! – eu gritava a plenos pulmões, mas a escrota da Seymour havia se afastado. Desde a madrugada, aquela maluca estava me mantendo amarrada aos pés de uma árvore. Ela não estava sozinha, tinham dois homens com ela, mas não cheguei nem a ver a cara deles. Só Seymour que se aproximou de mim pra me empurrar com os sapatos e me xingar, mas não disse qual era a intenção dela, depois de falar um monte de merda, ela tirou o pano da minha boca. Disse que era pra eu gritar a vontade, pois ninguém escutaria mesmo e saiu rindo. O sol já havia nascido e eu continuava ali amarrada, tentava pensar num jeito de me libertar, mas os nós eram fortes pra caralho. Eu queria esmagar Seymour com minhas próprias mãos, que mulher louca, o que ela pensava que conseguiria com aquela merda? Pensava nisso quando a maluca voltou me provocando

- Dormiu bem, donzela? – ela disse numa risada escandalosa, enquanto eu a mirava com ódio e nojo – eu dormi muito bem – Seymour se movia como uma cobra ao meu redor

- Stephanie, vamos acabar com essa situação ridícula? – falei irritada – me solta daqui e diz que porra você quer, caralho

- Te soltar? – ela perguntou rindo – não, acho que isso não está nos meus planos – ela disse se aproximando de mim e, aos poucos se abaixou me lançando um olhar de ameaça e segurou meu rosto – eu quero ver você desesperada me implorando pra viver – ela disse isso e eu simplesmente não me controlo e soltei uma gargalhada alta – do que você está rindo, sua idiota? – ela jogou mais terra em mim e se levantou

- Não tem como não rir dessa cena ridícula, o que você quer com isso? Fazer cosplay da bruxa da branca de neve ou só ganhar o prêmio de ridícula do ano mesmo? Porque não se contenta como título de vadia do ano, einh? Esse você já ganhou.

- Cala a boca! Você acabou com a minha vida, eu posso muito bem acabar com a sua, porra! – ela disse nervosa acendendo um cigarro

- Ah, Stephanie, deixa de ser ridícula, eu não acabei com a porra da tua vida, até porque você nem amava o Axl, você só queria alavancar sua carreira e dar o golpe, nós duas sabemos disso. Então deixa de drama e me solta, ok

- Eu amava sim o Axl, mas deixei de amar porque ele é um porco egoísta – ela disse expressando rancor na voz – aquele filho da puta só pensa nele mesmo

- Ok, mas eu não tenho nada a ver com isso, então me solta e vamos acabar com essa novela, por favor, eu juro que se você me soltar, eu nem quebro a tua cara – eu achava que Seymour estava alucinando, então tentei negociar – acaba com esse drama, segue tua vida e estamos resolvidas, pode ser?

- Você é burra, Luíza? – ela gritou – eu não vou deixar aquela humilhação passar tão barato. Axl bateu na minha cara e eu vou revidar, é por isso que você está aqui, afinal, você é a única pessoa com quem ele se importa depois dele mesmo

- Você é doente, Stephanie, Axl se importava com você e com seu filho mais do que com qualquer coisa, você não viu isso porque é louca

- Não me interessa, eu quero é que aquele filho da puta se dane, eu quero é fazer ele vir até mim pra que eu desconte toda a humilhação que ele me fez – ela dizia com uma cara um tanto maluca e eu começava a me preocupar, eu nunca achei que ela chegaria tão baixo, afinal, ela era uma super modelo e ainda tinha uma carreira pra se preocupar, mas naquele momento parecia estar fora de si – agora chega de conversinha e vamos partir pra ação, cansei dessa tua cara cínica – ela disse levantando e batendo palmas chamando alguém. Vi dois homens se aproximando, claro, aquela covarde tinha comparsas – andem logo, tirem aquela vaca dali e levem pra dentro – ela ordenou e os dois brutamontes se aproximaram de mim

- Seymour, porra, o que é que você vai fazer? – comecei a gritar tentando impedir que os caras me tocassem, mas foi em vão

- Agora a fodona tá ficando com medinho, é? – ela se divertiu com meu desespero – era exatamente isso que eu queria, sua imunda – ela ria enquanto eu gritava tentando, inutilmente, empurrar os homens que me seguraram nos braços e me levaram pra dentro de uma casa caindo aos pedaços, tentei observar o local pra saber onde diabos ela havia me levado. Parecia um sítio nas montanhas, ao longe dava pra ver que tinha uma casa maior, mas a louca me jogou num casebre. Os homens não falaram nada, apenas me amarraram lá dentro junto a uma viga de madeira e saíram.

- A donzela vai ficar amarrada aqui pelo tempo que for necessário – a maluca disse com uma expressão maligna no rosto – ah, infelizmente, não tenho água e nem comida pra você, lindinha

- Sua filha da puta, me tira daqui, caralho!! – eu gritava inutilmente enquanto Seymour trancava a porta

POV Slash

- Eu preciso falar com Axl, ele está em casa? – perguntei pra Beta que abriu a porta e tinha uma expressão assustada no rosto

- Bom... ele está, mas não quer falar com ninguém, eu tenho ordens de não deixar ninguém se aproximar do quarto – ela disse meio sem graça

- Sei, mas Axl está sozinho ou a Luíza está com ele? – perguntei erguendo a cabeça

- Não, a senhorita Bresser não apareceu por aqui – ela respondeu, mas aquilo em nada me trouxe mais alívio, ao contrário, fiquei ainda mais assustado

- Beta, por favor, isso é bem sério, você tem certeza que a Luíza não apareceu aqui esta noite?

- Tenho certeza, passei a noite em claro preocupada com Axl que não sei que diabos está fazendo há tanto tempo trancado, já tentei falar com ele, mas ele me expulsou – ela respondeu e eu comecei a andar em círculos, tinha alguma coisa errada acontecendo e eu não sabia o que fazer

POV Luíza

- Voltei, estava se sentindo muito sozinha, querida? – ouvi a voz nojenta de Seymour adentrando a pocilga em que ela me meteu

- Chega disso, Stephanie – falei já me sentindo fraca, eu não comia há muitas horas. O cansaço, a fome e a sede que sentia estavam me debilitando

- Sim, chega mesmo, queridinha, não vai demorar muito pra que eu consiga quebrar essa tua crista e a do Axl Fucking Rose também – ela disse balançando um telefone sem fio na mão – vamos telefonar pra o Senhor Rose, ele vai ter que se ajoelhar, beijar meus pés e pedir desculpas públicas, se ainda quiser ver a queridinha dele, claro!

- O que? Que porra é essa sua maluca! – gritei sem acreditar naquilo

- Está com medo agora, lindinha? É pra estar mesmo, afinal, Axl Rose não se humilharia em público por ninguém, não é? Será que ele ama você a esse ponto? – ela interrogou ironicamente – bom, só saberemos testando não é, mesmo? – ela chamou os caras que estavam na porta e eu me apavorei quanto vi que eles seguravam cassetetes

- Stephanie, o que...o que você vai fazer??

- Eu preciso que você chore, baby, eu preciso que você chore de verdade, senão Axl não vai se sensibilizar, você sabe como o coração dele é gelado as vezes, não sabe?

POV SLASH

Beta havia negado que Luíza tivesse ido até lá e me parecia sincera, meu peito estava apertado, era como se eu sentisse que minha Lu não estava bem, mas eu não sabia que porra fazer. Eu vi Seymour ameaçando ela e não duvida que aquela mulher era louca o suficiente pra tentar algo contra Luíza, eu precisava falar com Axl.

- Slash, por favor, Axl não quer falar com ninguém – Beta gritou quando eu avancei pela sala

- Dane-se, Beta, esse filho da puta vai falar comigo – respondi já colocando os pés na escada, mas a campainha tocou e me detive pra ver quem poderia ser. Fiquei parado na escada enquanto Beta abria a porta e reconheci o sujeito, era um antigo traficante. Apenas desci as escadas e fui até a porta, o homem me abriu um sorriso cínico de quem me reconheceu, era o mesmo cara de quem um dia Luíza me tirou de dentro da casa dele quando eu estava na fossa – o que você quer aqui? – perguntei sem corresponder o sorriso

- Ah Slash, eu não mudei de ramo, então acho que você sabe – ele respondeu

- Ok, passa pra mim que entrego – respondi estendendo a mão

- Nada disso, você sabe que minhas entregas são seguras, eu mesmo tenho que fazer

- Ah, vai se danar, seu filho da puta, entrega essa bosta ou vai embora daqui – eu só queria me livrar daquele cara, não queria Axl se drogando, eu pressentia que havia algo errado no sumiço da Luíza e precisava de Axl minimamente sóbrio – Calma – ele falou erguendo as mãos, mas eu não tinha mais nenhuma paciência – bora logo, caralho, passa essa porra e vaza daqui agora – gritei alto e o homem se assustou, apenas me entregou o pacote e eu bati com a porta na cara dele. Peguei o pacote e subi as escadas correndo. Bati na porta do quarto de Axl e o chamei, obviamente recebi um monte de xingamentos

- O que você quer seu filho da puta? – Axl me interrogou do outro lado – eu não quero ver ninguém, muito menos você. Veio aqui rir da minha cara, porra? Vai se fuder – ouvi Axl arremessar algo contra a porta e respirei fundo, seria mais difícil do que eu imaginava

- Bom, se você não abrir, eu vou embora com a porra do bagulho que você encomendou, tudo bem?

- Seu filho da puta, que merda você quer comigo? – ele questionou jogando mais objetos contra a porta

- Eu preciso falar sobre a Luíza e tem que ser agora – respondi num grito

- Vai te fuder!!! Vai pro inferno!! Aliás, vai com a Luíza por inferno, mas deixa a minha droga aí na porta, porra

- Axl é sério, eu preciso falar contigo!! Agora!!! – ele não respondeu nada, fazia um silêncio dentro do maldito quarto e eu não sabia o que fazer – ok, dane-se eu vou embora, levando tua encomenda comigo – falei dando as costas pra porta, mas logo ouvi ela abrindo

- Volta aqui, porra, eu preciso disso – ouvi a voz de Axl atrás de mim e virei pra ele – anda, me dá isso – ele estava com uma cara péssima

- Cara, eu só preciso falar contigo um minuto – disse tentando fazê-lo me ouvir

- Você acha que eu tenho condições de conversar? – ele questionou – eu estou num buraco profundo e tudo que eu quero é que o mundo se exploda, foda-se! Agora me passa essa porra – Axl disse estendendo a mão

- Axl, a Luíza sumiu – falei tentando ver se ele me dava ouvidos

- E o que eu tenho a ver com isso? – ele disse balançando os ombros – a Luíza também me deixou sozinho, eu quero que ela se foda

- Você não pode está falando sério – falei balançando a cabeça – eu posso entender que você está mal, mas você não pode ser tão escroto assim

- Ah, mas eu sou, eu sou a pior pessoa do mundo, você mesmo já disse isso, Slash. Qual é a surpresa? Eu só quero a porra da minha droga – ele disse tentando tomar o pacote da minha mão

- Porra, Axl, para com isso, caralho, eu não estou dizendo que a Luíza foi dar um passeio, eu estou dizendo que ela sumiu, porra – falei isso segurando Axl contra a parede – eu vi a maldita da Seymour ameaçando ela, então o que estou dizendo é que acho que a Luíza está correndo perigo, seu filho da puta!! – gritei largando Axl com tanta força que ele se desequilibrou e precisou se segurar – eu não viria atrás de você se não achasse que é sério

- Você está delirando, Slash – ele me respondeu pegando o pacote de drogas do chão – a Luíza disse que iria embora, eu acho que ela apenas abandonou nós dois – Axl mudou da expressão de fúria para uma extrema tristeza e... – ele respirou fundo – quer saber? Ela que está certa, eu acho que também fugiria de nós dois – ele disse mirando meus olhos com uma melancolia profunda e se virou caminhando em direção ao quarto. Nesse instante, Beta subiu as escadas com um telefone na mão

- Axl, Axl – ela gritava assustada – Seymour no telefone, Axl – a expressão de Beta era de terror

- Desliga essa porra – ele respondeu sem se virar e eu, tenso que estava, tomei o telefone das mãos de Beta

- O que você quer sua vagabunda? – perguntei

- Wowww....essa não é a voz do meu ruivinho e eu só falo se for com ele – ouvi a voz nojenta de Seymour do outro lado da linha

- Ele não quer falar com você – respondi

- Bom, estou ficando doida ou é o Mister Slaaaaaash na linha? – ela perguntou rindo – well, as coisas só ficam mais interessantes, eu tenho em minhas mãos algo que interessa muito a vocês dois – ela disse rindo e meu coração congelou – escuta isso – ela disse e pude ouvir um grito ao fundo – era Luíza, eu tinha certeza que era a voz dela

- Sua filha da puta desgraçada que porra está acontecendo?

- Avisa por Senhor Rose que ele vai ter que falar comigo se quiser ver a vadia de merda de vocês inteira

- Eu vou te matar sua filha da puta!! – gritei descontrolado e a vadia apenas respondeu:  “- vou dar 10 minutos pra você se acalmar e ligo novamente, mas antes escuta mais um pouco”, ouvi Luíza gritando e a ligação caiu

- Porra!!! Caralho!! – falei jogando o telefone no chão – eu sabia que aquela vadia tinha feito alguma coisa, eu sabia. A culpa é tua, seu desgraçado! – me descontrolei e voei pra cima de Axl, eu queria descontar minha raiva e acabamos rolando no chão aos socos e pontapés – eu vou te matar, se alguma coisa acontecer com a Luíza, eu vou te matar – eu gritei e Axl respondeu erguendo as mãos:

 – Mata, mata mesmo, eu mereço e é tudo que eu mais quero agora – me assustei com a resposta dele e me afastei, Axl ficou no chão com as mãos na cabeça – você acha que eu não quero morrer, porra?

- Ah, você quer morrer? – ironizei – pois se mata, cara, mas antes para de pensar só em você, por um instante que seja, e me ajuda a encontrar a Luíza. Depois você pode volta pra esse mundinho psicótico em que se meteu. Depois você volta a ter pena de si mesmo e entra na porra da tua ostra, mas agora não, tá entendendo?

- Quem você pensa que é pra falar comigo assim? – Axl se ergueu irado e eu respirei aliviado, era justamente isso que eu queria: provoca-lo a ponto de fazer o filho da puta sair daquele estado quase catatônico em que estava – que superioridade moral você acha que tem, Slash? Não vem bancar o fodão pra cima de mim, porra!  Você sabe muito bem o que eu sinto. Mas quer ouvir de mim que eu sei que perdi tanto quanto você nessa história? – ele disse aproximando o rosto do meu – Quer saber que eu sei que fui um imbecil? Eu sei disso, Slash, só que eu sei que você também foi, ok. Nesse instante, o telefone tocou novamente e Axl foi atendê-lo com fúria nos olhos, agora eu sabia que poderia contar com ele pra encontrar Luíza. 


Notas Finais


The Rolling Stones - Fool To Cry
https://www.youtube.com/watch?v=B-2MenrnR2U


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