Acordo finalmente nesta manhã de segunda e a primeira coisa que lembro é que meu castigo acabou, nunca estive tão feliz numa segunda. Saio pela porta mas volto porque me lembro que estou só de cueca e não gostaria que minha mãe me visse assim.
Pego meu uniforme, vou pro banheiro e tomo um banho, no qual cantei, dancei. Meu, eu tô muito feliz, quero ver logo a carinha do Sam... Me visto e saio do banheiro. Entro cuidadosamente no quarto escuro da minha mãe e do lado da cama dela em cima do criado mudo avistei meu querido celular.
Saio dali e desço as escadas correndo pois quando olho no celular vejo que tenho apenas dez minutos pra eu chegar lá no ponto, então pego uma torrada de ontem, minha mochila e parto pro ponto de ônibus.
Chego lá cansado então sento no banco e começo achar estranho o ônibus demorar tanto. Quando olho para o lado e vejo aquele loiro caminhando na minha direção. Na mesma hora largo minha mochila no banco e corro para o mesmo. Nos encaixamos certinho, nós dois estávamos abraçando igualmente um ao outro. Sinto sua saudade e acredito que ele sente a minha.
– Samy, tô com tanta saudade de você - digo ainda dentro do abraço.
– Também menino Blaine, tenho uma surpresa pra você só que está lá em casa - ele fala ainda me apertando. A cada segundo que passa e esse abraço continua tenho mais certeza de que ele sente minha falta.
– Sério? Eu ia lá te vê mais tarde mesmo - olho para o seu rosto e sorrimos um para o outro.
– Morri de saudades de você Blaine - não sei porquê mas ele volta a repetir isso, acho fofo... Tá, isso cansei de falar.
– É, você já disse isso...
– Quero que saiba como me senti sem você - ele diz vendo o ônibus da sua escola se aproximar do ponto - Ué?! O meu já chegou e você ainda está aqui? Não era para o seu ter passado primeiro?
– Também achei muito estranho, eu cheguei no horário certo, na verdade eu fiz de tudo pra chegar no horário certo e acho que consegui... - digo suspeitando um pouco da possibilidade de eu ter me atrasado.
– Ou talvez não... - ele dá sinal para o motorista e o mesmo vai embora sem o garoto - Conheço um garoto que pode ajudar a gente - nessa mesma hora sorrio com a atitude "nobre" dele.
– Que fofo!
Ele sorri meio corado – É que eu tenho que tratar você da melhor forma possível se eu quiser te ter como mais que amigo.
– Não, você já me tem. Acho que esse tempo sem nos ver deixou você diferente, hein?! - falo.
– E isso é ruim?
– Claro... - ele ri envergonhado olhando para baixo - Claro que não!
Vejo ele pegar seu celular e... Parece que enviou uma mensagem praquela tal pessoa que ele tinha falado. O tempo todo vejo um sorriso no seu rosto, ele parece uma criança quando ganha presente sabe?!
– Caraca!! Já passou do horário da primeira aula... Aff, agora já não adianta mais correr - falo guardando o celular que estava na minha mão.
– Blaine ter visto você me deixou tão feliz - falo sorrindo olhando pra ele.
Tento tirar isso que ele quer me dizer mas ele não me dá esse prazer... Minutos se passam e um carro meio fora do controle para em nossa frente. O motorista tem o cabelo no estilo moicano, ou seja, bem escroto. Seu carro não está nos melhores dias mas é o Sam que recomendou, então quem sou eu pra negar.
O Sammy fala com o "motorista" que minutos após a viagem fiquei sabendo do seu nome, Puck. Sinto que o clima ficou meio estranho até eu chegar na minha escola, mas pelo menos descobrir mais sobre esse garoto. Me despeço do Sam com um beijo na bochecha e entro na escola.
POV Sam
Fiquei nervoso o trajeto todo, com medo do Puck falar alguma coisa do beijo que ele roubou de mim, ou alguma outra coisa do tipo... Já pensou? O Blaine nunca mais iria olhar pra mim, mas agora que ele já se despediu de mim já posso parar de suar pelas mãos.
– Nossa loirinho, tava nervoso mesmo.
– Ficou muito na cara? - falo esfregando minhas mãos no banco do carro na tentativa de "limpá-las".
– Bem, pra mim sim - ele diz.
– Espero que ele não tenha percebido - ele pisa no acelerador e saímos de frente da escola do Blaine.
– Acho que não - diz o Puck - Mas afinal, ele é o que seu? - ele pergunta pegando o óculos num compartimento entre os nossos bancos.
– Ele foi a primeira pessoa que veio falar comigo quando me mudei - do nada enquanto falo sobre ele um pequeno sorriso invade meu rosto e o moicano percebe.
– Não é só isso né? Mesmo que você não sorrisse enquanto falava dele eu já sabia que vocês namoram, ou algo assim - ele diz olhando sério para mim.
– A gente se quer muito, por favor não conte isso pras pessoas da escola, preciso de um tempo pra me preparar a tudo - falo olhando pra fora da janela.
– De boa, mas só se... Você retribuir o beijo que eu te dei naquele dia - ele fala e ao mesmo tempo para o carro no meio do caminho.
– Ah vai parar o carro? Não seja por isso - abro a porta e saio andando pela calçada, o moicano insatisfeito me segue, com o carro, uns dez passos.
– Quer que todo mundo da escola fique sabendo que um dos melhores jogadores do time curte uma banana? - ele me ameaça e eu resolvo voltar pra dentro do carro.
Coloco a minha mão na sua bochecha oposta do lado que eu estava e viro seu rosto em minha direção. Selo nossos lábios por segundos, assim como ele fez comigo.
– Pode falar, meus lábios são gostosos, não acha? - ele diz sorrindo, se achando.
– Vai logo pra escola! Não sou igual a você que mata aula.
– Você dá sorte de eu não ser outro e fazer chantagem com outra coisa. Acho bom você ficar na sua. E nem pense em falar de mim pra alguém porque um, você não é popular, ou seja ninguém vai acreditar em você, segundo, quebro sua cara de anjinho, ouviu? - ele fala cada vez se aproximando mais do meu ouvido, dando uma certa tensão em mim.
O resto do trajeto fiquei em silêncio olhando pro caminho que demorou alguns minutos, porém cheguei a tempo de pegar a segunda aula. Agradeci a carona até mesmo porque não era obrigação dele estar ali me levando, e levando o Blaine.
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