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História This Is Not A Bromance - His Smile


Escrita por: M0on_

Notas do Autor


Mais um cap saindo amoresss
espero que gostem ❤

Capítulo 2 - His Smile


Fanfic / Fanfiction This Is Not A Bromance - His Smile


— Vocês já pediram​ algo? — Perguntou meu pai, analisando o cardápio.

— Não, na verdade não faz muito tempo que chegamos aqui. — Respondeu MiJeong.

— Eu pensei que vocês iriam sair de casa quando eu saí.

— Sim, mas o bonequinho aqui demorou para se arrumar. — Disse brincalhona, apontando para Jimin que a olhou feio.

— Eu não queria sair de qualquer jeito. — Disse orgulhoso, direcionando o olhar para mim.

— Acredito que Jungkook terá uma boa influência. — Disse meu pai, otimista.

— Já tenho uma boa influência​ aqui ao meu lado, obrigado. — Agradeci falsamente.

— Percebe-se a semelhança! — Murmurou Jimin, revirando os olhos.

— Ah, bom, vamos pedir? — Perguntou MiJeong, cortando o clima pesado.

— O que vocês vão querer? — Perguntou meu pai.

— Uma pizza. — Sugeri.

— Você pode comer uma pizza em casa, vamos pedir uma lasanha! — O ruivo disse em um pulo, visivelmente animado.

— Você pode comer uma lasanha em casa também! — Rebati, bravo.

— Eu gosto de lasanha. — Meu pai disse, me fazendo perder as esperanças.

— Pizza é bom, que tal pedirmos uma? — Ofereceu MiJeong, fazendo meu pai mudar de ideia rapidamente.

— Isso! Pizza! — Comemorei, recebendo um olhar mortal de Jimin.

— Que seja. — Bufou, irritado.

— Eu vou lá no caixa pedir e já pagar. — Disse meu pai, se levantando.

— Eu irei junto! — MiJeong se levantou rapidamente, o acompanhando e me deixando sozinho com Jimin.

— Tomara que o nosso pedido não venha errado. — Disse com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Que engraçado você é. — Revirei os olhos e ri falsamente.

— Mas estou falando sério, seria muita sorte receber a comida errada todos os dias. 

— Sorte é descobrir que o filho da sua futura madrasta é o mesmo cara que armou barraco no seu trabalho. — Respondi, me espreguiçando na cadeira.

— Eu não armei barraco! Vocês que não sabem anotar pedidos direito! — Apontou para mim, bravo.

— Eu não lembro de você ter pedido bolo com chantilly. — O encarei sério.

— É crime não colocar chantilly em um bolo de morango. — Disse, apoiando o rosto sobre as mãos e fazendo um biquinho como se estivesse triste. Fofo.

— Por que não fui preso ainda? — Questionei, rindo.

— Deveria ser. — Sussurrou triste.

— Existem pessoas que não gostam de chantilly, então é melhor não colocar.

— Que besta! Quantas reclamações já não receberam por isso? — Perguntou surpreso.

— Nenhuma, porque as pessoas lêem o cardápio. — Respondi vitorioso. — Eu vou ir no banheiro.

— Eu vou com você. — Disse o ruivo, me seguindo.

— O que? Por que? — Franzi a testa, curioso.

— Eu preciso ir. — Disse, me puxando para o banheiro.


Entrei no banheiro totalmente vazio, que cheirava a algum perfume de flor, que agradava meu olfato em um nível desconhecido. Então, esse é o lado bom de restaurantes de luxo? Logo entrei em uma cabine, deixando Jimin por ali.

— Jungkook? — Chamou, batendo na porta.

— O que?

— Será que da próxima vez você pode colocar chantilly para mim? — Pediu tímido.

— Você não disse que perdemos um forte cliente? — Perguntei, fechando o ziper da calça e abrindo a porta para encará-lo.

— Eu estava falando do Taehyung! — Mentiu, visivelmente atrapalhado.

— Ah, sei, até porque seus amigos que estavam bravos. — Ri nasalado, lavando minhas mãos.

— É sério! Eles disseram que não iriam mais lá, mas eu vou porque o bolo parecia muito bom. — Disse, se apoiando na pia de mármore.

— Você mente muito mal. — Continuei rindo. — Afinal, o que você veio fazer aqui, Jimin? — Questionei, ao perceber que o mesmo não havia feito nada no banheiro. — Me amolar?

— Não! E-eu vou no banheiro! — Rapidamente ele se dirigiu à uma das cabines e fechou a porta com força.

— Não quebre! — Lembrei, logo rindo e impulsivamente, lavando o rosto.

— Eu não quebrei. — Disse, saindo da cabine e indo lavar as mãos. — Eu apenas queria garantir de que a porta não ficaria aberta, porque é um perigo.

— Deve ter muita coisa para ver ai. — Disse irônico, abrindo a porta do banheiro.

— Jungkook? — Senti sua mão pegar em meu braço, antes que eu pudesse sair.

— O que?

— Por que você está com essas marcas? — Ele franziu o cenho, logo me puxando para dentro do banheiro.

— Marcas? — Perguntei confuso, logo lembrando dos hematomas.

— Sim, seu rosto tá com algumas marcas roxas.

— Merda. — Murmurei, ao perceber que havia tirado a maquiagem quando lavei o rosto.

— Você apanhou? — Perguntou preocupado.

— N-não! Quer dizer... talvez. — Disse constrangido.

— Como?

— Por que eu deveria te contar? Dá um tempo. — Bufei irritado.

— Você não pode sair assim. — Me puxou novamente, ao perceber que eu iria sair do banheiro.

— Quer que eu fique aqui até a hora que o encontro em família acabar? — Ri irônico.

— Eu vou no carro da minha mãe, eu tenho umas maquiagens lá, ok?

— E vai me ajudar por que?

— Porque quem sabe, você não esqueça do chantilly na próxima vez. — Ele riu, fazendo seus olhos sumirem. Fofo.

— Você não vai esquecer desse bolo mesmo? — Cocei a nuca, levemente constrangido.

— Não. Eu já volto. — Ele saiu rapidamente do banheiro, me deixando sozinho.

Parei para observar as marcas que ainda estavam bem destacadas no espelho.

Se eu saísse daqui assim, certamente seria um problema.


— Jungkook? — Chamou Jimin ofegante, entrando no banheiro e me procurando pelos cantos. — Foi difícil fazê-los não me ver! Quando eu fui na bolsa dela pegar as chaves do carro eles estavam voltando.

— Teria algum problema se te vissem? — Perguntei confuso.

— Não, mas é mais divertido se você fingir que tem. — Riu travesso. — Agora fica quieto que eu vou esconder essas marcas. — Disse, se aproximando de mim e ficando nas pontas dos pés para alcançar meu rosto.

Comecei a rir inconscientemente, mas me abaixei para ajudá-lo.

— Você é um cretino. — Ele riu, parecendo ofendido.

— Eu estou te ajudando! Agradeça!

— Agradeça você! — Ele riu novamente, próximo ao meu rosto, mas não tirando os olhos de seu trabalho. Um arrepio gostoso percorreu pelo meu corpo, me fazendo recuar um pouco. — Não se mexa! 

— Desculpa... — Pedi, fitando o chão.

— Eu gostaria de saber como isso aconteceu, mas se você não se sente confortável para contar. — Disse triste.

— Seus olhos são bonitos, Jimin. — Disse inconscientemente, após subir o olhar e encontrar as orbes fixadas em um ponto do meu rosto.

— Como assim? — Ele franziu o cenho, mas percebi suas bochechas corarem levemente.

— Hã, q-quero dizer, eu não gosto dos meus olhos! Seria legal ter olhos bonitos como o seus... — Pensei ter piorado tudo, me sentindo nervoso ao extremo. — N-não que eu te ache bonito mas, os seus olhos são legais!

— Jungkook... — Ele riu, parando alguns segundos para olhar em meus olhos, me deixando um pouco desconfortável com a proximidade exagerada. — Seus olhos são bonitos também, não vejo nada de errado com eles. — Disse, logo voltando a trabalhar em meu rosto.

— Eu não sou bom em me expressar, não entenda errado. — Confessei, visivelmente constrangido.

— Não acho que você seja gay por gostar dos meus olhos. — Ele riu, parecendo brincar.

— N-não sou gay! Na verdade, esses roxos são por uma garota. — Confessei novamente, me afundando mais em algo que estava tentando concertar.

— Ela te bateu? — Perguntou surpreso.

— Não, foi o líder do time de basquete. Não sei se eles tem algo... — Falei incerto.

— Ele não te bateria a toa. — Disse sério, logo soltando um suspiro. — Bom, acabei. Não é o melhor disfarce, mas vai durar até esse encontro em família acabar.

— Obrigado, Jimin. — Agradeci, me olhando no espelho.

— Disponha, Jungkook. — Ele sorriu novamente, pousando sua mão em meu ombro.

Sorri em resposta, logo saímos do banheiro e fomos ao encontro de meu pai e MiJeong.

Foi legal o jantar, apesar de não ter conversado tanto com Jimin depois​ do ocorrido no banheiro, descobri que ele não era aquele estorvo que pareceu ser na sexta-feira.

Meu pai me deixou em casa e foi passar o fim de semana com MiJeong, também me avisou que voltaria apenas na segunda para arrumar a casa e desocupar o quarto que seria de Jimin, que estava ocupado por algumas tralhas sem uso.

Eu não estou totalmente confortável com a ideia, mas estou tentando me adequar.

O fato de Jimin não ser uma mala também ajuda, e a mãe dele é simpática.

Talvez não seja uma ideia tão ruim.


.

.

.


Acordei atrasado para a escola, já era segunda-feira e eu sequer percebi o tempo passar. Ao sair de casa, sem nem comer por estar sem tempo, consequentemente esquecer das marcas roxas que ainda não haviam sumido e saído de casa como um panda deficiente de marquinhas, já que apenas um olho estava maravilhosamente roxo.

Poderia ser pior?

Acho que não, mas não irei reclamar ou falar disso em um tom sarcástico, já que da última vez que o fiz, meu dia me surpreendeu e mostrou que poderia sim piorar.

Apenas corri para a escola com uma maçã na mão e tratei de devorar a mesma pelo caminho, já que meu estômago implorava por atenção logo no início da manhã.

Eu diria que a aula teria sido tranquila, se não fosse por Tony enchendo meu saco com seus encostos dando uma ajuda (não que precisasse, o Tony sozinho já consegue ser inconveniente o suficiente para levar embora minha saúde mental). Ele não me bateu segundo ele, porque eu já estava acabado o suficiente e isso me deixou receoso, ele vai me bater mais?

Ao chegar em casa, encontrei meu pai mexendo nas tralhas do quarto da frente, que logo seria ocupado por Jimin.

Bufei ao lembrar. Tudo bem que eu já estava me acostumando com a idéia, mas se acostumar não quer dizer necessariamente gostar.

— Chegou cedo? — Perguntou, ao ouvir um barulho fora do quarto.

— Não, sempre chego nesse horário. — Respondi, entrando imediatamente no meu quarto e não deixando que meu pai me visse.

— Faz um tempo desde que estive em casa nesse horário. — Disse, quase como um lamento. — Mas as coisas irão mudar.

— Claro. — Gritei para ele do banheiro, em resposta.

— Você parece ter se dado bem com Jimin, isso me deixou muito feliz. — Não podia ver seu rosto, mas tinha certeza que estava sorrindo.

— Ele não é dos piores. — Falei, adentrando o box e iniciando meu banho.

— Não é.

Após acabar meu banho, vesti minha roupa e coloquei meu "disfarce" para que meu pai não visse as marcas quase apagadas.

— Não está tarde? — Perguntou, enquanto me via descer as escadas rapidamente, com a mochila nas costas.

— Um pouco, mas ainda tenho tempo. — Respondi, indo até a cozinha e preparando um lanche.

— Não tem comido nada saudável ultimamente. — Murmurou, enquanto lia um jornal.

— Como sabe?

— Você não é bom na cozinha. — Disse rindo.

— Meus cafés são bons, ninguém nunca reclamou deles. — Disse orgulhoso.

— Você deveria ganhar um prêmio por "fazer" um café tão bom.

— Certo, tente fazer um Frappucino como o meu e falhe miseravelmente! — Desafiei enquanto devorava meu sanduíche.

— Ela cozinha muito bem.

— Ela planeja me conquistar pelo estômago? — Ri divertido.

— Não, mas acho que isso conta bastante.

— Com certeza. — Terminei de comer e logo corri para a porta, ao notar estar atrasado.

— Onde você pensa que vai? — Perguntou, confuso.

— Irei dar o privilégio aos clientes da cafeteria de experimentarem meu maravilhoso café mais um dia. — Disse vigoroso.

— Você tem tempo, eu vou te deixar no seu trabalho quando for para o meu.

— Por que não me disse antes? — Questionei bravo.

— Foi engraçado te ver correndo pela casa como se fosse o fim do mundo. — Respondeu brincalhão, trazendo-me novamente a sensação de nostalgia e relembrando quando éramos eu e meu pai.

Infelizmente, não seremos mais.


Ao chegar no trabalho, tratei de vestir o uniforme e ir direto ao ponto: Lisa.

— Lisa? — Chamei a atenção da mesma, que estava focada em seu celular.

— Sim, Jungkook?

— Eu queria conversar com você.

— O que? — Finalmente ela pareceu interessada, guardando seu celular de imediato e virando-se para mim.

— Não pode ser aqui. 

— Podemos marcar? 

— Sim, seria melhor. 

— Quando? Onde? — Perguntou, animada.

— Pode ser lá em casa se quiser...

— Claro!

— Pode ser amanhã?

— Depois do turno? 

— Certo.


Talvez fosse impressão minha, mas Lisa pareceu muito mais animada depois do convite, sequer havia se desentendido com algum cliente e isso era raridade. Talvez​ seja só impressão.


O turno acabou e finalmente eu pude ir para casa.

Corri para lá o mais rápido possível, pois precisava urgentemente da minha cama, o dia havia sido muito movimentado, já que todas segundas-feiras​, a cafeteria ficava lotada todos horários do dia.

A casa estava silenciosa como de costume e eu havia acabado de me jogar na cama e nada iria me tirar de lá. Novamente, errado. Ouvi um estrondo vindo do outro quarto. Instintivamente, me levantei da cama​ em um pulo, sentindo meu coração quase sair pela boca.

Reunindo coragem não sei de onde, sai do quarto e fui até o cômodo de onde havia vindo o barulho.

Ouvi um gemido de dor, ao encostar o ouvido na porta, logo abri a mesma e me deparei com um pequeno ser ruivo caído no chão, com algumas tralhas por cima dele e uma cadeira no chão.

— Jimin? — Chamei, confuso.

— Jungkook! — Chamou, ainda atordoado pela possível queda.

— O que​ você está fazendo aqui? Assim? — Perguntei, logo indo ajudá-lo a se levantar.

— Eu vim arrumar minhas coisas, ou tentar. — Murmurou, envergonhado.

— Por que não me avisou? Eu achei que estivesse sozinho.

— Eu vi você chegando, mas não queria incomodar. — Confessou, tímido.

— Que isso, Jimin. Não iria. — Falei, meio sem jeito. — Você se machucou?

— Não foi nada demais, é que eu estava tentando empilhar estes livros na prateleira, mas é meio alto... — Disse, como se aquilo o chateasse.

— Não é por nada não, Jimin... — Iniciei, logo segurando-me para não rir. — Mas por que você quer colocar seus livros em uma estante que você sequer alcança mesmo com uma cadeira?

— Jungkook, por que você é assim? — Reclamou, me dando um soco fraco no braço.

— Eu só queria saber! — Disse em defesa.

— Não é verdade, é a segunda vez que brinca com a minha altura!

— Eu acho fofo. — Disse normalmente, logo percebendo o Park corar violentamente.

— V-vai me ajudar? — Perguntou, desviando o olhar.

— Realmente quer colocar os livros ali? — Perguntei surpreso, logo ele afirmou com a cabeça. — Então tá, né.

— Você gosta de ler? — Perguntou, enquanto recolhia os livros e me entregava.

— Não muito, os únicos livros que tenho são mangás e não é sempre que leio.

— Por que?

— Uso mais como referência para desenhar.

— Você desenha?! — Perguntou em um pulo, pude ver seus olhos brilharem.

— Sim, mas não sou muito bom. — Confessei, envergonhado.

— Aposto que é!

— Pare de puxar meu saco! — Reclamei.

— Eu não estou! Sério.

— Você gosta. — Murmurei enquanto organizava os livros na prateleira.

— Sim, gosto, mas uso como um passatempo. — Disse sorrindo. — Não é como se eu lesse vinte e quatro horas por dia.

— Entendi. Bom, aqui estão seus livros. — Conclui, descendo da cadeira.

— Obrigado, Jungkook. — Agradeceu.

— Precisa de mais alguma ajuda? — Perguntei, um pouco envergonhado​.

— Na verdade, acho que acabei. — Respondeu, parecendo em dúvida enquanto deslizava os olhos pelos cantos do quarto. — Sim, terminei tudo.

— Aposto que pode fazer melhor do que isso, Jimin.

— O que? Como assim?

— Esse quarto tá muito simples, precisa de uma decoração melhor! Talvez se começasse pelas paredes.

— É, você tem razão. — Concordou, visivelmente constrangido.

— Você não trouxe nada para decorar? — Perguntei, Jimin apenas negou com a cabeça. — Isso não pode ficar assim, vem! — Disse, impulsivamente puxando o Park pela mão.

Peguei minha carteira e levei Jimin para comprar alguma coisa decente para o quarto. Ele hesitou​ um pouco quando percebeu minha intenção ao tirá-lo de casa, mas logo consegui convencê-lo.


— Eu gosto de azul. — Murmurou, passando a mão pelos rolos de papéis de parede.

— Escuro? — Perguntei, ao perceber sua fascinação quando seus olhos pousaram no rolo.

— Todas tonalidades.

— Você quer colocar o azul? — Perguntei, curioso.

— Na verdade, a maioria das minhas coisas já são azuis, ficaria algo muito repetitivo! — Disse sorrindo, em um tom engraçado.

— Têm outras cores, não precisa se prender. — Falei enquanto olhava às inúmeras quantidades de rolos de papel de parede. — Tem aqueles estampados também.

— Isso fica muito chamativo!

— Você é exigente. — Murmurei, constrangido.

— Por que você não escolhe por mim? — Sugeriu, se espreguiçando.

— Tem certeza? — Questionei, surpreso. Jimin apenas assentiu com a cabeça, parecendo despreocupado. — Preto.

— Preto? — Ele arqueou a sobrancelha, parecendo interessado em saber o motivo, mas apenas deu de ombros, pegando o rolo e levando-o até o caixa. Ri ao perceber que o rolo era quase do mesmo tamanho de Jimin, novamente achei fofo. Por quê?

— Eu espero que fique bom. — Murmurou inseguro, ao voltar com o rolo em uma sacola.

— Você ainda tem dúvidas? Preto fica bom em qualquer coisa! — Disse confiante.

— Você está bem certo disso. — Riu, enquanto saia da loja.

— Talvez eu tenha me empolgado, mas eu realmente gosto de preto. — Falei, enquanto olhava para o rolo na sacola. — Eu queria colocar essa cor no meu quarto, mas minha mãe não deixou, disse que era uma cor forte para uma criança.

— Sua mãe? — Jimin parecia desconfortável ao perguntar, mas seus olhos estavam fixos em meu rosto.

— Ela morreu. — Disse em um fio de voz, logo engolindo em seco.

— Sinto muito. — Murmurou, fitando o chão.

— T-tudo bem, quero dizer, pelo menos agora eu tenho algo para me lembrar... — Jimin novamente subiu seu olhar, como se penetrasse em mim. Senti um arrepio estranho.

— Qual foi a cor?

— Azul pastel. — Suspirei fundo, ignorando aquele contato visual exagerado. — Ela amava azul.

— Ela tinha bom gosto. — Senti sua mão passar por meu ombro de um modo carinhoso, me confortando com a ajuda de um pequeno sorriso que brotará nos lábios do Park. Fixei meus olhos em seus dentes, perfeitamente alinhados se não fosse por um, minimamente tortinho e fodidamente fofo.

— Você tem um sorriso lindo. — Sussurrei inconsciente.

— O-o que? — Percebi Jimin dar um salto, dando alguns passos para trás e corando violentamente, por fim, quase tropeçando em seus próprios pés.

— Me dê a sacola, sim? Parece pesado. — Falei, dessa vez mais alto e tentando apagar o que havia dito.

— S-sim. — Jimin parecia mais constrangido agora, mas me entregou a sacola.


— Jimin? — Chamei, após um tempo em silêncio, apenas seguindo o caminho para casa.

— Eu... — Respondeu, sem virar-se para me olhar, já que o mesmo parecia focado em não pisar nas linhas da calçada à cada passo que dava.

— Quando vão se mudar? — Perguntei, já rindo de seu comportamento infantil.

— Hoje. — Finalmente​ o Park parou sua brincadeira e me olhou satisfeito.

— J-já? — Senti um choque de realidade, me fazendo gaguejar e corar.

— Qual o problema? — Seu olhar satisfeito havia deixado seu rosto, que agora ocupava olhos inquietos e expressão insegura. — Sei que vai ser difícil se adaptar à um estranho em sua casa, mas também está sendo difícil para mim. — Dessa vez ele voltou a caminhar na frente, sem me encarar. — Eu gostava da minha outra casa, não queria vir. 

— Jimin... — O alcancei, o puxando pelo braço e o fazendo me encarar, surpreso. — Esse estranho ser você me deixa mais seguro. — Percebi seus olhos brilharem, como se fosse chorar, mas me surpreendi ao ver seus olhos se fecharem e um sorriso sincero brotar em seus lábios. Poderia dizer que essa imagem do Park quase fez meu coração saltar pela boca, mas isso não é algo que eu deveria sentir. Não com ele.

— Eu também. — E foi só ouvir essas duas palavras saírem de sua boca para que esse pensamento tolo deixasse minha mente. 

Eu gosto dessa sensação.



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