História This is not a love story - Amnésia

Eu não tenho ido à escola, mamãe explicou minha situação ao diretor e ele permitiu que os professores me passarem trabalhos para notas extras, Louis que os trás para mim, mas disse que seria por tempo limitado: - Sei que o que aconteceu foi uma tragédia, mas a senhorita não pode abandonar seus estudos assim! – foi à frase que ele usou.

Realmente uma tragédia.

Mamãe tem medo que eu fique com principio de depressão, emagreci dois quilos e quando já é magra isso não é bom, ando tomando remédios e vitaminas para isso não acontecer, seria péssimo ficar doente.

Vejo a turma sempre, eles costumam vir aqui quase todos os dias para me ver, mas não converso muito com eles apenas com Niall e Zayn, eles e Louis andam me ajudando muito a ter força para suportar tudo isso, eu realmente os amo.

 Passava todas as minhas manhãs olhando pela janela observando cada detalhe a mim permitido. As tardes eu ia para o hospital e me sentada em uma poltrona bege, localizada ao lado do leito do Harry e cantava baixinho enquanto em minha cabeça tudo o que fazia era pedir a Deus que ele acordasse. À noite eu ia para casa, fazia minhas lições e esperava o dia amanhecer recomeçando tudo de novo.

Estávamos entrando na ultima semana do mês, era uma segunda-feira à tarde ensolarada. Em frente ao espelho terminava de passar um pouco de maquiagem no meu rosto, minhas olheiras estavam horríveis, desci para a sala.

Louis: Vamos? – concordei com a cabeça

Chegamos ao hospital em cerca de quinze minutos, cumprimentei as enfermeiras da recepção, que já me conheciam muito bem, e peguei o meu crachá indo direto para o elevador. Encontrei Anne saindo do quarto, ela me abraçou forte como em todos os dias e sorriu fraco. 

Eu: Como ele esta?

Anne: Ainda na mesma – ela suspirou – Mag obrigada por tudo o que esta fazendo! – neguei com a cabeça

Eu: Não me agradeça! Olha vai pra casa e descansa ok?

Anne: Tudo bem!

Eu: Nos vemos mais tarde! – ela cumprimentou a Louis com um aceno de cabeça e seguiu pelo corredor fazendo o caminho inverso ao meu.

Louis se sentou em uma das cadeiras que eram grudadas na parede e eu entrei no quarto, caminhei lentamente até a cama e depositei um beijo na cabeça de Harry. Me sentei na poltrona e suspirei.

Eu: Oi Harry! Você não tem perdido muita coisa por aqui – ri baixinho e fiquei em silencio por um tempo.

Eu: Olha eu quero tentar uma coisa diferente hoje! – me aproximei mais dele e segurei sua mão.

Eu: Harry – sussurrei – você esta me ouvindo? Se sim, aperta a minha mão! – esperei por uma resposta que não veio – tudo bem não tem problema – suspirei – que música você quer ouvir hoje?

 Eu pensei que coisas assim passassem com o tempo

Mas eu ainda preciso de você

Por que isso acontece?

Você é a única imagem na minha mente

Então eu ainda te vejo

Por aqui

Eu sinto sua falta todos os dias

Quero estar com você, mas você está longe

Eu digo que estou sentido sua falta, insanamente

Se eu estivesse em seu lugar, isso seria diferente

As palavras não saem direito

Mas eu ainda estou falando sério

Por que isso acontece?

Fere meu orgulho te dizer como eu me sinto

Mas eu ainda preciso fazer isso

Por que isso acontece?

Eu sinto sua falta todos os dias

Quero estar com você, mas você está longe

Eu digo que estou sentido sua falta, insanamente

Se eu estivesse em seu lugar, isso seria diferente – as lagrimas já inundavam os meu olhos

Não importa quem você é

É tão simples

Um sentimento

Mas é tudo

Não importa quem você ame

É tão simples

Um sentimento

Mas é tudo

Eu sinto sua falta todos os dias

Quero estar com você, mas você está longe

Eu digo que estou sentido sua falta, insanamente

Se eu estivesse em seu lugar, isso seria diferente – senti uma pressão em minha mão e me assustei.

Eu: Harry? – nada, continuei.

Eu sinto sua falta todos os dias

Quero estar com você, mas você está longe

Eu digo que estou sentido sua falta, insanamente

Se eu estivesse em seu lugar, isso seria diferente – senti a pressão novamente

Olhei para minha mão e meu coração saltou, ele estava a apertando, estava a apertando eu não conseguia acreditar. Havia sonhado com isso por tanto tempo e agora não sabia o que fazer, como reagir. Um soluço preso em minha garganta escapou e eu coloquei a mão sobre a boca tentando abafar meu choro. Harry suspirou e meu coração parou.

Sai correndo do quarto, precisava encontrar Carry, ela é a medica que cuida do quadro dele e ela precisava saber disso. Já estava cruzando o segundo corredor quando a vi saindo de um quarto, logo a minha frente. Segurei em seu braço e ela me olhou assustada.

Eu: Carry – respirei fundo me recuperando

Carry: Meredith, o que aconteceu?

Eu: Ele, ele apertou minha mão! – sorri em meio às lagrimas

Carry: Harry? – ela sorriu

Eu: É, vem eu preciso te mostrar!

Corremos o mais rápido possível pelos corredores de volta para o quarto, assim que entramos eu caminhei confiante até a cama e segurei a mão de Harry novamente.

Eu: Harry? Olha a doutora está aqui! Ela quer ver o que você fez agora apouco, você poderia fazer de novo? – nada

Carry: Meredith, você quer tanto que isso aconteça talvez tenha sido coisa da sua cabeça querida!

Eu: Não! não foi! – meus olhos se encheram de água – Harry, você pode me ouvir? Por favor Harry, eu sinto a sua falta, você precisa voltar para mim, eu preciso de você! Eu preciso muito!

Carry: Querida...

Eu: Eu sinto sua falta todos os dias

Quero estar com você, mas você está longe

Carry: Meredith! – neguei com a cabeça e continuei

Eu: Eu digo que estou sentido sua falta, insanamente
Se eu estivesse em seu lugar, isso seria diferente.

Carry: Meredith olhe! – Harry estava apertando minha mão e eu nem estava sentindo – Meu Deus! – ela exclamou boquiaberta, sorri.

Um sorriso que não ficou muito tempo em meu rosto.

 Um som estridente começou a soar muito alto, era a maquina que monitoravam os batimentos cardíacos de Harry, eles estavam acelerados, olhei para Carry apavorada.

Eu: O que esta acontecendo?

Carry: Mag – ela segurou em meus ombros – eu quero que você saia daqui! – neguei com a cabeça, paramédicos entraram rapidamente no quarto – Charlly! Tire-a daqui!

Charlly: Vamos Mag você precisa sair!

Eu: Não me diga o que esta acontecendo!

Charlly: Você tem que ir! Eu prometo te dar informações assim que puder, mas você tem que esperar lá fora! – ele me acompanhou até a porta do quarto e a fechou assim que eu sai.

Louis: O que aconteceu? – o abracei forte, meus soluços começaram a ficar incontroláveis

- Mag? – olhei por cima do ombro de Louis e vi Anne e Gemma paradas, seus olhos transmitiam pavor esperando pelo pior – o que aconteceu? – me soltei de Louis e caminhei até elas.

Eu: Eu – respirei – eu estava cantando para ele – ela concordou com a cabeça – ai ele apertou a minha mão – ele sorriu com lagrimas nos olhos – eu fui chamar a Carry para mostrar para ela, e ele fez de novo, só que der repente os aparelhos começaram a apitar e me mandaram sair da sala, Anne me desculpa! Se eu soubesse que – comecei a chorar de novo não conseguindo terminar minha frase. Ela me abraçou.

Minutos que mais pareciam horas se passaram lentamente, sentada na sala de espera eu batia meu pé incessantemente, não aguentava mais esperar, precisava de noticias sobre o estado de Harry.

Como se estivesse lido meus pensamentos Carry entrou na sala nos fazendo levantar, eu sei que pode parecer horrível, mas eu só conseguia pensar no pior. E se o pior acontecesse eu me culparia pelo resto de minha existência, felizmente a alternativa de uma suposta morte fugiu de minha mente assim que um sorriso apareceu em sua face.

Carry: Ele acordou!

Apenas uma frase composta por duas palavras, duas singelas palavrinhas que me fizeram paralisar.

Senti meu rosto molhado e limpei as lágrimas que eu nem sabia que estava derramando com as mãos, e pela primeira vez depois de um bom tempo eu sorri, não um sorriso falso ou compreensivo, mas um sorriso puro repleto de alegria.

Anne: E nós podemos vê-lo?

Carry: Bem como vocês sabem o carro atingiu uma parte importante da cabeça do Harry o lado onde se guarda as memórias, como ele estava em coma não sabemos se a ária foi danificada, por isso eu achei melhor que entrasse uma pessoa por vez, assim acaba sendo mais fácil para ele!

Anne: Tudo bem!

Carry: Então quem quer ser o primeiro?

Eu: A Anne! – ela olhou para mim e sorriu.

Há passos curtos eu seguia pelo corredor, parei em frente à porta de numero vinte e três b, e não tive coragem de bater. Contei mentalmente até dez e suspirei, levantei a mão para bater na porta, mas antes mesmo que eu concluísse tal ato a mesma se abriu. Gemma sorriu para mim e antes de sair totalmente do quarto sussurrou um “Boa Sorte”.

Fechei a porta atrás de mim, e me apoiei nela. Quase fui ao chão ao velo sentado na cama olhando para mim. Eu podia ver seus olhos de novo. Lindos olhos verdes.

Eu: Oi – sorri

Harry: Oi – ele fez o mesmo fazendo meu coração quase ter um ataque de tão acelerado.

Nunca pensei que sentiria tanta falta de seu sorriso!

Eu: Como está?

Harry: Bem quer dizer eu acho!

Eu: Você acha? – ri fraquinho

Harry: É – ele me acompanhou na risada – eu não sinto nada de diferente!

Eu: Isso é bom!

Harry: Muito bom! – ele sorriu sem mostrar os dentes.

Acabamos caindo novamente em um silencio apenas nos observando. Ia começar a falar novamente, pedir desculpas, mas ele acabou falando primeiro. Uma coisa que tirou o chão sobre meus pés.

Harry: Qual é o seu nome?

No começo achei que era algum tipo de brincadeira de sua parte, mas parei para pensar na conversa que acabamos de ter, como se fôssemos dois desconhecidos, acabei por fim lembrando do que a doutora disse.

Carry: Bem como vocês sabem o carro atingiu uma parte importante da cabeça do Harry o lado onde se guarda as memórias, como ele estava em coma não sabemos se a ária foi danificada [...]

E tudo fez sentido.

Eu: Meu nome?

Harry: Sei que pode parecer indelicadeza da minha parte, você veio até aqui para me visitar! Mas eu realmente não consigo me lembrar de onde a conheço!

Eu: Ah! – foi tudo o que consegui pronunciar

Minha mente estava uma confusão, não sabia como reagir a isso, e para piorar eu já podia sentir o famoso aperto se formar em minha garganta.

Ouvi batidas na porta e abri de imediato, me deparando com um Zayn muito sorridente, passei por ele sem ao menos dizer um oi ou adeus. Não poderíamos conversar.

Ele não se lembra de mim?

Cheguei em tempo recorde na sala de espera, graças a minha corrida curta ate-la. Acenei para Louis que se levantou e veio em minha direção.

Eu: Vamos embora? – sussurrei e ele franziu a testa

Louis: Não estou entendendo! Por que quer ir embora Mag?

Eu: Eu... Eu te conto quando chegarmos em casa! Olha eu até prometo se você quiser, só, vamos por favor!

Louis: Tudo bem eu, eu te levo e depois volto para ver o Harry! – concordei com a cabeça

Acenei para Anne que falava animadamente no celular e ela me mandou um beijo, fiz o mesmo e em fim partimos.

O caminho de volta nunca me pareceu tão longo, assim que chegamos Louis me perguntou o que havia acontecido e eu respondi que iria tomar um banho e que conversávamos mais tarde, ele concordou, não de muito grado, mas concordou.

Corri para o meu quarto e imediatamente me tranquei no banheiro, encostei minhas costas na porta e deslizei até o chão frio.

Lágrimas e mais lágrimas silenciosas deslizavam pelo meu rosto, com o tempo eu já havia aprendido a me conformar com elas, minhas companheiras de solidão.

Chorei até que minhas lágrimas se secaram e meus soluços pararam, meu olhos ardiam e meu coração doía como nunca doeu antes.

Levantei de chão, apoiando-me na parede e não ousei olhar meu reflexo no espelho passando direto por ele.

Tirei minhas peças de roupa e as deixei espalhadas pelo caminho até o Box, liguei o registro e a água quente escorreu por minha pele.

Tudo o que eu conseguia pensar era que minha vida estava indo de mal a pior.

Sentada em minha cama eu observava o vazio.

O mesmo vazio que eu sentia em meu coração!

Eu só me perguntava por quê? Por que ele tinha que se esquecer logo de mim? Ele escolheu isso? Ou foi apenas uma obra do destino?

- Foi porque você o magoou! Destruiu o coração dele sem nem pensar nos sentimentos do garoto! Isso é apenas o que você plantou Mag!

 Era o que dizia minha consciência, mas eu me negava a acreditar nisso, mesmo sabendo que ao menos uma parte de tudo seja verdade.

Louis: Ele se esqueceu de você não foi? – e lá estavam Louis, Niall e Zayn entrando em meu quarto.

Eu: Como você sabe?

Louis: Ele também se esqueceu de mim! – suspirei

Eu: Era de se esperar! Eu o apresentei você a ele, isso é o mais lógico de se acontecer! Eu sinto muito! – ele deu de ombros

Louis: Tudo bem, mas e você? – balancei a cabeça Niall me abraçou de lado

Niall: Você ainda o ama, não ama?

Eu: Não sei! – dei de ombros

Zayn: Nós sabemos que sim!

Eu: Mas eu não deveria! Olha ele se esqueceu de mim, eu não vou poder nem chegar perto dele porque isso pode afetar ainda mais sua memória! – sai da cama

Eu: Esta na hora de eu deixa-lo em paz e seguir com a minha vida – só percebi que estava chorando quando Niall me abraçou intensificando ainda mais meus soluços – Eu não sei como vou fazer isso! Não sei como vou encará-lo todos os dias e fingir que nada aconteceu, que o Nós não existiu!

Zayn: Você vai ficar bem! – eles também me abraçaram formando assim um abraço em grupo

Louis: Nós estamos com você Mag!

Niall: Vai dar tudo certo você vai ver!

Eu: Obrigada meninos eu, eu amo vocês! – eles me soltaram

Eles: Nós também te amamos!

Niall: Ele vai ter alta amanhã!

Eu: Eu sei! Gemma me mandou uma mensagem, tenho que ir amanha na casa deles! Vou depois da escola – dei uma mordida no meu sanduíche. Estávamos na sala assistindo a um filme.

Zayn: Você vai a escola amanha?

Eu: É já estar mais do que na hora de eu retornar a viver!

Louis: Estamos com você!

Eu: Eu sei que sim!