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História This is our place - Nicole, o monstro


Escrita por: amidori

Capítulo 10 - Nicole, o monstro


 

Emy sorriu e se aproximou de Jake.

— Eu posso falar na frente dela mesmo? — Emy apontou para Julie.

— O que ela não ouve, eu conto depois. — Respondi sorrindo.

— Então, ok. — Ela respirou fundo.

— Eu queria saber se você poderia trocar de quarto comigo, você fica com o meu no 56B e eu fico aqui. — Ela falou tudo de uma vez.

Eu e Julie ficamos a olhando, como se ela estivesse louca, Julie terminou de processar o que ela disse antes de mim, eu continuei a olhando e Julie balançou algumas vezes a cabeça, alternando o olhar de mim, Jake e Emy, como se não acreditasse no que acabara de ouvir.

— Não. — Julie acabou por falar.

— Mas isso seria uma decisão da Maggie, não? — Emy rebateu.

— Maggie não vai trocar de lugar com você, aqui é um bom lugar para ela, você só está fazendo isso por causa dele.

— É claro, nós namoramos, é lógico que vou querer ficar perto dele, além do mais, não que eu desconfie da Maggie, mas é desconfortável saber que meu namorado dorme no quarto de outra garota. — Ela falou fazendo gestos com a mão. — E então, Maggie?

Eu encarei Jake esperando uma resposta, ele com certeza sabia disso, e ele aceitou que eu saísse daqui, ou seja, todos queriam isso, eu esperava minha resposta, mas ele sempre desviava o olhar de mim, talvez ele tenha noção do quanto isso está mexendo comigo, ou simplesmente não quer assumir que isso foi também ideia dele. Já que ele não me respondeu, concluí, que eu deveria aceitar isso, eles poderiam ficar juntos, eu não queria atrapalhar um casal feliz.

— Tudo bem. — Eu demorei para responder, mas quando respondi, Julie se virou para mim de boca aberta e Emy comemorava.

— Aah, obrigada, Maggie. — Ela veio até mim e me abraçou, eu sorri fraco. — Podemos fazer isso hoje? Eu vou pegar minhas coisas, não são muitas.

— Pode ser. — Sorri, e me virei para Julie. — Você me ajuda?

Ela ainda estava ocupada me olhando, como se também não acreditasse que eu tinha aceitado isso, eu dei um tapa no braço dela, para que ela me respondesse.

— Tá bom. — Ela pareceu concordar contra sua vontade.

— Certo, eu vou lá. — Emy se virou para Jake. — Vamos lá também, Nicole não está lá agora.

Ele assentiu e quando os dois iam sair, o chamei:

— Ei, quem vai ficar com os gatos? — Ele me olhou pensativo.

— Acho melhor deixá-los aqui, por enquanto. — Ele falou incerto, eu não sabia o porquê, mas apenas concordei e eles foram embora.

Julie respirou fundo, e eu já sabia que iria começar a bronca.

— Por que diabos você aceitou isso?! Você não quer ficar com ele?! — Ela falou irritada.

— Não, eu não quero ficar com ele, quero que aqueles dois sejam felizes.

— Mas e você?

— Eu acho outro boyzinho pra mim. — Dei de ombros e entrei no banheiro.

Ela bufou e desistiu do assunto, ela começou a juntar as coisas da minha mesa. Eu não estava tão triste assim, desde o começo eu reclamava dele, pelas coisas idiotas que ele faz, agora eu não precisaria mais aguentar isso. Em pouco tempo, nós duas arrumamos todas as minhas coisas - que não eram muitas -, e os outros dois chegaram com as coisas da Emy. Nos despedimos rapidinho e saímos, eu e Julie fomos até meu novo quarto em silêncio, o que foi bem ruim, já que ela parecia brava.

— Não fique com raiva de mim. — Falei enquanto andávamos.

— Não estou com raiva, apenas estou pensando em um boyzinho para você, você tem razão em relação à eles, que sejam felizes! — Ela sorriu.

— Você muda rápido de opinião. — Murmurei, mas ela me ignorou e continuamos andando.

Quando chegamos no quarto, a tal Nicole ainda não estava lá, Julie tinha que ir arrumar suas coisas do acampamento, então ela voltou para seu quarto, e eu comecei a arrumar minha nova metade do quarto, tinha uma linha feita com fitas no chão, estava no meio do quarto, talvez seja a divisão, tinha duas fitas que formavam um caminho pro banheiro e mais duas fitas que formavam o caminho para o closet, eu estranhei aquilo, mas ignorei e apenas continuei a arrumar.

Quando estava tudo pronto, eu estava deitada em minha cama, e ouvi a porta se abrir, não me movi, e logo uma figura grande apareceu, ela tinha cabelos compridos, era super bombada, e não parecia ser muito amigável, eu me levantei na hora.

— O-Oi, Nicole? — Falei sorrindo.

— Quem é você? — Sou sua nova colega de quarto, Emy trocou comigo, me chamo Maggie.

— Certo, Maggie, o negócio é assim, você não fica no meu caminho, e eu não fico no seu, entendeu? — Ela falou curta e grossa.

— Sim...

Ela foi para sua cama e eu me joguei na minha de volta, ela dava 3 de mim, não seria nem um pouco legal aborrece-lá.

Amanhã já seria segunda, e eu estava morta de cansaço, eu fui dormir bem cedo, para tentar não ser uma planta na sala de aula.

Na manhã seguinte fui acordada com Nicole jogando algo líquido em mim, quando consegui distinguir o que era, já que estava quase me afogando, me levantei na hora, era meu enxague bocal.

— Pra que isso?! — Eu gritei.

— Isso estava do meu lado do espelho. — Ela jogou a embalagem agora vazia em mim.

— E o espelho tem lados?!

— Escuta aqui, — Ela colocou o dedo na minha cara. — tudo aqui está dividido, até mesmo o espelho, então eu aconselho você a não ficar do meu lado do quarto.

Eu fiquei a olhando incrédula, se ela fosse 2 vezes menor eu já teria pulado na cabeça dela. Ela voltou para o banheiro.

Eu respirei fundo e limpei tudo, ela saiu para a aula antes de mim, eu marquei de encontrar Julie na cafeteria, mas me atrasei por causa desse incidente. Cheguei na cafeteria ofegante por ter corrido.

— O que aconteceu? — Julie perguntou enquanto em sentava na cadeira vazia.

— Minha colega de quarto é louca!

— Por que diz isso?

— Ela jogou meu enxague bocal inteiro em mim, só porque estava "do lado" dela do espelho.

— E você deixou ela fazer isso?

— Ela é um monstro! Se eu tentar fazer alguma coisa, provavelmente ela quebra todos os ossos do meu corpo.

— Sua colega de quarto é Nicole, a que faz educação física?

— Se essa Nicole for um monstro, deve ser ela.

— Mano, eu falei para você não trocar, mas você não quis me ouvir. — Ela deu de ombros e bebeu seu café.

Logo deu o horário de aula, fomos para sala, o dia se passou super rápido, talvez seja porque eu não estava afim de voltar para meu quarto. Quando cheguei no quarto ela estava lá, mexendo nos meus livros, na verdade ela estava os rabiscando, no meu lado do quarto!

— O que está fazendo?! — Eu peguei o livro da mão dela.

Ela pegou o livro da minha mão de volta, quase rasgando o mesmo.

— Estou fazendo um desenho, sai daqui! — Ela gritou.

— Mas esse é meu livro! E meu lado do quarto!

— E daí? — Ela se virou para mim, desafiando-me a falar mais alguma coisa.

Eu a olhei com tanta raiva, que se fosse possível matar uma pessoa com o olhar, ela estaria morrendo da pior forma possível.

Ela sorriu, pegou um caderno e jogou em mim.

— Faz minha tarefa, é para amanhã. — Ela ordenou.

— Não. — Coloquei o caderno na mesa de volta.

— Eu não estou pedindo.

— E daí?

Pronto, acabei de assinar meu contrato de morte, porque agora ela provavelmente iria me matar, ela se levantou, me empurrou e jogou o caderno em mim de novo.

— Faz logo essa porcaria. — Ela gritou.

Eu resmunguei mentalmente e peguei o caderno, ela se sentou na minha mesa e voltou a desenhar, e eu tive que fazer aquela merda.

[…] Passou-se uma semana assim, eu estava quase surtando, agora estava na cafeteria com Julie.

— Quanto tempo eu posso ficar presa por matar alguém? — Perguntei.

— Não sei, bastante tempo, eu acho.

— Vale a pena. — Eu coloquei a mão na cabeça.

— Por que não sai de lá?

— E vou pra onde?

— Para seu antigo quarto, com seu antigo amor, ah, falando nisso, achou outro boyzinho?

— A única coisa que eu achei foi uma louca e uma vontade incontrolável de socar aquela garota até ela entrar em coma.

Julie parecia preocupada comigo, ela procurava diversas pessoas para trocar de quarto comigo, mas nenhuma aceitava.

Alguém se sentou ao meu lado, sem que eu percebesse.

— Oi. — Ele falou.

Levantei a cabeça e olhei para Julie primeiro, que revirou os olhos e depois para a pessoa ao meu lado, que era Jake.

— Eu te odeio. — Falei descontando toda a raiva que eu sentia, por ele ter feito eu trocar de quarto.

— Ok, mas por quê?

— Eu troquei de quarto por sua causa e fui parar com um monstro, se eu matar alguém, você vai responder por isso.

— Desculpa não ter te avisado disso, mas talvez ela seja uma boa pessoa. — O olhei, praticamente o mandando calar a boca com os olhos, e parece que ele entendeu. — Ou talvez não.

— Eu vou para minha aula. — Me levantei e sai, deixando os dois se olhando, mas logo Julie também saiu.

[…] E agora fazia um mês que eu estava com aquela menina, ela podia ficar do meu lado do quarto, mas eu não podia ficar no lado dela.

Eu estava em minha cama, e ela ainda não tinha chegado, estava aproveitando meu pouco tempo de descanso, mas isso logo acabou quando ouvi a porta se abrir bruscamente, revirei os olhos e suspirei.

— O que é isso?! — Ela gritou jogando o caderno dela em mim.

— Um caderno.

— E por que o meu professor falou que as atividades estão erradas?!

— Por que você as fez errada.

— Foi você quem fez!

Eu já estava ficando irritada demais com aquilo, já era insuportável, me levantei, e olhei para ela.

— Então faça você mesma! — Bati o caderno no peito dela.

— O quê?!

— É isso aí.

Ela pegou o caderno e bateu na minha cara forte o suficiente para fazer meu corpo ser jogado para o lado. Eu coloquei a mão no lugar atingido, meu sangue ferveu, eu não nasci para isso! Sem nem mesmo me recuperar da cadernada, gritei e pulei nela. Saímos rolando pelo chão do quarto, ora eu conseguia ficar no controle ora ela virava o jogo, eu não sei de onde surgiu tanta força no começo, mas vendo que eu não ia conseguir ganhar dela, eu me levantei rápido, peguei uma vassoura e literalmente quebrei na cabeça dela, ela caiu no chão, eu joguei o que sobrou da vassoura nela, demorei um pouco para perceber o que tinha feito, vi a pulsação dela, e ela estava viva, apenas desmaiada, eu rolei ela para o lado dela e a deixei lá.

Entrei no banheiro e comecei a cuidar dos meus machucados, Julie faria um interrogatório para mim amanhã, mas a única coisa que eu conseguia pensar, é que valeu a pena, consegui descontar boa parte da minha raiva com isso.

E como eu havia dito, Julie realmente fez o interrogatório.

— Eu queria ter essa coragem sua, você podia ter morrido. — Ela falou impressionada.

— Mas agora não temos mais vassoura. — Nós rimos com isso.

Agora que Jake e Emy não estavam tão grudados, ele ia tomar café com a gente, quando ele chegou, e me viu cheio de hematomas pelo corpo, logo fez a típica pergunta:

— O que aconteceu?

— Ela saiu rolando na porrada com Nicole, o monstro. — Julie respondeu, e nós havíamos dado esse apelido para a Nicole.

— Por quê?

— Porque era isso ou eu comprava uma arma e atirava nela.

— Ela não vai querer se vingar? — Ele perguntou preocupado.

— Provavelmente, nesse caso eu estarei fudida, e vocês já podem se despedir de mim, ou eu quebro outra vassoura na cabeça dela.

— Se acontecer outra treta assim, me chama, eu pulo nela com você. — Julie falou sorrindo, eu retribui e me virei para Jake.

— E como vai você e a Emy?

— Vai bem.

— É bom que esse namoro de vocês dure por bastante tempo, porque eu não estou passando por tudo isso a toa. — Ele riu com meu comentário.

— Pode deixar.

Julie nos olhava ainda com aquela tristeza no olhar, ela ainda não superou que ele namora e eu estou sozinha.
 



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