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História This is our place - Proposta


Escrita por: amidori

Capítulo 11 - Proposta


 

Passado mais 1 mês, e Nicole nem sequer olha mais para mim, eu não queria ser vista desse jeito, mas até que isso é bom. E agora, finalmente, é férias! Isso era bom e ruim ao mesmo tempo, queria dizer que meu intercâmbio estava acabando, mas também queria dizer que eu não teria aulas chatas. Logo no primeiro dia de férias, ja comecei a planejar minha rotina - a qual eu provavelmente não cumpriria -, e logo uma Emy revoltada entra no quarto.

— Oi... — Falei alternando o olhar entre ela e a porta.

— Você quer voltar para o seu quarto? Que bom, vamos destrocar.

— A porta não estava trancada? — Ignorei completamente o que ela disse.

— Eu vou pegar minhas coisas, e você arruma a suas, ok? Isso é para agora.

— Calma, por que isso?

— Jake é um idiota, eu descobri que ele toma café com duas garotas todo os dias e de tarde fica de papinho com umas meninas da turma dele. — Ela se sentou na cama e colocou a mão na cabeça.

— Ah... As meninas do café, sou eu e minha amiga... — Ela me olhou com certa raiva. — Somos só amigos, e quanto as meninas da sala dele, devem ser apenas amigos também.

— Você está o defendendo? — Ela se levantou e me encarou.

— Não, só estou falando, dá uma chance para ele, tá começando as férias, vocês poderão ficar mais tempo juntos.

Sua determinação, deu lugar a um desânimo e uma cara infeliz.

— Tudo bem, não é por isso que estou terminando. — Ela se sentou na cama e começou a falar, na verdade, eu não estava afim de ouvir, mas acabei por prestar atenção. — Essas últimas semanas, eu comecei a gostar de um garoto da minha sala, ele também gosta de mim, e eu não sabia lidar com o Jake, então fiz isso, mas agora, estou me sentindo um monstro.

— Se você não gosta mais dele, fala direto para ele. — Ergui a mãos, como se isso fosse óbvio.

— Não é tão fácil, eu não quero deixá-lo triste, você é amiga dele, faça-o me esquecer.

— Querida, eu sou amiga dele e não uma bruxa do esquecimento.

— Pode ir conversar com ele, pelo menos?

— Tá bom. — Revirei os olhos.

Eu saí do quarto, fiz o caminho que eu não fazia a muito tempo, e voltei para meu antigo quarto, a porta estava aberta, então apenas entrei, as coisas dela já estavam tudo empacotadas de novo, Jake estava de costas para mim, eu o chamei e ele se virou assustado.

— Ah, Maggie, não faça isso. — Ele sorriu.

— Você tá bem? — Fui direta.

— Sim, por quê?... Ah, Emy? — Assenti com a cabeça. — Não se preocupe, nosso relacionamento não estava muito bom desde algumas semanas, então eu nem ligo. — Ele sentou na cama e suspirou.

— Não é o que parece. — Me sentei na " minha " cama.

— É sério, tipo, nós já estávamos nos distanciando, e o " grande amor " que tínhamos, no final se acabou, então estou de boa com isso.

Eu continuei o olhando preocupada, ele realmente parecia triste.

— Ei, não me olhe assim! — Ele riu. — Você vai voltar para cá?

— Emy quer que eu volte. — Dei de ombros.

— E você?

— O quê?

— Quer voltar? — Ele me olhava sério.

— Pode ser, e eu também sinto falta dos meus filhotes, então talvez seja uma boa ideia. — Olhei sorrindo para a caixa, onde os gatos dormiam todos juntos, ele sorriu também, me levantei da cama. — Vou falar com ela.

Me retirei do quarto, e voltei para o quarto de Emy, ela já tinha arrumado todas minhas coisas, ela sorriu para mim, e eu sorri forçado. Bom, então tá.

Eu peguei minhas coisas, e ela foi comigo até o outro quarto, pegar as coisas dela, ela e Jake nem se olharam, apenas pegou suas coisas e foi embora.

Eu olhei em volta, ele não tinha mudado, e não era muito diferente do outro quarto, mas eu senti saudades daqui. Comecei a arrumar minhas coisas, e Jake acabou me ajudando também.

Minha relação com Jake era meio estranha, quando eles começaram a namorar, ele parou de falar comigo completamente, e aos poucos foi voltando, mas agora, vejo uma certa hesitação em nossas conversas, por parte dele, ele está com medo de falar comigo? Com tudo arrumado, tomei um banho, e me arrumei para sair com Julie, Jake saiu um pouco antes de eu entrar no banheiro, e não me falou para onde ia, eu também não tive curiosidade em saber.

De volta a nossa velha amiga cafeteria, eu e Maggie tomávamos uma grande xícara de café, em silêncio.

— Então? — Perguntei, de saco cheio de ficar olhando para ela.

— Eu quero desistir do Oliver. — Ela falou desanimada.

— Desistir? Desistir do quê? Você nem tentou.

— Mas parece que ele nem se importa comigo.

— Você perguntou para ele?

— Não...

— Então você está apenas presumindo que ele não se importe com você.

— Ok, vamos fazer um trato? — Ela bateu as mãos na mesa e sorriu.

— Que trato? — Perguntei hesitante.

— Você voltou a morar com o Jake, então, até o final dessas férias, você irá se declarar para ele, e o mesmo vale para mim.

— Parece justo. E só vamos contar uma para outra, quando as duas tiverem cumprido.

— Feito. — Fizemos nosso típico toquinho de "combinado".

Conversamos um pouco sobre como iríamos fazer isso, e logo voltamos para nossos quartos.

~ Julie

Enquanto caminhava, pensava em jeito criativo, e que eu não iria ficar com vergonha de me declarar, o que era difícil, já que eu tinha vergonha de tudo. Cheguei no meu quarto, minha companheira tinha ido visitar os pais, o quarto é apenas meu, as ferias inteira. Eu poderia convidá-lo para vir aqui, e achar algo divertido para fazer.

Olhei em volta, a espera de alguma ideia, já que ela não veio, vamos para o bom e clássico filme, peguei o filme mais meloso que eu conhecia, e deixei preparado na TV, era só 11:00 da manhã, esse encontro seria de noite. Como sempre marquei de almoçar com ele. Nós fomos ao restaurante fora do campus, em comemoração ao início das férias.

— Sabe, — Comecei. — a gente podia assistir um filme, né?

— Claro, quais estão em cartazes? — Ele sorriu.

— Cartazes? Não, eu estou te convidando para ir assistir um filme comigo, já que minha colega não está no quarto mesmo.

— Ah, tudo bem. — Ele franziu o cenho. — Que horas?

— Às 21:00, pode ser?

— Certo. — Ele sorriu e voltou a comer.

Meu coração estava acelerado, mas eu tinha conseguido passar pela primeira etapa.

Esperei ansiosamente a noite chegar, tinha deixado tudo pronto, me olhei no espelho pela centésima vez, e logo ouvi alguém bater na porta, corri para atendê-la, e finalmente, era ele. Ele trouxe uma sacola de bebidas e comidas, jogou perto da cama - onde ficaríamos para assistir o filme -, e se sentou na mesma.

— O que vamos assistir? — Ele perguntou e eu travei, eu não queria falar que filme era, talvez ele achasse meloso demais, só com o nome.

— Surpresa. — Sorri, coloquei o filme e me joguei ao seu lado.

[...] No final do filme, eu já estava em lágrimas.

— Eu sabia que ia acontecer isso. — Ele falou desapontado, mas quando me viu chorando, começou a rir.

— Não tem graça. — Falei envergonhada.

Ele me abraçou e deu tapinhas na minha cabeça.

— Não chore. — Ele riu. — Eu pensei que você nem ia entender o filme, já que ficou me olhando o tempo todo.

Eu fiquei super vermelha, o bom é que estava escuro, então ele não iria perceber.

Respirei fundo, estufei o peito e me preparei para falar.

— Oliver... — O chamei.

Ele me olhou atento, e eu perdi toda minha coragem.

— Nada.

— Hum... Posso dormir aqui hoje? Tipo a Maggie e o Jake. — Ele riu.

— Mas eles dormem juntos. — Falei desesperada.

— Eu sei, estou apenas brincando. — Ele se levantou da cama.

— Se quiser, você pode dormir aqui... — Falei baixo.

— Ah, que bom, vou dormir na cama da sua amiga. — Ele apontou para a cama do outro lado, não era isso o que eu queria, mas tudo bem.

Ele desligou a TV e apagou a luz, assim deitando na outra cama, o que me restou foi deitar e pensar no meu fracasso.

Acordei e me levantei rapidamente, para ver se ele ainda estava ali, eu fiquei aliviada de o ver ali, mesmo que isso não vá mudar nada. Me levantei e fui ao banheiro, tomei um longo banho, pensando em um novo plano, mas nada veio à mente, então resolvi sair. Sai do banheiro com a toalha na cabeça e me dou de cara com ele.

— Cara, você demora para tomar banho, hein. — Ele riu.

— Eu estava relaxando. — Revirei os olhos e segui para minha cama.

Ele entrou no banheiro, e eu terminei de secar meu cabelo.

— Vamos tomar café? — Ele perguntou após sair do banheiro.

— Já é meio dia.

— Então vamos almoçar. — Ele sorriu e pegou as coisas dele em cima da mesinha.

— Certo. — Deixei a toalha de lado e me arrumei.

Fomos até o restaurante do campus, eu adoraria encontrar Maggie lá, talvez ela me ajudasse, mas ela não estava lá, e ela também tinha seus problemas com Jake.

Nós sentamos nas mesas do fundo e pedimos nossas comidas, tudo em silêncio. Ele começou a me encarar, eu tentei disfarçar, mas ele não ajudava.

— O que foi? — Perguntei finalmente.

— Você tá estranha.

— Como assim?

— Você sempre está animada e tals, você está assim desde ontem, está chato. — Ele emburrou.

— Estou normal.

— Não está não.

Eu fiquei pensando em algo para responder à ele, eu olhei para todos os cantos, quase entrando em desespero, mas a comida chegou, então eu agradeci mentalmente, fingi que esqueci da pergunta e comecei a comer.

Ele desistiu de me encarar e começou a comer também. Depois do almoço ele me convidou para andar pela praia, aceitei feliz e fomos. Conversamos bastante, sempre que ele perguntava sobre eu estar estranha, eu mudava de assunto, e isso o deixava revoltado. Paramos em uma barraquinha da praia e pedimos bebidas, ficamos o resto da tarde jogando conversa fora. Quando começou a escurecer, decidimos voltar. Ele estava indo em direção ao quarto dele, eu em vez de continuar, e seguir meu caminho, parei e fiquei o olhando se afastar, era só falar para ele, como se fosse qualquer outro babado que eu contaria, por que eu estava com vergonha disso? Eu ja passei tantos micos com ele, esse era apenas mais um.

— Ei. — O chamei.

Ele parou e olhou para mim, esperando que eu continuasse, eu respirei fundo e fui até ele, o olhei nos olhos, e comecei a rir.

— O que foi? — Ele franziu o cenho.

— Eu não consigo. — Falava enquanto ria, mas eu estava rindo de nervosismo.

— Tudo bem ser estranha, mas você já tá exagerando.

— Eu só queria te falar um negócio.

— Então fala. — Ele ergueu as mãos.

Eu me controlei e respirei fundo, me concentrei e o olhei.

— Eu gosto de você. — Ele me olhou surpreso.

— Ah, também gosto de você... — Ele franziu o cenho.

— Não, não, não assim. — Bati as mãos no ar. — Aaah, você também não ajuda. Eu gosto de você, tipo, igual eu gosto de melancias, eu amo melancias. — Ele se permitiu a rir.

— Mas você come as melancias.

— Então, te comeria fácil. — Sorri.

— Eu fico feliz com isso, mesmo que seja estranho, mas... Eu não gosto de você assim.

Ok, só porque eu estava feliz, meu amor tinha tudo para ser recíproco.

— Ah... Tudo bem. — Sorri fraco.

— Mas é claro, você é uma pessoa maravilhosa, se eu fosse hétero, obviamente eu gostaria de você.

— Calma, quê? Você é gay? — O olhei sem reação.

— Sim. — Ele falou hesitante.

— E por que diabos não me contou antes? — Falei revoltada.

— Sei lá, tive vergonha.

— Eu estou me declarando pra você, com a maior vergonha, mas ainda estou me declarando!

— Eu sei, mas é diferente. — Ele rebateu.

— Ah, é claro que é, se eu fosse lésbica eu te contaria super de boa, e não esconderia. Somos amigos! — Elevei o tom da voz.

— Ah, não grite comigo, calma. — Ele me abraçou.

— Tudo bem, mas eu não iria te julgar se você me contasse. — Falei emburrando.

— Claro que não, eu confio em você, apenas não estava preparado, tipo, ninguém sabe disso. — Ele nos separou e me olhou nos olhos. — Ainda somos melhores amigos, né?

— Claro. — Consegui sorrir.

Nós nos separamos, ele voltou para seu quarto e eu voltei para o meu, me joguei na cama, e gritei, o que não saiu tão alto, já que estava com a cabeça afundada no travesseiro.

Eu estava feliz por ele, mas estava triste por meu amor não correspondido, me sentia um lixo, ele falou que gostaria de mim, mas ele não gosta! E com essa tristeza e vontade de enfiar minha cabeça na terra, eu acabei dormindo.
 



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