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História This is our place - Decepções


Escrita por: amidori

Capítulo 12 - Decepções


 

~ Maggie

Dois dias haviam passados desde que Julie me propôs o desafio, mas eu não fazia a mínima ideia de como chegar nele, ele sempre estava mexendo no celular, ou estava quieto deitado em sua cama, quase nem notando minha existência.

Comprei duas sacolas de bebidas hoje, algo que ele nunca recusaria, como aquele dia que bebemos, quando encontramos os gatinhos, aquele dia... Ele tinha ficado tão próximo... Eu poderia ter simplesmente o beijado ali.

Fiquei encolhida na minha cama, me lamentando, enquanto esperava ele chegar, ouvi a porta se abrir e me levantei rapidamente, ele se virou para mim e se assustou, já que eu o encarava sorrindo.

— O que foi? — Ele passou por mim e foi até sua cama.

— Vamos beber.

— Estamos no meio da semana. — Ele arqueou a sobrancelha.

— Estamos de férias, e pensei que você não tinha dias para beber.

— Não tenho, mas é estranho você me convidar.

— Quero apenas aproveitar minhas férias, já que não posso me divertir com você em aulas, pois eu tenho que estudar.

— Tudo bem. — Ele sorriu e se levantou da cama. — Vamos pedir algo para comer também.

Eu sorri, pedimos 2 pizzas, arrumamos tudo, para não precisar se preocupar enquanto bebíamos, com tudo pronto, já era 21:00, nos sentamos no mesmo lugar daquele dia, nos olhamos e sorrimos. Ele pegou dois copinhos e encheu.

— Ainda acho isso estranho. — Ele comentou.

— Por quê?

— Porque sou sempre eu que te convido para beber. — Eu ri.

— O mundo dá voltas.

— Você primeiro. — Ele me entregou o copinho cheio.

Eu virei em um gole, e logo depois ele fez o mesmo.

Naquele momento eu não acreditei que estava fazendo aquilo, apenas para criar coragem para me declarar.

— Qual seu plano com isso? — Ele perguntou, pegando um pedaço de pizza.

— Com o quê?

— Me agradando, isso é muito suspeito.

— Não sou totalmente má. — Peguei um pedaço de pizza também.

Passamos boas 3 horas conversando e comendo - porque beber, quase não bebemos -.

— Já é 1 da manhã. — Ele falou e apoiou a cabeça em meu ombro.

Eu respirei fundo, ele se afastou, colocou a mão em minhas bochechas e me virou para ele.

— Me diz logo o que você quer falar. — Ele apertou ainda mais minhas bochechas enquanto falava.

— Solte minhas bochechas. — Falei com dificuldade.

— Não, até você me falar.

Eu o encarei e ele decidiu soltar, nisso aproveitei para me aproximar, e o beijar, eu tentei segurar o beijo o máximo que pude, mas a posição não estava nada confortável e ele também não estava ajudando, então acabei por me afastar, extremamente vermelha. Eu abri a boca para falar algo, mas ele me interrompeu com um beijo, eu estranhei de começo, estávamos nos encarando enquanto nos beijávamos, o que deixava tudo ainda mais estranho.

Meu cérebro não estava respondendo, eu ainda estava processando o beijo anterior, então sem eu corresponder o beijo, ele se afastou. Nos encaramos, até ele revirar os olhos, provavelmente frustado por eu não ter correspondido. Pela segunda vez eu tomei a iniciativa e o beijei, mas agora ele correspondeu, e isso se tornou realmente um beijo, pedindo passagem com sua língua, ele me puxou pela cintura, fazendo nossos corpos colarem, meus dedos brincavam com os cabelinhos em sua nuca, nossas línguas se entrelaçavam, e com pequenas pausas para respirar, nosso beijo durou bons 2 minutos. Nos encaramos, mesmo que seu rosto só esteja iluminado uma parte - que era pela luz da lua -, ele continuava incrivelmente bonito. Após alguns segundo se encarando, ele riu, quando eu ia perguntar o porquê, ele passou a mão em meus cabelos e me puxou para um novo beijo.

Entre beijos nos deitamos no chão, ele se deitou ao meu lado e colocou a mão na frente dos meus olhos.

— Pra que isso? — Perguntei.

— Dorme.

Ele me abraçou e fechou os olhos, assim dormindo, o que me restou, foi fazer o mesmo.

Acordamos no meio da noite, e fomos para a cama, já que estava fazendo o maior frio.

[…] Praticamente saltei da cama, quando ouvi o som do chuveiro ser ligado, olhei para o lado e ele não estava mais lá, me joguei na cama de novo. Por que eu aceitei dormir aquela hora? Eu só precisava ter falado. Qual meu problema?

Ele saiu do banheiro e analisou eu em posição fetal, me lamentando por ontem.

— O que foi? — Ele perguntou.

— Eu falhei miseravelmente. — Me sentei na cama e o olhei.

— No que?

— Nada...

— Você não devia estar na aula de recuperação?

— O quê? Por quê? — O olhei assustada.

— Seu nome estava lá, nos alunos que foram mal na prova.

— Quando os resultados saíram?

— Ontem.

Saí em disparada indo me arrumar, em poucos minutos eu estava pronta, corri para o quadro de resultados. Realmente, eu tirei uma nota super baixa nas provas, eu fiquei concentrada demais nele, eu nem sabia que tinha feito a prova! As aulas de recuperação começam hoje, e eu já tinha perdido o começo.

Voltei para meu quarto desanimada.

— Eaí? — Ele estava em sua mesa.

Me abaixei na frente da minha cama.

— Estou de recuperação. — Falei desanimada.

— Isso que dá só pensar em porcarias, em vez de estudar.

— Você também não estuda. — Fiz bico.

— Eu presto atenção nas aulas, não preciso disso.

Me levantei, sorrindo, como se tivesse acabado de ter uma ideia, e foi isso mesmo.

— Você pode me ajudar a estudar.

— Posso?

— Sim, por favor. — Ele pensou por uns segundos.

— Tudo bem, não tenho nada para fazer mesmo.

— Obrigada. — Sorri.

Às 8 horas, já estávamos estudando, ele ensinava super bem, no começo tudo estava ótimo, eu conseguia prestar atenção.

— Se você ficar só me encarando, não vai adiantar de nada. — Ele falou, me tirando dos meus devaneios.

— Ah, sim, mas eu entendi... Algumas coisas.

— Quanto as aulas de Astronomia mesmo, você terá que estudar sozinha, acho que só sei, o que você sabe.

— Tudo bem, você já me ajudou bastante. — Sorri.

— Quando é a prova de recuperação?

— Semana que vem.

— Você será a melhor entre os reprovados.

— Isso não parece um título muito... " Legal ".

— Porque não é, mas você quis reprovar.

— Eu não quis, ninguém escolhe reprovar. — Ele riu.

— Tá bom, a aula acabou por hoje. — Ele se levantou da cadeira, eu continuei sentada, o olhando sentar na cama.

— Ei.

— O quê? — Ele me olhou.

— Eu gosto de você. — Falei olhando para os lados, tentando não pifar.

— Ah... Como amigo? — Ele olhou em volta, estranhando minha fala.

— Não, não assim, tipo, gosto mesmo.

— Como namorado? — Ele arqueou a sobrancelha.

— Sim. — Eu já estava tremendo.

— Não. — Ele falou contrariado. — Você não pode gostar de mim.

— Por que não?

— Porque eu não gosto de você... Desse jeito.

O meu coração foi de mil à zero, eu fiquei o encarando, sem saber o que falar, eu não tinha pensado na possibilidade de ele me dar um fora. Eu estava muito confiante com isso.

— Não fique assim. — Ele falou levemente preocupado.

— Nós nos beijamos...

— Isso foi só por um momento.

— Você disse que não fazia isso com qualquer uma. — Meus olhos estavam marejados, mas eu não permiti que lágrimas escorressem.

— Você não é qualquer uma, é minha amiga, mas sabe... Eu meio que ainda gosto da Emy, não faz muito tempo que terminamos.

— Então por que me beijou?

— Foi você que me beijou.

— Mas depois foi você!

— Porque eu pensei que você ia ficar tipo: " Nossa, ele nem quis retribuir. ", mas pensei que fez isso pelo momento, não porque gosta de mim.

A culpa era minha por ter me iludido? Afinal, foram apenas beijos, os adolescentes fazem isso normalmente. Eu me levantei e fui para minha cama, Jake abriu a boca várias vezes para falar algo, mas sempre desistia, no final cada um deitou em sua cama e ficou quieto.

No dia seguinte, acordei mais cedo que ele, marquei de encontrar Julie na cafeteria. Cheguei lá, ela estava esparramada na mesa, pelo visto, as coisas também não foram muito boas com o Oliver.

— Oi. — Sorri fraco e me sentei em sua frente.

— Foi uma péssima ideia o desafio. — Ela falou amargamente.

— Sim. — Suspirei. — Mas o que aconteceu?

— Oliver não gosta de mim, e nunca vai gostar. — Ela apoiou o rosto em suas mãos, e falou tentando tirar a tensão de desânimo dela.

— Nunca?

— Ele é gay. — A olhei surpresa.

Ok, por essa eu não esperava.

— O quê? — Perguntei.

— É, e ele só me contou quando falei que gostava dele. — Ela sorriu. — Mas ele me disse que se não fosse gay, gostaria de mim. — Eu ri por ela.

— Ainda está melhor que eu.

— Por quê?

— Nós nos beijamos, e então eu me declarei, mas ele ainda gosta da ex. — Ela me encarava, como se não acreditasse.

— Vamos fazer um novo desafio.

— Achar outro boy? — Perguntei sorrindo.

— Sim, não vamos ficar aqui triste por eles. — Ela bateu na mesa, sorrindo determinadamente.

— Claro. — Sorri também. — Mas agora vou para a aula de recuperação.

— Ah, você está de recuperação, né... Ok, te vejo mais tarde.

Na aula de recuperação, tentei prestar o máximo de atenção, mas estava difícil, eu e meu coração partido, estávamos muito longe dali, apenas meu cérebro tentava aprender algo.

Falar em achar outro boy é fácil, mas como posso esquecer ele, se vejo ele todos os dia? Bom, eu não vou mais estudar com ele, e isso não me deixa exatamente feliz, mas não consigo olhar na cara dele depois de ontem. Voltei para o quarto, ele não estava lá, aproveitei para tomar banho, revisar o conteúdo, e quando ouvi a porta abrir, corri e me enfiei no meio das cobertas.

— Eu vi você sair correndo. — Ele falou enquanto fazia alguma coisa, que eu não conseguia ver.

Eu o ignorei, ele suspirou, e meu coração se apertou, eu estou sendo egoísta por estar fazendo isso? Ele não insistiu em puxar assunto comigo, apenas deu uma olhada no que eu estava estudando e sorriu. Eu não ia mais levantar dali, então resolvi dormir.
 



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