~ Julie
Oliver e eu, continuamos com nossa maravilhosa amizade, mas eu ainda gostava dele, algo que eu tentava tirar de qualquer jeito da minha cabeça. Hoje marquei de encontrar ele e a Maggie, mas ela está em sua crise existencial, então só o Oliver vai. Eu queria ajudar a Maggie, mas não consigo nem mesmo me ajudar.
Na cafeteria, ele já estava lá, sentado em nossa mesa de sempre.
— Olá. — Ele me recebeu com um sorriso.
— Maggie não vai vir hoje. — Me sentei e tomei um gole de seu café.
— Problemas com Jake?
— Provavelmente. — Dei de ombros. — As férias já vão acabar e eu não fiz nada de bom.
— Ainda dá tempo.
— E o que eu vou fazer? —
Vai ter um show aqui, dos seus coreanos.
— Sério?! — Me animei rapidamente.
Eu estava tão concentrada em minha vida amorosa que nem me conectei um pouco.
— Pensei que já sabia, é você que sempre me avisa, e não o contrário. — Ele riu.
— Vamos lá.
— Ah, eu vou também?
— É claro! — Peguei o celular e logo entrei no site dos ingressos.
— Vamos na área VIP.
— Ei, você pode até ser rica, mas eu não sou, tá?
— Comprei. — Falei sorrindo.
— Puta que pariu! — Ele pegou o celular da minha mão. — Quantos esses ingressos custam?
— Depois falamos disso. — Peguei meu celular de volta. — O show vai ser sexta, aí meu Deus!
— Você já viu eles antes, né?
— Sim, eu fui em uns shows deles no meu intercâmbio pra Coréia, foi maravilhoso! — Eu sorri, me lembrando dos momentos lá, mas logo voltei a realidade. — Será que eles lembram de mim?
— Eu acho que não, eles vêem milhares de pessoas a cada show.
— Pôh, você podia me iludir um pouco, né.
Ficamos conversando por horas, e depois cada um foi para seu quarto.
[…] Finalmente, sexta, o grande e maravilhoso dia.
Mandei mensagem para Oliver, cedo, e comecei a me arrumar, no final, acabei de me arrumar e tive que ficar esperando dar o horário combinado com Oliver. Pegamos um táxi e fomos até o local do show, Oliver não estava tão empolgado como eu, mas acabou se animando, em meio a um monte de gente, gritando e pulando.
Na hora de bater nas mãozinhas deles, eu fiquei super nervosa. E se eles lembrassem de mim? E se eles falarem "Ah, eu te vi naquele show.", ai meu Deus! Passei por eles, bati na mãozinha de cada um, mas ninguém se lembrou de mim. Contei isso para Oliver e ele começou a rir.
Depois do show, teve uma festa, que os próprios fãs começaram, eu puxei Oliver para lá, era perto de um bar, compramos duas bebidas e ficamos observando o povo.
— Tem uns caras bonitinhos aqui. — Falei, dando um gole na cerveja.
— Olha aquele. — Ele apontou para um carinha moreno, alto, ele estava suado, e ele era realmente maravilhoso.
— É, o amigo dele também. — Ao lado dele tinha um menino um pouco mais baixo, cabelos bagunçados, pele parda e olhos escuros.
— Chega nele e passa uma cantada. — Ele me empurrou na direção deles, eu voltei para meu lugar rapidamente.
— Eu não, não tenho nenhuma cantada que preste.
— Tá, então usa essa: "Tá sentido o cheiro de tinta? Porque ta pintando o maior clima.". — Eu não aguentei e comecei a rir descontroladamente.
— Meu Deus do céu, tá bom.
Eu fui em direção ao primeiro cara, tentando não rir.
— Oi. — Falei e ele se virou para mim.
— Eaí. — Ele sorriu, e o sorriso dele era tão maravilhoso quanto ele em si.
— Você... Tá sentindo um cheiro de tinta? — Perguntei como se o cheiro realmente estivesse ali.
— Não... — Ele franziu o cenho, e cheirou em volta.
— Ata... Eu acho que é porque tá pintando o maior clima aqui. — Eu tentei não rir, mas não resisti quando ele começou a rir.
— Eu pensei que ninguém mais passava cantada. — Ele estava se recuperando.
— Bom, se preferir, eu posso falar: "Eaí, gato, vamos ficar?" — Ele começou a rir de novo.
— Não, não, volta para as cantadas mesmo, é mais bonitinho.
— Tá, mas é sério. — Falei séria.
— Tá bom. — Ele me olhou nos olhos, o que me fez ficar sem saber como reagir.
— Tá bom. — Repeti e balancei a cabeça. — Mas tipo... você pode esclarecer um pouco? Tipo, vamos ficar ou não?
— Não sei. — Ele sorriu.
Eu retribui o sorriso e me afastei, me virei para Oliver e fiz joinha com a mão, o mesmo começou a rir.
— Vou apresentar vocês para o meu amigo. — Puxei o menino que até agora eu não sabia o nome e o amigo dele, que estava ali, rindo de toda a situação.
Fui até Oliver.
— Esse é o Oliver, que me ajudou na cantada. — Apontei para Oliver, enquanto olhava para o menino. — E esse é... — Apontei para o menino, esperando que ele falasse seu nome.
— Sou Daniel. — Ele riu. — E esse é Gabriel. — Falou apontando para o amigo.
— E eu sou Julie. — Me apresentei, super animada.
— Bom, quer dançar? — Me virei para Daniel.
— Vamos. — Ele pegou minha mão e me puxou para um lugar mais espaçoso. Me virei para Oliver enquanto andávamos, e falei sem omitir som "Pega ele.", ele riu e revirou os olhos, mas logo retribuiu com um "Ok".
Eu e Daniel, fomos para um lugarzinho, onde o povo do show continuava dançando.
Depois sentamos em uma mesa e pedimos algo para beber. Eu perdi totalmente a noção do tempo, conversamos sobre diversas coisas, ele fazia faculdade de medicina, nasceu em NY, morava em um apartamento ali perto, amava a praia, consegui seu número, e nos despedimos, quando Oliver me chamou para irmos embora.
No caminho para o campus, fiquei falando sobre como Daniel era educado e elegante, mas logo cheguei ao ponto principal.
— E você? Pegou o Gabriel? — Perguntei animada.
— Não. — Ele riu. — Mas consegui o número dele, só que ele é hétero.
— Você perguntou?
— Não, mas- — Eu o interrompi.
— Então você não sabe, ué, vai falando com ele, ou chega e pergunta, papo reto mesmo.
— Você conquista os meninos, sendo engraçada, meus parabéns.
— Aí, eu sei, você está falando com a melhor piadista do campus, meu querido, sinta-se honrado. — Falei fazendo gestos com a mão.
Chegamos no campus, cada um foi para seu quarto.
Eu tomei um banho gelado e dormi rapidamente, mas agora dormi com uma sensação diferente, como se tudo estivesse voltando ao normal.
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