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História This is our place - Tão perto


Escrita por: amidori

Capítulo 4 - Tão perto


 

Cheguei em meu dormitório, depois de um dia cansativo de apresentação de trabalho, tudo o que queria era um dia tranquilo em minha cama, mas às vezes eu esqueço que meu companheiro de quarto é Jake Sollus, e que a palavra tranquilidade não existe para ele.

Abro a porta e me deparo com uma zona completa, livros no chão, cobertas, fones, computador, celular, tinha até uma pessoa - conhecido também como Jonathan - ali, consigo passar pelo corredor sem pisar em nada ou um verme pular em mim, e encontro ainda mais bagunça, e Jake sentado na cama, completamente bêbado, assim que ele me vê começa a gritar.

— Maggie chegou!!! Aproveita Jonathan, agarra ela!

— O qu- — Fui interrompida, quando senti braços um tanto forte me abraçarem por trás.

Eu gritei e dei um chute para trás - mais conhecido como coice -, ele caiu no chão e eu subi correndo para minha cama.

— Vocês estão loucos?! — Exclamei assustada.

— Maggie, — Jake falou como uma criança. — Jonathan só quer um abraço, tive que ficar ouvindo os problemas de vida dele o dia inteiro.

— Eu não tenho nada a ver com isso! — Falei afastando Jonathan da cama.

— Eu te amo... Por que você não percebe isso? Eu sempre tento mostrar para você, a cartinha, as flores, tudo, era meu.

— Ah, muito obrigada, mas eu não tenho interesse em você.

No mesmo momento, ele parou de tentar se aproximar e se sentou no chão, pensei ter ouvido um " Tudo bem ", e ele continou ali, sentado, triste. Eu pulei para o meio da bagunça, peguei todas as garrafas de bebidas que tinham ali e sai do quarto, iria esperar eles melhorarem e arrumarem tudo, e as bebidas... Iria jogar fora. Andava pelos corredores do dormitório, então apareceu um inspetor ali, ele quase não olhava nosso dormitório, por que justo hoje? Tentei correr mas ele me chamou, ele olhou para as bebidas em minha mão e eu sorri descaradamente.

— Você sabe as regras, não é? — Ele disse simplesmente.

— Mas essas bebidas não são minhas. — Tentei argumentar.

— Ah claro, são do meu cachorro. — Ele revirou os olhos.

— Mas é sério, meu companheiro de quarto que bebeu elas.

— Me acompanhe, senhorita. — Ele falou, me ignorando.

Eu até pensei em sair correndo, mas só pegaria mais dias de suspensão, ele me levou para a direção e pegou as bebidas, e como diz as regras, levei 5 dias de suspensão. Fiquei andando pelo campus, tentando não surtar de tanta raiva que eu sentia daqueles imbecis! Tudo que eu queria era socar muito a cara deles. Então estava esperando passar essa raiva, porque eu certamente acertaria um soco naqueles bêbados, caso voltasse agora.

Quando já estava quase de noite, decidi voltar para o quarto, e o mesmo ainda estava uma bagunça, logo a raiva começou a voltar, consegui entrar. Jonathan estava dormindo no chão e Jake em sua cama.

— Acordem! — Gritei várias vezes, chutei - não muito forte, mesmo que era a minha vontade - o Jonathan, e puxei o Jake da cama.

— Aaah, o que foi? — Jake perguntou de mau humor.

— Limpem toda essa sujeira de vocês! — Ordenei, e eles nem se mexeram. — Agora! — Peguei dois lápis que achei no meio da bagunça e joguei na cabeça deles.

— Aí! — Jonathan reclamou.

— Eu não quero saber se estão passando mal, ou o caralho que for, limpem este quarto agora!

Eu não fiquei muito tempo falando para eles acordarem, depois de eu jogar boa parte da sujeira neles, eles levantaram contra a vontade e começaram a arrumar tudo. Em pouco tempo, estava tudo em seu devido lugar, até fiz eles limparem o chão, então expulsei Jonathan de lá, e Jake caiu na cama e desmaiou, provavelmente só iria acordar amanhã. Eu fiquei fazendo coisas aleatórias no celular, até o sono bater, e assim fui dormir. Acordei com raios de sol invadindo o quarto, porque a inútil aqui, esqueceu de fechar a cortina. Me levantei, fui no banheiro, e depois verifiquei se Jake estava vivo, pelo que tudo indicava, ele estava vivo sim.

Ainda não estava na hora da aula, mas não demorou muito para o nosso despertador tocar. Ele se revirou todo na cama, e finalmente levantou para desligar, e olhou para mim.

— Se você está acordada, por que não desligou? — Ele perguntou.

— Por que eu não preciso acordar, já que eu levei suspensão de 5 dias.

— Ah, você também. — Ele voltou para a cama.

— Como assim " você também "?

— Eu descuti com uns professores lá, e o diretor não gostou e me deu suspensão de 4 dias.

— Quando foi isso?

— Ontem, por isso chegamos mais cedo.

— Ah, não vai perguntar por que levei suspensão?

— Não quero saber.

Esse garoto quer mesmo levar uma bicuda.

— Okay, mas eu não vou te deixar em paz nesses 5 dias de suspensão!

— É, também te amo. Discutimos depois, agora deixa eu dormir.

Bufei e me levantei, fui até a cama dele e puxei sua coberta, e logo ele se levantou revoltado.

— Eu fui suspensa por sua causa! — Gritei com ele.

— O que eu fiz?!

— Eu ia jogar suas bebidas fora, aí o inspetor me viu fazendo isso!

— A culpa não é minha se você não sabe ser discreta.

— O quê?! — Exclamei indignada, a ponta de dar um tabefe nele.

— Nada, Maggie, nada. — Ele falou irritado e se levantou, ele pegou uma toalha e foi direto para o banheiro.

Eu me sentei em minha cadeira e fiquei girando a mesma, enquanto olhava o interessante teto. Logo ele saiu do banheiro e sentou na cama com a mão na cabeça, eu fiquei o observando.

— Toma. — Estendi o remédio para dor de cabeça que eu tinha em minha mesinha.

— Ué, você não estava brava comigo?

Apenas joguei o remédio na cara dele e voltei a girar a cadeira. Ele se levantou, pegou uma garrafa de água e tomou o remédio.

— Você sabe o que vocês fizeram ontem? — Perguntei.

— O quê?

— Bom, seu amigo me agarrou e você ficou incentivando isso.

— Ah, dá uma chance pra ele, ele só fala de você, já está ficando irritante.

— Eu não, fale para ele ir procurar outra pessoa.

— Já falei, não sei o que ele vê em você, uma menina chata e mandona. — Eu revirei os olhos.

— Ele talvez tenha bom gosto, ao contrário de você.

O assunto se encerrou aí, eu não sabia por que ele estava bravo comigo, ele que bagunçou o quarto todo e trouxe um louco para cá. Passou-se boas 3 horas, e eu não aguentava mais ficar olhando para a cara de bunda dele. Então decidi que iria passar o dia dormindo, afinal, eu estava morrendo de sono, não sei por que estava acordada. Quando deitei minha cabeça no travesseiro, alguém bateu na porta. Olhei para Jake, ele olhou para mim.

— Deve ser para você. — Falei.

Ele foi abrir a porta contrariado, ele nem falou nada, mas uma menina já estava em frente a minha cama.

— O que está fazendo, garota? — Julie perguntou, ela era minha amiga, estudava comigo, baixinha, cabelos castanhos compridos, pele parda, e uma perfeita dançarina.

— Eu fui suspensa.

— Ah, meu Deus, eu falei para você se comportar.

— Eu não fiz nada. — Olhei diretamente para Jake, que revirou os olhos.

Julie olhou para Jake, e parece que percebeu só agora, que era ele. Ela se abaixou do lado da cama, e sussurrou:

— Seu companheiro de quarto é Jake Sollus?! Por que nunca me falou isso?

— Porque você ficaria louca, e se quiser, pode levar ele para você.

— Ah, você não gosta dele?

— Não.

— Vocês provavelmente irão se pegar no futuro. — Ela sorriu.

— Não. — Falamos em uníssono.

Nós duas olhamos para ele, mas ele pareceu nem ligar.

— Aí gente, que negatividade. — Ela se levantou. — Bom, já vou ir, bye. — E assim ela saiu do quarto.

Jake me encarou por alguns segundos e suspirou.

— Vai fazer frio de noite. — Ele falou.

— E? — Respondi sem interesse.

— Vai ficar brava comigo pra sempre mesmo? — O ignorei. — Ok. — Ele se levantou e veio até minha cama, se sentando do lado da mesma. — Me desculpe.

— Eu não ouvi. — Falei sorrindo e ele bufou.

— Me desculpe! — Ele falou pausadamente.

— Te desculpo. — Sorri.

— Ainda está com sono?

— Um pouco, faz tempo que não durmo de dia. — Ele riu e se levantou.

— Vai pra lá.

— O quê? — Falei sem entender.

— Vai pro canto. — Eu continuei sem entender, até ele erguer a coberta e começar a deitar na cama, assim me empurrando pro canto.

— Ei. — Protestei. — Qual a ideia disso?

— Não passar frio. — Ele me olhou.

Estávamos próximos demais!

— Então não teria mais sentido se juntássemos as cobertas também?

— Hm... — Ele pareceu pensar. — Está muito longe, apenas durma.

Eu me virei para o teto e fechei os olhos, não demorou muito para que eu caísse no sono. Acordei com um barulho forte de chuva, por sorte a janela estava fechada, Jake ainda dormia ao meu lado, tudo bem que estávamos um pouco mais juntos e contorcidos do que quando fomos dormir, mas estava quente.

Não era totalmente desconfortável ficar junto dele, ele tinha um cheiro bom, um perfume... Ou era um cheiro natural impregnado nele? Eu me aproximei um pouco mais para sentir seu cheiro.

— Está me cheirando? — Ele falou de repente e abriu os olhos. Eu segurei um grito.

— N-Não, e não me assuste.

— Ah, desculpe, não foi minha intenção, acordei com a chuva.

— Eu também... Está tudo escuro. — Ele me olhou por um tempo.

— Você estava me cheirando sim.

— Não estava.

— Estou fedendo?

— Não...

— Ah, que pena, eu poderia deixar meu cheiro fedorento por toda sua cama.

— Se estivesse fedendo, eu já teria te jogado no chão.

— Que má. — Ele sorriu.

Continuamos em silêncio, apenas com o barulho da chuva, o sono logo voltou.

— Não teve nada de interessante hoje. — Ele comentou.

— Ficar de suspensão é interessante para mim.

— Você nunca ficou de suspensão?

— Não, sou uma boa aluna.

— Boa aluna? Não era você que estava estudando desesperadamente para uma prova? — Ele riu.

— Eu tirei uma boa nota nessa prova.

— Está sugando minha inteligência enquanto estou dormindo?

— Não, mas conviver tempo demais com você deve estar me passando sua burrice. — Ele riu.

— Apenas não entendo muito de Astronomia. — Eu me virei para ele.

— Nunca se interessou por estrelas?

— Acho elas bonitas, mas nunca tive vontade de estudar isso.

— Elas são fantásticas.

— Então me ensine sobre elas.

— Ué, pensei que não gostasse de estudar estrelas.

— Nada contra as estrelas. É só que às vezes sua voz não é tão irritante, consigo ouvir por algumas horas.

— Minha voz não é irritante!

— Quando você está brava, sua existência é irritante. — Ele falou calmamente.

— Isso não foi legal. — Falei demonstrando certa tristeza na voz.

— Mas quando você está sendo um amorzinho, como agora, é extremamente confortável ficar ao seu lado.

— A culpa não é minha se você me irrita.

— Minha existência também é irritante para você?

— Não totalmente, às vezes você é legal.

— Viu, estamos quites. — Ele sorriu. — Agora irei aproveitar esse barulho de chuva para voltar a dormir.

Assenti e fechei os olhos, logo estava dormindo.
 



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