...
Dylan ajudou-me a ir até seu carro, pois agora meu pé estava mais dolorido do que antes, talvez seja pelo fato do efeito da anestesia estar passando. Minha mãe estava visivelmente entusiasmada por eu estar tão “próxima” de um homem em tão pouco tempo. Ela sempre foi assim, desde novinha sempre achava “bonitinho” o jeito cavalheiro de certos meninos.
Minha mãe fez um longo interrogatório para Dylan, o que me deixou totalmente sem graça; porém Dylan não se negou a responder nenhuma das perguntas, mas percebi que quando se tratava especificamente dele, ele mudava de assunto sem que ela pudesse perceber.
Não demorou muito até estarmos em casa...
-Dylan eu gostei muito de conhecer você! Espero que apareça mais vezes aqui em casa! Eu sinceramente fico menos preocupada em pensar que a minha filha está com você. Muito obrigada pela carona! –Disse minha mãe, saindo do carro.
Minha mãe foi rapidamente para casa, deixando-me sozinha com Dylan dentro do carro, e eu sabia que isso havia sido de propósito, como se algo fosse acontecer...
-Eu quero me desculpar pelas infinitas perguntas da minha mãe... –Disse.
-Não tem problema... o importante é que ela gosta de mim... e gosta que eu esteja ao seu lado... –Disse Dylan encarando-me.
-Eu não preciso de ninguém para me defender, se é o que está pensando... –Digo.
-Vamos... eu te ajudarei a ir até a porta. –Disse Dylan, dando um pequeno sorriso.
Dylan ajudou-me a ir até a porta da minha casa e antes que eu pudesse dizer algo, minha mão abriu a porta de entrada imediatamente...
-Quer ficar para tomar um café conosco? –Perguntou minha mãe, com um grande sorriso.
Olhei para Dylan assustada e totalmente sem graça.
-Ah... eu sinto muito... dessa vez terei que recusar o convite... tenho alguns afazeres agora pela manhã. –Disse Dylan, sem jeito.
-Ah...tudo bem então... Da próxima vez não poderá recusar-se hein! –Sorriu minha mãe.
-Farei o possível. – Disse Dylan, dando um rápido sorriso.
Assim que Dylan foi embora, minha mãe olhou para mim sorrindo ironicamente, como se estivesse imaginando algo...
-Mãe! Para com isso! O que você estava tentando fazer?
-Eu? Não estava fazendo nada!
-Estava sim mãe! Elogiando demais! Convidando para o café! O que é isso?
-Ué! Isso é ser educada! Algo que você deveria fazer se quer ter esse menino para você!
-Mãe! Meu deus! Eu não quero ninguém para mim! Estou muito bem sozinha!
-É? “Sorriu” é o que foi aquele olhar?
-O que? Que olhar? Você está ficando doida mãe...deve estar cansada...
-Eu não nasci ontem Isabel! Sei muito bem que olhar foi aquele!
-Nada a ver mãe... não teve nenhum olhar anormal!
-Não teve? “Sorriu” só você que não percebeu então né?
-Não tinha nada o que perceber!
-Tinha sim! O jeito apaixonado como vocês dois se olham! E principalmente o jeito como ele te olhava diversas vezes sem você nem mesmo perceber!
-O que? Mãe! Vai descansar! Para de falar besteiras!
Minha mãe apenas sorriu e disse...
-Minha filha... o pior cego, é aquele que não quer ver....
Logo minha mãe subiu as escadas e desapareceu... permaneci sentada no sofá... “minha mãe estava enlouquecendo ou aquele olhar realmente existia? Nós já nos beijamos algumas vezes, mais eu penso que para ele... eu só sirvo para atender suas necessidades de momentos... não acho que ele sinta algo muito além disso... e será que ele ficou me olhando mesmo? Sem que eu percebesse? Meu deus! Acho que isso não seria ruim... na verdade, seria ruim se eu ficasse imaginando coisas que não estavam acontecendo! Isso deve ser coisa da cabeça da minha mãe!
Alguns minutos depois, percebi que já estava super atrasada para a escola... eu não podia perder aula...isso me traria graves consequências...
-Mãe! Me ajuda a subir a escada! Preciso me arrumar! -Gritei
-Se arrumar para que mesmo? –Gritou minha mãe.
-Ir para a escola né!
-E quem disse que você pode ir?
-Mãe! Eu preciso ir! Você sabe disso!
-Você precisa...mais não pode! Está de atestado! Ligarei para a sua escola para informar.
-Mãe! Por favor!
-Olha aqui mocinha! Você não vai a lugar algum! –Disse minha mãe aparecendo no topo da escada.
“Ninguém merece viu! ”
Após alguns minutos, minha mãe desceu com uma muleta na mão...
-Tome...isso vai te ajudar quando eu não estiver aqui... sei que consegue colocar o pé no chão, mais não é bom que force os pontos por que se não...você sabe...eles podem abrir...
-Entendi...
-Eu vou dormir um pouco... meu próximo turno começa em duas horas.
-Tudo bem mãe...
-E eu já liguei para a sua escola. Está tudo certo.
-Tá...
Logo minha mãe subiu novamente e eu resolvi assistir televisão... estava passando o filme Crepúsculo. Eu sempre gostei de filmes de ficção...eles me fazem sair da minha chata realidade.
-“TOC...TOC...TOC”
Ouvi a porta soar...
Logo peguei a muleta e finalmente consegui me levantar com um pouco de dificuldade...
Assim que abri a porta, vi Alex se assustar ao me ver de muleta...
-O que aconteceu com você?
-Nada...eu só cortei o pé...
-Só cortou o pé? Você está de muleta! Isso foi o Dylan não foi?! Eu sabia que alguma hora ele iria te machucar! Aquele... –Disse Alex, furioso.
-Ei! Não foi o Dylan... eu só pisei em uns cacos de vidro... levei alguns pontinhos... e estou de muleta por que minha mãe é totalmente exagerada.... mas eu estou bem... – Interrompi-o.
-Está bem? Você nem foi a escola hoje!
-Minha mãe não deixou que eu fosse... e você? Está perdendo aula!
-Eu... só fiquei intrigado com o fato de você não ter ido... você nunca falta...
-Eu não sabia que você sabia onde era a minha casa...
-Eu... não sabia... perguntei para... a Meg! –Disse Alex, meio nervoso.
Apenas assenti com a cabeça... porém não acreditei muito em suas palavras...
Alex, respirou bem fundo com os olhos fechados e disse...
-Tem alguém aqui.... Eu voltarei para visita-la, mais tarde... – Disse Alex, desaparecendo rapidamente.
“Tem alguém aqui...?! ahn? como ele sabia disso?”
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