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História This strange feeling - Prólogo


Escrita por: laranjinhamec

Notas do Autor


A ideia veio... a história foi saindo... e cá estou eu! espero que gostem!

Capítulo 1 - Prólogo


Hawkins – Indiana – 1978

Coloquei minhas poucas coisas em uma caixa. Estávamos partindo.

Não tínhamos mais como continuar nesse lugar, finalmente minha mãe ouviu a voz da razão e assumiu que seria um erro continuar vivendo sob o mesmo teto que meu pai. Iríamos nos mudar, e eu não podia ser mais grato por isso.

Quando eu era mais novo, cheguei a acreditar que eles poderiam realmente dar certo, mas o tempo passou e aquela noite tinha sido a gota d'agua.

Ninguém machuca o Will, ninguém põe um só dedo no meu irmão enquanto eu viver.

Lonnie e Joyce Byers pareciam se completar, os dois se conheceram ao acaso e resolveram que iriam ficar juntos. Mesmo nos mudando sempre, minha mãe sempre se virou o máximo que pode pra não deixar falta nada em casa. Porém, desde que nasci e me entendo por gente, nunca me senti próximo dele. Nunca fui capaz de ficar próximo a ele. Nunca o chamei de “pai”.

Ele sempre me ensinava a ser forte, duro, dizia que nossa vida não era fácil e que nada vinha fácil, sempre estava me mostrando como a vida “realmente é” e como um homem deveria ser no mundo pra poder sobreviver. Muitas vezes essas lições eram de maneira muito bruta, e me faziam ter medo dele em vez de respeitá-lo. Aprendi rápido a manter o máximo de distância dele sempre que possível.

O dia em que mais senti medo foi quando ele me levou para a floresta e me ensinou a atirar e me obrigou a matar e eviscerar um coelho. Confesso que gostei de aprender a atirar, mas não me senti bem quando ele me obrigou a matar o bicho. Era só um coelho, porque ele tinha que morrer? Atirei e assim que vi o coelho tombado me senti mal, ele enfiou a faca no bicho na minha frente rindo, assim que vi suas visceras expostas não aguentei e vomitei, ele me mandou parar com aquilo e me chamou de fracote e que tinha que aprender a ser um homem de verdade. Aquilo me marcou para sempre.

Quando Will nasceu, ele disse que tudo iria ser diferente, que ele iria ser o orgulho da família e que iria virar homem feito que nem ele. Para mim, Will era o melhor presente da minha vida, a melhor coisa que tinha acontecido comigo. Lonnie queria educa-lo do jeito dele, mas eu só pensava que queria ser o melhor irmão, a melhor pessoa que alguém pode ser para o outro. Eu é que iria educar o Will do melhor jeito que eu poderia ser.

Na ultima noite, Lonnie havia saído para mais uma noitada. Mamãe havia chegado do trabalho e eu estava em meu quarto. Alguém havia deixado uma porção de fitas em uma garagem abandonada perto de nossa casa, eu sempre gostei de música, mas recentemente descobri um novo tipo de música, e aquelas fitas tinham alguns nomes de bandas, eu gostei pra caramba, na verdade.

Minha mãe tinha ficado no sofá esperando Lonnie voltar por um bom tempo.Eu já estava me preparando pra dormir depois de ter colocado o pequeno Will na cama da minha mãe. Eu tinha pegado no sono quando acordeu com um estardalhaço vindo da sala. Meio zonzo acendi a luz do quarto e abri a porta a tempo de ver Lonnie bêbado querendo bater na minha mãe e no Will no colo dele. De um salto, pulei o sofá e parti pra cima dele, ele tinha o dobro do meu tamanho, me derrubou no chão e eu bati minha cabeça na parede, senti o mundo girar em meio aos gritos e choros de bebê. Minha mãe me agarrou e nos trancou no quarto enquanto ele tentava derrubar a porta, mas desabou no chão antes de conseguir e ali mesmo ficou.

Na manhã seguinte, arrumamos as coisas às pressas, tudo o que pudemos reunir em uma noite, e minhas coisas em uma única caixa, minha mãe conseguiu roubar a chave da caminhonete enquanto eu segurava o Will que parecia dormir, então fomos embora sem olhar pra trás.

Minha mãe disse que íamos a um lugar chamado Hawkins, que nossos avós tinham uma casa lá e que podíamos recomeçar a vida só nós três. Eu não sabia nada sobre essa cidade, mas sempre fui acostumado a me mudar, nem me importei.

A casa ficava em um lugar meio afastado, perto de uma floresta. Algumas outras casa iguais na redondeza, e alguns rostos desconfiados nos olhavam enquanto fazíamos o resto da mudança.

Resolvi parar um pouco pra descansar e me sentei na porta de casa que dava para a rua. Um grupo de garotos de bicicleta passou na alameda que dividia a rua, gritando e cantando uma canção cheia de palavrões.

- Aposto que você não tem coragem de levá-la até a floresta, Steve! - berrou um garoto magricela e cheio de sardas.

- Nancy Weelers é uma medrosa, aposto que vocês não vão conseguir ver a cor da calcinha dela nunca – outro riu

- Aposto que eu beijo ela muito mais rápido que vocês – Disse outro garoto que vinha atrás com os cabelos voando.

 

Ao perceber que eu estava parado olhando eles virem, eu bem que tentei disfarçar, mas eles já tinham notado a minha presença.

 

-Olha só, o circo de horrores chegou a cidade!

- Não é aquele pobretão esquisito que chegou com o irmão e a mãe pirada?

- Não fala assim da minha mãe, seu cretino!

 

Os garotos começaram a rir, eu aceitei a provocação, era hora deles partirem pra cima de mim

 

- Ah é? Vai fazer o que, aberração? - Os garotos largaram as bicicletas e me agarraram pelos braços. Bem rude da sua parte insultar meu amigo heim? Escória como você deveria lamber o chão que a gente pisa, acerta ele Steve!

- Me larga, seu pudim de sarda, me deixa em paz! - eu me debatia enquanto os dois agarravam meus braços e minhas pernas, o outro garoto ria, mas parecia incomodado com alguma coisa

- Ah qual é caras! provavelmente o garoto só ficou encantado com as nossas bicicletas, aposto que ele nunca vai poder comprar uma igual, olha pra ele, mal tem o que comer, comeria até ração de cachorro se dessem! - o garoto contraiu o rosto em uma risada tentando ser o maioral.

- Não ligo pra bicicleta nenhuma! Você pode até enfiar essa bicicleta no seu...

Um carro vinha cruzando a esquina atrás da alameda bem devagar, pelas sirenes ligadas estava fazendo a patrulha diária na região.

- Vamos embora, o xerife tá vindo pra cá! Vambora!

Os garotos pegaram as bicicletas e correram na direção oposta da viatura do xerife. Antes de alcançar a esquina, o garoto de cabelos bagunçados, o Steve, virou e olhou pra mim, pareceu querer dizer alguma coisa, mas já tinha ido embora.

Me pareceu que ele não queria bater em mim, seria impressão minha?


Notas Finais


Me diverti muito escrevendo esse capítulo, espero que esteja ficando bom :)


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