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História This strange feeling - Primeiro Beijo


Escrita por: laranjinhamec

Notas do Autor


Oi gente, quem é vivo sempre aparece né?
Sinto que devo zilhões de satisfações, mas vamos lá.
Comecei a trabalhar em julho! desde então não parei e só tenho os finais de semana livres agora.
Muitas vezes chego cansada e sem ânimo para escrever. Mas não posso desanimar. Eu devo essa fanfic à vocês.
O plano é terminá-la até o fim de outubro. O fim já está escrito, então, só preciso de um pouquinho ou um poucão de
força de vontade pra terminar até lá! Eu amo vocês, por favor, continuem acompanhando a saga do Steve + Jonathan. <33

Capítulo 14 - Primeiro Beijo


Hawkins – Indiana – 1983

(Jonathan)

(Quatro anos antes).

 

A casa estava escura, não havia nada iluminando a pequena sala senão uma pequena lâmpada no centro da pequena mesa. Os dois garotos estavam molhados da chuva pesada que caía lá fora. Haviam brincado na chuva por um bom tempo de futebol, e estavam mais encharcados do que dois cachorrinhos de rua. Ryan era loiro, tinha o cabelo quase branco, e vivíssimos olhos azuis. Era comprido para seu tamanho e era o melhor amigo de Jonathan.

 

Por conta da pesada chuva que caía, a casa havia ficado sem energia. Jonathan foi até o quarto de ferramentas buscar a lâmpada. Passando pela cozinha, checou mais uma vez Will que dormia tranquilamente na sua caminha. Seus pais não estavam em casa.

 

- Nossa! Quanto acha que essa chuva vai durar? - Perguntou Ryan ainda se secando, mais se sacudindo do que secando.

- Não sei, não costuma chover assim nessa época do ano – Respondeu Jonathan lhe entregando uma toalha para o amigo.

 

Enquanto Ryan tirava sua camisa e suas jeans até ficar só de calção. Jonathan lançava-lhe alguns olhares furtivos sem que o amigo percebece. Até que ele percebeu em um momento.

 

- O que foi? - perguntou-lhe o amigo, não em tom de repreendê-lo, mas de quem acha graça.

- Nada, cara. - Jonathan sentiu o rosto esquentar.

 

Fez-se silêncio, os dois ficaram olhando para a lâmpada por um instante, Jonathan pensou em falar, mas foi Ryan que quebrou o silêncio.

 

- Você já beijou alguém?

 

Jonathan virou a cabeça rápido demais, sentiu um puxão no pescoço.

 

- Como?

- Você já beijou alguém? Digo, alguém, na boca? - perguntou Ryan

 

Ele detestava ficar corado daquele jeito, detestava como do nada seu coração começava a acelerar daquele jeito.

 

- Não.. ué – deu de ombros.

- Eu também não. Não sei como é a sensação. A gente vive vendo as pessoas se beijarem na TV e tal.

- Por que você nunca beijou ninguém? - perguntou Jonathan

 

Agora foi a vez de Ryan corar. Quando ele corava, suas bochechas acendiam como duas pequenas lanterninhas.

 

- Ah, sei lá.. nunca beijei porque não gosto de ninguém. Algumas garotas são meio estúpidas, eu só não gosto do que elas fazem, sabe?

- Sei..

- Não conta isso pra ninguém, tá? - pediu Ryan

- Tudo bem cara.. - Jonathan encolheu os ombros e começou a se balançar bobamente na borda do banco da cozinha.

 

Mais um século de silêncio.

 

A pressão estava pesada no ar, dava para sentir de ambos os lados. Jonathan não se lembra direito de quem partiu a iniciativa. Mas pode ouvir Ryan dizer baixinho

 

- Deixa eu tentar?

 

Os dois foram se aproximando devagarzinho. Muito lentamente, quase como se tivesse medo de algum choque elétrico, Ryan foi aproximando os lábios aos de Jonathan, logo eles estavam unidos. Ele começou a tremer com uma sensação nova que nunca antes havia experimentado. Jonathan puxou ele mais pra perto e começou a abrir os lábios aos poucos. As pessoas nos filmes não apenas encostavam os lábios, elas faziam mais coisas, ele pensou. Ryan, ao contrário do que ele pensou, não achou estranho e continuou o beijo.

 

- Uau! Isso que é beijar? - Ryan parecia eufórico.

- É, acho que sim – respondeu Jonathan timidamente.

 

Ele o olhou por alguns minutos, o amigo também não sabia o que dizer.

 

- Será que a gente pode.. tentar de novo?

- Tudo bem, respondeu Jonathan

 

Mas antes que ele pudesse encostar em Ryan de novo, ele viu uma sombra na penumbra da sala.

 

- Garoto, eu vou dar 10 segundos pra você pegar suas coisas e nunca mais voltar nessa casa – A voz de Lonnie era perigosamente calma.

 

Ryan, meio paralisado de medo, reuniu coragem não sei aonde para pegar sua mochila, vestir a calça de qualquer jeito e se mandar dali na chuva mesmo.

 

- E você, sua bicha, tá mais do que na hora de eu te ensinar a virar homem de verdade! - Lonnie retirou o cinto das calças e começou a bater em Jonathan que gritava feito uma criaturinha ferida. Com o barulho dos gritos, Will começou a chorar lá do quarto.

 

 

Aquela foi a primeira lição que Jonathan tinha aprendido sobre como as pessoas reagiam ao que ele era.

 

 

...

 

Não me lembro de muita coisa que aconteceu naquele dia na escola, ou melhor, é bom mesmo que minha mente tenha bloqueado todos aqueles instantes de humilhação e vergonha.

 

Na verdade, eu não me preocupei um segundo com mim mesmo, ou com minha reputação ou coisas desse tipo. Não devo nada a essas pessoas de Hawkins, que não me conhecem e nunca se deram ao trabalho de conhecer. Como eu disse a alguém há um tempo atrás, não é nada pessoal, eu só não gosto da maioria das pessoas.

Minha única preocupação era com Steve. Ele nunca havia passado pelo que eu passei, e era inevitável que agora ele sofresse as consequencias de revelar para as pessoas quem realmente ele era. Infelizmente eu já estava acostumado com aquilo. Era sempre a mesma coisa.

 

Depois daquele dia em minha casa, Ryan se mudou de Hawkins e eu nunca mais o vi. Ele foi o primeiro garoto de quem eu gostei e o que partiu meu coração. Nunca saberei se ele sentia o mesmo por mim.

 

Por isso, antes que o diretor Dolinky parasse de falar naquela sala sufocante, eu tive um ímpeto e saí da sala. Eu não iria deixar as coisas pior do que já estavam pra Steve. Eu sempre fodo a vida dos outros, sempre.

 

Passei pelos fiscais na porta da escola e não dei a mínima pra eles, e eles pareceram não notar a minha presença. Saber que estava matando aula era a última das minhas preocupações agora. Caminhei, pelo que me parece por algumas horas pelas ruas de Hawkins. Fui ao mercado do outro lado da rua Seus, pois não queria ir para o outro, que é onde minha mãe estava trabalhando. Ao entrar na loja de conveniência, faço o que sei fazer melhor: afanar produtos na minha jaqueta. Não faço por mal, só roubo aqueles que os adultos não deixam a gente consumir, porque acham que só eles têm esse direito. Uma carteira de Marlboro e uma pequena garrafa de conhaque, o que ia contra meu princípio de beber, mas e daí? Eu estava mal, precisava sair do meu corpo se fosse preciso. Enquanto eu estava disfarçando na fila, pude ouvir um homem corpulento e de bigode conversar com outro de camisa cinza próximo ao caixa.

 

- E você, viu aquele último jogo dos Dodgers, hum? Que humilhante

- Tem razão, preciso de umas cervejas – disse o outro

- Vamos passar na casa do Wheeler e perguntar se ele não quer ir com a gente

- O Wheeler? - O homem de cinza deu de ombros – Ele que se deu bem, o safado. Soube que viajou com a família por cinco dias em um cruzeiro!

- Não brinca! Como foi isso?

- Soube que eles ganharam uma promoção ou coisa assim, acho que era a dos Wafflers Ego. Meu filho que me disse.

- Que filho da puta sortudo!

- Pois é.. - Chegou a vez dele e passaram as comprar rapidamente pelo caixa.

 

Eles só poderiam estar falando dos pais de Nancy. E aquela história era um pouco fantasiosa demais na minha opinião para ser verdade..

 

Provavelmente ela deveria ter inventado alguma desculpa para estar se escondendo de tudo o que fez e se safar.

 

Não sei por quanto tempo perambulei pelas ruas de Hawkins. As pessoas normalmente se afastavam de mim naturalmente, e, hoje, mais ainda. Minha aparência não era convite para ninguém se aproximar.

 

Hoje faz uma semana que eu não falo com Steve...

 

Fui ao parque da cidade, em busca de isolamento para minhas dores. Era um parquinho decrépito, quase mal assombrado, com restos de brinquedos velhos que as crianças não davam mais bola. Me sentei em um balanço ainda não destruído, quando a noite começou a cair.

 

A noite começava a esfriar. Ascendi um cigarro e contemplei o vazio da minha existência solitária, e agora sem o Steve. Pensei se realmente valia a pena a continuar na escola, nessa cidade, nesse mundo..

 

Um vulto de um carro passou lentamente do outro lado do parque.

 

Passou um instante, até que eu percebi que o carro estava dando voltas ao redor do parque, como se alguém estivesse me observando. Muito estranho na minha opinião.

 

Fiquei me preparando para fugir, correr, gritar ou qualquer outra coisa que estivesse à minha espera. O carro desligou os faróis. Agora... a qualquer momento.. era o fim..

 

De dentro do carro saiu Barb correndo em minha direção com uma fisionomia que eu nunca vi de espanto.

 

- Jonathan? É você?

- S.. sou eu, o que aconteceu? Você está bem?

- Você tem que me ajudar! Socorro!

- O que foi, você está ferida?

- É a Nancy.. Ela desapareceu. Toda a família dela também.

 

 


Notas Finais


Como faz algum tempo que eu não posto, você pode ter ficado meio perdido no que está acontecendo, né?
Nada que uma relida rápida nos capítulos anteriores não resolvam, até a próxima! ;*


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