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História This strange feeling - Pista


Escrita por: laranjinhamec

Notas do Autor


Olá pessoas, como estão?
Antes de mais nada, eu ia publicar o capítulo no final de semana passado, mas fiquei doente e não terminei
a tempo de publicar, mal conseguia ficar de pé! mas agora estou melhor.
Aproveitei o feriado para terminar, espero que gostem :) Bom feriado!

ps1: Alguém viu o trailer de Marrowbone, com o Charlie? PRECISO VER ESSE FILME

ps2:Quero saber se a Barb deve continuar na fic, cês gostam dela mesmo?

Quero mandar meu mais sincero beijo para todo mundo que acompanha a fic, cês são demais! amo todos vocês! principalmente que aparece nos comentários! haha xD

Capítulo 15 - Pista


Hawkins – Indiana – 1983

(Steve)

A luz foi entrando lentamente em meus olhos, os fazendo doer. O esforço era enorme, mas, aos poucos, fui acordando. Minhas roupas estavam todas sujas de lama e eu não reconhecia onde estava. Minhas ideias não tinham muita coerência, a bebida ainda estava fazendo efeito.

Eu estava em um lugar o qual nunca havia estado antes, mas aos poucos os objetos me faziam me lembrar de uma pessoa.

 

Jonathan

 

Tentei levantar, mas acabei caíndo de novo no lugar em que eu estava deitado. Não era exatamente uma cama convencional, mas uma traseira de carro adaptada para ser um lugar para deitar. O barulho que eu fiz deve ter chamado atenção, pois alguém entrou no porão.

 

- Ei, você acordou! Como se sente? - Jonathan veio em minha direção.

Inicialmente pensei que aquilo não fazia sentido, porque nós haviamos brigado, mas aí lembrei do que havia acontecido.

- Eu.. não.. sei.. por que estou todo sujo assim? - perguntei reparando nas minhas roupas

- Bem, você veio até minha casa e ficou debaixo da chuva, acho que você bebeu tanto que desmaiou né? - Jonathan lutava para esconder um certo riso em sua voz. Você acabou desmaiando na chuva em uma poça de lama.

- Ha ha, muito engraçado, Byers... se eu estivesse, hum.. na minha melhor forma.. - tentei levantar, mas era meio inútil – eu acabava com você.

- Vai ter tempo pra isso, Steve – disse ele pacientemente me ajudando a levantar e me colocando em pé com esforço, como se eu fosse uma criança gigante, ou uma preguiça, sei lá – mas primeiro..

Ele hesitou um pouco

- O que foi?

Senti o rosto dele muito próximo ao meu corar, enquanto escutava apenas um pequeno sussuro.

- Você precisa de um banho, Tiv..

- Tiv?

- Seu novo apelido. Gostou? - Ele sorriu timidamente daquela maneira que eu achava linda.

- Seu grande sacaninha filho da...

Ele já estava me arrastando para o banheiro no andar de cima, perto do seu quarto. Passou o braço pelo meu ombro. Tudo ainda parecia um sonho, aquela proximidade dele, seu cheiro.. mais uma vez me carregando, como no dia do Halloween..

 

- Isso é real? - Sem querer a pergunta escapou da minha boca

- O que? - Ele me olhou com um sorriso, não acreditando no que eu acabara de dizer

- Ah, é que eu.. – eu comecei.

- Sh... relaxa, você não vai lembrar disso mais tarde – Ele colocou os dedos delicadamente sobre meus lábios, silenciando-me.

- Mas eu não quero esquecer.

 

Não podíamos negar um beijo, mesmo que eu estivesse entorpecido pela bebida e provavelmente não fosse mesmo lembrar daquilo.


Não protestei quando Jonathan começou a tirar minha roupa para que eu entrasse no chuveiro. Meus sapatos caíram perto da pia, junto com as meias imundas de lama. Ele tirou minha jaqueta e a camisa. Arrepios começaram a percorrer meu corpo quando ele começou a tirar minha calça. Mas, Por algum motivo, acho que por algum pudor infantil, o detive de tirá-la por completo.

 

- Me desculpe.. - Jonathan murmurrou sem jeito – você acha que consegue?

- Sim, eu consigo – tirei a calça e a joguei no chão com o resto da roupa.

 

Meu gesto deixou Jonathan encabulado. Ele olhava para o chão em silêncio.

 

- Eu não devia.. me desculpa, vou deixar você à vontade, eu vou só – ele fez um gesto indicando a porta.

- Vem cá – o puxei para perto de mim com a toalha, levantei seu rosto até que ele me encarasse olhando nos meus olhos. - Jonathan Byers, eu te amo. Nada mais me faria mais feliz do que a nossa primeira vez acontecesse aqui, agora, com esse chuveiro morno maravilhoso. Porém, eu estou bêbado demais e eu detestaria que, no futuro, eu me lembrasse disso e não tivesse toda a consciência do mundo que eu fiz amor com você e que foi maravilhoso – minha voz soava engraçada quando eu estava bêbado e queria falar sério, o que era uma merda.

- Tudo bem então – ele sorriu, eu sei esperar, mas saiba que você não vai escapar dessa..

 

Demos outro beijo, com mais vontade, e até uma certa violência. Eu devo ter desmaiado aí, por que foi só o que eu me lembro.

 

 

….

 

 

 

Ruídos de pratos batendo na cozinha me acordaram. As memórias voltaram, junto com uma dor de cabeça animal. Uma nota mental para mim mesmo: nunca mais beba.

 

Levantei da cama, que não era a minha, nem o quarto. Alguém havia me dado banho, me vestido e me colocado pra dormir, e esse alguém era a pessoa mais especial do mundo pra mim. Me olhei no espelho. Um garoto despenteado me encarava do outro lado, mas não podia esconder o sorriso bobo de ter passado a primeira noite na casa do Jonathan, mesmo que bêbado, é verdade.

 

O cheiro da comida me lembrou o quanto eu estava faminto. Será que havia algum problema se eu aparecesse na cozinha? Fui na ponta dos pés espiar o que ele estava fazendo. Estava com sua família preparando o jantar. Parecia muito feliz com seu irmão e sua mãe. Lembrei da última vez em que eu preparara o jantar assim em casa, já fazia tanto tempo.. eu parecia tão invisível na minha casa, ninguém parecia achar que eu me importava com coisas assim, mas elas me importavam. Me aproximei da porta da cozinha, mas Joyce já havia notado minha presença. Ao me ver, ela abriu um largo sorriso.

 

- Ah! Boa noite, querido! Estávamos terminando de por a mesa do jantar, sente-se!

- Boa noite, Sra. Byers, obrigado - me sentei.

- Ah, que é isso, me chame de Joyce – ela corou

Jonathan me lançou um olhar tranquilizador – está tudo bem, ele sussurou, enquanto servia os pratos.

- Eu queria pedir desculpas pelo incidente – comecei meio envergonhado

- Incidente? está tudo bem, querido, Will me contou que você não estava se sentindo bem, não podia ficar naquela chuva, não é mesmo? - ela me serviu de batatas fritas.

- É, foi algo meio estúpido, na verdade – olhei para Will agradecendo, ele piscou pra mim e Jonathan, com um sorriso.

 

O jantar seguiu sem mais perguntas. Joyce era mesmo uma mãe bem mente aberta, diferente das mães que eu estava acostumado a ver em Hawkins, e isso me deu esperanças de que ela até pudesse aceitar nosso relacionamento, caso um dia Jonathan resolvesse contar tudo.

 

Quando acabamos, Jonathan fez que iria voltar para o quarto, eu o segui, mas, no momento em que ele percebeu que Joyce e Will não estavam mais olhando, ele me guiou de volta para o sótão. Vendo minha expressão de surpresa, ele fez um gesto de silêncio e fechamos a porta ao entrar.

 

- O que foi? Algum problema?

- Steve, agora você já está bem não é? Tem algo que eu não contei pra você.

 

Meu coração deu um solavanco desagradável. As vezes sou muito bom com maus- pressentimentos, eles quase sempre estão certos.

 

Ele olhou para o outro lado do sótão, o que parecia ter uma pequena cabana, que de repente se iluminou por uma lanterna.

 

- Tudo bem, Barb, pode sair.

 

Barb saiu de dentro da cabaninha, não parecia nada com a garota que eu via no colégio. Seus cabelos estavam meio desgrenhados, e seus óculos manchados de lágrimas.

 

- Você está bem, Barb? O que aconteceu? Como ela veio parar aqui?

- Aconteceu alguma coisa... alguma coisa com a Nancy – sua voz fraca quase se quebrou sem terminar a frase.

- Ei, calma, tá tudo bem – cheguei perto dela tentando acalmá-la – você.. você tem certeza?

- Si.. sim. Ela sumiu, e toda a família dela também.

 

Barb aos poucos contou sua história. Contou que, depois do que havia acontecido na escola, Nancy estava estranha. Ela tentou saber se ela havia feito aqui no muro e na lousa, mas Nancy fugiu chorando para casa. Mais tarde, Barb foi atrás dela, mas não encontrou ninguém na sua casa, e o carro dos Wheeler não estava na garagem. Inicialmente ela pensou que eles tinham saído da cidade ou coisa assim. Então resolveu dar um tempo para ver se as coisas se acalmavam. Mas, então, alguma coisa a fez sentir que tinha algo errado. Ela estava indo em direção a saída de Hawkins, na estrada da rota 70, a que passa por dentro da floresta. Essa floresta acaba entrando em uma propriedade particular de uma empresa que ninguém sabe ao certo o que faz. O fato é que muita gente já desapareceu naquela área da floresta, e nunca mais voltou. Quando Barb passou pela entrada da floresta, ela viu.

 

O carro dos Wheeler abandonado com as portas abertas na entrada da floresta.

 

- Eu sei.. alguma coisa os pegou e os levou! Eles podem.. estar mortos – a voz de Barb se estilhaçou e lágrimas recomeçaram a cair dos seus óculos.

- Calma, você tem certeza mesmo, você tentou dizer isso para alguém, foi buscar ajuda? - Perguntei.

 

Percebi na hora que essa era a pergunta errada a se fazer, porque Barb assumiu um tom raivoso que não era comum a ela.

 

- Sério Steve? - ela disse em tom de riso sarcástico – É claro que eu procurei ajuda na escola, na cidade, mas ninguém acreditou em mim. Todos pensam que eles saíram de férias por causa de uma promoção que eles ganharam. Ninguém... ninguém nunca acredita em mim..

 

Me senti muito estúpido fazendo aquela pergunta a ela. Era verdade, Barb era meio invisível atrás de Nancy. As pessoas eram idiotas, e até eu mesmo era um idiota. Segurei suas mãos que tremiam e toquei em seu rosto.

 

- Ei, nós acreditamos em você, tudo bem? Eu sinto muito pelo que aconteceu – ela me olhou nos olhos em silêncio.

- O que a gente vai fazer? - somos só três para procurar naquela floresta – Ela disse triste.

- Não importa. Vamos buscar ajuda – eu estava decidido. Porém, pude notar como Jonathan havia permanecido calado durante toda a conversa.

- O que você acha, Jonathan? 

 

Ele caminhava pelo porão com gestos vagos e a expressão fechada. Parecia não notar muito o que estávamos dizendo.

 

- Eu não sei, acho que uma ligação anônima para a polícia ou para o xerife resolveria, não sei se deveríamos nos envolver.

- Ué, como assim?

- Steve.. - Ele começou. Há quase 100% de chance de ter sido a Nancy que fez aquela merda na escola. Por que a gente teria que ajudar ou fazer qualquer coisa pra ajudar a quem quis separar a gente e tornar nossa vida mais complicada do que já está.

- Jonathan, não foi ela.. - disse Barb.

- Tudo bem, Barbs, você é a melhor amiga dela, mas não tente defender o que ela fez. Ela nos humilhou, não é exatamente um parque de diversões viver nessa cidade, sabe.

- Eu sei que você tem todo o direito de falar tudo o que está sentindo sobre aquilo na escola, mas por favor, nos ajude! Algo aconteceu, e não foi a Nancy!!

- Barbs, olha o que você está dizendo, você tem alguma coisa que te faz pensar que não foi ela? - perguntei.

Barb tirou um pedaço de papel amassado do bolso. Havia manchas vermelhas por toda parte que pareciam borrões, analisando mais atentamente vi que o que estava no papel eram letras, e as manchas vermelhas eram sangue.

 

“Ele me fez fazer”.

 


Notas Finais


Não ganhei dinheiro pra fazer jabá do filme do Charlie! <33


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