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História This strange feeling - Caderno


Escrita por: laranjinhamec

Notas do Autor


Oi gente!
Fiquei muito feliz de ver que a fic já tem os primeiros leitores! nossa, isso é muito bom!
muito obrigada por quem tá acompanhando, sério mesmo!
Em breve vou voltar pro curso, então vou me arranjar aqui pra sair todos os capítulos direitinho no dia certo, tá?
Me desejem sorte! :D

Capítulo 2 - Caderno


Hawkins – Indiana – 1982

- Filho, acorda! Tá na hora de ir pra escola!

Acordei com um sobressalto, era minha mãe batendo na porta do meu quarto. Assim que abri meus olhos, desejei imediatamente fechá-los outra vez.

A escola é um pesadelo de olhos abertos.

Desde que chegamos em Hawkins, as coisas até se resolveram, mas era bastante difíceis. Lonnie pareceu ter desistido da gente, o que éramos gratos. Não tínhamos a mínima intenção de procurá-lo outra vez. A casa dos meus avós estava decaída, mas nossos esforços para reformá-la valeram a pena. Compramos material barato e madeiras extras que nos doaram, não era uma mansão, mas conseguimos transformá-la em nosso lar de verdade.

Entrei na Hawkins High School imperceptivelmente e tentava fazer minha presença também não ser notada. Ser um garoto magro, pobre, esquisitão com uma família suspeita não é exatamente um paraíso quando se trata de viver no ambiente daqui.

A escola era uma tortura. Não que eu detestasse tudo por ali, eu até gostava de umas poucas aulas, mas as pessoas sempre me evitaram e eu fazia o máximo para evitá-las também. Não era nada pessoal, sempre gostei de passar meu tempo sozinho, ninguém tinha nada de realmente interessante a dizer.

Ainda havia aquele trio de garotos que infernizavam minha vida desde o primeiro dia em que cheguei a Hawkins. E aquele outro garoto, Steve, que parecia ser o líder deles. Na verdade só bajulavam ele por ser de família rica e desfrutarem das festas na casa dele. No fim, ele era o pior de todos.

Passei por poucas e boas quando cheguei, mas finalmente consegui me estabelecer na escola, por assim dizer.

Passei no corredor com meia blusa enfiada na cabeça, acordei meu irmão enquanto mamãe se arrumava para ir ao trabalho, o cheiro do café da manhã despertou meu apetite, lembrei com pesar que era dia de eu o ter feito, mas acordei tarde, a tarefa ficou para mamãe.

- Me desculpa mãe, era minha vez de ter feito o café da manhã – me sentei a mesa ainda bêbado de sono.

- Não se preocupe, querido, acordei cedo hoje, preciso chegar logo pois tenho serviço acumulado. Não esqueça de levar o lixo pra fora e lembrar seu irmão de tomar o remédio dele que está em cima da geladeira.

=Pode deixar, por falar nisso cadê o mostrinho? WILL! ANDA LOGO CARA! - gritei

-Já vou! Não consigo encontrar as peças do meu tabuleiro! - gritou lá do quarto

-Está em baixo da sua cama, cabeção, vem logo senão a gente se atrasa.

 

Como minha mãe ia trabalhar, eu ia a pé pra escola, Will ia com os amigos de bicicleta ou quando estava com muito sono ia até a terceira rua pegar o ônibus da escola. Ele não ia até a nossa rua.

Entrei no corredor de cabeça baixa por baixo do meu moletom. Coloquei meus fones e como sempre me desliguei do que estava ao redor. Fui até meu armário colocar meus livros e trocar as fitas do meu walkman. Quando fechei a porta, a gangue do Steve passou por mim, me deram um empurrão e meus livros voaram pelos ares. Meu sonho era acabar com aqueles idiotas, mas mantinha minha raiva dentro de mim.

Tentei apanhar os livros do chão o mais rapidamente possível, mas havia diversas folhas soltas do meu caderno. Uma garota que ia passando o corredor parou de uma vez onde eu ia pegar meu livro de história e nos esbarramos

- Desculpa, você parou no meio do corredor e..

 

Era Nancy Wheeler.

 

Não sei exatamente o que eu sentia por ela. Quando fazia pouco tempo da nossa chegada, uma vez fomos até uma lanchonete famosa perto da divisa da cidade. Estávamos só passando em frente, na verdade. Will tinha uns cinco anos e ouviu que nesse lugar o lanche vinha com um brinde surpresa. Ele insistiu muito para que comprássemos o lanche para ganhar o brinde. Porém eu não tinha dinheiro e estávamos esperando a mamãe vir nos buscar para ir para casa. Tentei convencê-lo de que a comida não tinha gosto bom e que outro dia, quem sabe, nós voltássemos lá. Uma garota bonita estava sentada com um grupo de amigas e um garoto menor quase da idade do Will, logo depois chegou Steve e seus amigos. Achei melhor irmos embora porque eu não tava afim de encontrá-los. Fiquei do lado de fora com um Will choroso enquanto caía uma chuva imensa. Me senti um verdadeiro lixo por decepcionar meu irmão.

Os amigos do Steve foram indo embora. Fiquei grato de que ninguém notou nossa presença. Enquanto eu tentava aconchegar Will no meu moletom, vi que a garota bonita estava indo embora também. Ela passou pela grande porta de vidro do estabelecimento e nos viu escorados na janela tentando evitar a chuva. Ela quis ir embora, mas viu que a chuva estava forte demais e também parou ali.

- Nossa, que chuva! - disse sem jeito

- Nem me fale..

- O que ele tem? - Ela acabou de notar que Will estava chorando em silêncio

- Ah, não é nada, ele vai ficar bem – senti um nó na garganta

O garoto menor que estava com ela saiu de trás do seu vestido ao ver Will, ele tinha duas sacolinhas de lanche nas mãos e comia algumas batatas fritas. Ele foi até Will.

- Oi – Disse timidamente. Meu nome é Mike, por que tá chorando?

- Oi Mike, meu nome é Will, eu não tô chorando não, só caiu um cisco no meu olho.

A garota abaixou até ficar da altura do Mike e cochichou algo no ouvido dele, ele balançou a cabeça afirmativamente.

- Olha Will, você.. você quer um lanche? Minha irmã disse que eu já comi muito e que eu podia dar uma pra você, olha, vem com uma surpresa – Ele entregou a sacola.

- Sério? - os olhos de Will brilharam – muito obrigado! Os dois se sentaram em um degrau da entrada enquanto comiam os lanches e abriam as surpresas.

Olhei para a garota sem saber o que dizer. Ela estava sorrindo ao ver que o irmão fizera um novo amigo, eu senti meu rosto corar.

- Muito obrigado, meu irmão estava querendo muito esse lanche, não precisava se incomodar.

- Imagina, criança é assim mesmo! Você não é ..

- Jonathan Byers, nos mudamos faz pouco tempo.

Um silêncio até que ela lembrasse de onde já tinha nos visto.

-Ah sim, pra outra casa perto da floresta, Nancy Wheeler – Ela apertou minha mão e sorriu - Espero que esteja gostando de Hawkins, aqui é um tédio, mas até que não é tão ruim se você é um..

Um carro passou buzinando e parou perto da gente

- Ah, são nossos pais, temos que ir!

- A gente se vê por aí!

Eles foram embora, pouco tempo depois nossa mãe chegou.

 

A garota pareceu nem ligar para o meu pedido de desculpas, deu um sorrisinho amarelo e continuou andando em direção a sala de aula. Era essa a nossa relação quando as outras pessoas estavam olhando. Eu não existia.

Tínhamos aula de matemática e de ciências. Detestava matemática e tentei fazer aquilo acabar o mais rápido possível. Ciências era muito legal, mas minha aula favorita mesmo era literatura. Quase ninguém do nosso ano gostava mesmo, e eu achava que essa diferença fazia eu antipatizar ainda mais as pessoas.

Para aulas mais chatas, eu trazia um pequeno caderno onde eu escrevia minhas letras de música favoritas, algumas coisas que eu escrevia e alguns desenhos bobos. Ficava rabiscando no canto da folha e colocava na frente de alguns livros pra ninguém perceber.

O sinal tocou e eu saí para o intervalo. Deixei minhas coisas na carteira e fui até o laboratório de fotografia, para ver se minhas fotos já estavam secas. Recolhi as que já estavam prontas e as coloquei no bolso da jaqueta. Quando eu estava voltando para a sala, o senhor Jenkins passou por mim com uma pilha de livros e um enorme projetor para a aula seguinte.

- Ah, senhor Byers, será que poderia me ajudar a levar isso para a sala para a próxima aula? Eu sei que o senhor estava indo para lá agora, ou pelo menos deveria – deu uma piscadela.

- Claro, pode deixar – peguei os livros e o ajudei

Coloquei tudo em cima da sua mesa, ele me agradeceu e começou a preparar a aula – Agora alunos, nós vamos estudar os momentos da escola romântica..

 

Voltei para minha carteira e sentei, percebi que todos os meus livros estavam lá, muito bem organizados. Com exceção do meu caderno, que tinha desaparecido.


Notas Finais


Quem será que pegou o caderno? ai ai ai... :x


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