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História This strange feeling - Inimigo


Escrita por: laranjinhamec

Notas do Autor


Olá gente!
Sinto muito pela velocidade em que estou postando os capítulos, ando muito atarefada e muitas vezes minha cabeça está bem merda pra se concentrar na escrita. Em breve vou tentar definir os dias em que os capítulos irão sair para não desapontar ninguém, tá? vou me esforçar ao máximo! Obrigada por todos os recadinhos que estão deixando pra mim <3 aproveitem!

Capítulo 3 - Inimigo


Mal senti a explicação do professor passar. Uma sensação de gelo escorreu por dentro do meu estômago. Sentei em meu lugar e tentei firmar meus punhos que tremiam em cima da carteira. Não sabia quem tinha pego meu caderno, mas já tinha alguma noção de quem poderia ter sido.

Demorou uma eternidade pra aula acabar, mal o sinal tocou, saí da classe e vasculhei os corredores à procura dos comparsas do Steve, mas nem sinal deles. Isso era um mal sinal, mal mesmo. Passei por um grupo de estudantes do 7º ano, todos estavam indo para o refeitório e os olhares habituais dos outros alunos me seguiam, mas nada de estranho ou anormal. Dei a volta no corredor dos armários e abri o meu. Havia um bilhete que alguém jogou lá dentro pela abertura da porta

 

“Estamos com o seu precioso diário, venha nos encontrar às 17:00 na pedreira se você for homem de verdade. O contrário todos vão saber o quanto você é bicha, Byers”.

 

O sangue me subiu a cabeça assim que eu terminei de ler. Como aqueles idiotas tinham pego o meu caderno? Eu saí por minutos da sala e eles entraram lá? Acho que já vinham me observando ou coisa assim. Era sempre obra daquele idiota do Steve, pra poder se gabar diante daqueles amigos idiotas dele como se fosse o dono da cidade.

Eu sentia tanta raiva e indignação, não porque apenas porque tinham feito aquilo comigo, mas por terem me escolhido como seu alvo preferido. Desde que aquele grupo de garotos idiotas haviam cruzado comigo, nós tínhamos uma longa história de humilhações e brigas em comum. No começo eu tentava ignorar ou fazer passar, mas não adiantou. Então eu comecei a revidar as agressões e, claro, sempre era responsabilizado por ter começado a briga. Algumas semanas de suspensão e até umas duas breves ocorrências na delegacia já faziam parte da minha fama como garoto “pirado problemático” da cidade.

Imaginei a cara de Steve no armário e dei um soco, aguentei a dor e fui pra ultima aula. Eu deveria sair da escola e encontrá-los na pedreira às 17h depois do ultimo tempo de química. Entrei na sala e esperei o professor junto a bancada.

- Peguem um lugar na bancada e usem as luvas, hoje vamos demonstrar a reação do peróxido de zinco em contato com a chama – tudo bem pessoal?

- Professor, essa atividade vale nota ou não? - perguntou um aluno doidão que vivia de boné

- Se eu dissesse que não, provavelmente você não faria, afinal você é bem mercenário não é? - retrucou.

A sala riu e  aos poucos foi organizando o material de laboratório e ocupando seus lugares individuais.

- A atividade hoje vai ser em dupla, pessoal – os alunos se agitaram para formarem as duplas em cada bancada. Após alguns olhares tortos, aparecia um ou outro que fazia dupla comigo às vezes, mas hoje eu fiquei em uma bancada só. Fazia o trabalho dobrado, mas pelo menos não tinha aquela cobrança de arranjar uma dupla.

A porta da sala se abriu e Nancy passou correndo, antes do professor reclamar ela mostrou o passe da direção e ele disse que estava tudo ok.

- Bem, já que a senhorita nos deu o ar de sua graça agora, por favor se junte ao senhor Byers para que possamos demonstrar nossa reação química..

Ela tentou não demonstrar abalo com alguns risinhos discretos que algumas pessoas nos lançaram. Nem sei o que eu sinto direito pela Nancy, quando nos conhecemos ela foi minha paixão quando éramos pequenos, mas depois tudo mudou quando chegamos ao ensino médio, as coisas foram mudando e ela e Steve se conheciam desde sempre. Me lembro de quando costumávamos ir de bicicleta até o lago. Uma vez, Steve nos pegou e contou para os pais dela. Desde então aquela proximidade que a gente tinha tinha se quebrado e as coisas nunca mais foram as mesmas.

Era sempre o Steve.

- Oi Jonathan – ela me cumprimentou meio sem jeito

- Oi, por favor pode passar as luvas? - Eu estava me sentindo bem idiota tentando manter aquela cordialidade no tom da minha voz.

-Claro, você quer ficar com qual tubo de ensaio? - ela ficou do meu lado lendo a lista dos componentes da reação.

Passado um minuto de silêncio bem desconfortável, resolvi quebrar o gelo.

- Olha Nancy, não precisa ficar sendo minha amiguinha, quando eu sei que está louca de vontade de sair correndo daqui.

- O que? Como...

- Avise seu namorado que ele não precisa ficar pegando as coisas dos outros e fazendo chantagem pra provar que é o grande rei do mundo.

- O que? Steve? Olha, isso não tem nada a ver, o que ele fez?

Outro silêncio desconfortável entre a gente

-Quer saber? Esquece – senti aquele terrível nó na garganta. - O que ouve com você, Nancy? Você era diferente, era diferente de todos esses babacas daqui, nós costumávamos ser amigos, eu.. eu realmente acreditei que poderia ter finalmente uma amiga aqui em Hawkins..

-Mas, nós somos amigos! Eu acho você legal, Jonathan, mas as coisas.. - sua voz se quebrou– as coisas foram acontecendo e eu não pude evitar. Se você fosse mais como todo mundo e não fosse tão fechado assim, sei lá, tentasse se enturmar..

- Não faço a menor questão de me enturmar com pessoas iguais ao seu namorado e os amiguinhos dele – cortei

- Ah, quer saber? A gente tenta te ajudar mas você não colabora, e ele não é.. não é meu namorado, se você quer saber.

- Eu tô pouco me lixando pra quem você sai

- Não parece

- Já chega!

Ela não percebeu que o peróxido dentro do tubo de ensaio estava quase transbordando na chama que ela tinha acendido, com um gesto rápido afastei as mãos dela do fogareiro aceso, e em uma fração de segundo nossas mãos se tocaram. Lamentei profundamente ter perdido Nancy. Por ter afastado as mãos dela, um pouco da substância pegou no meu braço fazendo a minha pele irritar e queimar.

- Ai! - a dor da substância em contato com a pele era igual a uma ferroada.

- Jonathan! Você está bem? Me desculpa, é culpa minha, eu deveria ter prestado atenção

- Tudo bem, não foi nada.

Vendo o alvoroço que a minha queimadura tinha causado, o professor correndo de onde estava em meu socorro com um potinho com alguma coisa dentro

- Queimadura, senhor Byers? Deixe o pulso livre desse jeito e passe um pouco desses sais base, e depois vá direto para a enfermaria, o restante de vocês tenham mais cuidado, foi pra isso que mandei colocarem as luvas.

Ele tirou um pouquinho do sal dentro do pote e jogou sobre a queimadura, senti alívio imediato, logo a dor diminuiu e só restou um leve formigamento.

- Tudo bem pessoal, dispensados, na próxima aula quero um relatório sobre as reações aqui demonsrtradas. Vocês podem fazer com a dupla, mas quero dois trabalhos. Até a próxima aula

O sinal tocou e os alunos saíram ainda resmungando sobre o novo trabalho da próxima aula. Eu estava esperando Nancy sair, mas ela estava demorando de propósito em guardar seu caderno na mochila.

-Você está bem mesmo? Quer que eu te acompanhe até a enfermaria? Eu sinto muito mesmo por ter me distraído.

-Tudo bem, estou bem, não precisa se preocupar

- Então... a gente se vê, eu acho

- É, depois combinamos sobre o trabalho – senti meu rosto corar de novo, como eu detestava aquela falta de jeito.

- Tudo bem, a gente se vê – ela foi embora.

Fui até a enfermaria onde a Senhora Clarke, enfermeira da escola, fez uma limpeza na ferida cheia de sal azul ao redor, a pele estava enrugada. Por sorte a área não era grande. Agradeci a ela, coloquei as coisas na minha mochila e saí. Eram 16:30.

A pedreira era um lugar enorme, uma clareira dentro da floresta, como o nome já dizia, cheio de pedregulhos e um paredão íngreme que dava para um rio na beira da estrada que fazia divisa com outra cidade. Alguns adolescentes iam pra lá fumar ou dar alguns amassos nos carros, alguns contavam histórias de terror sobre o que acontecia do outro lado da floresta, de gente que se perdia e dava de cara com uma cerca de arame farpado ou nunca mais voltava.

- Ora ora! Olha quem chegou! - gritaram do outro lado da beira do abismo entre o rio. Os outros amigos de Steve começaram a rir desenfreadamente. A boneca tá sentindo falta do seu diário?

-Digam logo o que vocês querem seus putos idiotas, eu não tenho medo de vocês

- A gente vai jogar um joguinho, amigo – disse um deles que tinha umas marcas de espinhas na cara, eu não o conhecia, acho que ele era de outra turma. Pra mostrar pra gente o quanto você é macho, o que vai ser bem dificil – os outros riram.

- Típico de vocês, fazerem esses joguinhos de “quem é macho” e quem não é. Venham aqui que eu acabo com a raça de vocês – senti a adrenalina subindo pelo meu sangue. Desçam seus filhos da puta!

- Isso não foi muito educado, Jho! - Steve ria, estava achando a situação toda muito divertida. Não imaginava que você fosse tão mal educado, onde está todo o seu cavalherismo? Então tudo que tem escrito é mentira? - os outros desataram a rir, ele tinha lido o conteúdo do meu caderno.

Eu queria socar cada parte da cara de Steve Harrinton, queria ver aquele sorrisinho se desmanchar em uma poça de sangue e hematomas, senti o ódio fluindo por todos os poros do meu corpo.

- Me devolve meu caderno, ou eu juro que mato você

- Ah, mais aí é que está. Você pode ter seu caderno quando quiser, se conseguir pegar. Vem aqui pegar com a gente – ele tirou o caderno de dentro da mochila e mostrou.

Eles estavam de um lado de um pico de pedra, pra chegar lá tinha um fosso no meio, eu precisava saltar, não era grande a distância, mas seu eu não conseguisse iria cair no rio lá em baixo.

- Qual é cara, queremos ser seus amigos, seja bonzinho e vem com a gente. Vai ser bom pra você, não vão mais te chamar de esquisitão, você vai ter uma turma, vai ser um de nós – disse Steve.

Não queria mais ouvir nada que ele estivesse dizendo. Respirei fundo, peguei impulso e saltei para o outro lado.


Notas Finais


Que ódio no coração heim jovens? kkk
será que isso muda? :D


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