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História This strange feeling - Reviravolta


Escrita por: laranjinhamec

Notas do Autor


Olá pessoas que acompanham TSF :)
Essa semana vou começar minhas aulas no curso, mas não se preocupem, A partir de hoje temos um dia certo em que os capítulos vão sair! Toda segunda feira, com exceção de algum compromisso urgente, claro :)
Tenho tido várias ideias novas para a história e anotado em meu caderninho pra não deixar escapar, aguardem novidades! O shipp está crescendo, e já é possível ver algumas fotos e fanarts no tumblr e no twitter com a tag "#Stonathan" eu já twittei pra que a fic fique nessa tag, pra quem se interessar. Não dá pra divulgar nos FCs de Stranger Things porque algumas pessoas têm um ódio idiota do Steve, e eles simplesmente ignoraram a minha fic, então, fazer o que né? Enfim, espero que apreciem o capítulo tá! tenham uma ótima semana!

Capítulo 4 - Reviravolta


Houve um breve momento em que eu esperei para cair entre a fenda dos penhascos, mas eu consegui chegar ao outro lado, amparado apenas por alguns centímetros. As caras dos garotos misturavam surpresa por eu ter tido realmente a coragem de pular e a de eu ter conseguido chegar ao outro lado.

- Wooow! Você é realmente pirado, Byers!

- É verdade! Um verdadeiro anormal! Olha só pra isso!

- Byers, Byers, o pirado Byers! - começaram a cantarolar aquela música idiota.

- Pronto, não eram isso o que vocês queriam? Já terminou o showzinho? Me devolvam o caderno – tentei não demonstrar que meus joelhos estavam rotos e doloridos por terem se arranhado na hora do salto, só queria dar o fora dali o quanto antes.

O cara com o rosto todo marcado de espinhas pegou o caderno das mãos de Steve sem que o mesmo demonstrasse qualquer reação, ele avaliava a situação como se estivesse se divertindo bastante.

- Foi muito fácil não é pessoal? - os outros garotos deram gritinhos concordando – o que acham da gente dificultar um pouco mais as coisas?

- Yeeeeeah! - os idiotas berraram

- Que tal o Byers esplorar as coisas mais A FUNDO! - Ele lançou o caderno em direção as fendas e ele rolou pedra abaixo, parando a uns dois metros abaixo.

- SEU DESGRAÇADO! - Parti com toda a força pra cima dele, ele me esmurrou no olho esquerdo enquanto eu tentava dar socos em seu estômago. Seguiu-se uma luta corporal entre nós dois em que eu não podia enxergar nada além de estrelas do meu lado esquerdo, enquanto ouvia gritos e urros ininteligíveis.

- Achei que estava ficando louco quando um carro com umas luzes fortes parecia se aproximar da rodovia da pedreira onde estávamos, isso pareceu assustar os garotos

- Vambora daqui! Vamos Graig! É a polícia

- Sujou! Sujou, vambora!

Na fração de segundo em que as luzes se aproximaram e eu me distraí, Graig pegou impulso e me empurrou e me deu um soco no estômago com toda a força, em direção à queda do penhasco..

- O QUE VOCÊ FEZ SEU IMBECIL? - Steve berrou

-Vambora Steve! - Graig correu em direção ao carro aos tropeços junto com os outros

Steve ficou com os olhos arregalados e parado tempo suficiente para que os outros pegassem o carro e fugissem, o carro que passou com as luzes altas passou, mas não era nenhum carro da polícia, era uma espécie de carro oficial, todo preto, e pareceu não notar ou ignorar o grupo de pessoas ali presentes que fugiam.
Gritei com todas as forças esperando despencar a mais de trinta metros abaixo, no entanto, minhas mãos nervosas agarraram a borda de uma pedra. Eu estava pendurado lutando com todas as minhas forças para subir

- JONATHAN!

- STEVE! ESTOU AQUI! ME AJUDA POR FAVOR!

Steve conseguiu ver onde eu estava, vi sua cara de terror e espanto quando viu onde eu me segurava, a apenas alguns centímetros da borda de um degrau de pedra que estava começando a rachar..

- Jonathan, se segura por favor, eu vou tentar puxar você! - Ele se lançou entre algumas rochas e tentou me puxar com muita dificuldade.

- Não solta! Se segura! Argh! Você é muito pesado!

- Estou tentando! Não consigo! - Eu já pensava que seria o meu fim e que eu ia cair, pensava em minha mãe e Will que eu deixaria para trás por causa do meu egoísmo e de um caderno idiota, minha raiva me impeliu pra frente dando mais impulso com os pés para subir.

- Me... ajuda... eu... consigo..- As gotas de suor e os pulsos arranhados e já sangrando de Steve foram me puxando para cima até que eu dei um grande impulso com os pés e com um grande grito de nós dois e subi o resto do corpo para cima.

Nos jogamos no chão cheios de terra e de pedras nos cabelos exaustos, Steve Harrington, aquele que eu tinha tanta vontade de esganar tinha acabado de salvar minha vida.

Passou algum tempo até que um de nós tivesse ânimo de levantar. O estado de cada um estava pior do que o outro. Eu estava cheio de cortes do rosto da briga, minhas jeans que já eram precariamente surradas estavam rasgadas, enquanto meu suéter estava também cheio de rasgões. Tentei limpar alguma poeira do cabelo enquanto olhava pra Steve. Nunca tinha visto ele tão sujo daquele jeito. Ele sempre estava impecavelmente limpo, o cabelo arrumado, as roupas de ultima moda e os amiguinhos ao redor rindo das piadas dele, e agora ele estava aqui, na merda, junto comigo, que bizarro!

- Que loucura! Quase que você passa dessa pra uma melhor, heim Byers? - Ele começou a rir um riso meio alucinado.

Lembrei de todas as vezes que eu me envolvi em confusão com aqueles garotos cruéis e o Steve. Lembrei de toda a raiva que ele me fez passar na vida, principalmente por ter roubado Nancy de mim, e comecei a pensar que talvez nós dois nunca déssemos certo juntos, e que no fim, Steve fosse só uma escolha natural dela, e não eu.

Eu estou ficando maluco ou estou começando a perdoar o Steve? Jonathan Byers, acho que dessa vez você ficou maluco de vez! Deve ter batido a cabeça em alguma pedra!

Steve tinha mesmo culpa? Porque ele nunca me deu um soco na cara sequer, todo o trabalho sujo quem fazia eram os garotos, mas no fundo, ele só ficava lá assistindo, ou muitas vezes saia de perto quando os garotos me batiam.

Maluco, você é um maluco!

Ele ainda estava sentado cheio de areia e terra nas roupas, rindo daquele jeito meio patético

- Vamos, me dê sua mão, eu te ajudo a levantar – ofereci, mas na hora em que fiz menção de o puxar, o riso se transformou em um grito de dor, e eu soltei a sua mão como tivesse levado um choque elétrico.

- Acho que quebrei o pulso – A região em volta do seu braço estava começando a ficar inchada junto com os cortes.

- Nossa, cara, desculpa.. precisamos de ajuda, deixa eu pensar, deve ter alguma coisa que eu possa.. em que quilômetro da estrada nós estamos? Deve ter algum telefone ou quer que eu vá de bicicleta até a cidade.

- Eu não vou ficar aqui sozinho, Byers! Não ouse tentar, senão eu te dou uma rasteira ou conto pra todo mundo como você me arrastou pra cá para me assassinar e fazer uma peruca com os meus cabelos só porque você sempre teve inveja de mim!

- Pensei que você fosse mais corajoso..

- Ah, não enche! Só estou todo arrebentado assim porque salvei sua vida, seu grande otário.

- Não vem que eu estou tão surpreso quanto você – Peguei minha mochila e usei de apoio pra sentar ao lado dele – obrigado, cara.

Fez-se um silêncio meio desconfortável entre a gente. Aquele incidente na pedreira tinha mudado muito o meu modo de ver as coisas. Steve não era tão idiota quanto eu pensava, embora muitas vezes ele não tenha feito nada pra evitar que os garotos não implicassem comigo, e aquilo me deixava mordido. Ele poderia ter sido legal dessa vez simplesmente porque quis ou porque iria se sentir culpado se eu morresse? Ele tinha planejado aquilo ou queria se sair como herói no fim só pra poder parecer que tinha salvado minha vida? Milhões de dúvidas começaram a surgir na minha cabeça e as perguntas vinham na minha boca, mas eu não conseguia fazê-las.

- Eu provavelmente iria fugir – ele quebrou o silêncio primeiro

- Como?

- Você sabe, fugir junto com os garotos – ele olhava para cima, visivelmente com dificuldade ou dúvidas se deveria ter dito aquilo ou não.

- Então porque não fugiu?

- Eu sei lá, não deu tempo, eu vi você gritar e... fiquei com medo, não sei – uma sombra passou pelo seu rosto. Sabe, de vez em quando aqueles caras são uma merda, eu não sei porque eu ainda.. ah, esquece – deu de ombros

- Esquece o que? - quis saber

- Sei lá, você não entenderia

- Não vou entender se você não me contar

- Sabe, eu acho você bem corajoso, Byers

Fui pego totalmente de surpresa

- Por que?

- Você sabe, tu não liga pro que as pessoas dizem sobre você e sua família, essa atitude de não se importar com nada. Eu sempre morei aqui, então eu preciso manter minha reputação.

- Reputação de capitão do time de futebol e panaca oficial da escola? - ri daquela tirada sarcástica

- Pode ser idiota pra você, mas pra mim não é. Gosto que as pessoas gostem de mim, é melhor do que não ter amigos, é bom se sentir no topo do mundo, e quando você tem isso, acredite, você não quer perder.

- Eu finalmente pudia vislumbrar o eu verdadeiro dele. Ele era uma pessoa preocupada com o que os outros achavam dele, e vivia sempre fazendo o que os outros queriam, e não ele. Isso era bem idiota, mas não conseguia julgá-lo mal.

- Olha Steve, eu não te julgo por fazer isso, mas, sabe, viver para ser o que você não é, uma hora isso vai acabar com você, vai acabar te destruíndo por dentro.

Ele apenas suspirou e deu de ombros tristemente, ficamos ali, ele remexendo a terra com os sapatos desajeitadamente e eu abraçando meus joelhos.

- Ei

- O que foi?

- Se você contar pra alguém que tivemos essa conversa, eu mato você – Ele fingiu me ameaçar com o olhar.

- Até parece Steve.

Ele esboçou um sorriso. Incrível que mesmo ali, todo sujo de terra, ele ainda parecia bonito, os cabelos lisos caindo sobre os olhos, que eu nunca tinha reparado antes, eram de um castanho vivo.

- Não consigo.. me, equilibrar.. - ele ainda estava tonto e com o pulso quebrado não podia se apoiar sozinho.

- Aqui, pode segurar em mim e nessa pedra – Ele se apoiou em mim e em uma pedra pra tentar ficar sentado. O que eu não esperava era sentir um arrepio estranho quando ele ficou tão próximo de mim, parecia uma espécie de choque de eletricidade e meu corpo inteiro tinha ficado aceso.

- Você está bem? - ele perguntou

- Sim, não foi nada! - disfarcei – e o seu pulso?

- Continua doendo. Já está ficando tarde, acho melhor a gente tentar arrumar alguma ajuda, vou ter que me conformar em ficar aqui mesmo.

Naquele momento ouvimos o barulho de outro carro se aproximando, e dessa vez ele parecia estar vindo em nossa direção.

- É o Hopper! Tivemos sorte!

- Ou não né? Acho que ele vai é nos levar pra delegacia, o de sempre.

- O que houve garotos? - Hopper desceu do carro e olhou desconfiado para Steve todo torto daquele jeito apoiado nas pedras.

- Bem eu.. - comecei a explicar

- Jonathan estava tentando ver se conseguia ver o que tinha depois do lago, na verdade, estávamos só brincando, uma estupidez, mas ele acabou escorregando e ficando pendurado na beira do penhasco. Tentei ajudar, mas acho que quebrei o pulso – Steve mostrou o braco encolhido com o pulso inchado.

- Sei.. jura que dessa vez não saíram no tapa? Nossa, essa é novidade – ele me lançou um olhar inquisidor, tentei virar o rosto para que ele não visse muito as marcas da briga – consegue levantar, Sr. Harrington?

- Steve balançou a cabeça negativamente

- Deve ter machucado alguma coisa nas pernas também. Você, me ajude aqui a levá-lo para a viatura.

Com cuidado colocamos Steve no banco de trás. Eu não tinha certeza se Hopper tinha acreditado na história, que era real apesar de Steve ter omitido o início dela. Mas pelo que me parece, ele tinha coisas mais importantes do que dar atenção a dois garotos brigões do ensino médio. Durante a viagem de volta, o rádio da polícia falou alguma coisa que eu não entendi direito, algo sobre alguns desaparecidos e Hopper nos deixou no hospital para poder atender a ocorrência. Colocaram o Steve em uma cadeira de rodas enquanto ele esperava pra ser levado para a emergência.

- Obrigado Jonathan – Ele disse enquanto eu o ajudava

- Tudo bem, cara, eu acho que isso é um “Obrigado por salvar minha vida” - disse sem jeito

- A gente se vê, eu acho.

- Claro

Peguei minha bicicleta e voltei pedalando com o máximo de força que eu pude, já era noite e minha mãe devia estar doente de preocupação porque eu não voltaria a tempo para a hora do jantar.

Enquanto eu voltava pra casa, meu coração batia rápido pensando em todas as coisas que tinham acontecido, minha quase morte, meu caderno perdido, a raiva daqueles garotos e Steve. Mas a coisa que martelava em minha cabeça era apenas a sensação que eu tive naquele momento em que ele se apoiou em mim.


Notas Finais


OMG! (Duzentézima vez que eu tento upar o capítulo aqui -.-')


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