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História This strange feeling - Steve


Escrita por: laranjinhamec

Notas do Autor


SURPRESAAAAAAAAAAAAA! OLHA QUEM VOLTOU!!!
Gente, antes de mais nada preciso pedir desculpas pela minha enorme ausência. Muita coisa aconteceu na minha vida, eu me mudei, fiquei um pouco deprimida e não tive tempo nem ânimo para escrever durante um tempo, rotina de concurso público é meio desumana. Mas agora eu pretendo continuar a fic, eu devo isso a todas as pessoas que me mandaram várias mensagens de apoio e carinho. Pode demorar um pouquinho pra sair os capítulos, mas vai sair, eu prometo!

ps1: O shipp Stevethan só cresceu esses dias heim?
ps2: O capítulo de agora é um flashback de eventos que aconteceram antes daquele dia no penhasco.

Beijos, espero que gostem :)

Capítulo 5 - Steve


                                                                                             Hawkins – Indiana – 1982

 

                                                                                                                Steve

- Querido! É a sexta vez que eu te chamo, Steve James Harrington, levanta dessa cama ou vai ficar sem sair de casa até entrar na faculdade! - minha mãe gritou e o grito quebrou o sonho que eu tava tendo em milhões de pedacinhos nos meus olhos.

-Já tô indo mãe, não grite, olha as rugas! - adoro a minha capacidade de tirar onda com as pessoas, até mesmo meus pais.

 

Comecei a me arrumar lentamente, odeio que me apressem, mas como estava um pouco atrasado, vesti minhas roupas com mais urgência após um banho relaxante, caprichei no desodorante e na loção pós barba que tanto agradam as garotas do colégio, e uma em particular era meu alvo do dia.

 

Pulei a escada nos últimos dois degraus, como de costume, agarrei duas torradas com ovos e enfiei na boca com uma mochila na mão, meu casaco e pente na outra.

 

- Toma café direito filho, fiz aquele bolo gelado que você adora, sente-se

- Não dá mãe, eu tenho que ir, depois eu como – passei apressado procurando as chaves do carro, mas elas não estavam no lugar – mãe, cadê minhas chaves?

- Ai querido, eu esqueci de dizer que seu pai saiu cedo e precisou do carro

- O que? Mais que droga! Ele podia ter avisado! Inacreditável...

 

Meu pai havia frustrado meus planos de usar o carro pra dar uns amassos em Nancy, mas não tem tanto problema assim, a gente sempre dá um jeito quando quer as coisas de verdade. Queria muito ter meu próprio carro, mas meus pais nunca atendiam aos meus pedidos, ou se faziam de surdos. Eu até pensei em procurar algum emprego, mas responsabilidades demais simplesmente não faz meu estilo.

 

Assim que cheguei, minha turma habitual estava no pátio fazendo o que sempre fazia quando estava entediada – recolher o dinheiro do lanche dos alunos do fundamental.

- Mas que fase heim? Tomando doces de crianças inocentes, vocês não prestam mesmo!

- Se eu me lembro bem, você mesmo costumava segurar esses pirralhos pelos tornozelos enquanto os outros pegavam o dinheiro, Stif – Diana retrucou

-Humm, tá de mal humor querida? O que foi? Cadê seu rolo, não veio hoje?

-Não se mete, panaca! - rolou os olhos enquanto mascava chiclete daquele jeito meio nojento com a boca mais aberta que fechada.

- Ih, qual é Steve? Resolveu bancar o santinho agora? - Roy ainda segurava um pobre coitado da quinta série, quando o largou, ele fugiu aos tropeços.

- É cara, nem te reconheço mais, tu costumava ser o nosso exemplo maior de rei baderneiro maior que manda na porra toda, agora tá parecendo mais o filho do reverendo.

- Só eu acho que vocês perderam a noção do perigo me provocando desse jeito. Se eu quiser eu explodo essa porra de escola inteira, basta me dar na telha, e vocês podem estar até dentro dela quando eu terminar – subi no banco da mesa e me sentei no alto, puxei um cigarro e dei uma tragada. Eu podia não ser o valentão do pedaço, mas sabia fingir como ninguém, afinal, não construí uma reputação à toa.

- Vai na pedreira hoje? Roy vai arrumar umas cervejas, quem sabe até algo mais forte, se é que me entende – Paul falava com aquela risadinha irritante

- Talvez, quem sabe, vou checar minha agenda – dei de ombros.

- Já sei, papai não liberou o carro..

- Que eu saiba isso não é problema seu

- Tudo bem cara, a gente passa pra te buscar às 9h.

 

Primeiro tempo, tínhamos uma prova de história. Eu achava a matéria um saco e só tinha prestado atenção em algumas aulas, depois copiado os trabalhos de Nancy. Ela sorriu de modo irônico enquanto distribuía as folhas e a professora separava a classe e os lugares de onde deveríamos sentar. Seja o que fosse, eu precisava sentar perto da Nancy, senão iria me ferrar.

 

- Professora, eu acho que o Henry aqui precisa ir ao banheiro! - empurrei o garoto que iria ficar atrás dela e troquei as fichas de identificação antes que alguém notasse.

- Os que querem ir ao banheiro vão antes da prova, por favor – disse a professora de voz monótona sem notar nada.

 

Nancy passou ao meu lado, com um misto de riso e indignação no rosto.

 

- Você é um idiota, Steve Harrington – Ela sussurrou.

- E você é a minha salvação, gata.

 

A prova não estava muito difícil, mas aquelas datas e aqueles nomes exigiam muito da memória. Enfim chegou o momento de se arrepender de não ter feito as atividades e os trabalhos, mas isso não ia adiantar nada agora. Espero que a Nancy saiba o que está fazendo, por nós dois.

 

“Ei, a resposta da segunda...” sussurei

“Eu não sei, fala baixo!”

“Você deveria saber”

“Eu vou matar você se não calar essa boca”

 

 

- Algum problema aí no fundo da sala? Vocês querem compartilhar alguma coisa com a turma? - A professora se levantou de um salto e veio em nossa direção.

- Não é nada professora, eu só...

- Claro que não é nada não é? Minha aula nunca significou nada pra você não é, Sr. Harrington?

- Calma professora, eu só..

- Seu desempenho e interesse na matéria estão bastante claros pra mim. Ou seja, inexistentes. E a Srta. Weeler... bem, eu acho que não deveria compactuar com tais atos, estou bastante desapontada..

- Não professora, eu juro, foi ele que estava...

- Os dois agora para a diretoria, quem sabe assim a partir de agora levem minha matéria a sério.

- Por favor! Não nos mande...

- Querem suspensão também?

 

Saímos da sala, quando Nancy me deu um tapa na cara. Eu não estava esperando aquilo.

 

- Ei Nancy, por favor, me desculpa eu..

- Escuta aqui, Steve Harrington, se eu reprovar nessa matéria por culpa sua, eu conto todos os seus podres para os seus pais, ouviu bem? Eu não tô acreditando que isso tá acontecendo.. a minha média vai despencar..

- Ei, ei, fica calma, não precisa tanto, é só uma matéria estúpida, é só

- Você não leva nada a sério, não é?

 

Aquilo foi uma pergunta retórica pelo jeito que ela me olhou. Não gostava quando as pessoas me encaravam daquele jeito. Às vezes eu sentia que todo mundo me cobrava pra que eu fosse de um jeito. Pra ser responsável, pra ser rebelde, pra ser o filho ideal, o capitão do time..

 

Quem diabos eu era afinal?

 

 

O diretor da Hawkins High School, sr. Dolinsky nos aguardava na entrada de sua sala. Todos os alunos temiam parar naquele cômodo, onde quase sempre se saia com alguma punição. Eu já tinha estado lá umas cinco vezes esse ano. Minha ficha já era conhecida e marcada por ele.

 

- Senhor Harrington, porque eu não estou surpreso...

- Antes de tudo senhor, eu posso explicar..

- Não estou a fim de ouvir explicações suas, pra mim é bastante claro o que estavam fazendo durante a prova. A política desta escola não tolera colas e fraudes durante os testes. Não estou surpreso pelo senhor, já que tem uma.. reputação – ele elevou a voz em um tom irônico ressaltando a palavra – bastante extensa. O que mais me surpreende no entanto é a senhora Wheeler. Pelo que vejo não temos nenhuma ocorrência grave em anos.

 

Nancy suspirou, o corpo magro apoiado na ponta da cadeira de forma ansiosa para escapar dali o quanto antes. Me deu vontade de agarrá-la, coloca-la nas minhas costas e pular a janela como havíamos feito uma vez para fugir da sua casa e ir a uma festa.

 

- Senhor, eu sinto muito. Sempre me esforço muito para manter minhas notas altas, adoro as aulas de História da senhora Moretto, e sei que cometi um erro – ela usava o tom de voz de maneira ponderada, uma das suas especialidades para refrear a raiva das pessoas e alcançar seus objetivos – eu apenas tentei ajudar Steve na disciplina, talvez ele não tenha sido cuidadoso em gerenciar os horários de estudo, não é Steve? - ela me deu um cutucão discreto, daqueles que deixam a marca do dedo.

- Sim, claro senhor.

 

Ele nos olhou bastante desconfiado, deu um longo suspiro e levantou para pegar a pasta de ocorrências no arquivo da secretaria. Encontrou o nome de Nancy e o meu. Acrescentou duas folhas do lado de cada uma e fechou as pastas com barulho.

 

- Escutem bem. Vocês deram sorte que a semana das avaliações escolares do estado está de olho em Hawkins, não quero mais dor de cabeça. Você, senhor Steve, foi salvo desta vez porque não posso suspender os dois agora. Porém, posso aplicar uma medida disciplinar e vão dando graças a senhorita Wheeler, ouviram bem?

- Claro senhor, muito obrigado.

- Vocês dois ficarão responsáveis pela limpeza e arrumação dos laboratórios e vestiários durante essas duas semanas, todos os dias depois da aula.

 

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Nancy respondeu – Obrigada senhor, eu e Steve agradecemos, não é Steve? - olhou pra mim de um jeito levemente assassino.

 

- Quê? Claro, claro.

- Podem voltar para a sala, farão uma nova prova, obviamente em dias diferentes.

 

Saímos de lá o mais rápido que pudemos. Nancy se encostou na parede do corredor e deu um longo suspiro. Essa tinha sido por muito pouco.

 

- Você foi maravilhosa, docinho

- Dá um tempo Steve

- Hey, é sério, obrigado

 

Tentei dar um abraço nela mas ela se afastou

 

-Eu.. eu tenho que ir

 

Não tentei insistir, talvez eu tenha sido um babaca mesmo.

 

As vezes eu tinha a nítida sensação de que eu não fazia nada certo mesmo. E só o que eu conseguia era decepcionar os outros, e fazendo as vontades deles mesmos. Enquanto eu me sentia vazio por dentro. Foda-se, isso é besteira.

 

Ou pelo menos eu gostaria que fosse.

 

O sinal para o intervalo tocou, a prova havia acabado e logo o corredor estava cheio. Desviei meu caminho para o refeitório, não tava afim de encontrar minha turma que a essa hora já devia estar sabendo do que aconteceu na aula. Queria ficar sozinho.

 

Enquanto eu andava no corredor, vi a sala 505 de literatura que estava com a porta entreaberta e senti um impulso de entrar lá. Fiquei contemplando por um minuto a sala vazia apenas com os materiais dos alunos em cima.. Peraí! Essa não é a sala do Jonathan?

 

Seus livros estavam em cima da carteira. E entre eles havia algo. Um pequeno caderno preto surrado. Não resisti e o abri.

 


Notas Finais


Uaaaau! (o próximo capítulo vai ser tão amorzinho.. cês vão ver <3)


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