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História This World Inverted - O Dia da Festa (e o garoto da Adidas)


Escrita por: mortaimoral

Notas do Autor


Adivinha quem atualizou??

Capítulo 7 - O Dia da Festa (e o garoto da Adidas)


Fanfic / Fanfiction This World Inverted - O Dia da Festa (e o garoto da Adidas)

Nada podia ser pior do que aquilo.

Alec estava jogado no grande e felpudo tapete cor de vinho do quarto de sua irmã Isabelle, seu rosto estava tão pressionado contra o chão que longas marcas vermelhas se formavam em seu rosto. A menina achava que ele era um idiota.

―Você só pode estar de brincadeira comigo. – ela disse, encarando-o de cima. Isabelle já estava pronta há quase quinze minutos, os lábios pintados e os cabelos arrumados em um penteado prático, porém, estiloso. Izzy olhava para o mais velho sem acreditar que ele já tinha idade legal para morar sozinho em seu novo apartamento, comprado pelos seus pais. Quer dizer, esse era o mesmo cara que estava cantarolando sobre ser o adulto independente semanas atrás? Pensando bem, cantarejar sobre algo assim não era muito maduro. De qualquer forma, Isabelle não podia deixar que seu irmão mais velho fosse um covarde, pelo menos não quando ela já tinha comprado aquela roupa cara para ir exclusivamente para essa festa. ― Levanta daí, seu ridículo. É esse o exemplo que você quer dar para a sua irmã?

― Não sei de onde tirei a ideia de que isso iria dar certo. – ele admitiu do chão. ― Eu nunca faço essas coisas.

― Você costumava ser mais inteligente – murmurou a mais nova.

― Do que você está falando. Eu não sou burro.

― Ah, vamos lá – Isabelle disse. Ela parecia irritantemente animada. – Às vezes você é um pouquinho estúpido, você sabe.― e notando o olhar assassino do irmão adicionou baixinho: ― Só um pouquinho.

Alec levantou o tórax e sentou-se no chão, apoiando o rosto nas mãos.

― Foi uma ideia idiota. É uma festa de gente mais velha e que sabe o que está fazendo, diferente de mim. Eu nem sei o que por que Magnus sequer pensou em me convidar.

Alec sabia que estava sendo um pouco exagerado e, provavelmente, dramático também, mas não conseguia evitar de se sentir deslocado em tudo aquilo. O rapaz sabia que a irmã estava olhando para ele e pensando em alguma coisa. Analisando a situação, como só Isabelle e sua alta percepção conseguia fazer. Ele ouviu a menina respirar fundo antes de falar:

― Olha aqui, Alec. Eu não gastei a minha mesada de quase cinco meses pra comprar esse vestidinho e não usar, então você vai levantar essa bunda daí e nós vamos nessa festa, você me entendeu?

O rapaz mal teve tempo de formular uma resposta ou ter uma expressão assustada quando Isabelle o puxou pela manga do suéter e empurrou uma toalha limpa nas suas mãos.

― Você ainda tem aquelas roupas do natal passado? – ela perguntou muito embora soubesse a resposta. Esperou Alec assentir e continuou: ― Ótimo, big bro, então eu vou pegar lá no seu quarto tudo que você precisa – o irmão tentou falar, mas foi interrompido. ― Alec, Jace já disse que não vai, mas você não pode deixar com que isso afete o seu entusiasmo. Se você queria ir antes, deve ir, porque senão vai se arrepender depois. Não custa nada, de verdade. Se você não gostar, podemos voltar, mas tem que se permitir essa chance. ― ela sorriu. ― Tudo bem, agora vai tomar um banho e eu vou ver se acho alguma coisa nas coisas de Jace também.

Ela deu um tapa no traseiro de Alec e correu para o corredor antes mesmo que o irmão tivesse chance de protestar.

...

Isabelle chegou alguns minutos depois de Alec ter terminado o banho. O rapaz estava com uma toalha cor de rosa envolta da cintura e algumas gotas de água ainda rolavam pelo seu peito. A menina segurava uma camiseta branca em uma mão e uma calça preta em outra.

―Encontre essa camiseta da Adidas nas suas coisas, ela disse indicando a camiseta com o decalque parecido com uma planta como estampa.

― E isso é bom? – perguntou Alec, que nunca tinha pensando nada demais sobre aquela roupa. O pano era bom e confortável e só usara uma vez, na festa de fim de ano porque ganhara de Amatis Graymark dias antes no Natal.

Isabelle ignorou a pergunta.

― E depois fui até o quarto do Jace e ele me deu essa calça que fica muito comprida nele. – ela mostrou a peça. Havia um rasgo no joelho. ― Você tem roupas boas e nem sabia.

Alec pegou o que Isabelle lhe oferecia e murmurou um agradecimento. Agora não tinha como voltar atrás, vestiu sua roupa rapidamente e calçou os sapatos que a irmã indicou. Era um pouco constrangedor que ele estivesse tão dependente de uma garota que nem tinha saído do colegial ainda, mas o Lightwood agradecia internamente pela existência de Isabelle. Quem ele seria sem ela?

― Você é incrível. – soltou.

― Eu sei disso, neném.

Quando o menino mais velho se vestiu, eles já estavam potencialmente atrasados. Rapidamente se despediram de seus pais e confirmaram que sim, era só uma festa de escola. Claro, eles não iam demorar. Jace não vai porque não está se sentindo bem. Eles ligariam se algo desse errado.

O caminho até o Brooklyn era longo, mas Alec pôde usar a moto de Jace empretada e atravessou a ponte que ligava os distritos para chegar até seu destino.

A cada metro Alec refletia sobre o quão despreparado ele era. Será que deveria levar algum presente? Então se deu um rápido tapa mental lembrando-se de que aquilo não era um aniversário, mas pensando bem, eram as únicas festas que ele ia exceto é claro as que ele invadia para livrar seus irmãos de encrencas. E uma delas era a de Magnus. Ele já podia imaginar como seria.

O prédio do empresário era grande e ficava entre duas enormes galerias de arte, constrando com todos os demais edifícios. Jatos de luz reluziam nos céus vindos da cobertura do lugar, mas não era possível ouvir nenhum som. Isabelle assobiou em aprovação.

― Além de gostoso é rico. – ela disse com um sorriso. – Assim que eu gosto.

Alec estremeceu ao mesmo tempo em que a irmã andou com confiança até a entrada do prédio e saudou maliciosamente o porteiro. Isso já incomodou Alec em outros tempos, mas hoje ele apenas sabia que Izzy podia fazer o que quisesse e se alguém a desrespeitasse não era ela quem estava errada. Mesmo assim, ver o olhar faminto do homem de farda perto do vaso de plantas ao lado da porta ainda lhe enchia de vontade de jogá-lo para fora com um chute. Respirou fundo e subiu no elevador.

 

Abrir a porta do apartamento fez o silencio ser tomado por um som altíssimo de música pop. Alec arregalou os olhos com o susto e quase caiu, mas se segurou. Isabelle parecia extasiada. Eles adentraram o apartamento, piscando rapidamente para se adequar a falta de luz branca no lugar.

Tudo tinha um ar caro e raro por onde passavam. Havia pessoas aqui e ali, no sofá, nas mesas, bebendo e rindo alto. Existia também uma luminária tão grande quanto um poste que iluminava fracamente os dois lados do gigantesco sofá onde muitas pessoas comiam e conversavam. A música tocava como uma batida de um coração e incitava uma estranha vontade de dançar, até mesmo no Lightwood.

― Nossa isso é – Alec disse, pensando em uma palavra adequada. – Incrível.

Ele olhou para a irmã apenas para vê-la concordar, mas se espantou ao ver sua cara de choro.

―Isabelle? – perguntou muito preocupado. Ele agarrou os ombros da irmã e fez com que ela desviasse o olhar para ele. – O que aconteceu? Você está bem?

― Ah, meu Deus. – ela disse se engasgando. ― Você viu quem está ali? – ela perguntou mesmo sabendo que o irmão iria negar. – Evan Peters. – sua respiração estava ofegante. ―E Katy Perry e Niall Horan. – seus olhos se arregalaram de repente. – Tudo bem, eu tenho certeza de que aquela é a Madonna!

― Quem? – perguntou o menino confuso e depois balançou a cabeça com raiva. – Você não está triste então? Por um momento eu pensei...

― Mas se não se não são meus adoráveis convidados. – disse a voz aveludada e profunda que Alec nunca se cansava de ouvir. Ele sentiu o seu corpo se arrepiar e pensou em dizer algo bonito, inteligente e engraçado, mas Isabelle foi mais rápida e simplesmente pulou em cima de Magnus.

― AimeudeusMagnuseuteamo! ― ela murmurou contra seu caro terno estampado. ― Todos os amores da minha vida estão aqui, eu tô toda arrepiada.  – ela indicou o braço esquerdo, sem de fato se soltar do homem.

― Ahn, que bom que gostou, Sweet. – respondeu Bane da forma mais educada possível, enquanto retirava os braços fortes em volta de si. ― Acho que você deveria falar com eles então, Horan adora conversar com as fãs. Ele e Katy cantaram no karaokê mais tarde.

O grito que Isabelle deu em seguida foi assustador, era com se ela não pudesse se controlar. Assim que ela bradou a música cessou e todos olharam para ela espantados. A jovem começou a ficar vermelha e estava prestes a se desculpar quando a atriz e modelo Cara Delevingne surgiu de algum lugar desconhecido e gritou também. Depois todos a acompanharam e a música retornou. Eles gritaram mais uma vez erguendo o copo para Izzy e ela não parecia poder fica mais feliz. Numa correria desastrada ela alcançou os seus ídolos e os abraçou, deixando Magnus e Alec sozinhos.

― Nossa. – disse Magnus depois de alguns instantes.

― Sim. – respondeu Alec, sem jeito.

― Você veio. – falou Bane repentinamente. Ele sorriu largamente deixando Alec sem fôlego. – Por um instante pensei que não viria.

― A-ah é que, hm, Isabelle demorou muito para se arrumar.

― Entendo, - respondeu o outro. – meninas.

― Sim – disse Alec fingindo que era isso que tinha acontecido. – Meninas.

E percebendo que ele só estava ecoando o que outro dizia, dando brechas para que o mais velho simplesmente saísse dali, Alec resolveu tomar alguma atitude.

― Então, Madonna, huh? – falou a primeira coisa que lhe veio a mente e se amaldiçoou por ter sido algo tão estúpido.

― Ah, sim. Foi difícil convence-la a vir, já que ela estava na Índia, mas consegui trazê-la.

― Legal.

Houve um minuto de silêncio. Eles não estavam olhando um para o outro, Magnus segurava um copo de bebida na mão e olhava para os convidados, assim como Alec, sendo que este nada segurava.

― Você não faz ideia de quem ela seja, não é? – ele ouviu o sorriso na voz de Magnus e não pôde deixar de se sentir ofendido.

― Alguém importante? – retrucou de forma infantil.

Então Magnus simplesmente o puxou pelo cotovelo, assustando o menino. Ele o trouxe mais para perto da porta, afastando-se um pouco do som alto da sala. Alec ficou vermelho imediatamente, não podendo conter seu próprio corpo.

― Queria que viesse. – confidenciou Bane, um pouco alto para ser ouvido mesmo com a música. Era desconcertante imaginar que este homem era o mesmo que o chamou de “Gracinha” tempos atrás. – Não sei por que, mas queria.

― Bem – disse Alec, sem saber o que deveria dizer. – Estou aqui agora.

Suas palavras foram o gatilho perfeito para Magnus, que naquele instante inclinou-se e o beijou o menino na boca. Alec arfou por um instante, sem saber o que fazer. Ele sentiu a mão do homem deslizar pela sua costa e sua nuca, acalmando-o e fazendo com que seu estomago desses voltas e voltas. Ele fechou os olhos então, saboreando o momento inusitado de ternura. Magnus era alto e forte, seus braços eram ligeiramente musculosos e eles se encaixavam perfeitamente. Seus lábios eram suaves e separavam-se dos de Alec habilmente, explorando sua boca. O menino podia ouvir seu coração batendo nos ouvidos. Também sentiu gosto de álcool e se afastou rapidamente, mas nem tanto.

― Você está bêbado? – perguntou olhando para cima, para vê-lo nos olhos.

― Ah – o outro começou. ― Talvez. Quer dizer, um pouco, mas não muito. – garantiu.

Alec se afastou mais, repentinamente temeroso de que tudo não tivesse passado de um ato inconsciente causado pela bebida. De qualquer forma, não teve tempo de pensar, rapidamente foi interrompido por um cara com uma enorme câmera enrolada no pescoço. Seu nariz era grande e seus olhos, esbugalhados. Quase existia cifrões ao invés de pupilas.

― Magnus Bane está namorando um modelo da adidas? ― questionou ele com certeza, sem sequer esperando uma reposta ou refletir sobre a possibilidade de ser só um garoto com roupa de uma marca famosa antes de tirar um par de fotos. ― Sheyla, olha isso.

Então Sheyla, uma menina com os cabelos trançados e que usava uma presilha de borboleta apareceu ao seu lado. Suspirou.

― Que maxilar! Que rosto! O que tem a dizer sobre isso, Magnus Bane?

E mais fotos.

O flash cegou Alec por vários instantes e em pouco tempo ele foi cercado de pessoas com câmeras e celulares.

― Você está traindo Camille Belcourt?

― O que aconteceu com Woolsey?

― Vocês pretendem ter filhos?

Magnus então puxou Alec pela mão e afirmou que tudo aquilo era muito novo, mas que em breve daria notícias sobre o que havia entre os dois. Amigavelmente recordou a todos de que aquilo era uma festa e que deveria estar se divertindo e não trabalhando. Os curiosos concordaram animados e se dispensaram, voltando a dançar e a beber. Bane então depositou um beijo na têmpora do menino mais novo pedindo desculpas e saindo, deixando-o sozinho.

Alexander ficou parado por um tempo até sentir um vibrar no bolso da sua calça. Eram mensagens de Isabelle.

Izzy: Não acredito que está namorando Magnus e não me contou.

Izzy: Babacão.

Izzy: Eu chamei ele de gostoso na sua frente.

Izzy: Olha essa foto minha com o Edinho e o Nialler.

Izzy: Parece uma reunião do clube Larry!

<segue o anexo>

Alec não sabia o que fazer. Naquele momento percebeu que talvez seus pais não acreditariam mais que aquilo era uma festa de escola.

 


Notas Finais


Quem gostou bate palma quem não gostou me diz o que não gostou e vamos tentar melhorar. (Quem gostou fala do que gostou também)

xoxo


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