Se o doce sabor do teu embalo me fizesse adormecer agora, neste preciso instante, encontraria a paz da minha alma. Descansaria desta luta sangrenta, tiraria um tempo infinito para não precisar de ultrapassar estes obstáculos.
Estou farta de remar! Remo, remo e continuo a remar mas nunca acho terra, nunca acho o porto abrigo. O barco já se desfez, obriguei-me a parar tantas vezes sobre um pedregulho afiado, que rasgou-me impiedosamente as palmas dos pés, para poder concertar o pedaço de madeira que me tem vindo a separar do abraço caloroso deste gélido oceano imenso. Ando à deriva, os músculos do meu corpo cederam ao conforto das escarposas tábuas que me sustêm. Já não luto contra estas ondas gigantes, já não há força para me erguer no meio desta tempestade, já não há esperança de algum dia voltar a encontrar o caminho para casa. Será que é a casa que quero chegar, já faz tanto tempo nesta batalha imperiosa que perdi a noção daquilo pelo qual lutava.
Espero pelo teu doce embalo, anseio ser engolida por estas ondas gigantes, quase sinto o calor do gélido oceano para o qual me empurras-te, não me faças sofrer novamente, dá uma vergastada nisto de uma vez.
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