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História Thoughts of a Deep Mind - Metal


Escrita por: SoldierAn

Notas do Autor


Olá, olá. Não tenho muito para vos dizer, percam-se comigo por instantes e provem o sabor agridoce das minhas madrugadas, então desfrutem de mais um conto de faces.

Capítulo 16 - Metal


Olha para a minha armadura, vês? Consegues ver todas as pequenas feridas que me derrubam impiedosamente, consegues sentir-lhe a dor? Não, não consegues. A cada vergão aperfeiçoei, poli e lixei a minha armadura de metal, uma armadura de metal reluzente que parece impecavelmente nova quando na verdade já está demasiado desgastada para sequer proteger-me.

São pequenas feridas que me puxam para a exaustão final. Não é o buraco de uma bala num ponto crucial nem sequer uma facada de uma bela e reluzente espada, são pequenas feridas. Pequenas feridas que jorram dois ou três pingos do meu sangue, socos e pontapés que me fazem perder o fôlego. Vergões, estou coberta de vergões.

Escondo-me na minha armadura, protejo-me com a minha espada sem ter ninguém à retaguarda, afio as minhas palavras e quando a noite cai vejo-me na quantidade de faces que o espelho de 360 graus reflete. Iludo-me, provo da mentira que sou e caio no desespero. Um desespero crescente que me exige cada vez mais. Um desespero insaciável. Tenho-me no mais profundo arranhar, na mais profunda explosão, no frenesim que só no escuro da madrugada consigo libertar. Tenho-me quando expludo, quando não sou capaz de suportar a melodia, quando gritos mudos ecoam no quarto, quando o desespero escorre-me pelos olhos, quando a ardência do arranhar conforta-me, quando as batidas do meu coração dominam-me a mim e a todo o espaço há minha volta.

É só mais uma noite acolhida pelo escuro do quarto, no conforto da cama, no calor dos cobertores. Reclusa das derivas da noite deixo-me embalar por todos os mares e oceanos que tenho vindo a descobrir. Mares e oceanos que são terrivelmente imbatíveis para quem navega num pequeno barquinho de madeira. Ondas monstruosas assolam-me, a pequena embarcação vai desfragmentando-se diante dos meus olhos como num belo desastre de um filme hollywoodesco e a armadura torna-se um peso. Um peso que não me protege mas que me mata, um peso que não me permite boiar e quem sabe atingir terra. Reclusa da armadura que não consigo despir engulo e respiro a água salgada que me queima os pulmões e ditará o meu fim.


Notas Finais


Até ao próximo e digam qualquer coisa. Obrigada pelo vosso tempo


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