27/03/2011 TERÇA-FEIRA 14:53PM L: Stratford (CANADÁ)
ANGELINNE MARIE WHITE P.O.V
As lágrimas deciam involuntariamente por meu rosto como se pesassem toneladas. Meu coração batia de maneira acelerada como se eu estivesse corrido quilômetros sem parar. Eu estava tremendo, com um olhar amendontrado e completamente encolhida abraçando minhas pernas. Minha cabeça parecia querer explodir. Pensamentos completamente confusos se pesavam em minha cabeça. Borrões, borrões e mais borrões era a unica coisa que eu conseguia ver.
A vida é repleta de acontecimentos uns bons, outros ruins, mas até agora só conheci os ruins. Muitos acham que os problemas adolescentes se baseiam somente em ressacas e sexo, mas pelo menos comigo não. A sensação de estar sozinha é horrível, saber que se você procurar pela única pessoa que esteve com você a vida toda e não vai encontra-la e a mesma de ser comprimida. O sentimento de vazio é predominante sobre meu corpo como se eu só fosse um grande nada.
Um mundo pequeno para pensamentos grande demais, um corpo pequeno para sentimentos tão revoltos. Vazio, vazio, vazio era isso que eu sentia. E agora? Oque eu faria? Se eu procura-la não vou encontrar! Seu eu chama-la ela não vai me escutar! Eu a queria de volta! Eu não mereço ficar sozinha! Eu nunca mais ouviria sua voz me pedindo para tomar cuidado ao sair na rua. Agora eu estava a deriva de tudo e todos. Ao meu redor não havia nada! Nada! A não ser…Solidão.
Minha vida nunca foi muito normal, mas também nunca esteve tão confusa como agora. Eu me sinto completamente desprotegida, e talvez eu realmente esteja. A única pessoa que eu verdadeiramente tinha como proteção morreu de uma doença completamente destrutiva, câncer. Eu jamais imaginaria que perderia minha mãe de um jeito tão doloroso como este. Ela era a única coisa que eu tinha, meu único porto seguro, e agora o que eu tenho? Exatamente nada. Agora eu estou lutando sozinha em uma guerra sem fim. Minha espada foi quebrada ao meio, meu escudo foi lançado longe de mais pra meu braço alcançar, minha armadura foi desmontada. Eu estava desmoronado e o pior é que eu não posso fazer nada para mudar isso.
Minha mãe sempre foi Minha razão, eu vivia para ela e por ela, ninguém tem o direito de arranca-la assim de mim, é injusto! Tudo ao meu redor sempre foi difícil, mas eu tinha ela pra me ajudar eu tinha ela para me aconselhar. Todas as vezes que eu fui zombada na escola eu chorava, mas eu tinha esperanças porque eu sabia que quando voltasse para casa ela estaria lá para me dar colo e me dizer que tudo ia ficar bem. Todas as vezes que eu gostei de um garoto, me declarei e ele simplesmente me ignorou, eu me sentia a pior pessoas do mundo, mas eu tinha esperaças por que eu sabia que quando eu lhe contasse ela iria me abraçar e dizer que era só uma fase. Apesar de tudo eu tinha esperaças. Mas o destino a pisou, rasgou e no final esfregou na minha cara o quanto eu sou uma estúpida solitária.
Céus eu iria sentir tanta falta dela. Eu sei que um dia todos vamos ter nosso fim mas…ela foi cedo demais. Eu não estou preparada para andar com minhas próprias pernas, ainda preciso que ela me segure para não cair e me machucar. A saudade doi, o arrependimento de não ter pedido perdão pelos erros doi, doi por não ter tido a oportunidade de dizer mais eu te amo. Muitas pessoas já me disseram que tudo na vida é questão de escolha mas não é bem assim. Se fosse essa questão não haveria mais fome, não haveria mais moradores de rua, não haveria mas dor. Porque eu escolheria não haver tristeza… As pessoas não iriam ficar doentes e morrer! Minha mãe não teria morrido se fosse questão de escolha! Ela estaria comigo! Porque eu escolheria sua vida.
Mas não... Não é questão de escolha...
Minha mãe é única não existe outra igual só ela, só a minha rainha…
Ela foi tão forte. Com apenas 15 nos teve de cuidar de uma criança e trabalhar ao mesmo tempo.
Tudo por um amor mal correspondido.
Sempre foi eu e ela para tudo. Ela foi a única que quis saber de mim, seus parentes não aceitavam a relação dela com meu pai por isso ela largou tudo que tinha e fugiu com ele, ficando grávida um tempo depois e o que fez com que ele a abandonasse.
Ela era o ser mais doce que eu conhecia, mesmo sofrendo tinha um belo sorriso no rosto bonito. Apesar de muito gentil, minha mãe tinha uma única e fiel amiga, Pattie, a qual agora ficará com minha guarda.
Eu até gosto de Pattie mas ela jamais substituiria minha mãe. Pattie tem um filho, Justin meu único "amigo". Justin e eu nos conhecemos há 10 anos, não somos muito próximos por ter certa diferença de idade e por ele morar em New York e eu em Stratford mas somos "amigos". Justin é um cara legal, me fazia perder boas horas de sono no celular conversando com ele sobre coisas aleatórias.
Mas sabe eu queria ter um verdadeiro melhor amigo para poder compartilhar meus problemas, um melhor amigo para me ajudar a enfrenta-los, um melhor amigo para me dizer que vai estar comigo pra sempre. Mas nem tudo que queremos realmente temos. Minha única melhor amiga, apesar de prometer sempre estar comigo se foi e me deixou aqui…sozinha…
UMA SEMANA DEPOIS
Hoje faz uma semana que minha mãe morreu. Tem sido muito difícil sem ela, sem seu cheiro, sem seu abraço, sem seus conselhos. Eu sinto tanta falta dela que chega a doer. Ainda me sinto Venerável e minha vida ainda parece não ter sentido. Parece que um pedaço de mim foi arrancado. As vezes eu chego a pensar que eu deveria ter ido junto com ela. Já pensei até em desistir da vida. Eu estou despedaçada. Minha aparência? Deplorável! Rosto inchado, olhos vermelhos, mas palida que o normal, uma verdadeira vara de tão magra e um humor de espantar até a miss simpatia.
Agora eu moro com Pattie, já que não tenho mais ninguém. Ela é divertida mas nem o melhor palhaço do mundo e capaz de me fazer sorrir. A única coisa que eu sei fazer agora é chorar, chorar e chorar. Não estou indo a escola, não tenho cabeça pra isso. Na verdade nem sair do quarto que Pattie diz ser meu eu saio. Eu tenho medo. Medo de sair e encarar a verdade, medo de não saber lidar com as mudanças, medo de cair e não ter forças pra levantar, medo do mundo, medo de viver.…
— Angie, querida posso entrar? — Reconheco a voz suave de Pattie.
— Pode — falo em um tom razoavelmente alto para que ela pudesse ouvir. Pattie entra no quarto em passos pequenos e senta ao meu lado na cama puxando-me para que eu colocasse a cabeça em seu colo já que eu estava deitada. Quando assim feito ela começa a acariciar meus cabelos. Isso me fez lembrar da minha mãe. Tudo ao meu redor me lembra ela. Rapidamente meus olhos enchem de lágrimas. Fungo baixinho sentindo as gotas salgadas molhar o tecido do vestido florido de Pattie.
— Oh querida você precisa levantar, sair um pouco desse quarto — diz parecendo preucupada.
— Não consigo — sussurro.
— Claro que consegue meu amor. Olha eu sei que é difícil perder uma pessoa que ama. A gente se sente vazio e fraco. É com se existisse um enorme buraco no coração, mas passa. Claro que saudade sempre vai ficar. A perda é um dos piores sentimentos que o ser humano é capaz de sentir. É ruim é agoniante mas o tempo ameniza meu bem. Você tem que pensar nos momentos felizes que passaram juntos e guarda-los na caixinha da memória que é o seu coração. Eu sei que você só tem 16 anos e talvez seja demais para sua cabecinha jovem compreender, mas eu sei que ai dentro há uma grande mulher.
— É que…doi muito — Fungo.
— E você ficar aqui trancada chorando o dia inteiro diminui sua dor? Ficar aqui sozinha e se castigando vai trazer Ellie de volta? — Ergueu uma das sobrancelhas.
— Não.
— Então querida, você precisa se distrair esquecer um pouco de tudo isso.
— Não dá.
—Claro que dá. Você acha que sua mãe gostaria de te ver assim? Nesse estado? Eu sei que a morte da sua mãe, está abalado todos os seus sentimentos mas você precisa tentar superar meu amor.
Minha mãe realmente não gostaria de me ver assim. Ela sempre fazia de tudo para me ver sorrir.
No dia dos pais eu sempre ficava bem triste por não ter um. Me achava indiferente e inferior. Mas dona Ellie sempre me animava e tentava me distrair pra mim não ficar pensando nisso. Sempre funcionava. Respirei fundo repassando mentalmente todos os momentos com minha falecida mãe. Depois de um tempo enfim disse:
— Eu vou tentar só não prometo que vou conseguir.
— Já é um bom começo — Riu — E eu tenho uma ótima idéia para você colocar isso em prática — Me olhou sugestiva.
— Ideia? Qual?
— Você sabe que eu sou cientista e preciso ficar viajando o tempo todo né? — Assenti —Então daqui a uma semana eu vou entrar e uma pesquisa em busca da cura e origem de uma doeça rara ainda não indentificada, e para isso eu vou ficar perambulando pelo mundo. O ruim disso tudo é que eu não posso te levar comigo, e para você não ficar sozinha e esquecer um pouco desse turbilhão de dores eu tive a idéia de te mandar para New York morar com Justin — Meu coração falhou uma batida. Morar com o Justin?
— Como assim?—perguntei me levantando sentando a sua frente.
— É isso mesmo que você ouviu querida. Eu sei que parece novo demais, radical demais. Mas vai ser bom pra você se ditanciar um pouco de tudo isso, esquecer dessa parte tão ruim da sua vida e ir para New York vai te dar essa oportunidade —explicou.
— Pattie, eu nunca sai de Stratford e talvez isso seja precipitado demais — balbucio.
— Ah claro que não, você não pode ter medo de mudanças pois elas são nessessarias.
— Mas como eu viveria com o Justin se nós não somos nem amigos direito? —questiono.
— Com o tempo vocês vão se conhecendo direito ai surge a amizade e quem sabe uma coisinha a mais —Deu um risinho.
— Pattie, não viaja —Revirei os olhos. Respirei fundo abaixando a cabeça pesando mentalmente todos os prós e contras. Isso iria realmente me ajudar? Sair do lugar onde estou acostumanda a viver, e ir para um lugar desconhecido iria me fazer esquecer um pouco da minha dor? Eu não tinha muitas opções então as poucas deviam ser aproveitadas. Suspirei pensativa antes de enfim responde-la — Tudo bem Pattie eu aceito…
Tomorrow-> Avril Lavigne
And I wanna believe you
When you tell me that it'll be okay
Yeah, I try to believe you
But I don't
[Eu quero acreditar em você
Quando você diz que tudo ficará bem
Sim, eu tento acreditar em você
Mas eu não consigo]
When you say that it's gonna be
It always turns out to be a different way
I try to believe you
Not today, today, today, today, today
[Quado você diz que vai ser de um jeito
sempre acaba ficando de outro
Eu tento acreditar em você
Apenas não hoje, hoje, hoje, hoje, hoje]
I don't know how I'll feel
Tomorrow (Tomorrow)
Tomorrow (Tomorrow)
I don't know what to say
Tomorrow (Tomorrow)
Tomorrow is a different day
[Eu não sei como vou me sentir
Amanhã (Amanhã)
Amanhã (Amanhã)
E eu não sei oque dizer
Amanhã (Amanhã)
Amanhã é um dia diferente]
Its always been up to you
Its turning around, its up to me
I'm gonna do what I have to do
Just don't
[Sempre esteve com você
Está girando em torno de mim
Eu vou fazer oqu tenho que fazer
Apenas não]
Give me a little time
Leave me alone a little while
Maybe its not too late
Not today, today, today, today, today Oh
[Me dê um pouco de tempo
Me deixe sozinha por um tempinho
Talvez não seja muito tarde
Não hoje, hoje, hoje, hoje, hoje oh]
don't know how I'll feel
Tomorrow (tomorrow)
Tomorrow (tomorrow)
I don't know what to say
Tomorrow (Tomorrow)
Tomorrow is a different day
[Eu não sei como vou me sentir
Amanhã (Amanhã)
Amanhã (Amanhã)
E eu não sei oque dizer
Amanhã (Amanhã)
Amanha (Amanhã)
Amanhã é um dia diferente]
Hey, yeah, yeah
Hey, yeah, yeah
And I know I'm not ready
[Eu sei que não estou preparada]
Hey, yeah, yeah
Hey, yeah, yeah
Maybe tomorrow
[Talvez amanhã]
Hey, yeah, yeah
Hey, yeah, yeah
I'm not ready
[Eu não estou preparada]
Hey, yeah, yeah
Hey, yeah, yeah
Maybe tomorrow
[Talvez amanhã]
And I wanna believe you
When you tell me that it'll be okay
Yeah, I try to believe you
Not today, today, today, today, today
Tomorrow it may change
Tomorrow it may change
Tomorrow it may change
Tomorrow it may change
[Eu quero acreditar em você
Quando diz que tudo ficará bem
Sim, eu tento acreditar em você
Não hoje, hoje, hoje, hoje, hoje
Amanhã isso pode mudar
Amanhã isso pode mudar
Amanhã isso pode mudar
Amanhã isso pode mudar]
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.