História Three Steps - "...For the most beautiful flower..."

        ANGELINNE WHITE P.O.V's

A semana passou rapidamente entre brincadeiras com Justin e alguns "eventos " com Dorothy e Sam. Acabei nem percebendo quando a semana enfim acabou, para dar início a uma outra.

Dorothy, diferente do que eu pensava não era tão séria. As vezes era até meio infantil e um tanto mesquinha, mas não deixando de ser uma ótima pessoa. Ela é dona de uma personalidade forte, porém seu temperamento as vezes deixa a desejar. Olhando bem ela e Justin dariam uma boa dupla. Os dois tem personalidades bem parecidas e quem sabe meu amigo não desenrola dessa idéia de que " ainda não achei a mulher certa" talvez Dorothy seja a mulher certa pra ele, ou não. Mas isso eu deixo a critério dele decidir.

Hoje é sexta, e como não iria trabalhar e daqui a exatas 2 horas estaria indo para o Canadá com Justin. Aproveitei o tempo para arrumar minha mala e como Bieber já tinha a sua pronta, descidiu me "ajudar". Coisa que não estava funcionando muito, já que que ele a cada peça de roupa que via vestia fazendo uma voizinha afeminada tentando imitar um gay.

— Justin, tira minha blusa seu idiota! Vai deixar ela toda esticada. Não tem noção de tamanho não é?

— Aí mona, relaxa essa tua blusinha aqui da liquidação tem um ótimo tecido. — Passou a mão nos cabelos enquanto fazia um biquinho. Prendi o riso enquanto revirava os olhos.

— Pare de ser retardado e devolva minha blusa. Essa sua imitação tá uma verdadeira palhaçada.

— E você pare de ser invejosa. Eu sou uma ótima atriz monamuor. Mas como sou do bem e essa sua blusinha está completamente fora de moda eu devolvo. — Retirou a blusa me entregando completamente amassada e virada ao avesso. Peguei a blusa de suas mãos jogando nele que logo desviou, o que fez com que o tecido acertasse a porta do banheiro. Justin soltou uma alta gargalhada pela minha péssima mira.

— Maldito reflexo!

(……..)

As horas de viagem haviam sido tranquilas. Não era uma distância muito grande. Na verdade como Justin preferiu vir de avião (coisa que eu achei um absurdo por ter que gastar dinheiro por somente algumas horas de vôo ) foi bem rápido. Eram 2896 km (1798 MI) para serem   percorridos durante 3 horas e  36 minutos de acordo com o Google.

 Graças a Deus passei todo o percurso dormindo. Justin estava sentado com fones nos ouvidos. Ouvindo as músicas em um volume tão alto que eu conseguia escutar perfeitamente as letras e "melodia" das músicas. Acordei com Bieber me sacudindo enquanto susurrava:

—Angie, acorda já chegamos.

Abri os olhos me espreguiçando em seguida, levantei na poutrona sentindo minhas nádegas reclamarem por tanto tempo sentada. Estavam dormentes. Caminhei pra fora do avião seguindo os passos do meu amigo. Assim que sai uma breve brisa gelada atingiu meu corpo desprotegido. Meus pelos dos braços e nuca se arrepiaram brevemente. Abracei meu próprio corpo fechando os olhos e suspirando profundamente sentindo o aroma gelado e florestal que o Canadá exalava.

Essa era a primeira vez que eu voltava ao Canadá depois do acontecimento trágico. Quando nos reuniamos (eu, Justin e sua família) costumávamos ir para uma casa de praia de Jeremy que ficava na Califórnia. Voltar ao Canadá era como voltar no tempo. 

Esse lugar me trazia tantas lembranças. Queria poder voltar no tempo pra poder ter aproveitando mais os momentos felizes que vivi aqui. A cada pessoa que eu via perambular de um lado a outro, a cada abraço cheio de saudades que eu presenciava uma sensação diferente me tomava. Olhei pra baixo com a leve alucinação de minha mãe estar ali me esperando, de braços abertos. Como se eu só estivesse ido fazer faculdade em outro país e agora havia voltado pra matar a saudade e contar como foi a experiência de estar longe, e conhecer novas pessoas. Nós certamente iriamos conversar por horas, então ela me perguntaria como andava minha vida amorosa. Eu lhe responderia que estava gostando de um amigo de faculdade porém não sabia como contar a ele. Então ela como sempre iria me aconselhar da melhor forma possível. Mas não foi isso que realmente aconteceu . Justin estava lá em baixo, com os braços abertos assim como alucinei que estaria minha mãe. Meus olhos penicaram e uma lágrima quente escorreu pela minha bochecha esquerda. Por que ela tinha que ter ido? Sinto tanta saudade. Olhei para o meu amigo que me encarava com certa ternura nos olhos. Justin não havia perdido sua mãe, mas eu sabia que ele entendia a minha dor.

—Amor, vem aqui — disse Justin suspirando.

Desci os degraus rapidamente me lançando em seu abraço o sentindo me envolver. Ali eu me sentia segura. Ali eu sabia que era o meu lugar. Ele não disse, mas eu sentia seu coração palpitar em sincronia com o meu. Era como se eles estivessem sussurrando um "te amo" um para o outro. Como um segredo.

— Eu sinto tanta falta dela Jay.— Alguns soluços soluços um tanto sufocantes escaparam de minha garganta por hora seca.

— Eu sei baby, eu sei. Ela está no céu agora olhando pra você. E com certeza cheia de orgulho pela mulher incrível que você se tornou. Ela ainda está com você. Mesmo não podendo vê-la eu sei que você pode senti-la. Mas por via das dúvidas, eu estou aqui pra você tá?

— Tá…

— Okay?

— Okay…

Após eu me acalmar e voltamos ao clima Alegre de antes. Pegamos um táxi indo de encontro a casa de tia Pattie. O caminho havia sido tranquilo e cheio de nostalgia a cada rua, prédio e casas. Assim que o táxi parou sai do carro aguardando Justin e o taxista fazer o mesmo. O Homem abriu o porta-malas para que pudéssemos tirar nossa bagagem e quando assim feito depois de uma breve discussão Justin o pagou. Parei em frente à casa na cor branca e azul aquela era a primeira vez que eu voltava ali depois que fui embora.  Olhar o ambiente me fazia Relembrar novamente as tardes em que eu e minha mãe vínhamos passar a tarde com Pattie fazendo pratos caseiros, crochê, conversar sobre as novidade e fazer as unhas. Elas chamavam de tarde das amigas. Um suspitro silencioso escapou de mim. O braço de Justin foi pousado sobre meu ombro esquerdo. E ele afagou levemente meu cabelo.

— Você está bem? — Assenti sorrindo brevemente.— Vamos. Dona Pattie deve estar ansiosa pela nossa chegada.

Adentramos o Jardim da frete da casa e seguimos o caminho feito de pedras, até pararmos em frente a uma grande porta de madeira. Toquei a campainha e dei um passo para trás, apoiando meu braço no puxador da minha pequena mala enquanto esperava. A porta foi aberta e a pequena figura da mulher de cabelos negros fora avistada.

— Meu Deus. Vocês chegaram!  Eu estava morrendo de saudades. — disse a mulher com animação exalando pelos poros enquanto nos abraçava de uma forma um tanto sufocante.

— Também estávamos com saudades Pattie. — Eu e Justin dissemos ao mesmo tempo.

— Vocês cresceram tanto meus amores. Angel cada dia mas linda. — senti minhas bochechas corarem e mordisquei a ponta do meu lábio inferior.

— Oh céus ela ainda cora quando recebe um elogio! Achei que com o tempo iria se acostumar querida.

— Obrigada Pattie. Você também continua linda— Piscou rapidamente os cilios— Pois é. A vergonha e eu precisamos conversar seriamente sobre isso.— rimos.

— Oh Justin querido. Me parece tão radiante. Meu filhinho está tão grande. Não tem idéia do quanto eu me orgulho de você meu amor.— Os olhos azuis foram inundados por lágrimas e um grande sorriso ocupava seu rosto maduro.

— Mãe! Não chora! Nem faz tanto tempo que não nos vemos. Foram só dois meses desde a última vez.— Bieber abraçou o corpo pequeno da mulher que lhe apertou da maneira como pode.— Obrigada por confiar em mim e no meu potencial. A Senhora é incrivel. Te amo.

— Ah filho, também te amo não faz idéia do quanto. — disse se soltando do abraço. Bom vamos entrar. O almoço vai ser manhã mas todos resolveram vir hoje pra ficar mas fácil. Pattie deu uma passo para o lado, nos dando espaço para entrar e assim fizemos enquanto carregávamos as malas. Passei meu olhar por todo o ambiente. Sentido o cheirinho de mãe adentrar minhas narinas. Eu amo esse cheiro.— Vou levar vocês até o quarto de Justin. Você vão ter que dormir juntos pois só temos um quarto disponível. Além do meu quarto e do de Justin, só temos 4 quartos de visitas e eles foram ocupados por meus pais, Jeremy e Rachel, Jazmyn e Jaxon. E um que logo vai ser ocupado por um dos amigos de infância de Justin que está chegando de viagem e eu resolvi convidá-lo para matar a saudade com a gente.

— Tudo bem Pattie, não se incomode com isso. Por mim…

— Tudo bem pra mim também. Mas de que amigo você tá falando mãe?

— Do Chris meu amor. Lembra dele?

— Ah sim, o Christian. Lembro sim. Ele havia se mudado para Califórnia quando tínhamos 15 anos.

— Ele mesmo.— Justin deu de ombros. Subimos a não tão extensa escada de mármore branco e seguimos o grande corredor repletos de quadros e fotografias. Paramos em frente à uma porta na cor azul com uma pequena plaquinha escrito "não entre ( principalmente se for mulher)". Prendi o riso. Iria guardar isso pra rir da cara de Justin depois. Assim que Pattie abriu a porta entramos no quarto. Era grande, não imenso, mas grande. As paredes ocilavam entre o Azul e o roxo tendo uma única pintada de branco. Onde nessa havia uma TV e logo abaixo um pequeno "raque" com um playstation alguns jogos dois controles de vídeo game alguns dvds um aparelho DVD e um único quadro, onde havia uma foto de Justin e uma garotinha, vulgo Jazmyn. As outras paredes eram ocupadas por alguns quadros, posters de bandas diversas e um mural de fotos, guarda roupa e uma porta que julgo ser o banheiro. No centro havia uma grande cama de casal. Forrada por um ededron branco e um cobertos grosso na cor roxo claro. Então quer dizer que essa ficção do Justin por roxo vem desde cedo?

— Bom é aqui. Ele está do jeito que deixou filho. Só pedi pra Flora trocar os cobertores e lençóis. Já estou descendo, tenho que preparar o almoço de chegada de Christian. Seus avós, pai, irmãos e Madrasta estão esperando vocês lá no quintal. Não demorem. — avisou antes de se retirar do quarto nos deixando a sós.

;— "não entre ( principalmente se for mulher)" Justin? Sério isso? — Gargalhei  colocando a mala no canto do quarto e me jogando na cama com a mão na barriga de tanto rir da plaquinha ridicula de Bieber.

— Ah qual é eu era só um adolescente rebelde. — riu

— Bela rebeldia essa sua. Mas ridículo que essa placa é aquele poster de mulher pelada do lado do guarda roupa — Voltei a gargalhar um pouco mais alto.

— Mas você é chata heim?

— Também te amo.— Justin revirou os olhos indo em direção a porta do banheiro logo entrando e a trancando.

Fiquei jogada na cama por um tempo até que foquei meu olhar no mural de fotos e uma coisa me chamou a atenção. Me aproximei para ter certeza do que eu estava vendo. Era uma foto minha. Completamente distraída enquanto sorria e tinha em mãos uma rosa branca. Eu lembro desse dia. Algum desconhecido havia deixado aquela rosa no meu armário na escola, com um pequeno bilhete escrito. "Uma simples rosa, para a mais bela flor" bilhete esse que eu guardo até hoje. Mas espera, nessa época eu e Justin nem nos falamos ainda. Porque ele tem uma foto minha desse dia se nem se quer lembravámos da existência um do outro?

A porta do banheiro foi aberta e Bieber saiu por ela, enquanto tirava a camisa verde musgo que cobria seu tronco. Parando os passos assim que me viu diante do mural de fotos.