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História Thrice. - Twice.


Escrita por: clemmingau

Notas do Autor


OK, isso é um bônus. Vai ser só mais um e acaba. Motivo? Aniversário da @duplex. Parabéns, Becca! Te amo.
Tenham uma boa leitura, isso foi feito para confundir vocês.

Capítulo 2 - Twice.


Duas horas da tarde. Suho estava lindo, usava uma coroa de flores e ria pela casa, dançando uma valsa com Kris. Ele estava bêbado, como sempre. Os dois estavam de meias coloridas, pulavam e faziam coisas que nunca fizeram nem mesmo na infância.

Dois corpos, rodopiavam e paravam em algum lugar em busca de um beijo, os lábios poetas e os governantes. Junmyeon tinha uma galáxia inteira nos olhos, tão brilhantes como o céu que um dia Kris deslumbrava. Ele sentia seu coração voltar a funcionar

Dois anos depois, ele ficou com alguém sem pensar em Zitao e o amor que ele lhe dava, amor esse que ninguém poderia substituir ou suprir, mas que foi deixado de lado para que outro nascesse por perto, o amor que Junmyeon tinha para dar.

Dois corações, batendo no ritmo lento da música. Kris não percebeu estar olhando demais até que Suho risse e desse um sorriso daqueles que Yifan não poderia recusar. Então, mais uma vez infinita como os universos — os dos olhos de Suho, o que os envolvia na dança, o que existia na fala de Kris, e o que estava em volta de tudo aquilo — eles se beijaram.

Dois pigarros. Kyungsoo entrou pela sala, sorrindo fraquinho e tossindo, um cobertor nos ombros. Junmyeon olhou para Kris com lágrimas nos olhos. Kris também sentiu seu coração se apertar entre as camadas de felicidade. 

Dois. Era dia dois quando Kyungsoo sentou em frente ao túmulo e teve coragem de pôr uma rosa ali para Baekhyun. Ele era o melhor amigo de Chanyeol e Baekhyun, eram como três irmãos. Sem eles, Kyungsoo ruiu como os corpos que estavam a sete palmos. 

Dois caixões. Eles desciam, levando o coração de Kyungsoo junto. Mas mesmo assim, o pequenino sorria, o braço estendido para o corredor. Ele olhou incentivando para cima, suspirando logo após e mostrando estar segurando a mão de alguém. 

— Quer nos dizer algo? — Suho desligou a música e tirou a coroa, arrumando os cabelos. Ele segurou a mão de Yifan, que a apertou em segurança. Eles estavam preocupados.

— Eu só vim aqui apresentar alguém importante. — Ele caminhou para a sala vazia e redonda, com um garoto bem mais alto que ele, pele bronzeada, cachos loiros se espalhavam pela cabeça. — Esse é Jongin. Ele é meu amigo.

— É um prazer conhecer você. — Yifan sorriu. Suho apertou a mão de Jongin com a sua livre prontamente. Eles tivaram uma conversa rápida, então Jongin disse que levaria Kyungsoo no parque. Kris e Junmyeon sentaram. Se olharam algum tempo.

Dois faróis iluminaram a janela de vidro do lugar. Junmyeon segurou a mão de Kris e lhe olhou alarmado. Disse a ele que saísse da sala e entrasse na dispensa. Foi o que ele fez. A dispensa era enorme, tinha uma infinidade de coisas, de tudo um pouco. Kris sentou na cadeira e escutou a discussão de Junmyeon e seu ex.

Dois estalos. Kris sentiu seu sangue ferver quando os escutou e voltou para a sala. Junmyeon estava sentado no sofá, os lábios tinham um corte e as bochechas marcas de dedos. O homem nem viu o que lhe acertou. Um soco, dois socos, três socos. Ele havia desmaiado. Kris saiu sem dar uma palavra com ele nos ombros e o jogou no carro. Ele voltou correndo, Junmyeon estava sentado no mesmo lugar. 

Dois erros atrás, Junmyeon namorava um homem que parecia ser tudo o que não era. Era gentil, carinhoso, cavalheiro e todas aa outras coisas que toda a mocinha de filmes de cinema quer. Mas no final, ele era um monstro com um sorriso belo. 

Duas mãos agarravam os braços de Kris. Seu amado perguntava com um olhar incerto se ele lhe abandonaria. Kris negou antes mesmo que ele terminasse a frase. Ele então beijou os lábios de Junmyeon levemente, não se preocupou com o sangue. O limpou depois. O limpou como tentaria limpar as memórias ruins para Junmyeon. 

Dois 'Eu te amo' foram jogados ao vento. Eles se abraçavam no quarto agora gelado pelo fim do dia. Os últimos raios de sol se estendiam pelo crepúsculo e se espalhavam pelas peles de ambos. Kris e Junmyeon olhavam pela janela, pensavam no que poderia ser um futuro para eles dois. Apenas dois.

Dois namorados, simplesmente se abraçando. Um amor puro, singelo, feito de três garrafas de vinho. Coisa plena e curta aquela. Nenhum dos dois tinha coragem de dizer o que precisava. Mas Kris deveria ter dito coisas a Suho. Porque quando ele tentasse, seria tarde demais. 

Duas memórias de Suho lhe invadiram a mente. Ele sorriu lembrando de Junmyeon enquanto voltava para casa depois do velório. Tinham tantos familiares que ele até se sentiu minúsculo. Suho usava um anel que Kris lhe deu escondido no pescoço, fingia que havia o perdido. Só quando morreu revelou a verdade, pensou Kris, tentando lembrar de outras coisas.

Duas décadas atrás, Kris conheceu Tao. Os dois eram pequenos, não tinham noção de nada. Tao sempre foi mais chorão, nunca deixava nada de ruim passar e abria o berreiro na frente de quem quisesse escutar. Kris era mais contido, uma criança mais educada.

Dois amigos. Eles se mudaram para a Coréia quando alcançaram a idade certa. Nenhuma vez Tao se mostrou interessado em Kris até que fizessem vinte e um anos. Depois, eles se apaixonaram. 

Dois anos atrás, eles se sentavam na sacada onde tudo começou para Kris. Tao sorriu para ele, seus cabelos loiros em uma franja. Ele o olhou nos olhos e o beijou, apontando para um parque que podia ser visto no horizonte. 

— Podemos ir lá? Por favor! — Kris teve que aceitar. Os dois andaram longos minutos, até que Kris pediu que Tao fosse na frente. Ele ficou ali, andando devagar e observando seu namorado caminhar entre alguns carrinhos de comida e comprar doces, falar com crianças e senhores.

Duas flores. Elas foram postas na vista de Kris. Ele demorou um pouco para perceber que Zitao lhe estendia duas flores, pétalas mescladas com azul e branco, parecia tinta espirrada em um copo de leite. Ele sorriu e as pegou. Tao sorriu para ele também, e lhe roubou um beijo antes de correr para as flores novamente.

Dois pensamentos invadiram sua mente: Tao e um casamento. Mas como poderia ele casar com alguém que amava tanto? Se Tao partisse, como ele seguiria em frente? Como ele deixaria tudo para trás? Tao era livre mesmo sendo seu namorado, Kris sabia que ele nunca o trairia, mas não sabia se ele poderia voar para longe. De volta para o céu. 

Dois socos. Kris resolveu voltar para casa assim que Junmyeon quis dormir e o mais novo aceitou. Ele disse que precisava pensar em algumas coisas. Kris mal chegou em casa e socou a porta do banheiro assim que a fechou. Junmyeon disse que lhe esperaria na hora de sempre, e agora ele estava morto. Ódio lhe consumiu, deveria ter pedido Tao em casamento antes. Mas ao lembrar de Suho, tão seu e único, ele se acalmou. 

Duas da manhã. Kris parou o carro na frente da casa de algum vizinho de Junmyeon e se acomodou no banco de trás. Ele se deitou ali e ficou. Lembrou-se de Chanyeol, de Baekhyun, Kyungsoo, todos os amores que já teve e do resto de seus amigos. Ele havia adiquirido essa mania. Ele chegava uma hora antes e ficava ali pensando. Pensando em várias coisas sem sentido. Sem pensar em números. Outra memória lhe passou pela cabeça, lhe fazendo lembrar do dia em que Tao se mudou para sua casa.

— Três, meu amor. Três. — Tao abraçou seu tronco, estavam deitados na cama assistindo televisão. — Três é a resposta para tudo. — Kris olhou para cima para encontrar os olhos de Tao.

— Se estiver se sentindo mal lembre-se do número três. É nosso número. 

— Porquê? 

— Três. Eu, você, nosso amor. 

— Então esse será meu número favorito. 

— Acho bom.

Kris chorou. Agora, era apenas um. Porque sem Tao e Junmyeon, ele era apenas mais um. Ele só tinha um jeito de fazer serem três novamente. Mais uma vez.

 


Notas Finais


Três, dois, um...
Naturalismo


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