História Through The Lines - Half of my heart

HOPE POV

Acordei naquele dia um pouco melhor do que o dia anterior, acho que a academia estava fazendo realmente a diferença na minha vida, deveria ter começado antes, pensei comigo mesma. Olhei para o meu lado na cama e o Nathan já havia se levantado, olhei no closet e a mala dele já estava aberta, eu consegui o convencer que se ele fosse passar um tempo fora tudo iria melhorar, e eu tinha certeza que iria melhorar, eu queria acreditar nisso.

Depois que terminei minha higiene matinal fui até a cozinha e encontrei o Nathan arriscando a fazer ovos mexidos, era a única coisa que ele fazia sem queimar, ele estava no telefone, resolvendo algumas coisas da empresa, sua postura era firme como de um homem de negócios. Ele estava sem camiseta, e tinha algumas tatuagens no seu corpo, seu cabelo estava bagunçado, se eu não gostasse tanto dele diria que estava apaixonada.

Nathan assim como eu depois da faculdade mudou muito, suas costas eram largas, ele tinha um corte na sobrancelha eterno depois do nosso acidente, tinha o cabelo arrepiado ele enganava pela idade, e era tão lindo quanto a época que eu conheci ele na faculdade.

Eu não tinha mudado tanto, as meninas da escola falaram que sim eu tinha mudado e muito, mas eu só havia escurecido o meu cabelo e nada demais, talvez o fato de eu ter mudado o jeito que eu me arrumava fez parecer que eu mudei muito mas era só impressão.

- Bom dia! – Nathan disse me tirando dos meus pensamentos.  – Eu viajo hoje, irei para nova Iorque e quem sabe vou para uma praia ou algo do tipo. – Ele deu de ombros e eu me aproximei dele.

- Isso me parece ótimo Nate, eu espero que você se divirta! – Ele assentiu e passou a mão no meu rosto.

- Você vai ficar bem? – Assenti e sorri com a sua preocupação.

Eu sabia que a maior preocupação de Nathan era me deixar sozinha e eu ter mais uma crise das que eu tinha quando eu se lembrava da minha filha, mas eu me sentia forte o suficiente para ficar sozinha por três dias, não era muito tempo, não tinha nada de mal.

- Eu aprecio sua preocupação, mas eu sou bem grandinha, e eu vou me cuidar, nós ainda temos celular lembra? Eu posso te ligar.

- A hora que for, eu volto!  - Eu assenti, e o abracei e Nathan segurou meu rosto selando nosso lábios já pedindo passagem para um beijo.

Tentei retribuir na mesma intensidade, era tudo muito louco, as vezes eu esquecia completamente que era casada com meu melhor amigo, depois de anos eu ainda não acostumei com isso.

Ele segurou a lateral do meu braço já preparado caso eu quisesse fugir de seus braços, coloquei  minhas mãos em seu rosto, e eu sentia um pouco da sua barba. Nathan me puxou para o seu colo e desceu os lábios para o meu pescoço, senti sua mão subindo minha camiseta, engoli seco e o empurrei ele me olhou entediado.

- Me desculpe, eu... Me desculpe. – Disse derrotada, Nathan me soltou indo direto para o quarto e aqui estávamos nós na estaca zero.

Eu e Nathan depois da morte da Louise não tivemos mais relações, era um tipo de bloqueio que eu tinha e eu não conseguia, já tinha ido a médicos, mas era algo meu, uma hora eu iria descobrir, mas o Nathan passou achar que isso era uma forma de eu manter ele afastado, chegava a ser ridículo.

Mais tarde naquele dia chuvoso, fui para o meu estúdio, minhas meninas já me esperavam lá para a aula, a melhor hora de todo meu dia, quando ia começar a aula dei falta da Jazzy, será que ela tinha contado para o Justin e ele a tirou daqui a mesma hora que soube que era meu aqui? Quando comecei o aquecimento uma menina loira entrou junto da Jazzy na sala.

- Me perdoe pela demora, esta uma chuva horrível lá fora. – A menina disse e eu sorri assentindo.

- Oi Hope, posso me aquecer? – Assenti. – Tchau Katryn. – A garotinha acenou andando em direção as outras meninas, então ela era Katryn, ela estava longe de ser algo da Jazzy ela parecia uma menina de quinze anos no máximo.

- A gente pode conversar por um momento? – Ela assentiu e saímos da sala e fomos para minha sala. Peguei os documentos da Jazzy.

- Você matriculou a Jazmyn aqui, mas não colocou aqui o que era da dela. – Ela olhou.

- Oh me desculpe é que eu sou apenas a babá, o irmão dela me pagou para fazer a matricula dela, trazer ela e ficar com ela.

- Certo, mas eu preciso de um responsável, alguém da família que assine e se responsabilize legalmente por ela, não me leva a mal, mas você pode ser mandada embora a qualquer momento. – Ela assentiu. Eu entreguei os documentos, da Jazzy. – Eu só peço para que ele assine aqui, amanha você pode me trazer e essa dor de cabeça acaba.

- Tudo bem, mas amanha não será possível pois o meu chefe foi viajar a negócios, e ele voltara só na sexta a tarde.

- Sem problemas, eu posso esperar. – Eu sorri e ela retribui nos despedimos e eu segui para minha aula.

Fiquei pensando como o Justin era imprudente de deixar a sua irmã com uma babá completa desconhecida que parecia não ter nem a maior idade, não sei se eu estou muito maternal ou a cabeça dele não evoluiu em tantos anos, o que ele tinha na cabeça?

{...}

Depois que a aula acabou estava terminando de me arrumar pra ir embora, para ir para academia eu iria aproveitar esses dias de férias do Nathan e também iria fazer o que eu quisesse, iria comer porcaria, no final de semana dormir até tarde, eu estava me sentindo... Livre? Sim! Livre!

Quando ia saindo do estúdio naquele temporal, Emma me chamou minha atenção e quando olhei Jazzy ainda estava lá na recepção, á aula já tinha acabado á alguns minutos e cadê a babá dessa criança.

- Hey meu amor. – Disse me abaixando na sua altura que estava com um bico enorme.

- Hope você pode me levar pra casa? Minhas amigas todas foram embora e só sobrou eu. – Ela cruzou os braços e bufou. Aquela era a copia do irmão.

- Vou ligar para Ketryn e vou perguntar o que houve ai sim podemos ir embora. – Ela assentiu e sorriu.

Peguei o numero de Ketryn e depois de dois toques ela atendeu.

- Oi Ketryn aqui é a Hope da escola, aconteceu algo?

- Oh graças a Deus! Eu vim buscar o Jaxon do futebol, irmão da Jazzy, e estou presa no transito, não conseguirei chegar ai tão cedo. – Revirei os olhos como se eu não conhecesse o Jaxon.

- Tudo bem, eu posso levar ela embora.

- Ah muito obrigada, eu consigo chegar antes em casa, vou estar lá te esperando, não tem ninguém em casa agora então eu vou pedir para liberarem sua entrada, muito obrigada Hope.

Ketryn passou o endereço da mansão e eu já sabia de cor aquele caminho que só me lembrava de coisas ruins, o aniversario de Justin, o nosso termino definitivo. Isso ficou no passado, mas era como se tocasse na ferida.

Coloquei a Jazzy dentro do meu carro e segui para a mansão em Calabassas, parei para comprar um sorvete para ter certeza que quando chegasse lá, encontraria Ketryn e não a casa vazia. Fui conversando de diversas coisas com a Jazzy, ela foi me contando como foi quando seu primeiro dente de leite caiu, sobre a sua super festa de aniversario que seu irmão deu pra ela, fantasias de Halloween etc.

Quando cheguei á  frente da mansão senti um frio na espinha como se eu estivesse voltando a alguns anos atrás, eu nunca esperava que iria estar aqui novamente. Avisei o porteiro e ele sem pensar liberou minha entrada, quando entrei um filme pareceu passar na minha cabeça, eu fiquei paralisada, e percebi que Jazzy dormia no banco de trás.

Assim que os seguranças abriram o portão eu estacionei o carro na frente da porta da casa para que tomasse o menos de chuva possível, tirei o cinto de segurança de Jazzy e a peguei no colo, tentei correr o mais rápido que pude pra dentro da casa e quando entrei não imaginava que veria a casa toda diferente, completamente diferente do jeito que era.

Olhei ao redor não tinha ninguém, droga a babá ainda não tinha chegado!  Vi Jazzy se mexer no meu colo, ela estava no ultimo sono, eu não sabia o que fazer.

Escutei conversas vindo do andar de cima ufa era a babá, quando eu apertei os olhos não era a babá, droga Justin tinha chegado do nada? Como assim? Eu estava tremendo, o que eu ia fazer? Deixar a Jazzy no sofá iria correr e ele nunca ia me ver, quando me inclinei para colocar a Jazzy no sofá eu ouvi sua voz, que não era mais como antes, mas ainda causava o mesmo efeito, eu estava de costas e não me virei.

- Hey, você deve ser a babá!

Ele não conhecia a babá das crianças era isso? Eu queria me virar e questionar sobre isso, mas resolvi me manter imóvel, ele começou a descer as escadas, droga Hope corre!

- Não fique com vergonha, vamos conviver até o fim do verão. – Ele disse colocando a mão no meu ombro e me puxando para que ele pudesse enxergar meu rosto.

POV JUSTIN

De todas as pessoas na minha vida, essa sem duvidas era a ultima que eu esperava encontrar na sala da minha casa com a minha irmã no colo, eu tinha certeza que o nome da babá não era Hope, ou a babá parecia muito a Hope? Ela tinha os cabelos escuros, seus olhos estavam mais verdes em contraste com o cabelo.

- Hope? – Foi á única coisa que saiu da minha boca depois de tanto tempo encarando.

- Oi Justin. – Ela encarava tudo menos o meu rosto.

Eu estava muito curioso não era possível que a Hope largou sua carreira de dançarina pra ser babá.

- Hope você virou babá em Los Angeles? – Ela me olhou assustada, e depois caiu na risada.

Mais uma coisa que eu não esperava, depois de tanto tempo, ouvir a Hope era tudo muito diferente, eu estava feliz em vê-la.

- Não, eu só trouxe a Jazzy, posso perceber que você não conhece a cara dos seus funcionários, Ketryn disse que estaria aqui. – Ela deu de ombros, eu estava muito confuso pra responder alguma coisa. – Jazzy esta na minha escola de ballet.

Ela disse deixando tudo mais claro agora, ela tinha uma escola de ballet e a Jazzy era aluna, mas que merda de destino!

- Fico muito feliz por isso! Pela escola e por ter deixado a Jazzy em casa.

- Que isso eu só fiz um favor.

Ouvi a Jazzy resmungar no sofá, e quando ela me viu ela sorriu, me aproximei dando um beijo estalado na bochecha.

- Bro você voltou... Hope! Você esta aqui! – Ela falava sem parar.

- Parece que temos muitas surpresas hoje não é mesmo? – Eu disse olhando pra Hope e ela apenas assentiu.

- Bom acho que eu vou indo. – Hope se manifestou indo em direção a porta.

- Nãaaao, por favor, deixa eu te mostrar o meu quarto de bailarina. – Jazzy puxou a mão da Hope, que sorriu para ela.

Aquele sorriso, eu não me lembrava de quanto tempo eu fiquei sem ver aquilo tirando as fotos que eu ainda tinha nossas, ela estava tão diferente, eu não sabia explicar, claro que seu corpo estava mudado, mas aquela mudança dela estava me intrigando, ela tinha mudado muito.

- Jazz... – Hope me interrompeu.

- Tá tudo bem! – Ela acompanhou a Jazzy até seu quarto e eu fiquei na sala tentando absorver tudo o que aconteceu nesses últimos minutos.

{...}

Depois de uns minutos Hope desceu as escadas e eu nem reparei que ela estava usando roupas de academia que estavam coladas que modelava todas suas curvas, seus cabelos agora estavam presos em um coque, e eu a vi corar pelo jeito que eu a olhava.

- Bom, agora eu vou mesmo. – Ela disse um pouco sem graça, eu segurei seu braço e ela se assustou.

- Como você está? – Ela sorriu e se soltou um pouco sem graça, e eu também fiquei por aquela situação.

- Eu estou bem Justin, estou bem. E você? – Ela pela primeira vez olhou nos meus olhos e vi que eles estavam sem brilho algum.

- Eu vou bem, você sumiu Hope. – Eu olhava seu rosto tentando encontrar o que eu ainda não tinha achado.

- Nós seguimos caminhos diferentes Justin, muitas coisas aconteceram.

POV HOPE.

Engoli seco, definitivamente Justin não era o tipo de pessoa que eu gostaria de ter aquele tipo de conversa, eu ainda estava impressionada de como ele havia mudado, ele tinha clareado o cabelo, estava mais alto, ou eu que tinha diminuído? Seu corpo estava mais másculo, seus braços mais malhados, seu braço estava fechado de tatuagem.

- Eu fico feliz que você esteja bem com Nathan. – Eu assenti e sorri ou tentei sorrir. - Eu gostaria que você não tivesse fugido de mim.

- Eu não fugi, já disse que muitas coisas aconteceram.

- Me conta então, teve filhos? Casou? – Aquilo me acertou em cheio eu não queria falar sobre aquilo com o Justin, não depois de tudo que aconteceu.

- Sim, mas eu perdi o bebê. – Eu torci meus lábios evitando o choro.

- Eu sinto muito. – Eu assenti, e sorri para ele.

Quando Justin ia falar mais alguma coisa nós ouvimos o barulho da porta e quando revelou quem estava atrás não era a babá, uma garota bem bonita por sinal chegou com um tanto de malas, e ela abraçou o Justin e engoliu a boca dele, sem se importar se tinha plateia.

- Oi bebê... Oi babá? – Ela disse me olhando, eu soltei uma risada pela forma que ela me olhou, ela deveria ser a Barbara.

- Não, ela é uma amiga da família. – Oi? Essa garota não assistia televisão a quatro anos atrás? Ela sorriu e me abraçou e eu tentei retribuir.

- Bom Justin eu vou indo, foi um prazer... – Esperei que ela dissesse seu nome.

- Bárbara. – Ela sorriu e eu assenti.

Sai daquela mansão não correndo para não parecer louca, mas quase isso, o que foi aquilo? Eu com o meu ex e a atual do meu ex, eu queria abrir um buraco e me esconder e nunca mais voltar, foi muito bom saber que nós seguimos em frente, e muito bom saber que o Justin estava bem, todos esses anos era só isso que eu pedia, e hoje pude ver com meus próprios olhos.