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História Through the Soul - If I stand all alone


Escrita por: elusive

Notas do Autor


Devo dizer que estou orgulhosa de estar postando TTS toda quarta sem falta, mas agora esse é o último capítulo que eu tinha completo aqui, então tenho que apressar par aos próximos!
Esse começo de mês tá cheio pra mim, mas podem deixar que não deixarei atrasar mais capítulos :3
Obrigada a todo mundo que tá acompanhando, e boa leitura por hoje! \o/

Capítulo 7 - If I stand all alone


Fanfic / Fanfiction Through the Soul - If I stand all alone

“I can tell by your eyes

That you've probably been crying forever

[…] I don't wanna talk about it

How you've broke my heart”

I Don't Wanna Talk About It – Rod Stewart

Aquele final de semana se arrastou pesadamente, principalmente pelo fato de que nenhum dos garotos, nem mesmo Sam, a contatou durante os dois dias seguintes. Liz não sabia se gostava de ter um tempo a sós, ou se a solidão só piorava sua situação.

As horas eram longas, porque não havia nada que ela fizesse que pudesse a animar. Mesmo com o sol brilhando lá fora e seu pai a animando para saírem e aproveitarem o dia, ela preferia se enfurnar no quarto abafado e ouvir uma estação específica da rádio a tarde inteira, que no momento tocava Johnny Cash.

I will let you down

I will make you hurt

Ela queria ter uma solução para si mesma para deixar de se importar com os erros dos outros e de se iludir com falsos sentimentos alheios, mas ao invés disso só conseguia se culpar por ter passado por aquilo.

Pensar mais no assunto só fazia as indesejadas lágrimas encharcarem seus olhos, mas tirar a cena de sua cabeça parecia impossível. Uma voz em sua mente dizia o quanto Matthew parecia confortável com Valary, ao contrário de quando estava com ela. Talvez aquela realmente fosse a vida na qual ele pertencia, e ela sabia que sim, mas era dolorido relembrar de tudo o que ele lhe dissera e acreditar que nada daquilo fora verdadeiro. Começava a ficar cada vez mais fácil de desacreditar em Matthew quando ela se deixava levar pelos pensamentos que a faziam imaginar o que ele e Valary teriam feito depois do baile. Se tivessem seguido a tradição de vários outros alunos, eles certamente teriam ido além dos beijos.

Ela acordou na segunda-feira sem a menor vontade de levantar da cama. Era a última semana de aulas, e tudo o que ela queria era não precisar mais colocar os pés naquela escola até o mês de setembro.

Seu rosto parecia mais pálido naquela manhã e seus olhos ligeiramente inchados, mas não se preocupou em escondê-los. Tomou um café forte para reunir o mínimo de energia para sair de casa, mas era mais difícil do que esperava.

E ainda mais difícil, quando o primeiro rosto conhecido que viu após chegar ao colégio foi o de Matthew. Ele parou a conversa que tinha com outro rapaz do último ano e levantou o olhar para ela, mas Liz se distanciou sem devolvê-lo a atenção. Ele franziu o cenho e suspirou, mas não a seguiu.

— Ei! — Sam a alcançou no corredor quando a mais alta parou para pegar o material em seu armário. — Você tá bem?

— É uma boa pergunta. — a outra não tinha humor algum.

— Desculpe não ter te ligado... — Sam ajeitou a mochila no ombro e cruzou os braços. — Eu não sabia o que te dizer. E imaginei que você pudesse querer ficar quieta.

— Tudo bem. — Liz murmurou. — Foi melhor assim.

— Eu conversei com Jimmy. — continuou, agora um pouco mais cautelosa com as palavras. — Ele quer conversar com você.

— Hum.

— Não vai dizer nada?

Liz suspirou fundo e trancou o armário outra vez, virando-se finalmente para a amiga.

— Ele só vai repetir para mim o que você disse pra ele.

— Eu não disse nada para ele. Foi ele quem me ligou.

— Eu só não estou a fim de falar sobre isso. Vamos fingir que nada aconteceu.

— Seus olhos não estão fingindo que nada aconteceu. — ela ergueu a sobrancelha.

Liz piscou duas vezes e ficou esperando uma resposta mais completa.

— Você andou chorando mais, não foi? Caralho, eu quero matar o Matt.

— Sam...

— Isso é culpa minha também, de ter achado que ele mudaria por você.

— Sam. — Liz sorriu fracamente. — Não é culpa sua, está bem? Afinal, você teve que assistir ao Zacky sendo um idiota também.

— Eu não estou nem aí para o que ele faz. — a menor bufou.

— Você não sabe esconder sua raiva, Samantha.

* * *

 O intervalo foi um inferno. Ela viu Johnny e Zacky no corredor, mas os ignorou também, e nem passou perto da cantina porque sabia que teria que se sentar na mesa do grupo, já que não existiam mais espaços vagos. Comprou uma latinha de refrigerante e um pacote de salgadinhos nas máquinas de venda e se arrastou até o pátio externo, onde conseguiu um lugar completamente vazio debaixo de uma árvore.

Quatro dias – contou sozinha. Mais quatro dias e poderia sumir de vez pelo resto do verão. Teria tempo o suficiente para esvaziar sua mente, talvez até fizesse uma viagem com a família para melhorar seu humor, e depois se preocuparia com seu próximo ano escolar. Seria até mais fácil, ela pensou, porque não teria mais a presença de Matthew pelo colégio. Ele seguiria a vida dele – que ela duvidava que fosse se resumir em faculdade – e ela poderia se dedicar aos seus estudos, sozinha outra vez.

Parecia fácil pensando dessa forma, mas não era.

— Posso conversar com você?

Ela mal o viu se aproximar, então sentiu o pequeno tremor da surpresa e se encolheu automaticamente.

— O que você quer? — evitou contato com os olhos dele.

Matthew deu mais um passo à frente e se agachou para sentar sem ser convidado, porém mantendo uma distância segura entre ele e Elizabeth.

— Precisamos conversar...

A voz dele estava baixa, carregada de remorso. Ele fitava o chão e seus cílios tremulavam em piscadas repetitivas. Umedeceu a boca com a língua e inchou os pulmões de ar.

— Eu discordo. Não tenho nada para ouvir de você. — ela sentia o calor no rosto e já odiava ficar nervosa ao falar daquele jeito com ele.

— Liz...

— Não começa, Matthew. — ela continuou cortando-o. — Eu não quero ouvir nada. Eu não acreditaria em mais nada que você dissesse. Ou acha que pode me fazer de idiota outra vez?

— Liz, eu estava... Estava um pouco drogado, eu sinto muito.

— Não, você não sente. — ela sentiu sua voz tremer na garganta. — Você é cheio de mentira e não dá a mínima para isso. Eu aposto que também se aproveitou da desculpa de estar drogado para transar com ela, não foi?

Ela se arrependeu assim que ouviu sua boca dizer aquelas palavras, porque sabia que aquilo a acusaria de se importar com o que quer que eles tenham feito no pós-festa, e que ela estaria, de fato, pensando naquela possibilidade.

— Eu não faria isso com você. — ele murmurou.

— Poupe a conversa e essa sua cara de arrependimento.

— Mas eu estou arrependido! Eu fui fraco, quis parecer legal para todo mundo... Sei lá, eu achei que conseguiria me controlar.

— Eu vi o quanto se controlou com Valary no seu colo. Pelo menos não comeu ela bem ali no banheiro, como Brian fez com Michelle.

Ela se surpreendeu outra vez com o tipo de palavra que saía de sua boca, e culpava o nervosismo e a raiva que ele estava a fazendo passar.

— Liz...

— Cala a boca, por favor. Eu não aguento mais ouvir você falando o meu nome.

E sabendo que ele não desistiria, catou seus pertences com pressa e esticou as pernas para sair dali o mais rápido possível, antes mesmo que seus olhos voltassem a marejar.

Só conseguia dizer para si mesma o quanto estúpida estava sendo por ainda ter os sentimentos tão intensos a ponto de não controlá-los ao vir à tona. Começava, então, a contar as horas para se ver livre dali, afinal não tinha cabeça nem mesmo para ouvir as aulas.

Foi constrangedor, na última aula do dia, ouvir o professor perguntar se havia algo de errado com ela, fazendo toda a turma se virar para olhá-la, mas por sorte Sam estava sentada bem atrás dela e tomou a palavra de Liz:

— Só pode ser emoção pela chegada das férias, afinal ninguém mais aguenta suas aulas, senhor Morris.

A turma fez um coro de zombaria, que fez o professor enrugar a testa vermelha e Liz soltar um sorrisinho para a amiga. Ela sabia que Sam estava aprendendo esse tipo de atitude com os amigos, e que talvez só tivesse dito aquilo porque depois daquele dia nunca mais teriam aulas com o homem.

— Você tem sorte de ser nosso último dia juntos, senhorita Lewis.

Sam deu de ombros prendendo um risinho vitorioso e piscou para a amiga assim que o professor deu as costas de volta ao quadro.

* * *

Ela estava apressando o passo para sair dali o mais rápido possível, e por mais que quisesse ir sozinha para casa, Sam teimou em acompanhá-la, mesmo que em silêncio. Era um pouco desconfortável estar ao lado da amiga andando de cabeça baixa e guardando as palavras para si. Ela não queria tocar no assunto, mas parecia ser a única coisa que passava por sua cabeça, então ela preferiu se calar.

Haviam caminhado um quarteirão inteiro quando ouviu alguém correr atrás delas, o som característico de solado de borracha no asfalto, e ela pressentiu quem poderia ser antes mesmo de sua voz ser falada.

— Liz! Sam! Esperem.

A amiga parou e olhou para ela como quem pergunta se deve prosseguir, mas Liz fechou os olhos por um segundo e suspirou fundo. Aquele dia parecia não acabar nunca.

— Liz! — ele arfou quando parou ao lado delas, e apoiou as mãos na cintura para recuperar o fôlego. — Liz... Será que eu posso conversar com você? Procurei você o dia inteiro, mas andou evitando a gente o tempo todo... Matt disse que o ignorou também. Será que pode ser mais paciente comigo?

Sam fez uma careta para o amigo, dizendo mentalmente para tomar cuidado com as palavras que usava para com Elizabeth, mas ele só estava focado na expressão cansada da mais velha.

— Não estou a fim de conversar, Jimmy.

— Ah você não começou a me chamar de James, então é um bom sinal que não está assim tão puta comigo. — ele abriu um sorriso.

Sam revirou os olhos em silêncio.

— Não estou puta com você... — corrigiu. — Estou decepcionada, o que é bem pior.

Jimmy escondeu o sorriso que tinha e soltou o ar ruidosamente pelo nariz.

— Eu acho que vou indo na frente... — Sam comentou com voz baixa. — Preciso ajudar com... Ajudar lá em casa.

Ninguém a respondeu, então se despediu dos dois e continuou a caminhada para casa mesmo com medo que Liz não gostasse dessa atitude.

Jimmy deixou que a outra já estivesse um pouco longe para voltar a falar.

— Quer sentar? — ele ofereceu a calçada debaixo da sombra de uma árvore.

Sentou-se e esperou por ela, que demorou um tempo para se decidir se ficaria ali ou colocaria suas pernas a andarem outra vez, mas o jeito que os olhos azuis dele olhavam para ela parecia sinceros demais para serem ignorados.

Ele afastou a franja da testa suada e apoiou os braços cruzados nos joelhos, fazendo-o curvar as costas e virar o rosto para ela. Liz não moveu os olhos para ele, continuou fitando a textura do chão como se fosse uma interessantíssima galáxia de pedrinhas.

— Você vai me odiar pra sempre? — ele começou com a voz controlada.

— Para sempre é muito tempo. — ela murmurou. — E eu disse, não estou com raiva de você.

— Eu sei que te prometi que me afastaria ao máximo da... você sabe. — ele sacudiu os ombros. — Deveria, no mínimo, não ter arrastado Matthew comigo nisso. Ninguém fez nada certo ali e todos nós machucamos você e a Sam, mas...

— Então porque não está dizendo isso para ela também?

— Eu já disse. Sam é mais coração mole que você. — ele sorriu.

— Você não tem culpa pela atitude do Matt, só da sua própria.

— Mas eu sabia que ele não funciona direito com maconha. Deveria ter pensado em você e no que ele poderia fazer. Eu fui irresponsável.

— Sim, você foi. — ele suspirou fundo. — Não é só pelo Matthew, você sabe, não é? É triste ver vocês daquele jeito. Quer dizer, eu não posso dizer o que devem ou não fazer, mas tenho medo do tipo de coisas que podem fazer quando estão drogados. Ou pior... em que tipo de outras drogas vocês podem consumir.

— Liz...

— Não, me ouça primeiro. — pediu. — Você olhou para si mesmo naquele momento, Jimmy? Vocês podiam se enxergar? — ela sentiu o peito pesar. — Pareciam fora desse mundo. Inconsequentes, desleixados... Eu tenho medo que isso deixe de se tornar momentos de rebeldia para fazer parte do dia-a-dia de vocês. É fácil ceder, você sabe, mas isso suga você, Jimmy, te consome até você se tornar nada. E... eu não quero perder vocês, não quero perder a essência do que vocês são.

— Por mais que sejamos cinco bestas em forma humana? — ele repuxou o lábio outra vez.

— Por mais que sejam cinco bestas idiotas, sim. — ela se deixou sorrir levemente.

Jimmy passou a mão pelos cabelos e endireitou a postura para envolver os ombros dela com um braço, puxando-a mais para perto.

— Eu ainda me pergunto por que uma pessoa como você ainda convive com gente como eu. — ele murmurou.

Ela não conseguiu responder, porque estava se esforçando ao máximo para segurar o choro no peito enquanto sentia o carinho emanar dele.

— Desculpe. — ele pediu e pousou um beijo no topo da cabeça dela. — Desculpe por te decepcionar, era a última coisa que eu queria que acontecesse.

— Eu sei que não...

— Nós precisamos de você, Liz. — ele a apertou mais. — Matthew, especialmente.

— Jimmy...

— É sério. — ele continuou em deixar que ela o interrompesse. — Ele é só um idiota que não sabe que te ama e precisa de você por perto.

— Você não pode ter certeza alguma sobre os sentimentos dos outros.

— Ah, eu posso. Do mesmo jeito que sei que você se importa com ele e que esses seus olhos choraram por todos nós, eu sei que ele está arrependido daquilo. Valary é o tipo de problema que Matt não precisa na vida dele, então não dê esse gosto de vitória para ela.

— Eles parecem se dar bem...

— Na cama qualquer um se dá bem, Liz. — ele fez uma pausa. — Bom, desculpe por esse comentário. E, aliás, eles não transaram aquela noite, está bem?

Ela estremeceu por dentro. Não era a primeira vez que Jimmy parecia ler a mente dela, mas essa atitude dele nunca deixava de espantá-la.

— Ele saiu de lá mais perdido que cego em tiroteio, e quando não te encontrou largou tudo para ir para casa.

— Isso não muda nada.

— Não, mas você muda. E eu sei que nem eu nem ele queremos perder você, Lizzy Beth. — quando ela não respondeu, ele continuou. — Será que posso te levar para casa agora?

* * *

Chegou em casa sem fome alguma, apenas cansaço pelo corpo, e não pensou duas vezes antes de se jogar na cama e ignorar qualquer outro afazer que tinha para a tarde. Jimmy conseguiu transformar o pesar no seu peito por algo mais leve, mas não deixava de doer, principalmente por ele ter a feito se lembrar do quanto gostava dele e jamais gostaria de perder a amizade que tinham.

Queria que fosse fácil controlar os pensamentos, mas de tudo o que ouvira do amigo, o que mais martelava incessantemente era a ideia de Matthew realmente sentir algo por ela. E novamente, por mais que quisesse deixar de acreditar que ele estivera sendo sincero todas as vezes que falou para ela sobre o que sentia, ela cedeu para a inundação de medo e emoção que a atormentava feito um fantasma numa casa vazia.


Notas Finais


Liz foi dramática? FOI. Sinto muito por isso, aliás hahah Masss não vamos bancar as duronas que não caem na bad pelo crush né? kkk
Essa cena do Jimmy se tornou especialzinha, porque na noite em que eu a escrevi eu sonhei com o próprio Jimmy boy <3

Enfim, espero que tenham gostado e que tenham paciência com a treta desses dois! Uma hora eles se ajeitam... uma hora :3 kkk
Nos vemos nos comentários e na semana que vem! \o/


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