História Thug Love - Cápitulo 1

Capítulo 1 ~

Abri os olhos lentamente, com a claridade do sol que estava invadindo meu quarto, me espreguicei e sentei na cama esfregando os olhos, lembrei que dia era e logo murmurei.

– Droga! Primeiro dia de aula.

Eu nunca fui do tipo “popular”, que tinha vários amigos, ou era muito gata, ou pegava todos os garotos da escola. O que me fazia enjoar só em lembrar quem eu era em pleno ensino médio.

- Bom, eu sou tímida, antissocial, uso óculos, uso aparelho... Bufei e me joguei na cama novamente. Virei lentamente olhando pro relógio que se encontrava em cima da mesinha ao lado da cama.

– 7:10mp? Droga, Droga! Isso que dá ficar pensando besteira dona Katherine. - Falei comigo mesma, e fui correndo tomar banho. Que maravilha, primeiro dia de aula, e aqui estou eu, atrasada para variar. Vesti o uniforme rapidamente, calcei meu all star, ajeitei o cabelo, fui me olhar no espelho.

– Será que dá para melhorar? Huuuuum definitivamente não!

Desci as escadas, minha mãe já estava na cozinha preparando o café da manhã.

– Bom dia mãe! - Cumprimentei ela bom um beijo na bochecha.

– Kate, você está atrasada.

 – Eu sei mãe, beijo. Peguei uma maçã e sai comendo.  Passei na casa da Jackie, mas ela já havia ido. Xinguei ela mentalmente por não ter me esperado. Jackie era umas das minhas melhores amigas, na verdade eu só tinha duas amigas, a outra era a Abby, a maluquinha da turma, que não mora perto de nós. Estudamos juntas desde a 5° série. Não era muito longe da minha casa pra escola, uns 20 minutos andando, 20 minutos que se passaram rapidamente por conta dos meus pensamentos. Olhei para o relógio em meu pulso e já se havia passado das 7:50mp, saí correndo feito uma louca. Por sorte o portão da escola ainda estava aberto, dei bom dia ao porteiro e segui em direção as salas de aula. Passei pelo pátio e ainda haviam estudantes lá, os famosos “populares”, ouvi a Nick zombando de mim, e o grupo dando risada, Nick era uma garota metida que sempre me zoava ano passado mas não dei muita importância, já estava acostumada com aquele tipo de coisa, revirei os olhos, e segui em direção aos corredores que já estavam vazios, o que significava que as aulas já haviam começado, apressei meus passos e segui pra sala. Olhei pelo vidro da porta e vi um homem, pele clara, cabelo em tom escuro, com uma camisa desenhando todos os músculos, sai dos meus pensamentos e bati na porta, o homem mandou eu entrar. – Bom dia! - Fui em direção a Abby e a Jackie, e sentei ao lado delas. Eu perguntei baixinho as duas.

– Professor novo? Abby logo se prontificou para responder.

– Sim! - Exclamou alto, fazendo o professor novato parar de falar e a sala toda olhar pra ela.

– Desculpa, me empolguei, pode voltar a falar professorzinho. O professor riu sem graça e voltou a falar, e ela também.

– Bom, o nome dele é Liam, ele tem 23 anos, e é professor de Educação Física. Logo murmurei.

– Ótimo, vocês sabem que eu odeio E.F. E finalmente Jackie falou algo.

– Mas o esforço vai valer a pena amiga, ele é um gato. Todas rimos e voltamos a prestar atenção na aula. O tempo passou rápido, as aulas logo terminaram, nos despedimos de Abby e voltamos pra casa.

– Oi mãe.

– Como foi a aula Kate? Muita gente nova na escola?

– Não, na verdade algumas, mas não faz diferença nenhuma não falo com ninguém mesmo. - Bufei e subi para o meu quarto, me joguei na cama, fechei os olhos e logo entrei no meu mundo, mas meus pensamentos foram interrompidos por meu irmão avisando que a comida já estava pronta. Meu irmão é o Louis, diferente de mim ele era bonito, o que fazia eu me odiar mais ainda, como ele pode ser bonito e eu não? Somos filhos dos mesmos pais. Jackie é super afim dele, mas ele é do tipo que só pega aquelas mulheres gostosonas. Até porque ele era sarado, barriga definida, cabelo liso, enfim, ele nunca iria querer nada com Jackie, já tentei armar eles dois, mais ele disse que só fica com mulheres da altura dele, ou seja, ele é um idiota. Louis é 6 anos mais velho que eu, ele tem 23 e eu tenho 17, o que faz ele jogar na minha cara todos os dias que ele pode fazer o que quiser e eu não. Mas como eu sou o que sou, não tenho lugares e nem festas para ir.  Lembrei que estava sem roupas, e pensei em pedir ao Louis para ele pegar o carro da mamãe e me levar no shopping, sim o Louis já tirou a carteira de habilitação, mais uma coisa para eu ter raiva dele. Tomei um banho, vesti um vestidinho, calcei uma sapatilha e fui falar com minha mãe.

– Mãezinha querida!

– La vem coisa.

– Sabe mãe, as aulas começaram, shopping com a Jackie e a Abby estão por vir e eu estou sem roupas, posso ir? O Louis me leva, pleease.

– Está bem, não demorem, e pode almoçar antes de sair viu mocinha.

– Ok mãezona, vou falar com o Louis. - Enchi ela de beijos e subi. A música que estava tocando vinha do quarto do Louis, Hot Nigga- Bobby Shmurda.

 – Desde quanto o Louis ouve essas músicas? - Falei baixinho e entrei no quarto dele sem bater, fazendo ele se assustar e vir correndo na minha direção fechar a porta eu me deparei com uma cena que eu não gostaria de ver, tapei o rosto em sinal de que não estava acreditando no que eu estava vendo, em cima da cama um caderno com várias carreiras de cocaína, e o Louis cheirando uma delas.

– O que você estava pensando em entrar no quarto dos outros sem bater porra? - Falou gritando.

 – Desculpa, eu-eu não sabia, que-que. - Comecei a gaguejar sem saber o que falar.

 – Olha vem cá. - Ele me puxou pela mão, tirou o caderno de cima da cama, e sentou na mesma comigo, logo voltou a falar.

 – Eu comecei a usar faz pouco tempo, estava de cabeça quente, estressado, uma galera com quem eu estou andando me ofereceu e eu usei, mas foi só para distrair, não se preocupe com isso.

 – Nossos pais sabem?

– Não! De maneira nenhuma eles podem saber, eles vão ter nojo de mim, ao saber que eu estou usando drogas, ou até me botar pra fora de casa, você conhece a mamãe.

 – Mas porque você está fazendo isso? É dívida? Você quer que eu te ajude? Quem são essas pessoas Louis? - Ele riu.

– Não, não é nada disso, inclusive eu estou muito bem e vida.  São uns caras, na verdade são traficantes.

– Traficantes? Ai meu Deus Louis, com o que você foi se meter. 

- Só te peço para não falar com nossos pais, por favor.

– Só se você prometer parar usar essa coisa.

 – Kate...

– O que? Eu ainda não ouvi. - Ele riu mais uma vez.

– Olha, eu vou tentar parar, ok?

– É, já é um bom começo. - Nós rimos, e ele perguntou.

– O que você queria aqui no meu quarto?

– Então maninho, sabe que eu te amo né?

– Ihh, fala logo. - Dei risada.

– Então, estou sem roupas, pode me levar no shopping? Por favor. Fiz biquinho.

– Hum, deixa eu pensar... ok, vou só tomar um banho.

 – Está bom, te espero lá em baixo pra gente almoçar. - Dei um beijo na bochecha dele, e ele me abraçou forte, um abraço inesperado, mas aliviado por ter desabafado com alguém, eu senti isso. Mas para quebrar um clima que ficou ali, brinquei.

– Também te amo mano. - Ele riu

– Obrigado por me entender Kate.