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História Tick Tack - Onde tudo começou


Escrita por: parkines

Notas do Autor


Olá! ♥ Muito obrigado por todos os favoritos, não estava nem um pouco à espera.
Esta é a minha primeira fic neste site. Infelizmente ainda não está terminada e mesmo que o queira, não tenho o tempo necessário para isso. Culpem a faculdade! Mas prometo que vou tentar os possíveis para atualizá-la o quanto antes. Talvez um capítulo por mês, dois no máximo.
Mais uma vez, muito obrigado e boa leitura!

ps: eu não tive tempo para rever antes de postar, então, perdoem-me qualquer erro.

Capítulo 2 - Onde tudo começou


Fanfic / Fanfiction Tick Tack - Onde tudo começou

Tudo começou numa tarde chuvosa de segunda feira. Eu tinha acabado de sair da empresa e por pouco não conseguira ficar barrado pela multidão que se formava à entrada. Eu era um estagiário de uma empresa de catering. O meu sonho era abrir um restaurante de alta qualidade mas para isso precisaria de muito dinheiro. No início da faculdade pensei em ser médico, queria salvar pessoas, mas havia um grande senão e tinha o nome de "dádiva dos deuses que mais parece uma macumba feita pelo diabo" a.k.a o meu dom. Como iria poder salvar uma vida se me fosse proibido fazê-la? Depois que deixei a medicina de lado, acabei por me apaixonar pela cozinha. Eu sempre tivera jeito para elaborar bons pratos, aprendia rápido e modéstia à parte, os meus cozinhados eram absolutamente deliciosos. Sinceramente só não competiam com os da minha avó. 

Naquele dia quis o destino ou talvez as prateleiras vazias da minha casa que eu mudasse a direção da minha rota habitual e seguisse até ao centro de Seul. Lá, reabasteci o meu stock de noodles e comprei algumas frutas. Claro que não podia esquecer do meu adorado kimchi. Era essencial! 

Apesar da chuva e do vento as ruas continuavam cheias de gente e o trânsito, esse era insuportável. Agradecia mil e uma vezes por não ter que usar transportes públicos ou ser obrigado a comprar um carro. Felizmente o meu trabalho era perto de casa. 

O semáforo dos peões estava vermelho. De fones nos ouvidos deixei-me relaxar ao som de wedding dress e apreciar a agradável visão de inúmeras gotículas cristalinas a embaterem no chão de concreto. Eu sempre fora um grande adepto de calor, adorava o verão, adorava sentir os raios de sol tocar na minha pele, mas o inverno tinha uma beleza estonteante, quase sedutora. Era sem dúvida a estação mais bonita do ano. 

Os meus pensamentos foram interrompidos quando quase me desequilibrei com um toque brusco ao nível das pernas. Olhei para trás e vi uma criança que até há segundos atrás nem reparara que ali estava. Quando os nossos olhos se conectaram, a pequena cedeu-me um sorriso tímido que retribuí na hora. Mas não por muito tempo. Em segundos senti um nó prendendo a minha garganta, o meu corpo começou a tremer. No topo da sua cabeça um número diminuía à velocidade da luz. Não era a primeira vez que assistia àquilo, mas não esperava ver aquela maldita cor de sangue, vibrando na minha cara, como se de uma piada de mau gosto se tratasse. Desde que a minha avó morrera que nunca mais vira um número proibido. E com certeza não esperava encontrar esse mesmo número numa criança que aparentava ter por volta dos seus cinco anos. Era cruel de mais.

A minha cara naquele momento devia parecer a coisa mais bizarra do mundo, pois no mesmo segundo, a menina assustou-se e deu uns passos atrás, escondendo-se entre as pernas da progenitora. A mãe, que falava insistentemente ao telefone, reparou no ato suspeito da filha e seguidamente prendeu o seu olhar em mim. - Hey, o que pensa que está a fazer?, seu tarado! - nem tive tempo para ripostar. Quando dei por mim, a mala da senhora já embatia forte contra a minha cara. Foi necessário apenas esses segundos para perder de vista a criança e quando os meus olhos voltaram a se encontrar com os da pequenina, já era tarde de mais. No meio da estrada, completamente encharcada e aos gritos, lá estava ela. Eu quis avançar mas automaticamente o meu corpo travou. Era como se algo prendesse os meus pés ao chão. A mulher afastou-se de mim. Ela não parava de gritar, pedindo para que salvassem a sua menina e isso deixava-me ainda mais nervoso. Tudo aquilo parecia uma cena de filme de Hollywood: O caminhão à aproximar-se, a criança aterrorizada no meio de tanto barulho,  buzinas e mais buzinas e as pessoas que se juntavam esperando que o pior acontecesse, sem sequer terem a decência de tentarem salvá-la... Não sei de onde arranjei toda aquela força, mas no momento seguinte estava a correr em direção à tragédia. Eu nunca temera tanto por uma vida como naquele minuto. Se o meu fim se resumisse àquilo, ia fazer de tudo para que o mesmo não se aplicasse àquela criança. Podia, não, eu tinha que salvá-la, como meu último feito.
A cada passo que dava o meu estômago revirava-se. A cada passo que dava, os meus pulmões eram esmagados por algo que desconhecia. A cada passo que dava, o meu coração saltitava com tanta força que a qualquer momento poderia saltar-me pela boca fora.  As lágrimas preenchiam as minhas orbes, embaçando tudo ao meu redor e queimando a minha pele como fogo. Quase.. estou quase..

Mas então o número parou... parou e tornou-se completamente laranja. O caminhão freou, acabando por se esbarrar contra um poste e nos braços de um rapaz de capuz vermelho escuro a menina era segurada e acalmada. O multirão que testemunhara a cena aplaudiu o mais alto que pôde. Eu ainda estava meio tonto com tudo aquilo. Ainda não queria acreditar no que acontecera. Quando o jovem se virou, os nossos olhares cruzaram-se, havendo um breve contacto visual entre nós, que logo foi cortado por si. Naquele momento senti um arrepio na espinha, não necessariamente bom. Havia qualquer coisa de estranho nele. Como é que ele tinha chegado tão rápido? Será que ele estivera o tempo todo ali? Eu nem sequer reparara na sua presença.  

Ao longe pude ouvir as sirenes da polícia e de uma ambulância. A menina foi entregue sã e salva à mãe. Ninguém tinha morrido o que era um alívio e também ninguém se tinha magoado. (Bem, o motorista do caminhão acabara com uns cortes superficiais na cara mas nada de mais). No entanto, eu continuava com aquele aperto forte no tórax. Tentava respirar com muito custo. Comecei a bater nas costelas para que ar preso se soltasse e os meus órgãos absorvessem algum oxigénio de volta. Os meus sentidos começaram por desaparecer um por um. Sentia-me completamente sufocado, aprisionado. E a última coisa que me lembro antes de apagar, foi o toque macio das mãos do rapaz de capuz nas minhas costas e as suas belíssimas feições.



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