História Ties - Convivência

Decidi que eu e Baekhyun tínhamos que trabalhar juntos na otimização da nossa convivência, eu esperava pacientemente por ele no saguão da empresa, aquele era o nosso ponto de encontro agora, já não tínhamos nada para esconder. Até eu avistar ele saindo do elevador. 

-Oi. – o cumprimentei sorridente, eu não tinha ideia de como estaria seu humor agora, espero que tenha melhorado desde a manhã. 

-Oi meu bem. – ele respondeu sorrindo. – Então, vamos? – ele indagou parado na minha frente, eu queria roubar uns beijos dele, mas sabia que ali não era lugar. 

Caminhamos até meu carro, Baekhyun estava radiante algo muito bom deve ter acontecido para ele, não o via assim a muito tempo, de uns tempos para cá ele anda meio estressado, feliz mas nunca é completamente como agora. 

Durante o caminho inteiro até nossa casa ele cantarolava as canções que tocavam na rádio, a voz dele é tão bonita, e eu sorria involuntariamente por vê-lo feliz daquela forma, mesmo sem fazer ideia a que aquilo se devia. 

-Então, quer me contar sobre seu dia? – indaguei quando chegamos em casa, e ele começava a tirar aquela gravata desconfortável que nós éramos obrigados a usar todos os dias. 

-Uhm... – ele disse me olhando e se esparramando no nosso sofá. – Foi um dia bom. – ele respondeu sorrindo. 

-Eu percebi, não te vejo radiante assim a um tempo. – eu disse sentando ao lado dele para roubar um beijo. 

-É? – ele perguntou entre os beijos. – Eu tive boas notícias hoje.  

-É mesmo? – perguntei o beijando novamente. – Que noticias são essas? – devia ser algo muito bom para ele estar daquela forma eu estava curioso. 

-Vou para Pequim daqui a três semanas, para um dos congressos de economia mais importantes de toda Ásia. – ele me respondeu sorrindo largo com os braços em volta do meu pescoço. Pequim? Congresso? Em três semanas?  

-O que? – indaguei me afastando dele. Baekhyun não podia viajar agora, ele já estaria com quase seis meses, eu não permitiria isso, mesmo que ele arrancasse meu braço para me bater com ele depois. 

-Congresso Channie, sabe quando vários especialistas se juntam para discutir um tema durante uns quatro dias? – ele perguntou sorridente. – Vai ser ótimo. 

-Você não vai. – adverti autoritário, não mesmo! Ele poderia passar mal fora do país, fora do meu alcance e pegaria um avião. 

-Claro que vou Chanyeol! Você nem começa. – disse se levantando do sofá e indo para a cozinha. 

-Não vai Baekhyun, você não pode ficar viajando para longe! Você sabe disso. – disse o seguindo. – Você vai estar com quase seis meses, e se algo acontecer com você, ou com o bebê? Quem vai estar lá para te ajudar? Porque eu não poderei ir. – tentei argumentar. 

-Chanyeol, eu não me mudei para seu apartamento para você ficar me controlando. – ele disse se virando para mim. - Eu vou e acabou você querendo ou não, não vou deixar essa criança interferir nas minhas oportunidades profissionais. – ele era tão teimoso. 

-Então vai Baekhyun. – eu disse irritado. – Faça o que bem entender. – disse saindo da cozinha e indo tomar banho na tentativa de me acalmar. 

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Chanyeol estava tentando me controlar de todas as formas possíveis, se continuasse dessa forma nosso relacionamento não duraria mais de dois meses. Eu vou para o congresso e acabou, que merda! 

-A janta está pronta. – Chanyeol disse entrando no quarto escritório, onde eu terminava algumas coisas. 

-Estou indo. – avisei enquanto continuei a digitar. 

-Vem Baekhyun, você não jantou ontem. – ele pediu de novo. – Eu me preocupo com você. – ele disse é eu retirei os olhos. Chato! Me levantei com má vontade da cadeira e fui comer. 

Nós sentamos na mesa, e todo meu bom humor já havia ido pelo ralo aquela altura, Chanyeol conseguiu estragar meu resquício de bom humor. 

-Está bom? – ele indagou tentando puxar conversa. 

-Sim. – respondi seco. 

-A gente devia parar de brigar sabia? – ele disse meio sentido. Ah vá! Chanyeol era muito sensível. 

-Também acho, se continuar assim eu não sei o que será de nós e não faz nem dois meses que estamos vivendo sob o mesmo teto. – falei enquanto botava comida na minha boca, a comida de Chanyeol era muito boa e eu estava morto de fome, essa criatura dentro de mim só tem servido para isso ultimamente. 

-Você tem razão. – ele disse sorrindo. – É engraçado pensar que nossa relação antes disso tudo era tão boa, talvez nós devêssemos voltar a ser daquele jeito. – ele disse me olhando sorrindo. 

 Nossa relação antes era baseado no sexo, era isso então? Sexo. Talvez Chanyeol não me amasse tanto quanto eu pensava, talvez ele já estivesse de saco cheio de mim e do meu mau humor que se tornava cada dia mais constante, talvez ele só estivesse comigo pela criança. Pensar nisso fez minha garganta fechar, e a vontade de chorar se fez eminente, assim como as lágrimas aos meus olhos, o estresse do trabalho, junto com ao da nossa relação somado com a sensibilidade que a gravidez tem me acarretado, tem esse feito em mim, e acho que Chanyeol percebeu isso quando o vi mudar de expressão.  

-Ei, o que foi? – indagou preocupado, eu queria bater nele, queria tanto. Mas tudo o que eu consegui fazer foi chorar, o amor que eu sentia era unilateral, era tudo uma mentira. – O que foi Baekhyun? Você está sentindo alguma coisa? – Aquela altura Chanyeol já havia se levantado e estava ao meu lado, e eu continua a chorar, meu coração estava partido em milhões de pedacinhos, era sempre essa criança, sempre. – Fala pra mim Baekhyun. – ele pediu pegando meu rosto entre suas mãos, era palpável sua preocupação. 

-V-voce é uma mentiroso Park Chanyeol. – eu disse depois de muito custo entre soluços, minha voz saiu ridiculamente chorosa entre aqueles soluços. 

-Do que você está falando? – ele indagava confuso tentando secar minhas lágrimas. 

-Por que você fez isso? – minha mágoa era tão grande, eu chorava tanto que um mal estar tomava posse de mim, era como se eu fosse desmaiar a qualquer momento. 

-O que eu fiz Baekhyun? Por que você está chorando? – ele estava tão confuso, até parece que ele não sabe os meus motivos. 

-Voce só queria sexo, mas não contava que eu fosse engravidar, não é mesmo? – era difícil falar chorando nem sei se era inteligível o que eu dizia, Chanyeol continuava expressando total confusão. – Você me fez deixar meu apartamento para dizer isso agora? – eu queria tanto bater nele, mas nem falar eu estava conseguindo direito imagina bater em alguém. 

-Eu não estou entendo. – ele disse limpando minhas lágrimas. 

-Não me toca. – me exaltei batendo na mão dele. – Eu vou embora. – disse voltando a chorar tentei me levantar mas não consegui, tudo ficou escuro. 

-Baekhyun. – Chanyeol me pegou de prontidão. – Se acalma. 

-Me solta Chanyeol, você é um mentiroso. – outra onda de choro veio com força, e ele me abraçou e eu me permiti ser abraçado. 

-Para de chorar amor. – ele pediu me fazendo carinho. – Se acalma. – eu não conseguia só conseguia continuar chorando e parecia que a dor que eu sentia nunca passaria nunca iria embora, permaneci chorando, não sei até que ponto chorei, acho que acabei dormindo nos braços de Chanyeol, ou desmaiando, não me lembro, me deixei levar pela escuridão. 

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Nós estávamos jantando, e conversando até que Baekhyun começou a chorar sem motivo aparente e me chamar de mentiroso, e continuar a chorar sem parar, quase morri de preocupação, meu coração ficou minúsculo, nós estávamos abraçados a minutos a fio, Baekhyun ainda soluçava contra meu peito, ele estava meio mole e permanecia quieto, eu não me atreveria a dizer nada, deixaria ele falar quando se sentisse confortável, no entanto aquele silêncio já estava me matando, eu não aguentava mais, precisava saber o motivo daquele choro e das acusações. 

-Baek. – chamei e não tive resposta. – Baekhyun. – chamei de novo me afastando dele, sentindo todo o peso do seu corpo. – Baekhyun. – ele tinha dormido enquanto chorava em meus braços, seria fofo se eu não estivesse tão preocupado, isso era o resultado do cansaço, das noites mal dormidas que ele nunca admitiria, do estresse no trabalho, Baekhyun precisava de férias. O peguei no colo com certa dificuldade, o peso dele e do nosso filho não era pouco, mesmo assim o levei em meus braços até nossa cama, enquanto ainda sentia seus soluços. 

Voltei a sala arrumei toda a mesa e lavei a louça, e voltei a seu lado, observando seu rosto enxado pelo choro, ao menos agora ele não mais soluçava, beijei sua testa e sua barriga e me abracei a ele para que assim pudesse dormir. 

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Acordei cedo demais, mesmo que tivéssemos que trabalhar, ainda era cedo. Senti Chanyeol abraçado a mim, me desvencilhei, não o perdoaria, quem ele acha que é para me fazer de trouxa? Eu sentia tanta raiva. Fui tomar banho, enquanto pensava em como arrumaria todas as minhas coisas para fazer toda aquela mudança novamente e torcia para meu antigo apartamento ainda estar livre, teria que comprar todos os meus móveis novamente, pensando no meu filho, que parecia crescer a cada dia mais. Quando voltei ao quarto me deparei com Chanyeol sonolento sentado na cama. 

-Bom dia amor. – ele disse sorrindo. 

 Vou mandar ele a merda, não vai demorar muito se ele continuar com isso, nem me dei o trabalho de responder, fui comer, meu estômago doía, não terminei de jantar na noite passada depois de chorar tanto, até ficar desacordado. 

-Baekhyun. – Chanyeol me chamou da porta da cozinha. Nem olhei na cara dele, continuei comendo. -Baek. – me chamou novamente se aproximando. 

- O que é Chanyeol? – indaguei impaciente. 

-Por que está me ignorando? – me perguntou transparecendo sua chateação. – Por que tanto chorava ontem? – Ah! Que cara de pau ainda se dá o trabalho de tentar parecer desentendido, depois do leite derramado. 

-Deve ser porque alguém deixou bem claro que tipo de relação preferia manter comigo. – respondi com um tom de voz seco, o fazendo mudar de expressão, para algo como supressa, ficou me encarando daquela forma durante um tempo, como se estivesse pensando, até rir sem vontade. 

-Não acredito Baek. – ele disse ainda rindo sem humor. 

-Eu não sou trouxa Chanyeol, eu vou embora, você não precisa se prender a mim por causa dessa criança. – era tão difícil dizer aquilo, pois eu o amava, amava tanto. 

-Não! Baekhyun, me deixa explicar. – me pediu me olhando meio aterrorizado. 

-Você não precisa me explicar nada Chanyeol. – o respondi sentindo minha vontade de chorar voltar, ah! Eu andava tão chorão, parecia personagem de novela mexicana. – Já entendi tudo tá legal? 

-Baekhyun, você entendeu errado. – Chanyeol me disse com um olhar pedinte.  

-Não entendi nada errado Chanyeol, eu sei bem que antes nossa relação era toda baseada no sexo, se era só isso o que você queria deveria ter sido mais cuidadoso para não me engravidar! – o interrompi alterando minha voz por conta do nervoso que já sentia. 

-Baekhyun, quando eu disse deveríamos voltar como éramos antigamente era no sentido de que antes nós nunca brigávamos. – ele tentava se explicar desesperadamente. Eu não queria acreditar muito naquilo. 

-Ah, era tão mais fácil não é? Você só aparecia me comia e ia embora. – observei de forma irônica. – Mas agora tem a porra da convivência não é mesmo Chanyeol, acho que você não contava com isso, e depois teremos essa criança que cresce dentro de mim. -  eu tentava não gritar, minha cabeça já doía só pelo estresse. 

-Nunca foi só isso para mim Baekhyun, você sabe. – ele se explicava como uma criança depois de fazer besteira. – Nunca foi só sexo meu amor. – eu já estava amolecendo de novo. – Não vou mentir que a convivência está sendo algo fácil, mas isso é algo que temos que trabalhar juntos para melhorar. 

-Eu não sei Chanyeol. – os olhos de Chanyeol aumentaram de tamanho quando percebeu que eu duvidava dele. 

-Você dúvida dos meus sentimentos por você Baekhyun? – me perguntou sentido. – Dúvida do quanto eu amo a você e ao nosso filho? – eu não sabia o que responder, deixei a frase no ar, enquanto o fitava e observava o olhar triste que ele me lançava. 

-Você me fez duvidar depois de ontem Chanyeol. – respondi sério. 

-Você entendeu errado Baekhyun – ele disse passando as mãos nos cabelos. – Eu nunca iria preferir continuar naquilo que éramos antes, eu já te disse que você sempre foi alguém especial para mim. – ele disse com seus olhos que pareciam ter aumentado de tamanho por conta da tristeza junto ao desespero, que continha ali. - Eu permaneceria junto a ti mesmo se não houvesse gravidez. Eu te amo! Não estou com você só por causa do nosso filho. – Tá! Ele me convenceu, me fazendo passar a me sentir uma pessoa horrível. 

-Me desculpa Chanyeol. – eu pedi indo até ele para pode abraça-lo, e ele me recepcionou com seus braços em voltada do meu corpo e escondendo seu rosto em meu pescoço. – Me perdoa por ter duvidado de você. 

-Tudo bem Baek. – ele disse próximo ao meu ouvido. – Mas não faça isso de novo, nunca mais duvide do quanto eu te amo. – me pediu com uma entonação triste.  

-Não farei novamente. – eu disse ainda o abraçando. – Mas é que ultimamente a gente só briga, deveríamos parar de fazer isso. – metade das brigas eram minha culpa, mas Chanyeol me irritava muitas vezes com sua proteção exacerbada. 

-Não faremos mais, temos que ser mais compreensivos. – ele disse me olhando nos olhos. – E você deveria parar de me deixar sempre preocupado. – ele disse me fazendo rir. 

-Me perdoa. – eu pedi escondendo meu rosto em seu peito. 

-Você não imagina como foi desesperador ver você chorando daquela forma ontem. – relatou me apertando com mais força. – E depois sentir seu corpo sem consciência nos meus braços.  

-Eu acho que acabei dormindo. – menti, tinha a leve impressão que aquilo havia sido um desmaio, mas se contasse isso a ele, ele surtaria e trataria de me levar ao médico. 

-Tudo bem Baek. – Chanyeol disse beijando minha testa. – A partir de agora faremos o possível para não brigar. – ele disse me olhando fundo nos olhos, enquanto sorria. 

-Sim. – concordei com ele, selando sua bochecha, sentindo ele alisar minha barriga. – Vai tomar banho, temos que trabalhar. 

-Estou indo. – disse beijando minha testa novamente.  

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Mas uma manhã iniciada com desentendimento entre eu e Baekhyun, quase o perdi dessa vez, porém tudo não passava de um mal entendido, e agora fizemos um acordo de não brigarmos mais sem motivos e tentarmos ser mais compreensivos.