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História Ties - Desprendimento


Escrita por: WOF

Notas do Autor


Oi pessoas bonitas e cheirosas!
Feliz Natal a todos vocês e suas famílias!
Como vocês estão?

Coisas que eu acho que são relevantes para vocês lerem esse capítulo:

1. Vamos fingir que tudo que acontece nesse capítulo é possível. Apesar de que para ler essa história inteira tem que fingir que ela é possível né... Uma vez que, bem, homens não engravidam.

2. Eu não entendo direito como funciona essa coisa de acompanhamento de pré-natal, e essas coisas...

3. Não me matem.

4. Eu adorinho todos vocês.

5. Não tenho ideia se ficou corrido ou não, mas é que estamos praticamente no fim.

Era só isso, enfim, boa leitura.

Capítulo 18 - Desprendimento


A indiferença de Chanyeol estava me matando, já fazia uma semana desde que eu havia voltado, e ele continua me tratando da mesma forma. Quando ele se aproxima de mim, é para fazer carinho na minha barriga, no nosso filho, não em mim, isso tem me deixado cada vez pior. 

Trabalhar meio período é um saco, eu fico a tarde inteira sozinho, sem fazer nada, entendido, nem arrumar a casa eu posso, sei que se Chanyeol perceber que eu fiz qualquer esforço que seja virá me repreender, e ultimamente essa é a última coisa que eu quero que ele faça. 

Luhan havia me prometido que viria me visitar, mas ele não pode, Mei havia ficado doente, pobrezinha, consequentemente Luhan e Sehun ficaram de cabelos em pé, até o hospital a pequena foi parar.  

Falando em hospital, hoje é o dia da minha consulta, Chanyeol e eu estamos mais uma vez sentados na sala de espera, porém dessa vez não tem mãos suadas devido ao nervosismo segurando a minha, tem um Chanyeol sério sentado ao meu lado, enquanto se distrai com o celular. Será que ele ainda não entendeu que eu me arrependo? Até quando isso vai durar. 

-Eu vou na banheiro, tá legal? Se me chamarem peça para esperar? – indaguei a ele, que me respondeu com um aceno, sem ao menos olhar no meu rosto. Soltei um suspiro, eu detestava essa situação. – Tudo bem. 

Sai de perto dele segurando minhas lágrimas, eu detestava essas emoções exacerbada, detestava essa situação, tudo que eu queria fazer era chorar. Quando cheguei ao banheiro, tudo que fiz foi sentar no sanitário de uma das cabinas, e deixar algumas lágrimas caírem em silêncio. 

•  

Já faziam dez minutos desde que Baekhyun havia saído para ir ao banheiro, e até agora não voltará, isso me deixava preocupado, a ultima paciente já havia saído do consultório, a qualquer momento ele seria chamado. 

-Byun Baekhyun. – droga! Avisei que iria chama-lo e fui em direção ao banheiro. 

-Baekhyun. – chamei quando entrei no banheiro, encontrando-o lavando o rosto, que se encontrava levemente vermelho. – Ei, o que houve? – perguntei preocupado, essa era a típica cara dele de choro. 

-Nada. – me respondeu com a voz falha. – Está tudo bem. – mentiu enquanto secava o rosto. 

-Se fosse nada você não estaria com essa cara de choro. – falei enquanto me aproximava dele preocupado.

-Esta tudo bem Chanyeol. – ele disse olhando nos meus olhos, era óbvio que não estava, mas esse não era hora e nem local para continuar o questionando. – Vamos, que já está quase na minha vez. 

-Eles acabaram de te chamar. – o avisei, observando-o confirmar com a cabeça. 

-Ótimo, então vamos. – meu pequeno disse enquanto saia do banheiro na minha frente, iríamos tirar essa história a limpo assim que chegássemos em casa. 

Sei que ultimamente não tenho sido muito atencioso, mas eu permaneço me preocupando com ele, é só que, eu ainda não havia o perdoado, e minha magoa ainda era bem presente. 

•  

Yixing me fuzilava com os olhos, após eu revelar tudo que havia me acontecido em Pequim, ótimo mais um sermão para o meu histórico. 

-Eu te orientei a não viajar nessas condições Baekhyun! – ele disse com o semblante sério, enquanto arrumava o óculos no rosto. – Essa criança poderia ter nascido bem antes do tempo, sabe quantas consequências isso acarretaria a ela? E o risco não acomete só a ela, estes também podem ser bem graves em você. – advertiu, me fazendo sentir um calafrio, eu pude perceber os músculos de Chanyeol se tencionando, acho que esse era um medo bem real para ele ultimamente. 

-Eu... eu estou seguindo a risca todas as suas prescrições ultimamente. – tentei me defender.   

-Ao menos isso. – Yixing respondeu mal humorado, isso definitivamente não combinava com ele. – Vamos examinar a criança e a você também. – ele disse se levantando de trás da mesa, e logo após me pedindo para por aquele pijama ridículo outra vez. 

Fez todo aquele procedimento chato dos exames físicos, aferiu minha pressão mais uma vez, o que o fez perder um pouco de sua carranca feia, devido ao mau humor. Chanyeol só observava a tudo com olhos aflitos, eu quase podia sentir a aflição dele. Depois disso fomos fazer mais uma ultrassonografia. 

-Vejo que o crescimento dele está dentro dos padrões, mesmo com todas essas preocupações, está tudo bem com a criança. – ele disse observando a tela, pude ver Chanyeol soltando um suspiro aliviado, assim como eu também o fiz. -Mas não sei se você suportará, o segurar mais um vez se outro estresse desse nível acontecer Baekhyun, as chances dele nascer antes do tempo estão bem altas. – ele disse em um tom sério, me fitando. – Por isso agora você deve se estressar o mínimo possível. Peço que o ajude com isso Chanyeol, o emocional dele não pode se abalar bruscamente agora, então por favor, nada de surpresas, ou coisas do tipo. – ele disse olhando para Chanyeol. 

-Não tenho deixado ele fazer esforço, nem nada do tipo Yixing, temos evitado estresses também. – Chanyeol relatou. Estresse só se for para ele né, essa indiferença por parte dele tem me feito bastante mal. 

-Permaneçam assim. – Yixing pediu a nós dois. – Vou te acompanhar com mais frequência Baekhyun, sua gravidez não está sendo fácil como pensávamos, quando sair, vá direto até a secretária e marque a próxima consulta. – merda!!!! 

-Tudo bem. – eu disse passando um papel na minha barriga para tirar aquele gel. – Já posso me vestir? – indaguei. 

-Sim. – ele respondeu. 

Saímos do consultório, fizemos como ele pediu e marcamos a próxima consulta, depois disso seguimos em silêncio até o carro de Chanyeol. 

Já estávamos próximos de casa, Chanyeol queria falar alguma coisa, ele estava inquieto, desde que saímos do consultório, sem dúvidas era por causa da minha cara de choro, ao qual ele encontrou assim que entrou no banheiro. Mas se ele não perguntasse, eu tão pouco faria questão de saber o que o deixava tão inquieto. 

-Por que estava chorando no banheiro? – ele finalmente perguntou quando chegamos em casa. 

-Era nada demais. – respondi, enquanto bebia água. 

-Já chega de me esconder as coisas, você não acha Baekhyun? – era uma simples pergunta, mas de alguma forma aquilo fez minha vontade de chorar voltar, ele estava jogando na minha cara que eu escondia as coisas dele. Meus olhos já ardiam novamente, mas eu não me permitiria chorar outra vez, suspirei, tentando me controlar, não queria brigar com ele. 

-Sabe o que é? – perguntei retoricamente, o observando me olhar preocupado, talvez pelos meus olhos recém marejados. – Eu detesto a maneira como você tem me tratado ultimamente. – revelei, ele baixou os olhos, como se sentisse culpado. – Será que você não percebe que eu já estou arrependido o bastante? Que eu tenho feito tudo o que você me pede? Que eu tenho seguido todas as recomendações médicas? Você sabe o quanto é difícil para mim ficar a tarde inteira fazendo nada? Entediado. – indagava em tom acusatório, sentindo lágrimas teimosas caírem. – E mesmo com todo esse esforço, tudo que eu tenho recebido em troca e sua indiferença. Eu sei que eu errei, eu me arrependo muito disso, mas será que não podemos deixar isso de lado, pelo menos agora? – perguntei secando minhas lágrimas. – Eu... eu preciso tanto do seu carinho Chanyeol, mas você tem estado tão distante, nem me abraçar para dormir, você abraça mais. – desabafei, o deixando sem palavras. 

-Me desculpa Baekkie. – ele pediu se aproximando de mim, secando meu choro. – Você me deixou muito magoado, me magoou de verdade, sua irresponsabilidade poderia ter levado nosso filho. – se explicou me abraçando. – E eu reagi dessa forma. – revelou suspirando. – Eu quero que tudo dê certo entre nós, eu sei que você tem se esforçado, e fico agradecido por isso, mas pelo visto eu não tenho feito a minha parte. – aquele abraço de certa forma me acalmou, ele fazia carinho nas minhas costas, eu senti tanta falta desse carinho. 

-Eu tive medo de ter acabado com nossa união, tive medo que nosso filho fosse o único elo que nos mantivesse juntos. – revelei um dos meus pensamentos mais profundos, que me assombravam durante minhas tardes tediosas e as vezes meio chorosas. 

-Não, nunca Baekhyun. – ele disse se afastando de mim para me olhar nos olhos. – Eu não desistiria assim tão fácil, eu permaneceria tentando, até tudo voltar ao normal. Sei que tenho agido errado, mas era tudo culpa da minha magoa, eu não sei se já consegui te perdoar, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu ainda te amo. – Chanyeol disse olhando nos meus olhos tão profundamente, ficamos durante alguns instantes em silêncio, apenas sentindo a proximidade e a respiração um do outro. 

-Eu também te amo. – respondi sorrindo, entre minhas novas lágrimas de felicidade, essa gravidez tem me deixado muito molenga. – Eu te amo demais. – declarei.   

Chanyeol sorriu, aquele sorriso que eu amava e que não via fazia muito tempo, eu sorri junto, ele aproximou nossos rosto, e me beijou tão apaixonadamente, como não fazíamos a tanto tempo, eu senti tanta falta disso, nos beijamos durante minutos a fio, até que o ar nos faltasse, depois nos separamos com selares demorados. 

-Eu te amo. – ele disse próximo a meu ouvido, como se tivesse segregando algo. – E você ainda vai ter que aturar durante muito, muito tempo. – ele disse sorrindo. 

•  

As coisas entre eu e Baekhyun estavam quase voltando ao normal, quase, às vezes eu ainda me pegava pensando nas coisas erradas que ele fez, eu tentava deixar isso de lado, já que ele realmente tem se esforçado, para não se estressar e tem feito o mínimo de esforço possível, já faziam duas semanas desde a volta dele de Pequim, nós sempre saímos da empresa juntos na hora do almoço, almoçávamos juntos em casa e depois eu voltava ao trabalho, quase sempre eu saia correndo com medo de me atrasar, mas sempre chegava a tempo. 

Temos feito bastante coisas que casais fazem ultimamente, mesmo com o frio, as vezes vamos ao cinema, e ao shopping, eu sempre tento o convencer a comprar mais roupas para o HyunJun, mas o Baekhyun teima que ele já tem roupas o bastante, e talvez, apenas talvez ele esteja certo, já que o pequeno armário do nosso bebê já está cheio de roupinhas e sapatinhos. 

Às vezes nos fins de semana nós só ficamos em casa deitados na cama assistindo a um filme qualquer, a gente só assiste ao filme mesmo, a barriga de Baekhyun está enorme e eu morro de medo de fazer amor com ele e algo acontecer a essa criança, nós ainda fazíamos, mas com menos frequência, ele finalmente tomou ciência disso, na verdade não sei se ele tomou realmente ciência, ou se ele só sente dificuldade na hora da transa, o que me deixa muito receoso, detestaria o deixar desconfortável, ou o fazer se sentir obrigado a alguma coisa. 

Porém uma coisa é certa, a cada dia ele tem estado mais lindo e radiante, o que me deixa feliz, ele finalmente tem estado feliz como os pais ficam quando sabem que seus filhos estão a caminho, por mais que ainda faltem um mês e algumas semanas, para ele completar os nove meses, já que ele está com sete meses e algumas semanas.   

Temos visitado Yixing com mais frequência, por conta da condição do Baekhyunnie, tudo está sobre controle, é só ele não sofrer nenhuma estresse muito grande.   

No entanto, nesta manhã ele está muito inquieto, hoje é o dia do resultado, das reportagens que eles fizeram baseados naquele congresso. 

-Baekhyun fica calmo. – eu pedi pela milésima vez só naquela manhã, ele comia mas ao mesmo tempo parecia agitado. 

-Eu estou calmo amor. – me respondeu sorrindo. – Hoje vai dar tudo certo, e eu vou ganhar aquela promoção, fantasiada de surpresa. – ele disse se levantando da mesa. Eu estava preocupado com a ideia dele se decepcionar, eu não sabia o que uma decepção como essa poderia gerar a ele. 

-Vem aqui. – o chamei vendo sua boca suja de manteiga no canto, ele veio todo sorridente, limpei o canto da sua boca e lhe roubei um beijo, ele nem se importava mais de me beijar sem escovar os dentes, era engraçado pensar nisso como uma evolução no nosso relacionamento.   

-Seu ladrão de beijos. – ele disse rindo, me dando outros selares com gosto de manteiga, já que ele havia decidido não tomar mais café, por causa do bebê. 

-Vai terminar de se arrumar, por que eu já estou pronto, só esperando você. – eu disse, percebendo ele se aproximar mais uma vez para me beijar de novo. 

Já estávamos a caminho do trabalho, e estava tudo tão bem, o dia havia começado ótimo, acordei sentindo HyunJun mexendo, enquanto Baekhyun resmungava que aquilo fazia suas costelas doerem, era adorável, mesmo que ele estivesse se sentindo incomodado, o modo como ele conversava com nosso filho, o cobri de beijos assim que acordei com aquele acontecimento, e depois teve todo o nosso café da manhã no maior bom humor, como acontecia com mais frequência ultimamente, já que Baekhyun tem estado menos estressado e mau humorado por causa do trabalho. 

-Hoje nós vamos jantar com meus pais. – disse o lembrando, esse jantar nunca saia, meus pais nunca tinham tempo. 

-Tudo bem, é bom que assim eu comemoro a minha promoção. – Baekhyun respondeu alegre. Eu estava com medo desse resultado, muito medo. 

-Eu não vou poder te trazer para casa para almoçar hoje amor, vou ter uma reunião que começa às onze. – me expliquei, eu havia esquecido de avisar isso a ele, mas não havia problema iria ser só um dia, nada iria acontecer, nada. 

-Tudo bem Channie, eu pego um táxi. – ele respondeu. 

-Não esquece de ligar quando chegar em casa, e o mesmo vale para o caso de algo acontecer. – o pedi. 

-Não se preocupe Channie, nada vai acontecer. – ele disse sorrindo para mim. 

•  

Sai do carro de Chanyeol depois de roubar uns beijos dele, nossa relação tem estado ótima, meu humor também tem estado ótimo, eu tenho estado bem menos estressado. 

-Bom dia Sun. – cumprimentei minha secretária. 

-Bom dia. – ela disse. – A reunião vai começar às dez. – me avisava sorridente. – Tenho certeza que tudo vai dar certo. – disse com uma piscadela, eu adoro essa mulher. 

Me sentei na minha cadeira, suspirando por finalmente sentar, HyunJun estava a cada dia mais pesado, passei a acariciar minha barriga, eu nem me importava mais que minhas roupas não cabiam em mim, a parte difícil eram meus pés que começavam a inchar. Kyungsoo ainda não havia chegado, parece que o caso dele com o Jongin havia finalmente se tornado algo sério, já que os dois usavam alianças igual na mão direita, eles eram tão bonitinhos juntos. 

Fiquei sentado naquela cadeira, olhando para a tela a minha frente, sem fazer nada, até o Soo chegar. 

-Bom dia Baekhyun. – ele disse entrando apressado. 

-Bom dia. – respondi sorrindo. – A noite de alguém foi boa, eihm. – não podia deixar de tirar sarro, Kyungsoo ficou levemente corado, e se sentou na mesa dele a minha frente. 

-O Jongin me pediu em casamento. – ele disse meio envergonhado, mas era possível ver a felicidade dele. Oi? Como assim casamento? Eles iriam casar? Mais Jongin nem era formado ainda, ele ainda era meio novo para casar. 

-Parabéns Soo. – lhe felicitei. – Você aceitou? 

-Obrigado. – ele disse olhando todo bobo para a aliança, enquanto sorria. – Sim. Ele vai contar aos pais hoje, eu estou tão nervoso, jantar com meus sogros e essa reunião com o resultado das reportagens hoje. 

-Calma vai dar tudo certo. – falei sorrindo, ainda acariciando meu bebê. 

Finalmente deram as benditas dez horas, quase pulei da cadeira quando a Sun veio nos avisar que a reunião iria começar logo, nos dirigimos até a sala principal de reunião daquela redação, eu estava tão nervoso, minhas mãos suavam. 

-Boa sorte Baek. – Kyungsoo me desejou sorrindo sem mostrar os dentes. 

-Boa sorte Soo. – lhe desejei enquanto abria a porta. 

Todos já estavam sentados em seus devidos lugares, diretores, editores, executivos, isso incluía a nossa diretora chefe MinJung, nos lançou seu olhar tipicamente arrogante, fomos em direção aos nossos lugares, referenciamos a todos e nos sentamos. Era difícil termos reuniões assim só aconteciam em ocasiões importantes, isso é... Essa surpresa é realmente algo grande e importante, eu respirava fundo tentando me manter calmo, não queria me estressar. 

-Estão todos aqui? – MinJung perguntou olhando pela mesa. – Acredito que sim. – tão autoritária, diva.   

A senhora Min passou a palavra para um dos diretores, o qual ficou durante longos minutos comentando sobre as nossas reportagens, as de Kyungsoo ficaram realmente boas, o que começou a me dar um certo medo, porém eu saiba que as minhas estavam melhores! Auto confiança é tudo. Eu já sentia fome, não fazia ideia de quanto tempo estava sentado ali. 

Quando o diretor terminou de comentar todos os pontos altos de nossas reportagens todos aplaudiram, e a senhora Min deu um sorriso largo. 

-Gostariam de acrescentar algo? – ela perguntou se voltando a nós, voltando a sua seriedade.   

-Não. – respondemos surpreendentemente em unissom. 

-Ótimo. – ela disse brincando com seus anéis. – Era o que eu esperava dos meus funcionários mais brilhantes. – disse simpática. – Nós já havíamos nos reunido antes, mas achamos relevantes recomentar todas as reportagens, ficamos bem impressionados com o desempenho de vocês. – eu queria muito roer minhas unhas, droga eu estava tão nervoso, era difícil até mesmo respirar. – Não foi fácil escolher a melhor dentre as quatro, mas depois de muito custo conseguimos, gostamos muito do olhar visionário dos dois sob a economia asiática, com isso decidimos mudar um pouco a recompensa que será dada aquele que vencer, e aquele que virá a ficar em segundo lugar. – ela disse empolgada, essa MinJung era bem nova para mim, talvez para todos ali presentes. – O que nos fez decidir foram pequenos detalhes, já que os dois se mostraram tão bem frente aos assuntos selecionados. – Porque ela não fala logo quem ganhou, eu precisava de ar. – E com isso. – Ela deu uma pausa e suspirou. – Kyungsoo, uma das suas reportagens foram escolhidas como a melhor. – eu não podia acreditar no que eu estava escutando, que decepção, o meu mundo caiu, se eu me sentia mal antes, agora tudo havia piorado. 

Todos aplaudiram, e Kyungsoo ficou durante alguns momentos estático, até começar a sorrir e a passar a apertar as mãos de todos, enquanto agradecia, eu permanecia sentado, tentando não chorar, eu não podia simplesmente chorar na frente de todas aquelas pessoas. Ah! Eu detesto essas emoções. Após alguns minutos todos se sentaram, assim que perceberam a cara de MinJung se fechar. 

-Kyungsoo, como sua reportagem foi a escolhida, você irá ser correspondente na filial inglesa da revista, irá escrever lá sobre a economia do oriente, essa era a surpresa. – MinJung revelou sem cerimônia. Meu coração ficou minúsculo, se eu não saísse logo dali, cairia no choro, como uma criança, eu sabia que era algo grande, era para ser eu indo para Europa. - Com isso terminamos a reunião. – disse séria. Eu me mantinha firme, mesmo com todas aquelas emoções, e falta de ar. – Baekhyun quero você na minha sala, daqui a alguns minutos.   

-Tudo bem. – respondi e me levantei. 

Kyungsoo me observava, ele me acompanhava com um olhar preocupado, depois que eu me levantei todos saíram, eu estava péssimo, arrasado, me sentido mal. Fui direto de volta para minha sala, eu iria embora, eu queria minha casa, por um momento desejei nunca ter engravidado novamente, mas só por um momento, eu culpei minha gravidez pelo meu fracasso. 

-Baekhyun. – Kyungsoo me chamou assim que entrou na sala. – Você está legal? – perguntou preocupado. 

-O que você acha? – perguntei nervoso. – NÃO KYUNGSOO! NÃO ESTOU LEGAL. – explodi, eu estava fora de mim, Kyungsoo me olhou assustado. 

-Calma Baekhyun, você não está em est... – ele pedia se aproximando de mim. 

-CALA A BOCA! NÃO AGUENTO MAIS ME MANDAREM FICAR CALMO. – gritei e sai da sala, sem falar com ninguém.   

Eu tinha acabado de despejar toda a minha frustração no pobre do Kyungsoo, naquele momento só havia voltado a vê-lo como um rival que havia roubado meu lugar, sabia que iria me arrepender depois, mas acabei saindo bufando, me segurando para não chorar, enquanto o meu filho se mexia agitado no meu ventre, por conta do meu nervosismo. Peguei o primeiro táxi que vi, e fui direto para casa. 

•  

-Chanyeol. – minha secretária me chamava na sala de reunião. 

-Sim. – respondi arrumando meu óculos de grau.   

-Tem alguém da Economist querendo falar com você aqui fora, ele disse que é urgente. – falou calmamente. Droga Baekhyun, eu sabia que aquela reunião não faria bem a ele. – Me deem licença. – pedi e sai quase correndo de dentro da sala. 

-Kyungsoo. – ele estava assustado e nervoso. Baekhyun havia nos apresentado depois que eles voltaram de Pequim. 

-Chanyeol. – definitivamente ele estava nervoso. 

-O que houve? – perguntei apreensivo. 

-O Baekhyun não teve boas notícias, durante a reunião. – ele disse engolindo em seco. – E ele foi embora para casa muito transtornado. Por favor, vá atrás dele, eu tenho medo que algo ruim aconteça a ele. – ele me pediu. Aquela notícia fez meu coração falhar algumas batidas. 

-Obrigado por ter vindo me avisar. – agradeci e voltei correndo a sala de reuniões. – Desculpe senhores, mas vou ter que me ausentar durante o resto da reunião, emergências médicas familiares. – relatei, enquanto recolhia meus pertences, todos pareceram compreender, e saí correndo para casa. 

•  

Comecei a chorar dentro do táxi, demoramos um pouco para chegar em casa, o trânsito estava meio ruim, meu mal estar havia voltado, dessa vez com força, acompanhada de uma cólica estranha que a cada vez parecia aumentar mais. Droga! Ai meu filho. 

Paguei ao taxista, e subi correndo, eu precisava falar com Chanyeol, tinha algo errado com HyunJun, a dor aumentava, mas ainda era algo suportável. Larguei minhas coisas pela sala, enquanto tirava aquela roupa desconfortável, eu precisava de um banho, precisava me acalmar.   

Tentei ligar para Chanyeol mas só dava caixa de mensagem, deveria estar desligado por causa da reunião que ele teria, desisti, então fui direto para o banho. Era para ser algo relaxando, mas não parecia estar ajudando muito, terminei o banho, coloquei roupas leves e confortáveis e me deitei na minha cama, a cólica e a falta de ar eram constantes, eu já choramingava de dor, enquanto tentava ligar para Chanyeol sem sucesso, ele estava em reunião, mas mesmo assim eu tentava ligar para ele.   

Tinha algo melado entre minhas pernas, ah não, não, não, não, era sangue! Comecei a chorar de desespero enquanto ligava para Chanyeol, era uma sensação horrível de impotência, meu filho poderia estar morrendo na minha barriga, enquanto eu só conseguia gemer de dor, e chorar. Segurava meu celular enquanto tremia, tentava ligar de novo para Chanyeol. 

•  

O trânsito estava horrível, eu já estava próximo, só mais uma quadra, meu celular estava desligado, por conta da reunião, havia esquecido de liga-lo na hora do desespero, eu queria ligar para Baekhyun, saber se ele estava bem, mas eu não podia, eu estava dirigindo, e meu celular perdido em algum lugar dentro daquela bolsa agora bagunçada. Algo me dizia que havia acontecido uma coisa muito ruim a Baekhyun. 

Assim que cheguei na frente do prédio bati a porta do carro com força, e sai literalmente correndo em direção ao elevador, que por sorte estava descendo. Cumprimentei meu vizinho de andar e entrei. Procurava a chave dentro da minha bolsa, mas estava impossível, só a achei depois que sai da caixa metálica. Abri a porta desesperado, ouvindo Baekhyun choramingar no quarto. 

-Baekhyun! – chamei preocupado.   

-Chanyeol. – me chamou com a voz chorosa. Fui em direção ao quarto, o encontrando deitado em nossa cama enquanto chorava. 

-Baek. – chamei me aproximando dele preocupado. 

-Tem alguma coisa errado Channie, alguma coisa errada com o nosso filho. – ele disse chorando, no fim ele terminou a frase gemendo de dor, olhei para o lençol, onde tinha sangue. 

-Aí meu Deus! Baekhyun nós temos que ir para o hospital. – eu disse. – Cadê seus documentos? – perguntei, o ouvindo choramingar de novo, céus! Ele estava morrendo de dor, era horrível o ver daquela forma. 

-Na minha bolsa, na sala. – disse choramingando. Fui até a sala, peguei o celular dele e seus documentos, joguei tudo de qualquer forma dentro da minha bolsa, voltei ao quarto. 

-Vem vamos. – disse estendendo a minha mão, ele a pegou e sentou com dificuldade, o peguei em meu colo, e fomos em direção do nosso carro. 

Coloque Baekhyun com cuidado no banco do carro, o ouvindo gemer baixinho e acariciando a barriga, ele parecia querer proteger de alguma forma nosso filho dentro de sua barriga. 

-Calma. – falei, aquilo valia mais para mim do que para ele. – Vai ficar tudo bem.   

Dei a volta no carro e partimos em direção ao hospital.

•  

Chanyeol estava nervoso, eu podia perceber isso no modo como ele dirigia e parecia inquieto. 

-Esse trânsito está uma merda! – ele praguejava a todo tempo. 

-Calma Channie. – pedia a ele, observando seu perfil angustiado. A minha dor estava presente a todo momento, a cada respirada que eu dava, meu sangue continuava a escorrer entre minhas pernas, junto com o líquido da bolsa. Meu pedido e nada eram a mesma coisa, Chanyeol continuava buzinando como se não houvesse amanhã e pisava fundo no acelerador. – Cuidado Chanyeol.   

-Não dá Baekhyun, temos que chegar logo. – Chanyeol se justificava enquanto corria. 

Eu sabia que não me manteria acordado durante muito mais tempo, sabia que se eu desmaiasse ele enlouqueceria de tanta preocupação, então eu me esforçava para ficar acordado. 

-Cuidado. – pedia meio zonzo. 

-Baekhyun! Baek fica comigo. – ele pediu percebendo meu estado. – Fica comigo. – pedia enquanto se concentrava no trânsito. 

-Eu vou ficar. – respondi sentindo que estava desacordando.   

-BAEKHYUN! – foi a última coisa que eu ouvi, a voz de Chanyeol me chamando. 

•  

Baekhyun estava desacordado no meu lado, eu estava desesperado, era melhor eu ter chamado um táxi, mas até achar um demoraria muito, e nós não podíamos perder tempo. Ainda faltava um pouco até o hospital, era difícil prestar atenção no trânsito com Baekhyun perdendo sangue e desacordado ao meu lado. Meu maior medo era perde-lo, assim como havia acontecido naquele bendito sonho, mesmo com todos os problemas, eu não mais imaginava uma vida sem ele, ou sem o nosso filho, eu não queria perder nenhum dos dois. 

Corri mais um pouco até o hospital, estacionei de qualquer forma, peguei Baekhyun no colo, só assim percebi o quanto ele estava pálido, meus olhos se encheram de água, o desespero, e o medo da morte dele ou de HyunJun, era inimaginável. 

-Baekhyunnie, aguento mais um pouco. – pedi com a voz falha. 

Entrei no hospital, com o coração na boca. 

-Ajuda! – quase gritei o pedido assim que entrei dentro da recepção do hospital. 

A recepcionista se mobilizou a chamar alguém, dois enfermeiros chegaram com uma maca, o colocaram em cima, e seguiram para dentro, vendo o meu estado e o dele não me deixaram entrar, eu não pude fazer nada, já que gerar confusão naquele momento só atrapalharia mais as coisas. 

Me fizeram muitas perguntas, desde de os dados de Baekhyun, até se nós havíamos feito acompanhamento médico, respondi a tudo. Expliquei que eu era o pai da criança, me encaminharam para a sala de espera, dizendo que assim que pudessem me dariam notícias, sentei em um daquele sofás, tentando entender como tantas coisas ruins aconteceram de forma tão rápida, enquanto sentia minhas lágrimas de preocupação escorrerem pelo meu rosto. 




Notas Finais


Eu juro... Prometo! Vai dar tudo certo no final...
Capítulo agora só ano que vem eihm... Parei com as piadas de tiozão.
Espero que tenham gostado.
Até semana que vem queridos.


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