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História Ties - O tempo


Escrita por: WOF

Notas do Autor


Oláááá pessoas lindas, bonitas, cheirosas e iluminadas!
Como vocês estão?
Cheguei no finalzinho do domingo, mas cheguei!
Eu espero que vocês gostem do capítulo, acho que esse é o penúltimo, não tenho muita certeza ainda. Então é por isso que haverá passagens de tempo ao longo do capítulo.

PS: acabei de escrever o capítulo agora, revisei, mas pode ser que ainda tenha escapado algum errinho, corretor sabem como é...

Capítulo 22 - O tempo



-Bom dia. – a cumprimentei, entrando na sala.

-Oh, Baekhyun. – MinJung me recebeu sorrindo, sentada em sua poltrona. -É um prazer revê-lo. Por favor, sente-se. – me sentei a sua frente, ainda observando ela sorrir.

-Me perdoe pela demora, mas é que bem, não tenho tido muito tempo. – eu precisava me explicar, afinal aquela mulher era minha chefe.

-Tudo bem, eu compreendo. – respondeu sorridente, definitivamente ela me adorava. -O que eu tenho para te falar, já era para sido comunicado desde o dia do nascimento do seu filho, mas enfim, você passou mal e nós não conseguimos mais nos comunicar pessoalmente, e eu queria que isso fosse comunicado pessoal. – se explicou voltando a sua seriedade.

-Tudo bem. – eu queria muito roer minhas unhas.

-Como sabe o Kyungsoo vai ser enviado para ser correspondente na Europa. – me relembrou da minha derrota. – Contudo, naquela “disputa”. – pronunciou a última palavra com um tom meio interrogativo. – Não haveria perdedores, podemos dizer assim. – ela podia ter dito isso antes. – O que eu quero lhe dizer Baekhyun, é que você também será “premiado”, a seleção das matérias só nos serviu como “divisora de águas”, podemos dizer assim. – ótimo, uma divisória de águas. – Então nós queríamos saber quem era mais apropriado para cada função, e essa foi nossa forma de escolha. – disse me olhando nos olhos. – Assim como Kyungsoo ganhou aquela promoção, a nossa intenção desde o princípio era fazer com que você também mudasse de cargo, infelizmente não consegui lhe dizer isso antes. Enfim, a notícia que eu tenho para te dar é que você terá um novo cargo, será promovido, será responsável pela função que você é o Kyungsoo tinham juntos, terá seu próprio quadro em todas as edições das revistas a partir de agora. – revelou por fim com um sorrisinho, sorri de volta obviamente.

Quase chorei de emoção, era meu sonho, eu estava sendo promovido, eu estava chegando lá, não seria demitido, HyunJun não atrapalhou na minha prosperidade profissional, mesmo que agora fosse trabalhar mais, era um sonho. Eu ganharia mais, não seria dependente financeiramente de Chanyeol, segurei minhas lágrimas, comemoraria isso mais tarde.

-Muito obrigado Senhora MinJung, você não imagina o tamanho da minha gratidão por estar me dando essa oportunidade, esse novo cargo. – fui sincero em cada palavra.

-Isso foi unicamente resultado do seu esforço. – me respondeu, que pessoa linda e iluminada é essa mulher. – Assim que seu recesso acabar, irá começar no seu novo cargo, em sua nova sala. – me informou, eu teria que deixar a Sun, eu adorava minha secretária, mas fazer o que, são coisas da vida, espero que eu tenha uma outra secretária tão boa quanto ela.

Me despedi da minha chefona mais maravilhosa, eu voltei para casa saltitante.

♡♡♡♡

A porta se fechou com um estrondo, meu bebê tomou um susto, pobrezinho, automaticamente passou a chorar.

-Channie. – Baekhyun me chamava pela , com a voz alta. – Chanyeol.

-Calma filho. – pedia ao pequeno choroso enquanto tentava o ninar. – Baekhyun! Você assustou o Jun! Faça menos barulho. – o repreendi, mas ele nem se importou, continuava sorrindo, aquele sorriso retangular que eu adorava.

-Desculpa. – pediu sem realmente estar arrependido. – FUI PROMOVIDO! – ele gritou já dentro do nosso quarto, enquanto festejava de uma forma engraçada.

-Parabéns meu amor. -o parabenizei, indo até ele selando nossos lábios.

-Obrigado. Vamos comemorar? – indagou, eu sabia que teria que dizer que sim, Baekhyun não aceitaria um não como resposta frente aquela ocasião.

-Claro. – lhe respondi sorridente.

-Ótimo. – respondeu, deixando de sorrir após alguns momentos. – Mas como vamos fazer isso com uma criança pequena?

-A gente dá um jeito. – respondi bem humorado.

De início tivemos a ideia de ir a um restaurante refinado para comemorar a promoção de Baekhyun, mas daí ele simplesmente desistiu pelo fato de termos o HyuJun tão novo. Então eu dei meu jeito, fiz o jantar para nós dois com todo meu amor e carinho, enquanto ele tentava me ajudar, e nós tentávamos tomar conta do nosso filho. Deu certo, deu! Mas na hora dos finalmentes, no momento em que eu pensei que faríamos amor, coisa que não fazíamos desde antes do nascimento de HyunJun, por conta da cirurgia de Baekhyun, ele simplesmente caiu no sono, logo me restou o acolher nos meus braços e dormir também.

♡♡♡♡

Três meses depois...

Faltava uma semana para minhas férias terminarem, nós não sabíamos como faríamos para cuidar de HyunJun, meus pais moravam no interior, os pais de Chanyeol eram tão ocupados quanto nós, e nós não queríamos deixar nosso filho com uma babá, Chanyeol era completamente contra, uma vez que muitas delas fizeram muito mais parte da vida dele que os próprios pais, eu definitivamente não queria largar meu emprego por causa do meu filho, eu estava em uma situação muito complicada.

-Como vamos fazer? – fiz a mesma pergunta, que vinha fazendo inúmeras vezes para Chanyeol nas últimas semanas. – Como vamos cuidar dele? – indaguei, enquanto lavávamos a louça.

Aquilo estava me matando, não queria deixar de cuidar do meu filho, mas eu precisava trabalhar. Seria a morte para mim viver o resto da vida cuidando do lar e dos nossos filhos, vivendo as custas de Chanyeol, enquanto ele trabalhava.

-Não sei Baek. – Chanyeol respondeu a mesma coisa que vinha respondendo nas últimas semanas, com os olhos tristes.

-Não dá para leva-lo para a redação. – essa foi o que eu tinha pensado como solução, mas rapidamente mudei os planos, não dava para cuidar de uma criança no ambiente de trabalho.

-Eu estive conversando com minha mãe sobre isso hoje à tarde, ela falou das babás, mas eu disse que não. – relatou terminando com as louças, e começando me ajudar a seca-la. – Então ela me fez uma proposta. – disse com um tom meio triste.

-O que ela disse? – perguntei preocupado.

-Ela me ofereceu um trabalho. – respondeu olhando nos meus olhos, eu podia ver o quanto aquilo o deixava meio cabisbaixo, Chanyeol amava o trabalho dele tanto quanto eu amava o meu. – Perguntou se eu quero ajuda-la na administração das empresas.

-Não Channie, você não pode. – recusei a ideia dele. – Você adora o que faz.

-Eu sei. – respondeu acariciando meus cabelos. – Mas é a única forma, ela disse que eu teria horários flexíveis, disse que ela tem creche para os pequenos, é ótimo, eu posso ve-lo durante o expediente. – me explicou ainda cabisbaixo. – Teremos que fazer assim até ele ficar maior, e poder ir para a creche, quem sabe assim eu consigo voltar a trabalhar com paisagismo. – contou com os olhos baixos, eu o abracei na tentativa de o confortar.

-Channie. – o chamei em meio ao abraço, ele respondeu com um murmúrio. – Se é assim, é melhor eu me demitir e ficar com esse emprego. – respondi, e ele me afastou dos seu tronco.

-Não Baekhyun, você acabou de ser promovido, não vou deixar você largar seu emprego assim. – falou sério.

-Eu tenho mais experiência com administração e com números do que você amor, eu sou formado em economia, esqueceu? – indaguei, e ele persistiu com a expressão séria. Não queria largar meu emprego, mas eu sabia como Chanyeol era feliz com aquelas plantas.

-Não. Eu vou! – afirmou convicto. – Eu já aceitei a proposta dela Baekhyun, eu só tenho que ir até o departamento pessoal e me demitir. – me explicou.

-Você nem me deu a oportunidade de tentar te persuadir. – observei chateado, ele soltou uma risadinha.

-Eu já estava decidido a partir do momento em que ela me fez essa proposta Baekkie. – se explicou voltando a me abraçar, beijando o topo da minha cabeça. – Não quero que você largasse seu emprego, eu sei o quanto você adora ele.

-Nem eu queria que você largasse o seu Channie. – respondi apertando meus braços ao redor dele, levantando meu rosto para poder beija-lo.

Beijar Chanyeol fazia minha mente ficar em branco, era como se não houvessem problemas, como se não tivéssemos dificuldades, briguinhas bobas do dia a dia, eu amava o beijar. Quando as coisas estavam ficando boas, ouvimos o choro de HyunJun.

-Eu pego. – ele disse, me dando vários selos antes de finalmente me soltar de seus braços.

Eu estava feliz, nossa vida estava dando certo, acabamos de solucionar o problema que vinha nos deixando tensos, tudo estava ótimo, se as coisas continuassem plenas assim até pensaria melhor na ideia de casamento.

♡♡♡♡

Cinco meses, esse foi o tempo que levou para Baekhyun esquecer que tinha família, o que incluía uma criança de meses, e voltar a trabalhar como louco.

Nosso relacionamento já não era como nos tempos em que nós nos pegávamos pelas escadas da empresa, nós nem trabalhávamos mais no mesmo lugar. HyunJun passava mais tempo comigo do que com ele sem dúvidas, não só pelo fato dele ir e voltar comigo para o trabalho, mas também pelo fato de Baekhyun não ligar a mínima para o filho, isso partia meu coração em milhões de pedaços, me lembrava da infância.

-Baekhyun, você tem que dar mais atenção a ele! – nós estávamos em meio a uma discussão, mais uma vez, enquanto ele se arrumava. Baekhyun tem me deixado tão decepcionado, e frustrado.

-Eu dou, quando posso. – respondeu como se fosse nada, como se estivéssemos falando de um pet.

-Ele também é seu filho. – eu tentava não gritar.

-Eu sei Chanyeol, eu carreguei ele, não é como se eu não lembrasse. – respondeu se virando para mim. – Droga. Estou atrasado. – dizia pondo o relógio, ele teria um jantar com alguém importante que não fiz questão de prestar atenção em quem era, ele até tentou me levar junto, mas eu recusei, estava farto dessa situação.

Bufei irritado com ele, saindo do quarto que dividimos.

♡♡♡♡

Quatro anos depois...

Manter um relacionamento, tentar cuidar de um filho, coisa que eu admito estar falhando miseravelmente, e uma carreira de sucesso não era fácil!

Não que eu não amasse meu filho, ou a Chanyeol, era só que, droga, era complicado conciliar a carreira, por conta dela, perdi a tentativa dos primeiros passos, as primeiras palavras, eu era um péssimo pai, e vivia me culpando com isso, o que tem me deixava mais preocupado ultimamente, após uma descoberta mais recente, que ainda não tive coragem de contar a Chanyeol, ele andava tão frio comigo, nem me tocar direito ele tocava.

Até mesmo Luhan eu tinha deixado de encontrar, ser adulto é difícil. Por conta do trabalho não fui visitar meu irmão no Canadá, perdi sem dúvidas muitas coisas.

Chanyeol e eu vivíamos discutindo, ele não estava nada feliz com a minha falta de habilidade paterna, vivia jogando na minha cara minha ausência, meu desleixo, me culpando por um desamor inexistente. Eu tentava levar, firme e forte, mas sempre havia aqueles momentos sozinho no chuveiro em que eu deixava minhas lágrimas caírem junto da água.

Eu tirava meus sapatos na porta, não fazia ideia da hora, mas pelo silêncio na casa todos já deveriam estar dormindo. Meu filho era uma criança calma, carinhoso, inteligente, e lindo, eu não tinha o que reclamar, era impressionante como ele lembrava tanto a Chanyeol, mas também a mim em alguns momentos, faltavam algumas semanas para ele completar cinco anos, passou tão rápido.

Chanyeol dormia com a televisão ligada, HyunJun dormia em seu quarto, tão sereno, com os cabelos pretos caindo pela testa, as bochechas rosadas, zelei por alguns instantes seu sono, beijei sua testa, esta que estava estranhamente quente, encostei minha mão, ele dava sinal de febre, corri até a pequena caixa de primeiros socorros que tínhamos no banheiro, peguei o termômetro, e voltei a meu pequeno, pus abaixo do braço, e esperei durante alguns minutos. 39 graus de febre, céus! Como Chanyeol não percebeu isso antes? Era febre alta, muito alta para uma criança de quatro anos.

-Junnie. – chamei carinhosamente. – Jun. – chamei mais uma vez. -Filho, acorda. – pedi o balançando, ouvindo ele resmungar baixinho.

-Papai. – me chamou com os olhinhos sonolentos, me abraçou como se não me visse a muito tempo. – Eu senti sua falta. – ele me disse meio choroso. O que eu estava fazendo com meu filho? Nós vivíamos sob o mesmo teto, e ele ainda assim sentia minha falta, talvez Chanyeol tivesse razão. Aquilo apertou meu coração violentamente, senti até mesmo meus olhos marejarem.

-O papai está aqui. – falei ao meu pequeno, o peguei no colo, eu precisava chamar Chanyeol para leva-lo até o hospital, ele era muito novo para ter uma febre tão alta.

-Você demorou para chegar. – ele se queixou, e realmente demorei, tinha ficado praticamente a semana inteira fazendo hora extra, já que Chanyeol tinha praticamente me proibido de levar trabalho para casa, e me expulsado do escritório que ele usava agora.

-Desculpa meu amor. – pedi ao pequeno. Cheguei ao meu quarto, liguei a luz. – Chanyeol! – o chamei meio desesperado. – Channie acorda! – o chamei mais uma vez o observando se remexer na cama.

-O que houve? – perguntou se sentando na cama, desnorteado.

-Ele está com febre. – disse, e tentei tapar os ouvidos do meu filho para dizer a próxima parte da frase. – Precisamos ir ao hospital. – disse em tom baixo, HyunJun detestava hospitais. – A febre está muita alta. – expliquei, observando Chanyeol ficar alerta.

Ele se levantou rapidamente, pegamos os documentos do pequeno, as chaves do carro e partimos em direção ao hospital, eu nem tive a oportunidade de me trocar, continuava com minhas roupas do trabalho, me sentei no banco de trás junto do meu filho, eu queria o abraçar e tentar repelir aquele mal de alguma forma, mas as leis de trânsito não me permitiriam.

-Papai, eu estou com frio. – se queixava meio choroso. Tirei meu blazer rapidamente e pus sobre ele.

-Vai passar filho. – o certifiquei, o sentimento de impotência me tomava por inteiro. – Como você não percebeu que ele estava com febre Chanyeol? – indaguei meio irritado.

-Porque ele não estava. – respondeu prestando atenção no trânsito.

Esse foi o longo diálogo que eu tive com Chanyeol até chegarmos ao hospital, eu sabia que ele devia estar morrendo de raiva de mim, fiquei praticamente a semana inteira fora de casa, só voltava para dormir.

♡♡♡♡



Naquela tarde, HyunJun tinha uma apresentação para os pais na escola, isso foi avisado para os pais com bastante antecedência, mas Baekhyun simplesmente não apareceu, liguei para eles inúmeras vezes, mas ele nem ao menos atendeu, nem em casa ele havia aparecido direito durante aquela semana.

Meu filho não era de chorar por qualquer coisa, acredito que ele tenha puxado isso de Baekhyun, mas naquela tarde quando ele não encontrou o pai no fim da sua pequena apresentação, ele chorou, um choro sentido, que parecia não ter fim, não tive coragem de brigar com ele, apenas o peguei no colo e o levei para casa.

Eu estava tão irritado com Baekhyun que nem me dei o trabalho de ligar mais para ele, o pequeno só parou de chorar quando chegamos em casa, no entanto todo a tristeza do pequeno fez presença novamente na hora de dormir, ele nunca havia dado trabalho para dormir, ele se deitava, eu me sentava a seu lado, contava uma história, até ele cair no sono e era isso, porém naquela noite, ele não queria sair do meu colo, disse que só dormiria quando Baekhyun chegasse em casa, era como se ele estivesse com medo de ser abandonado, de ser deixado sozinho, o ninei no meu colo, até o sono vencer, o deixei na cama com o coração partido. Infelizmente eu não estava sendo o bastante para meu filho, sua infância estava se assemelhando bastante com a minha, pais ausentes, falta de atenção, por mais que fosse só de um dos pais com ele.

-Papai, promete que nunca vai me deixar? – ele indagava para Baekhyun, que estava com ele em seu colo.

-Prometo filho, nunca, nunca. – respondeu abraçando o pequeno.

-Promete de dedinho? – perguntou levantando o dedo mindinho.

-Sim. – Baekhyun entrelaçou os dedos dos dois. Era possível ver a culpa o corroendo. – Prometo de dedinho.

Estávamos a espera do médico, HyunJun ficou assustado quando percebeu onde estávamos, mas se comportava bem, havia ficado o tempo todo grudado em Baekhyun.

-Park HyunJun. – alguém chamou, nos levantamos rapidamente.

Assim que chegamos a sala do pediatra, HyunJun se enroscou ainda mais no colo de Baekhyun.

-Não deixa ele me dar vacina papai, por favor. – ele pedia meio choroso. – Eu sou bonzinho, por favor, não deixa. – ele pedia a Baekhyun.

-Você não vai tomar vacina filho. – o certifiquei.

-É, ele não vai te dar vacina. – Baekhyun disse fazendo carinho nas costas do pequeno.

Relatamos tudo o que aconteceu ao pediatra, ele examinou HyunJun, que se mostrava bem assustado, por conta disso Baekhyun teve que ficar o tempo todo de mãos dadas com ele.

-Ele não tem nada. – o médico afirmou. – Nenhuma inflamação visível, precisaremos fazer exames de sangue. – ele disse, e pude perceber o pequeno ficar temeroso.

Fomos até o local onde fazem os exames, era de doer o coração ver meu filho chorar por conta da agulhada.

-Vai passar filho. – Baekhyun disse o apertando em seus braços, enquanto esperávamos os resultados.

-Vocês disseram que não teriam vacinas. – ele disse soluçando.

-Nós não sabíamos dessa filho. – eu disse me aproximando. – Vem um pouco com o papai. – pedi, o pegando do colo de Baekhyun, ele se deitou no meio peito, enquanto segurava a mão de Baekhyun, ele era nosso laço mais forte, mesmo que tudo acabasse ele ainda permaneceria. Baekhyun me lançava um olhar culpado, ele sabia que estava errado, teríamos uma conversa séria mais tarde.

O resultado finalmente havia chegado, fomos chamados novamente pelo pediatra, naquela altura HyunJun já havia caído no nosso novamente no meu colo, e um silêncio incômodo havia se instalado entre mim e Baekhyun.

-Ele não tem nada, está saudável. – explicou. – Ele passou por algum abalo sentimental recentemente? – indagou nos olhando.

-Nã... – Baekhyun iria começar a falar, mas eu o interrompi.

-Sim. – eu disse. – Hoje a tarde ele teve uma apresentação na escola para os pais. – eu comecei a explicar, percebendo Baekhyun se remexer na cadeira. -Mas o Baekhyun não apareceu, ele ficou bem triste quando percebeu isso. – revelei.

-Está explicado então. – o médico disse, e explicou que crianças podiam apresentar febre em casos como aquele, o médico disse que aquilo passaria logo, caso persistisse precisaríamos procurar um psicólogo, nos alertou ainda sobre a atenção que as crianças precisam ter de seus pais. A culpa parecia ter caído mais ainda sobre Baekhyun.

Voltamos para casa em silêncio, Baekhyun parecia estar em outro lugar, ele estava no banco de trás, mas eu o observava pelo espelho retrovisor. Ele só voltou a si quando chegamos ao estacionamento do prédio.

-Eu levo. – disse a ele, pegando meu filho no colo.

-Tudo bem. – Baekhyun respondeu, voltando a ficar em silêncio logo após.

Quando chegamos em casa, o coloquei no seu quarto, que eu havia redecorado, para coisas de astronauta e estrelas, quando voltei ao meu quarto Baekhyun não estava lá, nós precisávamos conversar, eu não podia mais deixar isso para depois, o procurei pela casa até o encontrar na sacada do nosso apartamento.

-Precisamos conversar. – disse a ele.

-Sim. – ele respondeu com os olhos perdidos. – Ele esta dormindo? – indagou voltando seus olhos a mim.

-Esta. – confirmei.

-Feche as portas. – ele pediu se referindo às portas de vidro que dividam nossa sala da sacada. Fiz como pedido.

-Acho que não tenho sido um bom pai. – Baekhyun iniciou rindo sem vontade.

-Ah, você acha? – perguntei ironicamente, depois daqueles anos de decepção é frustração, provindas de Baekhyun, essa era minha maior certeza.

-Eu estou fazendo de novo, não é? – perguntou a mim, e eu sabia a quem ele estava se referindo. – Estou pondo o trabalho antes do meu filho.

-Sim você está. – respondi a ele, não queria perder minha calma, queria resolver nossos problemas de forma pacífica, quem sabe nossa união ainda tivesse alguma salvação. – Não só nosso filho, como o nosso relacionamento Baek. Você não faz ideia de como foi difícil ouvir o choro sentido dele, quando ele percebeu que você não havia aparecido para vê-lo se apresentar, e depois voltar a chorar até finalmente conseguir dormir, por você não estar em casa.

-Me perdoa. – pediu sem olhar nos meus olhos, com um timbre culpado.

-A quanto tempo não fazemos amor? – indaguei retoricamente.

-Desde aquela viagem até o litoral. -me respondeu meio envergonhado.

-Isso, já fazem quase três meses Baekhyun, você nem me dá mais atenção direito, me beija por conveniência, mal passa três horas com nosso filho durante a semana, e durante os fins de semana, mal o da atenção por estar cansado demais por conta da semana. – joguei na cara mesmo.

-Eu não vou fazer mais isso. – prometeu mais uma vez.

-Chega de promessas vazias Baekhyun! Não prometa o que não vai cumprir. – falei alterando um pouco a voz, eu tentava me controlar, mas eu estava tão frustrado com aquilo. – Você prometeu isso quando ele nasceu, e não cumpriu, nunca cumpriu isso, nem tirar férias direito você tira. Não o viu começar a andar, a falar, nada, sua participação na vida do se próprio filho chega a ser ridícula.

-Você acha que é fácil manter a vida profissional, e a pessoal? – perguntou me olhando finalmente nos olhos. – Não, não é fácil!

-É sim, como eu consigo e você não? – perguntei. – Você esta acabando com nosso relacionamento Baekhyun. – pus o que queria por a tanto tempo para fora.

-É diferente Chanyeol, você praticamente não tem chefe, a cobrança é diferente. – ele tentava se justificar.

-Não tenho chefe? Você acha que é fácil administrar aquela porra toda? Acha que não é pressão o bastante saber que um erro meu, pode acabar com tudo? Perder dinheiro? Acha que minha família não presta atenção no que eu faço?– perguntei demostrando minha irritação. – Eu larguei minha carreira, larguei tudo aquilo que amava por inúmeras horas sentado administrando uma empresa, coisa que nunca pensei em fazer. Por que você não pode deixar sua carreira de lado, só um pouco de lado, só um pouco? O bastante para dar atenção para mim, e para nosso filho? – perguntei. – Não é só ele quem sente a sua falta. – admiti a ele, sentindo uma pintada de tristeza no peito.

-Me perdoa. – ele pedia mais uma vez. – Eu não consigo tá legal? Não consigo! – falou com a voz embargada, era difícil vê-lo chorando. – Você acha que eu não me sinto culpado por isso? Acha que é fácil para mim? Porque não é! Não é fácil deixar meu filho de lado. Não é fácil te deixar de lado. Mas meu cargo pede todo esse tempo Chanyeol, eu faço horas extras porque você mesmo me proibiu de trabalhar em casa, essa era a única opção. – se explicou.

-Agora a culpa da sua ausência é minha? – perguntei irritado.

-Não. – respondeu secando lágrimas que começavam a cair. – A culpa é minha. Mas eu não consigo deixar de trabalhar, dá para entender? – perguntou me olhando nos olhos.

-Não, não dá. Não consigo entender, você sabia da apresentação a semanas, e mesmo assim faltou. Você sempre deixa ele de lado pelo trabalho, e faz o mesmo comigo, conosco.

-Eu esqueci tá legal? – perguntou suspirando. – Eu sempre soube que não seria um bom pai, tentei te avisar sobre isso, mas você insistiu em continuar com isso. – quando ouvi a última parte meu sangue gelou, ele estava mesmo voltando ao assunto do aborto proposto a quatro anos atrás?

-Eu já esperava, que você fosse esquecer. – respondi ironicamente. – Não fale do HyunJun como se ele fosse um erro Baekhyun. – o repreendi

-Vou tentar trabalhar menos. – ele falou. – Não quis dizer isso Chanyeol, você sabe. – tentou se explicar de forma falha, era horrível ouvir aquele tipo de coisa, vindo dele.

-Já pedi para não fazer promessas que não pode cumprir Baekhyun. – respondi a ele. – Não, eu não sei, você me faz duvidar, sempre faz, ele não tem culpa.

-Eu vou cumprir desta vez! Vou trabalhar menos, eu prometo, farei isso por vocês. Ele é a vítima, eu sei, minha vítima, e do meu trabalho.– Baekhyun respondeu, me olhando com seus olhos tristes.

-Sabe Baekhyun. – suspirei, seria difícil revelar aquilo ele, mas era nossa realidade no momento. – Um dia eu já pensei em me casar com você, nos unir por toda a vida, mas agora vejo, que não ter feito essa união foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida.

-Não fala assim. – ele pediu entre lágrimas. – Não fala assim, como... como se nosso amor não existisse mais. – ele pediu entre soluços.

-Não vejo amor vindo de você Baekhyun, acho que algo unilateral, acho que sempre foi um pouco assim, mas nunca como agora, nem quando eu não passava de seu amante, era assim, naquela época ainda havia carinho, havia ao menos sexo, mas agora nós temos nada, temos Bom dia e Boa noite, e só. – revelei a ele, sentindo minha tristeza dar sinal.

-Mas eu te amo Chanyeol. – afirmou, tentando secar suas lágrimas. – O que você quer de mim? Como você quer que eu te prove?

-O amor tem que ser sentido Baekhyun. – respondi meio amargo. – Tem que ser compartilhado, demostrado, doado, todos os dias, e você não tem feito isso. – expliquei, o observando soluçar. – Então eu venho tentado fazer por nós dois, mas amar por dois é difícil, é complicado, machuca, entende? – perguntei retoricamente.

-Você... você está terminando comigo? – perguntou receoso, ouvir aquilo fez meu coração doer.

-Não sei se nosso relacionamento ainda faz sentido Baekhyun. – fui sincero. – Não sei se ainda temos um futuro, acho que você se casou com seu trabalho, e eu não estou disposto a ter um relacionamento a três. Foi bom enquanto durou, nós vamos manter uma amizade para todo o sempre. – tentei o confortar. -Ainda teremos ao HyunJun.

-Você não pode me deixar Chanyeol. – falou meio desesperado.

-Nada me impede Baekhyun. – era cruel até mesmo para mim dizer aquilo, uma vez que ainda o amava, mesmo com todos os seus erros, no entanto eu realmente não via muito mais futuro em relacionamento como o qual nós dois estávamos tendo. – Podemos criar HyunJun com guarda compartilhada, você tem sua vida, eu tenho a minha, nada me impede. - terminei observando ele engolir em seco e suspirar, como se tentasse voltar a calma.

-Não quero que isso termine assim, me dá outra chance! Por favor. – pediu.

-Quantas chances vou ter que te dar Baekhyun? Não é a primeira vez que isso acontece. – era difícil falar daquela forma com ele.

-Nenhuma outra, essa será a última, eu vou mudar, farei o que for preciso para isso, não medirei mais esforços. – afirmou. – Não quero criar meus filhos dessa forma, com os pais brigados, divididos entre dois lares, duas rotinas diferentes.

-Nós só temos um filho Baekhyun, e não é de todo o mal a guarda comparti... – Baekhyun me interrompeu.

-Eu estou grávido. – disse sério, tentando segurar as lágrimas, me deixando sem mais palavras, como aconteceu quando ele me contou sobre a chegada de HyunJun, porém naquele momento não houveram lágrimas só a minha surpresa, e silêncio.


Notas Finais


Foi isso... Eu espero que vocês tenham gostado.
Aposto cinco jujubas que vocês estão querendo matar o Baekhyun vacilão, não é mesmo?
Será que ele muda? Ou o ChanBaek, acaba? Eis a questão!


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