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História Ties - Felizes para sempre - Parte 1


Escrita por: WOF

Notas do Autor


Olha quem voltou mais cedo!
Esse era para ser o capítulo final, mas já está corrido demais, e ficaria enorme, então preferi estender e explicar melhor os detalhes e dividir o que seria o capítulo final em dois, se eu não postar até domingo, posto ao longa da semana que vem!
O capítulo está meio denso, eu espero que gostem, e entendam a história!
Enfim, beijos... boa leitura.

Capítulo 23 - Felizes para sempre - Parte 1



Chanyeol estava estático na minha frente, assim que pronunciei a última sentença seus olhos se arregalaram, e ele ficou sem reação. Eu não queria que ele ficasse sabendo da chegada do nosso próximo filho, daquela maneira, no meio de uma discussão, era a última forma que havia passado pela minha cabeça, porém foi minha única saída, seria naquele momento, daquela forma, ou seria tarde demais.

Tarde demais para tudo, para nossa vida como casal, para nossa família, seria o fim disso tudo, um final trágico causa por mim, por mim e pelo privilégio que eu dava para minha vida profissional.

-Você não mentiria sobre isso, não é? – perguntou depois de alguns minutos, ele pôs o rosto entre as mãos, e parecia tentar organizar seus pensamentos. – Não seria uma medida desesperada para me manter junto de ti, durante mais tempo, não é mesmo? – eu não podia acreditar que ele estava duvidando da veracidade de algo tão sério.

-Você sabe que eu não brincaria com isso Chanyeol. – respondi meio amargurado, tentando parar de chorar, essa era a pior consequência da gravidez sobre mim, a bagunça que causava nos meus sentimentos, os enjôos passavam com tempo, mas isso persistia até o final da gestação.

-É meu? – perguntou sem me olhar. Eu não queria acreditar que ele desconfiava de uma possível traição.

-Você sabe que é Chanyeol, é óbvio que é!. – respondi meio irritado, eu nunca seria capaz de o trair, eu amava Chanyeol de uma forma inexplicável. – Eu não seria capaz de ter outro alguém.

-Quando descobriu? – perguntou me olhando nos olhos, eu conseguia ver a tristeza que ele carregava ali.

-Fazem duas semanas. – revelei já esperando mais um sermão, mas eu não sabia como contar, o clima entre nós dois estava péssimo.

-Quando pretendia me contar? – perguntou passando as mãos nos cabelos.

-Eu não fazia ideia de quando o faria. Não sabia como contar, ok? – perguntei sentindo meu coração se apertar, de medo, de tristeza, já me imaginava sendo deixado por Chanyeol, e só ser acompanhado nas consultas do médico. – Você nem dirige a palavra a mim direito. – me queixei.

-Você nunca está em casa Baekhyun, estou cansado, não quero voltar a te explicar sobre sua ausência. – respondeu impaciente. – Já sabe de quanto tempo está?

-Ainda não. Eu queria te contar primeiro, para depois descobrirmos isso quando fôssemos ao médico. – revelei meus planos, os quais eu vinha falhando miseravelmente.

-Não menos de dois meses então, já que você tem me rejeitado de todas as formas possíveis, em todos os momentos possíveis. – respondeu ácido.

Me lembrando mais uma vez de que a última vez que transamos foi na viagem que havíamos feito. Aquela viagem havia acontecido unicamente, por conta das férias que eu fui obrigado a tirar, Chanyeol tirou junto comigo para podermos viajar juntos, já que eu havia trabalhado incessantemente desde que eu havia sido promovido. No fim, foi ótimo levar HyunJun a praia, Chanyeol e eu entramos em uma espécie de bolha, onde os problemas não existiam, foi estranho, talvez por esforço dele, durante a viagem passamos a nós tratar como não fazíamos a tempo, tinha carinho e amor a todo momento, talvez ele estivesse desesperado para conservar nossa união, e eu não tenha percebido, o que surtiu efeito temporariamente, até voltarmos para Seul, para nossas rotinas.

-Não é verdade! Eu só estou cansado, eu tenho trabalhado muito. Me desculpa se eu não tenho disposição para satisfazer suas vontades. – eu tentava me defender.

-Também estou cansado, cansado de ser rejeitado. – ah, meu coração, se ele continuasse assim me faria voltar a chorar sem muitos esforços. Mas ele tinha razão, por conta do cansaço, eu sempre o recusava quando ele me procurava na cama, fazíamos amor cada vez com menos frequência ultimamente.

-Me desculpa. – só isso que eu conseguia pedir a ele, eu andava sapateando no coração de Chanyeol, sem ao menos perceber.

-Não se cansa de se desculpar? – indagou sendo grosso, virando se de costas, indo se apoiando na grade que havia na sacada, observando a cidade. Meus olhos voltaram a marejar, suspirei antes de responder.

-Chega Chanyeol. – falei com a voz ridiculamente trêmula, ganhando sua atenção. – Eu não posso me estressar assim, vou tomar banho e dormir. Boa noite. – ele nem ao se deu o trabalho de me responder, devia mesmo estar com muita raiva de mim. Nem ao menos demostrou nenhuma felicidade com a notícia que eu havia acabado de lhe dar, até mesmo de traição ele havia desconfiado, talvez ele estivesse mesmo louco para se livrar da minha presença na sua vida.

Chorei no banho, até mesmo mais do que eu achava ser possível, meu coração estava machucado, feridas estas causadas unicamente por minha culpa, me sequei chorando, me vesti chorando, tentei segurar o choro enquanto procurava algo para comer, mas desisti, continuei chorando baixinho, era uma sensação horrível de perda, eu estava morrendo de medo de perder Chanyeol, de desfazer aquilo que há cinco anos eu chamava de família.

Me sentei na mesa enquanto comia ramen, meus soluços eram constantes, era horrível comer chorando. Chanyeol continuava na sacada, perdido em seus pensamentos, deveria estar a procura de uma solução, do maior problema que ele arrumou para sua vida, no caso eu.

Continuei ali tentando comer, entre soluços, enquanto observava as costas de Chanyeol, até ele me encarar de volta e vir em minha direção, desviei meu olhar para qualquer outro canto na casa, mas não adiantou muito, até ele se sentar ao meu lado.

-Para de chorar. – pediu calmamente, acariciando minhas costas. Eu não respondi, apenas voltei meus olhos para ele, e o abracei por impulso, tudo o que eu desejava naquele momento era ser perdoado, ou conseguir uma segunda chance. – Por favor, você sabe que não pode ficar nervoso, não é bom para o neném.

-Não dá. – lhe respondi, com a voz completamente falha. Chanyeol beijou o topo da minha cabeça e me abraçou de volta. – Me perdoa? – pedi mais uma vez, ele permaneceu em silêncio, durante alguns momentos, então eu tentei mais uma vez obter qualquer resposta. -Por favor.

-Termina de comer Baek. – ele pediu entre o abraço, o desfazendo. Isso era claramente um não, observei ele se levantar, se afastando, passei a chorar mais, mesmo assim ele não voltou, me deixou sozinho, indo em direção a nosso até então quarto.

Desisti de comer, aquilo estava me fazendo mal, não queria acabar pondo tudo para fora, já estava bom só me debulhar em lágrimas. Joguei tudo de qualquer forma na pia, escovei os dentes, e me deitei na ponta da cama, o mais afastado que eu podia de Chanyeol, ele já não me abraçava mesmo para dormimos, meus soluços me acompanharam até eu finalmente cair no sono.

♡♡♡♡

Não foi fácil observar Baekhyun se desfazer me lágrimas, porém aquela altura eu já estava cansado de ter meu orgulho ferido, de sempre voltar correndo atrás dele, a chegada de mais um filho não me prenderia a ele, ele teria que se redimir, teria que fazer por onde, teria que merecer meu perdão, não correria o risco de prolongar os últimos quatro anos para o resto da minha vida, e da dos meus filhos, se fosse preciso tiraria os dois da tutela de Baekhyun, mesmo que fosse algo difícil.

Durante as nossas últimas férias eu havia reunido meus últimos esforços para tentar salvar nosso relacionamento, funcionou até nos voltarmos a Seul, depois disso Baekhyun voltou a ser o mesmo, sempre pondo o trabalho em primeiro lugar.

Não que não estivesse feliz por saber que eu teria mais um filho, eu amava ser pai, amava incondicional HyunJun, e amaria o próximo que estava a caminho. Porém Baekhyun havia me revelado aquilo no pior momento possível, tão ruim que por um momento pensei na possibilidade daquela criança ser fruto de uma traição, Baekhyun passava tanto tempo fora de casa, que para mim tudo era possível, até mesmo a confiança que eu tinha nele vinha sendo perdida, ultimamente éramos como dois estranhos dividindo as contas e a casa.

O ouvi chorar até ele finalmente conseguir dormir, e os soluços começarem a cessar, me levantei, sentei a seu lado, observei o rosto pequeno enxado pelo choro recente, o acomodei melhor na cama, já que ele havia se deitado no limite do colchão, acariciei sua barriga, já que ali havia mais uma vida, beijei o local, o cobri melhor, depois beijei sua testa, e finalmente me virei para assim poder dormir.

♡♡♡♡

Acordei me sentindo péssimo, minha cabeça doía, o que me confortava era saber que aquele seria o último dia da semana. Chanyeol permanecia dormindo, virado de costas para mim. Nada era como antes, nossa relação estava instável, se é que aquilo que nós vínhamos tendo podia ser considerando como uma relação ainda, eu não queria perde-lo, não podia perde-lo, faria o que fosse necessário para melhorar nossa relação. Foi pensando nisso que tomei uma decisão radical, eu estava determinado a salvar minha família.

Quando sai do banheiro após tomar meu banho, vestindo apenas minha calça social, como era de costume, HyunJun já estava deitado na nossa cama, ele fazia isso às vezes, seu corpo era abraçado por um Chanyeol sonolento, que ainda permanecia deitado.

-Papai, você é muito preguiçoso de manhã. – HyunJun o repreendia, tão lindo com aqueles olhinhos enxadinhos pelo sono, o cabelo desgrenhado.

Me sentei na beirada da cama, para poder desejar bom dia ao meu pequeno, e tomarmos café da manhã, era difícil fazer isso, mas às vezes eu conseguia.

-Bom dia Junnie. – desejei a ele, que me abraçava forte.

-Bom dia Papai! – ele disse beijando meu rosto, em momentos como , eu mal conseguia conter meu sorriso.

-Vamos tomar café, vem. – o chamei, observando o pequeno ficar de pé na cama, o peguei no colo, mesmo sabendo que não era bom pegar peso durante os primeiros meses. Deixei Chanyeol na cama, eu podia sentir os olhos dele me acompanharem, preferi manter meu silêncio, já que ele continuava sentindo raiva de mim.

Tomei café com meu pequeno, era incrível o bom humor que ele sustentava de manhã, me contagiava, meu dia sempre começava melhor quando eu dava a sorte de tomar café com ele, era sem dúvidas minha coisa mais preciosa, não me permitiria mais deixar momentos como aquele de lado, não abriria mão.

-Agora eu preciso ir. – disse a ele, quando eu já estava pronto para trabalhar, naquele momento o pequeno tinha os fios de cabelo molhados, pelo banho recente que Chanyeol havia dado nele.

-Não! – relutou, abraçando minha cintura. – Não vai. – ver o rostinho dele com aquela expressão triste acabava comigo.

-O papai precisa trabalhar. – tentei explicar me ajoelhando na frente dele, arrumando seus fios de cabelo. – Eu vou voltar mais cedo hoje.

-Promete? – perguntou com os olhinhos brilhantes.

-Prometo. – respondi levantando o dedo mindinho, observando ele entrelaçar o dele no meu. O abracei, beijei seu rosto e sai. Chanyeol observava aquilo com uma carranca, como se eu não fosse cumprir o prometido mais uma vez.

Seria um grande dia para mim, o primeiro de um novo estilo de vida, estava determinado, dirigi até a empresa, com o meu sonho carro, que eu havia conseguido comprar por conta própria, calculando meticulosamente quais seriam meus passam naquele dia.

♡♡♡♡

Mais tarde naquele mesmo dia...

Digitei a senha na porta calmamente, HyunJun estava ao meu lado feliz pela promessa que Baekhyun havia feito a ele naquela manhã, será que ele não cansa de decepcionar seu próprio filho?

-Será que ele já chegou papai? – me perguntava sorrindo.

-Não sei filho. – respondi receoso, já imaginando como seria na hora de dormir, já que sem dúvidas Baekhyun ainda não teria chegado. -Se ele ainda não estiver chegado vamos esperar enquanto jogamos vídeo game, o que acha? – indaguei, ouvindo a porta se abrir.

-Não sei, eu acho que quero só esperar ele chegar, e depois brincar de massinha com ele. –falou esperançoso.

Quando a porta se abriu senti um cheiro horrível de queimado, e ouvi o barulho da televisão ligada.

-Já chegaram. – para minha surpresa Baekhyun vinha em nossa direção sorridente. Ah, aquele sorriso retangular, tão parecido com o do nosso filho.

-Papai! -HyunJun largou a mochila de qualquer forma no meio da sala, correndo até Baekhyun. – Eu sabia que você estaria aqui. – falou sorrindo.

-Eu prometi lembra? – Baekhyun respondeu o pegando no colo e enchendo de beijos, enquanto o menor aquiescia com a cabeça. Não era bom ele pegar HyunJun constantemente no colo, por conta do peso, era perigoso para o bebê. – Não se quebra promessas feitas com os dedinhos.

-Chegou cedo. – observei, pegando a mochila do pequeno do chão.

-É. – ele responde me olhando, pondo HyunJun no chão, este que corria até a cozinha.

-Que milagre. – respondi meio pasmo.

-Eu me demiti. – revelou. Eu não acreditava nas palavras dele.

-Você o que? – indaguei incrédulo.

-Me demiti. – reafirmou. – Entendi que eu estava perdendo muitas coisas pelo emprego, eu não quero perder mais nada.

-Ah. – eu estava pasmo, isso foi o máximo que conseguir responder, talvez ele estivesse mesmo disposto a mudar.

-Papai, você fez bolo de chocolate? – HyunJun voltava da cozinha enquanto bebia água.

-Não era de chocolate. – Baekhyun respondeu bem humorado. – Eu esqueci no forno durante muito tempo, e deixei queimar. – contou meio envergonhado, fazendo o pequeno cair na gargalhada.

-Caramba! – HyunJun falou rindo.

-Vai tomar banho mocinho, você está todo fedendo de suor. – Baekhyun ordenou em um tom brincalhão.

-Só se você me der banho papai. – propôs.

-Tudo bem. – Baekhyun respondeu bem humorado, eu mal podia acreditar naquilo, Baekhyun estava me surpreendendo.

O fim daquele dia foi calmo, Baekhyun tentou passar o máximo de tempo com o pequeno, decidimos naquela noite que deveríamos contar quanto antes a ele que teria um irmão ou irmã, foi o que fizemos na manhã seguinte. HyunJun ficou um bom tempo encarando a nós dois, com uma expressão fechada, como se não tivesse gostado da novidade, mas assim que percebeu a cara de choro que Baekhyun começava a fazer, abraçou ao pai forte, dizendo que estava feliz por saber que teria alguém para brincar dali a algum tempo.

Baekhyun fez questão de comprar vários testes de gravidez, de diferentes marcas, e esfregar os resultados positivos na minha cara, por saber que eu havia duvidado da veracidade daquela gravidez, por incrível que pareça aquela atitude não me irritou, fiquei imensamente feliz.

Tratei de marcar um jantar com meus pais para aquele mesmo sábado, para podermos dar as notícias. O jantar foi ótimo, bastante parecido a aquele quando anunciamos a chegada de HyunJun, mas dessa vez sem muito escândalo por estarmos em um restaurante.

Aquilo me fez perceber que minha família, que eu poderia jurar de pés justas, a meras horas atrás ter o destino fadado ao fracasso e desunião, talvez ainda tivesse esperança, me fez pensar que talvez minha união com Baekhyun ainda pudesse dar certo.

♡♡♡♡

Me demitir foi algo totalmente imprudente sabendo das minhas considerações, e da possibilidade da minha separação, sabendo que agora teria dois filhos? Sim! Porém foi algo necessário, e caso desse tudo errado, eu ainda poderia me manter bem até minha rotina se estabilizar novamente, até eu poder arrumar um novo emprego, e me sustentar sozinho, já que eu tinha economias no banco.

Naquela sexta-feira passei a tarde inteira chorando, eu amava aquele emprego, foi difícil dizer adeus aquele escritório, a todos os meus colegas de trabalho, a minha secretária, que não era tão boa quanto a Sun, mas que mesmo assim foi alguém muito querida.

Porém a parte mais difícil foi conversar com MinJung, ela me fez milhões de propostas para eu não me demitir, algumas até bem interessantes, em que eu ganharia muito mais dinheiro, mas eu disse não, não com o coração na mão, mas era por um bem muito maior, nenhum salário exorbitante compraria a felicidade que eu poderia ter com minha família, no fim ela me abraçou e me desejou boa sorte.

Agora eu passava dias ociosos em casa, às vezes eu tentava encontrar o Luhan, mas era difícil, ele trabalhava demais, Mei estava a cada dia mais linda, era um Lady, uma boneca, tão linda. Luhan e Sehun não tiveram mais filhos, decidiram que era melhor assim. Os dois nunca mais brigaram, viviam em um eterno mar de rosas, acabaram aprendendo a conciliar as coisas, o que eu precisava aprender a muito tempo, mas nunca consegui.

Jongdae e Minseok, eram ótimos vizinhos, já que vieram nos visitar assim que souberam das novidades, eles haviam acabado de ter o primeiro filho juntos, que era escarrado o Minseok, parecia que ele tinha feito sozinho.

Porém, hoje não seria um dia ocioso, teríamos nossa primeira consulta, deixaríamos HyunJun na escola e iríamos direto para o consultório médico, Chanyeol ainda teria que trabalhar.

Ah, Chanyeol, havia uma tentativa de reaproximação de ambos os lados, depois de muita conversa, muitas mesmo, nos últimos dias, decidimos tentar de novo, dar uma segunda chance para nós, mais para mim do que para ele. Chanyeol vinha sendo mais carinhoso, assim como eu estava sendo com ele, fazia carinho na minha barriga sempre que podia. Talvez isso nunca tenha mudado, talvez somente eu tenha me fechado em relação a ele nos últimos tempos, doía pensar no quanto ele deve ter sofrido por atitudes como estas, vindas de mim, agora eu entendo o que ele queria dizer quando falava de amor por dois.

No entanto, Chanyeol me fez jurar, já que não acreditava mais nas minhas promessas, que desta vez eu seguiria todas as prescrições médicas, a risca, para não haver a possibilidade de tudo o que aconteceu na gravidez de HyunJun acontecer outra vez.

Disse que não toleraria minha indiferença na hora de comprar o enxoval do nosso filho mais novo, como aconteceu com HyunJun, eu me arrependo tanto disso.

Me encontrava deitado na maca, enquanto Yixing mais uma vez fazia o ultrassom em mim, não me lembrava dos batimentos cardíacos de HyunJun, serem daquela forma, era estranho, era um ritmo diferente.

-Está tudo bem com ele? – perguntei preocupado, enquanto ele encarava o visor, e eu continuava a ouvir aqueles ruídos estranhos.

-Tudo em perfeita ordem, daqui a uma semana você completa três meses Baekhyun. – ele responde sorridente.

-Ótimo. – suspirei aliviado. Porém Yixing persistia olhando para aquele visor. Voltei meu olhar para Chanyeol, ele tinha as sobrancelhas enrugadas, igualmente preocupado, eu segurava a mão dele, passei a apertar com mais força por conta do nervosismo.

-Calma. -Chanyeol pediu se voltando a mim.

-Vejam só. – Yixing tomou minha atenção. – São gêmeos. – revelou, apontando para os borrões na tela. – Acho que vocês já deviam suspeitar pelo barulho dos dois corações. – então era isso, sorri, senti meus olhos marejarem, Chanyeol também sorria para mim. – São bivitelinos, então há a possibilidade de terem os sexos diferentes.

-Quem sabe uma menina dessa vez. – Chanyeol observou empolgado.

Já na sala de Yixing, me foi explicado que as consultas seriam mais constantes pelos problemas do passado, e realmente Yixing estava fazendo vista mais grossa sob mim, já havia me mandado fazer inúmeros exames, estes que eu faria de bom grado. Gêmeos, era um pouco assustado, agora eu seria pai de três crianças, consequentemente dois recém-nascidos, estes que eu já tentava imaginar os rostinhos.

A atmosfera entre mim e Chanyeol havia até mesmo melhorado, assim que saímos do consultório ele ligou para os pais para contar as novidades, e eu fiz mesmo com os meus e com Luhan. Quando entramos no carro fui surpreendido com os braços de Chanyeol ao redor de mim, eu sentia tanta falta disso.

-Obrigado. – me agradeceu ali.

-Eu quem agradeço, por você estar me dando uma segunda chance. – respondi assim que ele soltou seus braços de mim, beijando minhas bochechas, confesso que me senti meio frustrado, mas entendia se ele queria ir com calma. – Vamos comprar roupinhas? Dessa vez será tudo em dobro. – propus, ele assentiu prontamente.

Não havia por que resistir aquilo, eu havia errado muito quando me recusava a ajuda-lo a comprar roupinhas para HyunJun, quando insistia que gravidez era um contra tempo, um atraso de vida, passando a enxergar só o lado ruim daquilo, eu já havia deixado coisas demais passar, perdi o início da infância do meu filho, coisas realmente valiosas, que não voltariam mais. Quase perdi tudo, não estava disposto a voltar a correr esse risco, eu mudaria pela minha família.

♡♡♡♡

Quatro meses depois...

Definitivamente tudo havia mudado, era como conhecer Baekhyun uma outra vez, uma versão menos estressada, mais bem humorada, o que não me fazia o amar menos, acho que quando se trata de Baekhyun, eu seria um eterno apaixonado, pensar nisso me faz imaginar o quanto eu sofreria se realmente tivéssemos nos separado, continuaríamos nos encontrando eventualmente por conta do nosso filho, confesso que detestaria o encontrar com um novo namorado, isso soa tão egoísta, mas é minha realidade, minha e dos meus ciúmes.

Baekhyun estava mais relaxado, foram poucas as vezes que eu o vi dessa forma, e quando o via durava alguns momentos apenas, ele sempre estava tenso ou agitado por conta de alguma coisa da rotina estressante que levava, mas que insistia em dizer que era ótima.

Era ótimo observar ele mais calmo, mais paciente, mais sorridente, mais lindo a cada dia por conta da gravidez. Havíamos decidido que faríamos o quarto dos gêmeos onde era o escritório, teríamos que dividi-lo entre verde água e salmão, já que teríamos um menino e uma menina dessa vez, finalmente eu teria minha princesinha, a felicidade que eu sentia era exorbitante.

Eu não poderia estar mais feliz, Baekhyun e eu, estávamos nos entendendo novamente, não havia mais brigas, indiferença, estresse, ele me beijava sempre que podia, sempre me dava carinho, algo que durante nossos tempos difíceis, era praticamente extinto, até havíamos voltado a fazer amor, já que a gravidez o deixava extremamente sensível, e nós sentíamos muito a falta um do outro.

Parecia que nossos problemas haviam acontecido a tanto tempo, acho que nunca estivemos tão bem, fazíamos tudo juntos, Baekhyun me obrigou a deixa-lo ajudar na decoração do quarto dos gêmeos, passeamos nos parques da cidade todos os fins de semana, HyunJun adorava, até estávamos tentando o ensinar a andar de bicicleta, tudo estava tão bem.

-Minhas costas doem. – ele se queixava, já que agora carregava dois, e já tinha 31 anos. Era uma tarde preguiçosa de domingo, no auge dos sete meses de gravidez. – Esse calor não está ajudando em nada. – reclamou, mesmo que não estivesse realmente calor, ele estava todo escarrado na cama, com a barriga enorme para cima.

HyunJun estava entre nós dois, adormecido, havíamos começado a assistir um filme de animação, mas ele acabou dormindo no meio. Levantei meu corpo para poder beijar Baekhyun, selei os lábios pequenos.

-Agora vai passar rápido, só mais dois meses, e teremos duas coisinhas fofas para dar amor e carinho. – tentei conforta-lo, e pareceu surtir efeito, já que me deu um sorriso enorme. – Quer mais um travesseiro?

-Não precisa. -responde fazendo uma careta de dor, enquanto tentava se sentar melhor. -Não escolhemos os nomes ainda. – ele estava muito ansioso com essa escolha de nomes, nos nunca fazíamos.

-Vamos fazer isso agora então. – respondi determinado. -Eu vou escolher um sozinho, já que a decisão do nome do HyunJun foi sua.

-Justo. – respondeu sorrindo. – Deixa eu adivinhar, você vai querer escolher o nome da menina. – respondeu zombeteiro.

-Como você sabia? – perguntei rindo.

-Ah Channie, era seu sonho ter um menina. -respondeu simplista. – Já deve até ter decidido isso, e ainda não me contou.

-Você me conhece tão bem. – falei em tom brincalhão, roubando outro beijo dele.

-Então, qual vai ser o nome dela? – perguntou curioso. – Por favor, não vá fazer a criança sofrer bullying na escola!

-Não vou, é um nome bonito. – respondi, observando ele me olhar em expectativa.

-Então fale. – pediu.

-Baekhee. – respondi simplista, observando ele perder seu sorriso gradativamente. – O que foi, não gostou? – indaguei preocupado.

-É lindo. – afirmou. – É em minha homenagem? – perguntou sério.

-Sim. -respondi envergonhado, observando os olhos dele marejarem, Baekhyun ficava tão chorão durante a gravidez, eu adorava isso, já que ele era sempre tão durão.

-É lindo Channie. – afirmou mais uma vez com a voz embargada.

-Não chora. – pedia secando as lágrimas dele.

-É que você... Você é tão bom para mim. – respondeu com a voz chorosa. – E eu já te fiz tão mal, me faz pensar que você não merece alguém como eu. – se explicou, me fazendo sorrir.

-Aquilo é passado, nós precisávamos passar por aquilo para chegar onde estamos. – tentei o explicar. – Não teria graça sem dificuldades.

-Me desculpa por todos os meus erros passados? – ele insistia em me pedir desculpas sempre que podia.

-É passado Baek. – respondi acariciando seu rosto, eu o perdoava aos poucos, mas se voltasse a acontecer mais uma vez, não haveria mais volta. – Vamos pensar no agora. Ainda temos um nome para um garotinho para pensarmos.

-Tudo bem. – falou junto sua mão com a minha. – Eu não consigo pensar em nenhum, escolhe você. – sugeriu.

-Sério? – perguntei estranhando, já imaginando que ele recusaria todos.

-Sim. – respondeu, passando a fazer cafuné em HyunJun. – Ele é tão lindo.

-Foi a gente quem fez. – respondi brincalhão, observando Baekhyun rir.

-Eu sei! – respondi entre as risadas.

-Nós podemos chamar o menino de TaeYeol. – sugeri, observando ele torcer o nariz.

-Não, outro. – pediu.

-Tudo bem. – suspirei, pensativo. – JinYeol então. – sugeri novamente, observando ele me encarar.

-Parece bom. – respondeu sorridente. – Espero que este tenha seu sorriso, porque o de HyunJun, é claramente o meu.

-Eu gosto do seu, é lindo. – respondi me aproximando de novo, roubando outro beijo.

-São seus olhos de namorido apaixonado. – respondeu, segurando meu rosto entre suas mãos, para me beijar de novo.

-ECA. – ouvimos uma voz sonolenta. – Parem com isso papais, é nojento. – HyunJun fazia uma cara de nojo engraçado, o que me fez o puxar para meus braços, e o cobrir de beijos.

-Junnie. – Baekhyun o chamou. – Nós temos novidades. – anunciou.

-Novidades? – o pequeno perguntou desconfiado.

-Sim, escolhemos os nomes de seus irmãos. – respondi empolgado. – Você quer saber?

-Quero sim. – respondeu e sentando a nossa frete.

Baekhyun me lançou um olhar cúmplice, como se quisesse saber quem iria o contar, então eu comecei.

-A menina vai ser BaekHee. – comecei, o observando sorrir. – E o menino JinYeol. Gostou? – perguntei na expectativa.

-Sim! – o pequeno disse, indo até Baekhyun e abraçar sua cintura, passando a acariciar sua barriga.

O final da semana terminou daquela forma, Baekhyun resmungando pelas suas costas, eu e HyunJun babando pelos bebês que já se mexiam na barriga de Baekhyun, éramos uma família feliz, e unidade, como nunca havíamos sido antes.


Notas Finais


Eu espero de verdade que vocês tenham gostado!
Até domingo ou o meio da semana que vem!


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