História Ties - Felizes para sempre - Parte 2

Na minha concepção antiga, e ultrapassada, eu imaginava que passar as tardes em casa, fazendo o papel de dono de casa, que definitivamente não se encaixava no meu perfil, seria uma morte lenta e dolorosa, mas não foi.

Desde a minha demissão, a qual considero ter sido a melhor tomada de decisão nos últimos tempos, tenho dedicado meu tempo aos meus filhos, mesmo com a dor nas costas constante, por conta do peso dos meus bebês, eu tentava fazer o máximo de coisas possíveis com HyunJun, quando ele estava na escola, eu passava a tarde inteira com as pernas para cima, já que os gêmeos tem tomado todas as minhas energias.

Quanto a mim, e a Chanyeol, não poderíamos estar melhor, eu havia me tornado alguém mais atencioso, mais presente, definitivamente nossa relação havia sido otimizada, agora eu dava todo o amor, carinho, e atenção, que ele sempre mereceu.

Esperar a chegada de JinYeol e BaekHee, era tão diferente de quando eu estava grávido de HyunJun, não tive problemas nessa gestação, foi bem mais tranquila. Talvez pelo fato de eu não estar me matando de trabalhar, ou em nenhum congresso na China me estressando além do limite.

O quarto deles estava lindo, planejávamos nos mudarmos para uma casa em um futuro próximo, não que o apartamento fosse ruim, ou pequeno, porém queríamos espaço para nossos filhos correrem livres, andarem de bicicleta, mas antes precisávamos de dinheiro para isso.

Falando em dinheiro, eu havia decidido me tornar professor universitário, isso levaria tempo, mas seria o tempo necessário para acompanhar parte da infância dos meus pequenos, Chanyeol me apoiou totalmente, já sabia até mesmo onde faria meu doutorado. Seria uma carreira que me daria mais tempo com minha família.

Meu parto estava marcado para a tarde daquele dia, eu estava tenso, mas feliz por saber que havia conseguido levar a gravidez até seu fim, meus filhos nasceriam saudáveis.

-Pegou todos os brinquedos que você quer levar para a casa da vovó e do vovô, filho? -perguntei a HyunJun.

-Sim. – respondeu enquanto segurava um carrinho na mão, e botava sua mochila nas costas.

-Ótimo. – respondi voltando ao meu quarto, com passos lentos, eu estava enorme, até para dormir estava difícil. – Channie. – chamei pela casa.

-Estou conferindo a mala deles Baek. – respondeu do quarto dos bebês.

-Você já fez isso ontem. – respondi. – Vamos logo, ainda temos que deixar o Junnie na casa dos seus pais.

-Estou indo. – respondeu, vindo em minha direção com uma mala de cada lado, Chanyeol estava levando coisas demais ali, já havia tentado tirar algumas coisas inúmeras vezes, mas ele insistia em dizer que eram importantes. – Vamos? – indagou selando nossos lábios.

-Sim. – respondi. – Pega minha coisas no sofá, por favor? – pedi enquanto passava a mão na minha barriga.

-Claro. – respondeu, indo até o lugar de bom grado.

Descemos enquanto eu mordia meu dedão, a ansiedade era presente, algumas horas a frente e eu conheceria meus gêmeos, Chanyeol beijou minha testa, tentando me acalmar, o que não adiantou muito.

-Obedeça seus avós. – pedi ao meu pequeno, quando já estávamos parados na frente do prédio dos pais de Chanyeol. – Nada de mal criações.

-Eu vou obedecer. – afirmou, apertando meu pescoço, beijei sua bochecha, me despedi mais uma vez com o coração pequeno, sabia que meus sogros o tratariam bem, mas não pude deixar de sentir meus olhos marejarem, enquanto observava Chanyeol o levar para os portões do prédio de seus pais.

-Ele vai ficar bem, não vai? – perguntei incerto, quando Chanyeol voltou ao carro.

-Claro que vai. – respondeu enquanto botava o sinto de segurança. – Não precisa ficar preocupado, meu pai está de folga hoje e amanhã, e ainda tem a empregada vai ficar tudo bem.

Suspirei tentando me manter calmo, Chanyeol manteve uma conversa descontraída até o hospital, tentando me manter relaxado, eu podia percebe que ele estava tão ansioso quanto eu, então eu tentava ficar calmo, para ele ficar calmo, tão complicado.

♡♡♡♡

O parto estava previsto para ser feito às seis, porém eram quatro da tarde, e as benditas contrações de Baekhyun já se faziam presentes.

-Segura minha mão amor. – pedia meio desesperado percebendo a dor estampada no rosto de Baekhyun, enquanto ele choramingava.

-Como dói! – choramingou, enquanto apertava minha mão, vi estrelas pela força aplicada ali. – Eles quere sair!

-Eu sei amor. – respondi, beijando sua bochecha. – O Yixing já sabe das suas contrações, já está a caminho, fica calmo. – pedi passando as mãos em seus cabelos.

-Está doendo. – me respondeu choroso.

Era horrível o ver daquela forma, minhas mãos doíam por serem tão apertadas, mas eu nem me importava, se aquilo estava o ajudando, a aliviar a dor de alguma forma estava ótimo para mim, minhas palavras não o ajudariam de nada, então o máximo que eu podia fazer era o deixar apertar minha mão durante as contrações, e fazer carinho nele durante os intervalos. Ao menos dessa vez ele estava bem consciente, nada de desmaios, e não havia nem sinal de perda de sangue.

Assim que Yixing chegou, me foi avisado que eu poderia assistir ao parto, me vestir de forma adequada para poder entrar na sala de cirurgia. Até eu senti um alívio quando Baekhyun foi finalmente anestesiado, fiquei o tempo todo durante a cirurgia ao seu lado, enquanto eu segurava sua mão, o beijava e acariciava a todo tempo, nós não conseguíamos deixar de sorrir, e trocar olhares cúmplices.

Quando finalmente ouvi o choro do primeiro a nascer, não pude deixar de chorar também, meu primeiro gêmeo, tinha um choro estridente e forte.

-É um menino. – a enfermeira o entregou logo a Baekhyun.

-Oi filho. – Baekhyun disse entre lágrimas, assim como eu e o nosso bebê também estávamos. -Olha Channie, é nosso filho. – Baekhyun disse sorridente.

-É. – respondi choroso. – Ele é lindo. - e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto, só o que me fez tirar atenção daquele serzinho, que era fruto do meu amor e o de Baekhyun, foi o choro de Baekhee, era tão forte quando o de JinYeol.

Ela nos foi entregue rapidamente, podemos perceber que ela era um pouco menor que JinYeol, chorei mais ainda, nem conseguia dizer nada, só havia meus soluços contidos, quando Baekhyun a pegou no colo, me foi entregue JinYeol, eu estava tão feliz, fiz carinho no rostinho choroso, ele ainda chorava mesmo quando Baekhee já havia se calado, depois de um tempo nós trocamos, pude segurar minha filha pela primeira vez, minha princesinha, que eu iria mimar todos os dias pelo resto da minha vida, acariciei-a de forma delicada, até me tirarem a pequena, pois precisavam terminar alguns procedimentos em Baekhyun e nos pequenos, Baekhyun ainda precisava alimentar os dois, para poderem os transferir para o quarto.

Sentei em um dos bancos que haviam no corredor tentando me acalmar, eram muitas emoções e lágrimas, o que só foi acontecer após alguns momentos. Quando mais calmo, me troquei, precisava avisar a todos que os gêmeos haviam nascido.

Quando voltei ao quarto de Baekhyun ele estava adormecido, com os nossos bebês em seus bercinhos, era uma cena linda, só faltava HyunJun ali para ficar perfeita, para completar o novo retrato de nossa família.

♡♡♡♡

Dessa vez fiquei pouco tempo no hospital, o que foi ótimo, já que HyunJun dormia mal longe de mim e Chanyeol. Os pais de Chanyeol já não sabiam o que fazer para o pequeno ter uma boa noite de sono, pobrezinho, ele ainda não conhecia os irmãos, eu estava na expectativa, já que Chanyeol nos deixou em casa, aos cuidados de Luhan, já que eu não podia fazer esforço, se um dos gêmeos acordasse, estaria ferrado sozinho, e foi buscar a HyunJun.

-Tenho saudades da Mei desse tamanho. – disse ele observando os pequenos ressonando.

-Também tinha do HyunJun. – admiti. – Mesmo que nos primeiros dias tenham sido difíceis para cuidar dele. – HyunJun havia nascido muito pequeno, mas me virei bem junto de Chanyeol.

-Você nasceu virado para lua Baekhyun! – Luhan disse derrepente.

-Nasci? – perguntei confuso.

-Nasceu, fez um monte de merda, o Chanyeol te perdoou, e ainda foi abençoado com gêmeos. – explicou a tal teoria dele.

-Na verdade, ele só me deu uma segunda chance porque eu estava grávido de novo, caso contrário, nosso relacionamento teria acabado. – expliquei a mesma história mais uma vez, sentindo um aperto no coração, ao pensar nesta possibilidade. – E eu só engravidei porque fui obrigado a tirar férias. Não é sorte, são as circunstâncias dos fatos.

-Tirou férias forçadas, e aproveitou para transar como um coelho com o Chanyeol, né? – comentou, me deixando sem graça, por saber que aquela era a verdade. - Circunstâncias nada, você tem sorte! – contestou.

-Ah que seja, o importante é que tudo está bem agora. – respondi sorridente.

-Sortudo da porra. – resmungou, enquanto mexia no celular.

Luhan parou de falar, estava muito concentrado na conversa que tinha pelo celular, deveria ser Sehun, então meu quarto ficou em silêncio, só havia o barulho da televisão baixinha, enquanto eu babava nos meu bebês, tão lindos, com carinhas de joelho, só conseguia saber quem era quem, por conta das roupas. O silêncio só foi quebrado quando ouvi passos e vozes na sala, anunciando a chegada de HyunJun e Chanyeol.

HyunJun, abriu o sorriso quando entrou no quarto, eu abri meus braços, nunca havia ficado tanto tempo distante dele, estava morto de saudades do meu filho, o apertei forte, mesmo que não fosse algo recomendado, só o soltei para beijar suas bochechas.

-Para papai. – pediu tentando se afastar enquanto ria de forma contida.

-Vai quebrar a criança Baekhyun. – Luhan comentou rindo da situação.

-Eu senti sua falta. – respondi, ainda o apertando.

-Eu também. – confessou, me deixando o apertar novamente.

-Respeitou a seus avós? – indaguei preocupado.

-Sim, pode perguntar ao Papai Yeol. – falou, e eu voltei os olhos para Chanyeol que observava a cena sorridente.

-Eu confio nas suas palavras filho. – falei o soltando finalmente.

-Cadê meus irmãozinhos? – perguntou, olhando além de mim, para a cama, já que os deixamos ali, até o pormos nos seus berços.

-Aqui. – respondi, apontando em direção aos bebês.

HyunJun abriu um sorriso enorme, e correu em volta da cama, até o outro lado.

-Eles são tão pequenininhos. – observou, tocando nos pés de JinYeol. – Oi irmãozinhos. – os cumprimentou. – Own, que fofinhos. – todos riamos diante da reação do pequeno.

-Você vai proteger eles quando crescerem filho? – Chanyeol perguntou.

-Vou! Vou proteger e cuidar dos meus irmãozinhos. – respondeu sorrindo para nós. – Deixa eu pegar, papais? – pediu.

-Claro. – respondi. – Ajuda ele Channie.

Tive medo, de por bebês tão pequenininhos nos braços de uma criança de cinco anos, mas Chanyeol estava bem ao seu lado, praticamente segurando, primeiro botamos a JinYeol, e depois a Baekhee. JinYeol chorou como de costume, ele era o mais chorão entre os dois, até mais chorão do que HyunJun naquela idade, só se falava mamando, já Baekhee ficou calma, só resmungou mas logo parou.

Era difícil cuidar de gêmeos, eles choraram quase que simultaneamente por causa da fome, da troca de fraldas, hora do banho, contudo, nós já não éramos pais de primeira viagem, estávamos lidando bem, era até divertido às vezes, quando os dois não choravam juntos durante a madrugada, porque um havia acordado ao outro.

♡♡♡♡

Dois anos depois...

-Chan... Chanyeol. – eu gemia o nome dele entre as estocadas, de forma contida, já que as crianças poderiam acordar, ele fazia o mesmo. Chanyeol me deixava louco, me calou iniciando um beijo necessitado.

Eu não pensava direito naquele momento, nem havia como, estávamos comemorando sete anos de namoro, é vergonhoso pensar nisso, quando temos três filhos e uma relação tão estabilizada, a Senhora Park, já nos cobrava um casamento desde o primeiro ano de HyunJun.

-Mais... mais rápido. – pedia, sentindo meu ápice chegando, ele obedeceu prontamente.

Nós desfizemos juntos naquela manhã, estávamos ofegantes, deitados lado a lado, quando nossas respirações voltavam a tomar o ritmo normal, Chanyeol beijou minha bochecha, e escondeu o rosto no meu pescoço, beijando ali em seguida.

Chanyeol havia acordado antes de mim, me desejando “Feliz Sete Anos de Namoro”, enquanto beijava meu rosto e me abraçava, ele sempre fazia isso no nosso aniversário de namoro, ou na data do meu aniversário, daí para o nosso sexo matinal de comemoração, foi bem rápido, digamos que ter três filhos e uma vida sexual ativa, e em dia, é bem difícil, logo aproveitávamos momentos como aquele.

-Eu estou todo fedido e suado amor. – falei, levando minhas mãos a seus cabelos, sentindo ele envolver minhas cintura em seus braços, nos aproximando.

-Eu adoro seu cheiro. – respondeu em forma de confissão, quase em um sussurro.

-Sério, até fedido e suado, pós sexo? – perguntei rindo.

-Sim. – respondeu, beijando meu pescoço mais uma vez.

-Sabe, eu acho que te amo. – falei, aproximando meu rosto do dele.

-Ah, você acha? – perguntou sorridente. – Eu tenho certeza.

-Eu tenho certeza que te amo. – falei selando seus lábios.

-Eu te amo, amo demais. – ele falou, ficando por cima de mim, facilitando nossa troca de carícias, e o segundo round naquela manhã.

Descansávamos despreocupados enquanto fazíamos carinho um no outro, quando ouvimos o primeiro choro do dia.

-Quem será? – Chanyeol perguntou, passando as mãos nos meus cabelos.

-JinYeol, você ainda tem dúvidas? – perguntei rindo.

JinYeol era o mais chorão e emotivo, dentre nossos três filhos, sua personalidade era muito parecida com a de Chanyeol, já Baekhee era o que chamam de gêmeo dominante, era a mais agitada, entre os meninos, era ela sempre quem fazia as artes, mesmo tendo nascido depois, era ela quem mandava no irmão, HyunJun ficava entre os dois, sendo o irmão que assistia televisão, ou separava os dois quando brigavam, beijava a ferida, defendia quando eu repreendia um dos gêmeos.

Me sentia velho quando pensava que meu filho mais velho já tinha sete anos, e os gêmeos já haviam completado dois, passou tão depressa.

-E agora? – Chanyeol perguntou meio desnorteado. – Nós deveríamos ter tomado banho.

-A gente pode fazer isso rápido, enquanto os gêmeos põe fogo na casa. – sugeri.

-Então vamos logo. -Chanyeol disse já se levantando, eu logo fiz o mesmo.

Nos banhamos de forma rápida, já que as possibilidades das crianças porém fogo na casa era real, nem ao menos penteei os cabelos vesti a roupa que estava na frente e fui até as crianças. Quando cheguei ao quarto dos gêmeos, BaekHee surpreendentemente ainda cochilava, agarrada ao travesseiro, já JinYeol chorava sentadinho, como se estivesse a minha espera.

-Bom dia Jinnie. – falei ao pequeno, que levantou os bracinhos me pedindo colo. – Dormiu bem? – perguntei, mas só ouvi um suspiro choroso. – Está de mal com o papai? – perguntei, ele só me encarou aborrecido, e deitou de novo a cabecinha no meu ombro.

O resto do dia foi normal, Chanyeol saiu correndo de casa por estar atrasado para o trabalho, bem atrasado. Eu levei as crianças para suas respectivas escola/ creche, e passei o resto do dia, me dividindo entre a tese do meu doutorado, os afazeres domésticos (que eu detestava, mas fazia pela minha família), e a surpresa para Chanyeol, que eu vinha planejando a semanas com a ajuda de Luhan.

-Então eu deixo as crianças na sua casa depois da escola, e seguimos o planejado. – reafirmei o planejado com Luhan, estávamos no telefone.

-É Baekhyun, isso mesmo, fica calmo, nada vai dar errado. – respondeu meio impaciente do outro lado da linha.

-Eu estou nervoso. – confessei.

-Eu percebi. – respondeu ainda impaciente.

-Não vai ter problema mesmo deixar as crianças aí, não é? Vão ser quatro ao todo. – perguntei preocupado.

-Não Baekhyun, são só algumas horas. Você vai vir busca-los depois que tudo acabar mesmo. - falou e depois praguejou em chinês por conta de alguma coisa.

-Está tudo bem com você? – indaguei preocupado. -Você parece meio estressado.

-Não é nada. – respondeu mau humorado. – Depois conversamos. Tchau. – e desligou, sem ao menos me dar a oportunidade de responder.

♡♡♡♡

Minha casa estava estranhamente silenciosa, nenhuma criança correndo, gritando ou chorando, só havia Baekhyun sentado no sofá com a televisão ligada, enquanto tinha o dedo na boca, como fazia quando estava nervoso, e mexia no celular.

-Oi. Cheguei. – falei me aproximando dele, percebendo o susto que dei nele.

-Que susto Park Chanyeol! Quer me matar do coração? – me repreendeu com a mão no peito.

-Desculpa amor. – pedi me aproximando para selar nossos lábios, o beijei algumas vezes ali, era difícil eu chegar do trabalho, e ter paz. – Cadê nossos filhos? – indaguei a ele.

-Estão na casa do Luhan. – afirmou.

-Por que?

-Porque hoje é nosso aniversário, e eu queria fazer algo especial. – respondeu sorridente.

-Mas nos sempre comemoramos com eles. – respondi ainda confuso.

-Eu sei Channie, mas esse ano é diferente. – respondeu.

-Tudo bem então. O que quer fazer? – indaguei me sentando ao lado dele.

-Podíamos jantar fora. – sugeriu. – Eu sei que você deve estar cansado pelo dia de trabalho, mas a gente não faz isso a muito tempo.

-Por mim tudo bem. – respondi, roubando outro beijo. – Vamos nos arrumar então, os gêmeos não dormem sem a gente. – o lembrei pegando sua mão, indo em direção do nosso quarto, afinal nós ainda poderíamos ter mais um tempo só para a gente, antes de ir ao restaurante afinal.

♡♡♡♡

Chanyeol me deu uma canseira, definitivamente havíamos posto todas as nossas transas atrasadas naquele dia, quase desisti de ir ao restaurante para poder ficar em casa e descansar. Mas eu não podia dar para trás, meu plano havia sido arquitetado meticulosamente a semanas, sem falhas e com 100% de chances de dar tudo certo.

-Você está lindo. – Chanyeol disse abrindo a porta do carro para mim, ele havia mesmo gostado dessa ideia de jantar para comemorar os sete anos.

Eu estava mesmo lindo, havia comprado minha roupa só para aquele jantar, calça colada, como eu sei que ele adorava que eu usasse, mas que morre de ciúmes quando percebia alguém me olhando mais que o necessário, e uma blusa bonita com uns detalhes magenta. Chanyeol estava igualmente deslumbrante, meu namorado era lindo de qualquer forma, por isso eu era completamente apaixonado por ele.

Fomos a um restaurante legal, que gostávamos e íamos quando podíamos (já que sair com as criança para lugares muito refinados era difícil às vezes-quase sempre), ou queríamos comemorar alguma coisa.

Fizemos nossos pedidos, e depois conversamos sobre coisas do nosso dia-a-dia, Chanyeol me fez rir como sempre, e tenho certeza que trocávamos olhares apaixonados, eu sempre ficava parecendo uma garotinha apaixonada perto do Chanyeol. Estávamos quase no fim do nosso jantar, bebendo vinho, quando eu percebi que era o momento certo.

-Sete anos é geralmente quando os casais entram em crise. – Chanyeol comentou de forma aleatória.

-É o que dizem, mas acho que nossa crise já aconteceu a uns dois anos atrás, lembra? – perguntei rindo de nervoso, eu ainda sentia meu peito se apertada todas as vezes em que eu pensava que quase perdi tudo, por trabalhar demais.

-Acho que somos uma exceção. – respondeu rindo. – Não teremos mais crises daqui para a frente, não é? – perguntou sorrindo, pegando na minha mão.

-Assim espero. – respondi sorrindo.

-Ah Baekkie, você é tão lindo. – falou, me fazendo sentir o tradicional frio na barriga, não me acostumava com aquelas declarações recheadas de sinceridade vindas dele. – Me apaixono a cada dia mais por você. – disse me olhando com aquele olhar engraçado que ele sempre me lançava, o que eu descobri ser o modo como ele me olhava cheio de paixão.

-Eu também te amo a cada dia mais Channie. – respondi sorrindo. – Não sei como seria minha vida sem você.

-Eu sei como seria a minha. – respondeu.

-Como seria? – indaguei.

-Horrível, seria horrível não ter você ao meu lado todos os dias, não haveria mais cor ou felicidade nas coisas. – respondeu, fazendo meu coração bater mais rápido.

-Chanyeol. – chamei seu nome tentando ficar sério, percebendo ele ficar igualmente sério. – Não sei se esse é o melhor momento, na verdade não sei se realmente há um momento certo para isso, depois de tanto tempo de relação.

-Uhm? Momento certo. – indagou confuso. – Ah, é a casa? Olha Baek, acho que ainda precisaremos ficar mais um tempo no apartamento, ainda teríamos que o vender e procurar outro imóvel, que seja bom para todos. – respondeu sendo precipitado.

-Não é a casa. Me deixa terminar. – pedi, soltando minhas mãos das dele, procurando aquilo que nos levava até ali naquela noite, estava difícil encontrar, no meio da bagunça que era minha bolsa.

-Tudo bem. – respondeu desconfiado bebericando o vinho, enquanto eu praguejava e procurava o bendito objeto naquela bolsa. – O que está procurando Baek? Olha o Luhan não deve ter ligado ainda, ainda temos algum tempo. – falou olhando o relógio.

-Espera aí. – pedi impaciente e nervoso, temendo ter esquecido a coisa mais preciosa da noite em casa. – Achei! Ufa. – comemorei, Chanyeol me olhava confuso. – Então, sei que ainda temos praticamente dois bebês para cuidar e uma criança, sei que temos muitas despesas, e que queremos um dia nos mudar, mas não acho que isso possa ser adiado por mais tempo. Sei que quando deu indícios de me pedir isso da primeira vez, eu deixei bem claro minha aversão, mas agora eu mudei de ideia. – suspirei, bem nervoso, meu coração quase vinha a minha boca. – Eu já não consigo imaginar minha vida sem você Chanyeol, começamos de uma forma bem errada, reconheço isso, mas não havia como não dar certo. Tenho essa certeza depois de tudo o que eu fiz você e HyunJun passarem, por egoísmo meu, serei eternamente arrependido por isso, e sempre te peço desculpas. – eu já estava perdendo o fio da ninhada, e Chanyeol parecia cada vez mais confuso. – Enfim. – suspirei mais uma vez e sorri.

Peguei o objeto aveludado, me levantando e ficando de joelhos a frente de Chanyeol, as pessoas a nossa volta nem disfarçavam o olhar, observei os olhos de Chanyeol se encherem de lágrimas, abri a caixinha de forma delicada, onde haviam duas alianças douradas, uma com meu nome gravado, e a outra com o de Chanyeol.

– Park Chanyeol, depois de sete longos anos namorando, você aceita se casar comigo? – perguntei nervoso.

-Aceito. – respondeu com a voz firme, mas com as lágrimas já escorrendo pelo seu rosto. Pus o anel destinado a ele delicadamente em seu anelar direito, me levantei, ele fez o mesmo comigo, já com a respiração descompensada pelo choro, nos abraçando sem nos importarmos se as pessoas nos olhavam ou não, e depois nos beijamos de forma apaixonada.

-Eu te amo. – confessei rente ao seu ouvido.

-Eu também te amo. – ele disse com a voz embargada.

♡♡♡♡

Baekhyun havia me pego totalmente desprevenido, nunca imaginaria isso vindo dele, eu pensava em pedi-lo em casamento já fazia um tempo, mas tinha medo do pedido ser recusado.

Naquela noite nos amamos de forma ardente e contida, já que tínhamos crianças, não que das outras vezes não tinham sido cheias de amor, mas naquela noite, tinha um sentimento novo envolvido, dali a algum tempo, pertenceríamos oficialmente um ao outro, pelo resto de nossas vidas, mesmo que já considerasse isso um fato irrefutável.

Dentro de poucos meses organizamos uma cerimônia íntima, e romântica, na verdade Luhan e Baekhyun organizaram. Fazia tempo que não o via tão estressado, faríamos nossa união na casa de campo dos meus pais, já que o espaço era enorme, e a casa dava para os poucos convidados, que se resumiam em algumas pessoas da minha família e da de Baekhyun, e nossos amigos mais íntimos, até mesmo o Kris, o Baekhyun me fez convidar.

♡♡♡♡

Faltavam poucos minutos para a cerimônia se iniciar, eu já havia mandado minha mãe esperar junto dos outros convidados a muito tempo, ela me irritava e eu já estava bem nervoso, os únicos que ainda estavam comigo eram Luhan, e sua barriguinha já saliente, já que esperava seu segundo filho, e surpreendemente Kyungsoo.

-Vai dar tudo certo. -Luhan disse arrumando meus cabelos, pela décima vez naquela manhã.

-Tem que dar certo. – respondi e depois comecei a rir de nervoso.

-Você está deslumbrante Baekhyun. – Kyungsoo me elogiava sorridente, com seu jeito tímido.

Kyungsoo havia voltado da Europa só por conta do meu casamento, era triste pensar que seu relacionamento com Jongin havia sido um fracasso por conta da distância, eles já não mais estavam juntos, mas Kyungsoo parecia bem feliz com um cara alto, moreno e olhos de um verde profundo, bem bonitão diga-se de passagem, o que gerou um clima bem pesado entre o Soo e Jongin, durante o tempo de estadia na casa da família do Channie, já que dá última vez em que se encontraram pessoalmente haviam terminado.

-Obrigado Soo. – agradeci sorridente. – Bem, já está quase na hora né? – indaguei nervoso, minhas mãos suavam, nunca imaginei que ficaria tão nervoso por conta do meu casamento.

-É. – Luhan respondeu olhando em seu relógio.

-Vá por as crianças nós lugares Lu, por favor. – pedi. Já que nossas filhas seriam as daminhas e meus filhos os pajens.

-Estou indo, e chamo seu pai para te acompanhar até o altar. – disse indo em direção a porta.

-Tudo bem. – disse enfiando meu dedo na boca.

-Eu vou com ele então Baek. Fica calmo. – Kyungsoo disse saindo atrás de Luhan.

Depois de anos eu havia feito as pazes com meu pai, não era uma relação esplendorosa de pai e filho, mas ao menos agora nós nos suportávamos durante alguns minutos sem discursões, ele até brincava com os netos, que adoravam ele, ao menos estava sendo um bom avô.

Respire fundo nos instantes que se seguiram, até meu pai aparecer na porta me avisando que era a hora, me levantei com as pernas bambas, mas consegui caminhar de forma digna até ele.

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Eu já estava de pé naquele altar a uns cinco minutos, meu terno era preto, então eu já estava morrendo de calor, vi Luhan correndo pelos convidados, e logo atrás Kyungsoo, eu estava tão ansioso, mas minha felicidade sem dúvidas se ressaltava sobre este sentimento.

Comecei a sentir meus olhos marejando assim que vi Mei e minha Baekhee, com os cabelos meio desgrenhados, por ser muito levada, entrando pelo tapete vermelho, vestidas com vestidos brancos iguais e cheio de rendas, tão lindas. Logo atrás vinha HyunJun e JinYeol, de terninhos, meu filhos são todos lindos, me entregaram as alianças, beijei cada um deles.

Só voltei minha atenção para o tapete vermelho, quando a marcha nupcial indicava a entrada de Baekhyun, ele estava tão lindo, de terno branco, com os cabelos bem penteados para trás, e aquele belo sorriso no rosto, fiquei meio sem reação, continuava sentindo a ardência das lágrimas nos meus olhos, mas não conseguia deixar de sorrir. Meu sogro o entregou a mim, não resisti e selei os lábios dele de forma rápida, ele sorriu para mim, assim como eu fazia para ele.

-Você está lindo amor. – sussurrei a ele.

-Você também. – ele disse secando minhas lágrimas. – Não chora. – ele pediu, mas tivemos que encerrar nossa conversa ali, já que o padre pigarrou querendo iniciar a cerimônia.

Eu nem prestava atenção direito nas palavras do padre, só conseguia ficar admirando a beleza do meu agora marido, enquanto segurava suas mãos.

-Chanyeol! – Baekhyun me chamou de forma irritada. Só assim acordei de meus devaneios.

-Desculpa? – pedi me voltando ao padre.

-Park Chanyeol, você aceita Byun Baekhyun como seu legítimo esposo? – indagou me olhando sob os óculos.

-Aceito. – respondi, olhando nos olhos de Baekhyun.

-Byun Baekhyun, você aceita Park Chanyeol como seu legítimo esposo? – indagou ao meu pequeno, que tinham pequenas lágrimas em seus olhos.

-Aceito. – respondeu sorrindo.

-Sob o poder dado a mim, eu vós declaro marido e marido. Pode beijar o noivo. – o padre finalmente disse as benditas palavras, logo após nós trocarmos nossas alianças. Selei meu lábios nos de Baekhyun de forma rápida e tímida, já que tínhamos plateia, para logo depois olhar nos olhos dele.

-Eu te amo. – eu disse e depois o abracei. Finalmente meu Baekhyunnie era meu marido e só meu!

-Eu te amo. – repetiu minhas palavras me apertando.

Saímos da capela improvisada, com um banho de chuva de arroz, e fomos direto para a festa, que estava mais para almoço, por conta da hora, mas foi ótimo, tirei um monte fotos, meus filhos corriam por todos os lados juntos das outras crianças, mas eu só tinha olhos mesmo para meu amado, e finalmente marido.

♡♡♡♡

Já era fim de tarde, quando eu finalmente consegui roubar Chanyeol só para mim, corri com ele pelos campos pertencentes a família dele, até chegar a um lugar onde poderíamos assistir ao pôr-do-sol.

-Cansei. – admiti em um suspiro, me sentando na grama, batendo para que Chanyeol se sentasse ao meu lado, me sentia um adolescente que foge da vista dos pais para poder namorar, o pior era pensar que era exatamente isso que estávamos fazendo.

-Então, qual a sua próxima surpresa para mim? – Chanyeol perguntou se sentando ao meu lado, tirando minhas franja da minha testa, já que o meu penteado aquela altura, já havia ido pelo ralo.

-Não sei, ainda estou arquitetando um plano para ela. – respondi fazendo suspense, quando na realidade não havia nenhuma surpresa.

Chanyeol sabia de tudo na minha vida, sabia até da proposta de emprego que eu havia recebido a uma semana atrás, eu havia sido convidado para trabalhar em uma universidade em Seul, o que era ótimo, já era perto de casa. Isso claro, só aconteceu após algumas entrevistas e bastante esforço próprio.

-Sério? – indagou juntando as sobrancelhas.

-Não. – respondi rindo, beijando seus lábios.

-Muito engraçado. – respondeu, para depois beijar meus lábios novamente. – Então marido, sabe que agora é para a vida inteira, né? – Chanyeol perguntou sorrindo.

O sorriso que eu amava de todo coração, que JinYeol havia herdado, assim como todos os outros traços do rosto, ao menos um, já que Baekhee mesmo sendo a cara de Yoora, ainda assim permanecia tendo o sorriso mais parecido com o meu do que com do Chanyeol.

-Já estou ciente. – respondi com seriedade, observando o sol se pôr. – E quer saber de uma coisa? – perguntei me virando para ele.

-O que? – Chanyeol perguntou observando o sol.

-Eu adoro isso, adoro saber que é para sempre. – respondi, ganhando sua atenção, roubando um beijo seu. – Adoro saber que seremos felizes para sempre. – admiti sorrindo.

No fim Luhan estava certo, eu era um puta sortudo, mesmo errando das piores formas possíveis, dei a sorte grande de encontrar alguém como Chanyeol, por conta de sua compreensividade, ele sempre encontrou uma forma de me perdoar, me fazendo aprender com meus erros.

Mesmo com todas as dificuldades impostas indiretamente, ou bem diretamente por mim, construímos nossa família, eu não podia ter mais sorte, ou estar mais feliz. Eu sem dúvidas amava Park Chanyeol de uma forma incondicional, assim como tenho certeza, de que ele ama a mim.

-Para todo o sempre! – ele disse me beijando mais uma vez, se levantando para se sentar atrás de mim, e assim poder me envolver com seus braços, enquanto assistíamos o fim daquele dia tão especial para nós dois.