História Ties - A notícia

-Baekhyunnie. – era a voz de Chanyeol. -Acorda. – pediu, me balançando levemente. 

-Uhm. – minha resposta. 

-Acorda meu benzinho. – detesto quando me chamavam de benzinho. 

-Estou acordado. – respondi mal humorado. 

-O jantar sai daqui a pouco, levanta. – o jantar... Não será algo bom, o jantar. – Já avisei a eles que nós temos um anúncio a fazer. – puta merda, quero minha casa, queria sair dali correndo sem dar pistas de onde eu poderia ir. 

-Ah não. – respondi sentando finalmente na cama, meus cabelos deviam estar para cima agora -Não podemos adiar? Outro dia quem sabe? – talvez nunca, ou por telefone, sem olhar para a possível cara de reprovação. 

-Baekhyunnie, já falamos sobre isso. – respondeu um pouco impaciente. – Agora vá tomar um banho para despertar e por uma roupa. 

-Você não pode me obrigar! – revidei irritadiço, ainda sentado na cama. – E não tem o direito de se irritar comigo. 

-Não estou irritado Baekhyun. – disse passando as mãos no rosto, ele já estava pronto, por quanto tempo eu dormi? – Por favor, vá se arrumar, minha mãe e minha irmã arrumaram toda a mesa para o jantar. 

-Eu não pedi por isso. – meu mal humor estava me matando e eu estava descontando ele no Chanyeol. 

-Por favor Baekhyun. – pediu novamente, me fazendo levantar bufando e bater a porta do banheiro com força, eu tinha que me acalmar, não podia estar mal humorado assim no jantar que já prometia ser bastante tenso para mim. 

Tomei um banho quente e demorado, Chanyeol nem ousou bater na porta e me apressar, devo ter o assustado depois do curto diálogo que tivemos, sai do banheiro enrolado na toalha, e não havia nem sinal de Chanyeol, demorei alguns minutos para conseguir achar uma roupa adequada na minha mala, que depois disso ficou um caos, me vesti calmamente, e quando estava prestes a descer Chanyeol abriu a porta. 

-Está pronto? – perguntou sem expressar emoções, ótimo, agora ele estava chateado comigo, também ficaria no lugar dele. 

-Sim. – respondi dando uma última olhada no espelho tentar arrumar o cabelo. 

Descemos em total silêncio, Chanyeol indo na minha frente enquanto eu rezava para as coisas darem certo, quando chegamos perto da sala de jantar já era possível ouvir o falatório dos progenitores do Channie e da sua irmã, eles sempre estavam tão animados. 

Elas realmente capricharam na arrumação da mesa, era uma mesa com quatorze lugares, havia um monte de pratos posicionados onde seriam os lugares das pessoas e comida italiana, meus olhos quase lacrimejarem tamanha era minha felicidade, o Chanyeol deve ter contado que era meu tipo de comida favorita, era praticamente um banquete. 

-Chegaram! – a Senhora Park disse animada. 

-Ah finalmente, estou morrendo de fome. – Yoora completou igualmente animada. 

O Senhor Park chegou com uma garrafa de vinho e todos se sentaram para começar a comer, eu me sentei ao lado de Chanyeol, na nossa frente estava a irmã dele, que me lançava uns sorrizinhos as vezes, e nas duas pontas estavam seus pais.  

-Sirvam-se. – ditou abrindo a garrafa de vinho, e enchendo sua taça, passando a garrafa para o Channie. 

-Para você não. – Chanyeol sussurrando no meu ouvido sorrindo, me fazendo sorrir de volta, pegando a jarra de suco. 

-Não bebe Baekhyun? – Yoora perguntou. 

-Ah não. – respondi sendo bastante convincente, e Chanyeol ria ao meu lado, ele não sabe guardar segredos. 

Todos se serviram e começamos a conversar sobre coisas aleatórias, tão barulhento quando o almoço, eu até estava começando a rir e a me esquecer a causa daquele jantar. 

-Então. – o Senhor Park se pronunciou, com sua voz alta e grossa como de costume. – O que vocês dois querem tanto anunciar? Todo esse suspense. – terminou a frase com um tom brincalhão. 

-Aposto que eles vão se casar. – Yoora disse convicta. 

-Yoora! – a Senhora Park a repreendeu. – Deixa eles falarem. – elas achavam mesmo que nós iríamos nos casar. 

Eu larguei meus talheres, reprimindo minha vontade de sair daquela casa correndo, roubar o carro de Chanyeol e voltar para minha casa, e permanecer lá até que todos esquecessem da minha existência, o que logicamente Luhan, Chanyeol e acho que até mesmo a Senhora Sun, não deixariam isso acontecer. Percebendo minha atitude Chanyeol fez o mesmo, mas uniu minha mão a dele, a qual eu apertei com força, na tentativa de descontar meu nervosismo inconscientemente. 

-Calma Baek. – Chanyeol murmurou para mim. 

-É... – comecei a me pronunciar, mas congelei quando percebi todos os olhos em mim. 

-Vamos, fala logo meu filho. -o Senhor Park incentivava. – Seja o que vier, você sabe que estamos aqui para apoia-lo. 

Chanyeol me lançou um ultimo olhar, em uma mensagem silenciosa de que daria a notícia a seus pais, e começou a falar enquanto acariciava minhas mãos. 

-Bem. – ele suspirou, opa, parece que eu não era o único nervoso. – Eu e o Baekhyun, não vamos nos casar. – disse olhando direto para sua mãe. – Ainda não... 

-Tá, então o que era a tal notícias? – Yoora interrompeu impaciente. 

-Eu e o Baekhyun, vamos ter um filho. – Chanyeol falou com um sorriso enorme, e o silêncio naquela sala se fez presente depois de tantos minutos, Yoora arregalou os olhos, e depois passou a sorrir também, seu pai se levantou da cadeira onde estava e vinha na direção de Chanyeol, sua mãe estava estagnada com as mãos tampando a boca, como se estivesse realmente surpresa.  

-Parabéns filho! – o Senhor Park parecia estar muito feliz. – Agora você será pai. – eles se abraçaram, quando Chanyeol ficou de pé, eu ainda estava um pouco estático, até voltar meu rosto novamente para a mãe do Channie e perceber que ela estava chorando, aí meu Deus! 

-Nossa! E eu achando que ele só estava um pouco acima do peso. – eu não acredito que ouvi isso – Eu vou ser Titia, eu vou ser Titia. – Yoora passou a cantarolar feliz fazendo uma dancinha com os dedos apontando para cima. – Mamãe. – Yoora disse, se levantando indo em direção a matriarca, fazendo todos voltarem a atenção para aquela senhora, Chanyeol lançava um olhar aflito. 

-Mãe. – ele disse ao se aproximar. – Por que está chorando? – perguntava preocupado, eu permanecia sentado apenas observando, eu não sabia como reagir, não esperava aquele tipo de reação deles, na verdade eu nem sabia o que esperar. 

-Oh Channie, meu garotinho. – disse o abraçando. – Eu estou tão feliz, eu esperava que a sua irmã fosse a primeira, mas eu estou tão feliz. 

-Não chora mãe. – Chanyeol pedia ajoelhado ao lado dela, lhe lançando um olhar apreensivo. 

-É a emoção. – disse enquanto chorava mas sorria ao mesmo tempo, e o Channie sorriu de volta. – Quantos meses Baekhyun? – perguntava sorridente. – É tão difícil acontecer casos como o seu. – observou se referindo a minha gravidez. 

- Acho que são quase quatro meses. – eu não fazia ideia, mas devia ser mais ou menos isso. - Descobrimos recentemente, é mesmo difícil, mas aconteceu. – respondi sorridente, de alguma forma eu estava passando a ficar feliz com essa coisa de constituir uma família ao lado do Chanyeol. – Então quando descobrimos, o Chanyeol tratou de nós apresentar logo. – eu estava sorrindo inconscientemente acho que era a felicidade, Chanyeol me lançava aquele olhar esquisito, mas que eu achava irremediavelmente fofo, enquanto dava um sorrisinho bobo. 

-Parabéns Baekhyun. – o Senhor Park se voltou para mim e eu tive que ficar de pé para poder abraça-lo. 

-É! Parabéns para os dois. – Yoora deu a volta na mesa e me abraçou, foi bem estranho, e depois começou a alisar minha barriga, definitivamente não me acostumaria com isso. -Ei! Coisinha. – ela se abaixou ate ficar na altura da minha barriga. – A Titia te ama. – depois ela voltou a ficar de pé, e me lançou um olhar sério. – Eu acho muito bom você cuidar direito dessa criança, o mesmo vale para você Senhor Park Chanyeol! Cuide bem do Baekhyun e do meu sobrinho. – provavelmente se eles soubessem que eu queria fazer aborto tirariam minha pele fora, agora entendo toda a irritação do Chanyeol quando propus isso. 

-Eu cuido, e vou continuar cuidando. – Chanyeol certificou a irmã, que lhe lançou um sorriso cúmplice. 

-Vem aqui Baekhyun. – a Senhora Park me chamou e eu fui na direção dela. – Eu sei que vocês ainda não são casados, nem nada, mas espero que saiba que já é membro da família. Eu fico tão agradecida por saber que vocês vão me dar um neto. – e esticou os braços para me abraçar, e eu a abracei de volta, eram muitos abraços. No entanto ela me abraçou com tanto carinho, quase melhor que o da minha própria mãe, que fazia isso com raridade. 

-Obrigado Senhora Park. – respondi com meus olhos começando a ficar marejados, eu estava muito mole ultimamente, e não esperava aquele tipo reação vindo deles. 

-Não há o que agradecer. – me sorriu e eu sorri de volta. 

Depois de toda aquela série de abraços e tantas emoções, todos acabaram se esquecendo da comida, voltando pouco depois a nos sentarmos novamente e voltar a conversar, agora mais confortavelmente e com menos tensão no ar, foi assim até o fim do jantar. Chanyeol me lançava aquele olhar engraçado, meio bobo, que algum dia ainda vou descobrir o que significa e me fazia carinho nas mãos o tempo todo, e não parava de sorrir enquanto conversávamos. 

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Baekhyun havia acordado com um mal humor horrível, mas felizmente mudou drasticamente após a reação da minha família frente a notícia do nosso filho, pela primeira vez desde o momento em que ele havia me contado eu pude ver traços de felicidade relacionados ao nosso filho, o que me deixava mais feliz ainda. 

O resto do fim de semana não poderia ter sido melhor, mal posso acreditar que realizei meu desejo de apresentar meu Baekhyunnie a minha família e que dali a alguns meses teríamos um mini Baekhyun correndo pela casa.  

E agora estávamos voltando para casa, essa era a parte ruim, já que Baekhyun ainda não morava comigo e eu dormiria no meu apartamento e ele no dele, afinal outra semana já se iniciaria e nos teríamos que trabalhar no outro dia cedo, quando na verdade eu só queria dormir abraçado a ele.  

-Channie. – ele chamou baixinho. – Seus pais são mesmo pessoas maravilhosas, eu não tinha mesmo motivos para ficar nervoso e preocupado. 

-Eles te adoraram, a Yoora também, mesmo não demonstrando muito, é o jeito dela. – relatei sorrindo. 

-Que bom que tudo deu certo. – disse olhando para o lado de fora da janela. 

-Sim! – disse me tirando os olhos da pista por um momento, observando o perfil de Baekhyun. 

-Presta atenção na pista Channie. – ele me repreendeu.  

-Tá bem. – respondi rindo. – Você vai ficar no seu apartamento hoje? – perguntei na esperança dele dizer que não. 

-Vou, eu não quero ter que levantar mais cedo para voltar para casa e depois ir para o trabalho, e o mesmo vale para você, e no fim a gente sempre se atrasa. – se explicou calmamente, me fazendo dar um suspiro triste. 

-Não vejo a hora de você se mudar logo para minha casa. – seria o dia mais feliz da minha vida, Baekhyun começou a rir. 

-Vai ser rápido Channie, logo, logo, estarei morando junto a ti. – disse me lançando um sorriso, e eu fiz o mesmo. 

Conversamos o resto da viagem, deixei Baekhyun em casa com muito custo e dor no meu coração, que ficava pequeno longe dele, o agarrei na soleira da porta do seu apartamento quando já estava indo embora e o abracei apertado, como se eu fosse ficar muito tempo longe dele. 

-Até amanhã. – me despedi e selei seus lados.  

-Tchau Channie, até amanhã. – ele ficou na ponta dos pés para selar os meus e eu fui embora, não sei como ele fazia isso, mas parecia que cada vez mais eu gostava dele. 

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Já havia passado uma semana desde o fim de semana que fui conhecer os pais do Channie, todos os detalhes burocráticos para minha mudança já estavam acertados, e nem tive que pagar multa por descumprir o contrato, o proprietário gostava de mim, agora só falta a parte de empacotar os meus pertences, eu não levaria muitas coisas, afinal a casa do Chanyeol já era mobiliada, então lá estava eu com um monte de caixas, comendo besteira, cansado pelo dia de trabalho e pensando no que eu levaria na mudança.  

Chanyeol não pode vir ajudar, ele tinha algum compromisso por causa do trabalho, ou era um jantar com o pai dele, não me lembro direito, ele havia me contado, mas sinceramente não prestei muita atenção. A minha campainha estava tocando, e eu levantei pensando qual ser viria me visitar, abri a porta rezando para não ser nenhum vizinho chato, não tinha o hábito de olhar pelo olho mágico. 

-Lu? – ele estava péssimo, com uma cara de choro que me deu dó, e a tira colo havia Mei,  sendo fofa e linda, definitivamente algo ruim aconteceu com ele.  

-Oi Baek. – me cumprimentou, eu só queria abraça-lo e fazer ele contar tudo de ruim que havia acontecido com ele. 

-Entra! – dei passagem a ele. 

-Desculpa não ter ligado antes, eu nem sabia se você estaria em casa. – disse se sentando no sofá, e pondo Mei em seu colo, que observava a tudo, me sentei ao lado dele. – É que você foi o primeiro que eu pensei. 

-Tudo bem. – respondi compreensivo. - Vai lavar o rosto. - Luhan assentiu e se dirigiu ao banheiro. – Mei, você não me deu um abraço. – ela saiu do lugar onde Luhan a deixou sentada, e veio correndo até mim. – Você quer assistir desenho enquanto eu converso com seu pai. – perguntei a ela nada disse, então eu só liguei a TV no canal de crianças e ela milagrosamente sentou e ficou quieta.  

Esperei Luhan voltar para começar a interrogatório, se isso tivesse alguma coisa haver com Sehun ele iria se ver comigo, só havia o visto assim uma vez na vida, e foi horrível, Luhan já havia sofrido demais por amor. 

-O que houve? – indaguei quando ele se sentou ao meu lado, ele não me respondeu, só me abraçou e voltou a chorar nos meus ombros. – Lu. – tentei chamar sua atenção, e comecei a alisar suas  costas. 

-Ah Baek... – ele soluçava, e as lágrimas molhavam minha blusa.  

-Se acalma. – pedi e Mei, já nos observava com as sobrancelhas enrugadas. – Não é nada Mei. – disse para ela, sem saber se ela me compreenderia, então ela simplesmente voltou a assistir TV, genes do Sehun sem dúvidas. 

-Sabe, às vezes é difícil. – Luhan disse, eu o encarava sem nada entender, parecia estar mais calmo.  

-Lu, você quer um copo de água? – perguntei preocupado. 

-Quero. – disse enquanto assentia. 

Fui buscar a água, e voltei para a sala. 

-Toma. – entrei a água a ele. – Agora me conta o que aconteceu. – pedi um pouco autoritário, o observando. 

-Tá. – disse respirando fundo, enquanto alguns soluços ainda davam sinais. – Você sabe que o Sehun, é bem mais novo que eu, não é? – assenti. – Na idade dele, eu só queria saber de festas e beber até esquecer meu próprio nome, mas para ele a vida deu responsabilidades, e bem ele tem a mim e nós temos a Mei. – disse limpando resquícios de lágrimas que haviam em seu rosto. – Mas sabe Baek, ultimamente ele nem nós da mais atenção, isso é tão difícil, eu entendo que ele deve querer sair e se divertir, eu não sei, a gente nem conversa mais direito. – sabia que tinha haver com aquele moleque. – Ele dá mais atenção aos colegas de faculdade dele do que a nós, e tem umas vadias, e não venha dizer que é ciúmes sem fundamentos, porque ele já namorou garotas antes de mim. Eu não quero que aconteça outra vez. 

-Luhan, não acredito que você está inseguro quando a isso, se ele trocasse por qualquer vadia seria muita burrice dele. – Sehun nunca encontraria ninguém como Luhan para ele na vida se resolvesse o trocar, e ainda tinha a Mei no meio dessa história. – Sehun não é Minseok Luhan, ele não seria capaz de te trair, não vai acontecer outra vez. 

Minseok foi o cara que fez Luhan mudar da água para o vinho depois de uma das piores decepções amorosas que já presenciei na vida, Luhan era realmente apaixonado por ele, mas acredito que era algo meio unilateral, ele o traiu com um de nossos amigos mais próximos e Luhan o traiu de volta, porém era perceptível o quanto àquela espécie de toma lá da cá estava acabando com Luhan, até chegar a um ponto que fora insuportável e os dois terminaram, depois de uma discussão horrível, que todo o campus da universidade ficou sabendo. 

-Não estou inseguro Baek, é mais frustração, ele chegou bêbado em casa ontem, e sempre tem chega tarde em casa, é como se estivesse acontecendo outra vez. – Luhan voltou a chorar, suspirou. – E quando cheguei em casa hoje, ele simplesmente não havia ido para a faculdade, por que estava de ressaca, daí nós dois discutimos feio, foi uma briga horrível e na frente da Mei, eu não queria ter feito isso na frente dela, não queria, ela ficou tão desesperada tadinha. 

-Vem aqui Lu. – pedi e o abracei de novo, ouvindo mais alguns soluços. -Calma, aquele babaca vai se arrepender, escuta o que estou dizendo, e vai te dar uma explicação esfarrapada para todos esses eventos. – ditei. – Você sabe que ele ama você. 

-Não sei se quero ouvir desculpas esfarrapadas dele Baek, não sei se quero vê-lo na minha frente novamente. – ih, o negócio estava ruim mesmo para o lado do Sehun. 

-Calma, pensa direito. – pedi fazendo carinho nele. – Você está com raiva agora, mas nós dois sabemos que no fundo você ama aquele magrelo desprovido de expressão. – disse o fazendo rir fraco. 

-A gente não escolhe de quem a gente gosta não é mesmo? – me perguntou ainda me abraçando, ao mesmo tempo que seu celular começou a tocar. 

-Não, infelizmente não escolhemos. – respondi dando um fim aquele abraço. – Não vai atender? – indaguei. 

-Não, é o Sehun, nem preciso olhar, ele está me ligando desde que dei as costas para ele e sai de casa com a Mei. – respondeu limpando o rosto com a manga da camisa social que vestia. 

-Você deve estar mesmo puto com ele. – disse rindo, Luhan era um bobo apaixonado quando se tratava de Sehun. 

-É, ele me magoou, não tinha direito de dizer aquelas coisas para mim, e na frente da Mei. – respondeu sério. – Acho que você estava certo esse tempo todo, acho que ele ainda precisa crescer. – adoro estar certo, mesmo quando isso representava uma crise no casamento do meu amigo. – Não sei se ele seria capaz de me trair, mas se o fizesse eu nunca o perdoaria. 

-Não fica assim. – pedi, eu detestava vê-lo triste daquela forma. – Vocês vão se acertar, ouça o que eu estou dizendo. – não dava cinco dias, para ele voltar para o Sehun. 

-Quem sabe... – respondeu pensativo, com os olhos sob Mei, que ainda assistia TV. 

-Vamos jantar? – perguntei tentando o tirar do mundo da lua. – Eu estava pensando em pizza. – só de falar eu salivava. 

-Baekhyun, seu médico, já te explicou que você deve ter uma dieta saudável? – perguntou parecendo minha mãe, voltando a ser o velho Luhan. 

-Quem se importa? É só hoje. – dei uma desculpa esfarrapada, quando na verdade já havia comido pizza no dia anterior. 

-Deixa o Chanyeol saber disso. – respondeu pegando o telefone é começando a discar o número da pizzaria. 

-Ele não vai saber se ninguém contar. – disse lhe lançando um olhar meio assassino. 

Contei os minutinhos para a pizza chegar, enquanto explicava a Luhan minha mudança para o apartamento de Chanyeol e o motivo de todas aquelas caixas, o que o fez me prontificar que me ajudaria, adorei isso, e era bom, uma vez que ele era mesmo como uma mãe é não me deixaria levar coisas desnecessárias. Três pizzas chegaram, cheia de queijo e gordura saturada, porque tudo que faz mal é gostoso, comi como se não houvesse amanhã, até o fim da gestação eu estaria rolando. 

-Vou embora Baek. – Luhan anunciou depois de um tempo que eu estava deitado no meu sofá enorme quase dormindo, enquanto assistia um desenho qualquer com Mei. 

-Está muito tarde Lu, fica aqui hoje. – pedi. – E você ainda está com raiva do Sehun e eu não quero que vocês briguem de novo. – na verdade não me importaria se eles brigassem, o que me incomodava era o Luhan ficando ainda mais magoado. - Fica aqui, só hoje, amanhã você volta para casa. 

-Não, é melhor eu voltar. – respondeu pegando Mei no colo. 

-Vai negar um pedido do seu amigo grávido? – indaguei usando minha condição para chantageá-lo. – Por favorzinho. 

-Não fala assim Baekhyun. – me repreendeu. 

-Por favor. 

-Tá bom. – respondeu bufando. – Eu fico. 

-Isso! – consegui, agora ele ficaria mais calmo e quando voltasse para casa não brigaria com o Senhor Inexpressão, e assim poderiam conversar e se acertar. – Você pode ficar no meu quarto de hóspedes, ele está um pouco bagunçado. – revelei. 

-Não tem problema Baekhyun. – me tranquilizou. 

Arrumei a cama para os dois enquanto Luhan tentava sem sucesso por Mei para dormir, que parecia irritadiça, e mesmo assim Luhan mantinha a paciência de um monge. 

-Papai Hun! – ela falava com seu jeito de criança, enquanto chorava. 

-Hoje não tem Papai Hun, meu amor. – Luhan respondeu pacientemente, não sei se eu conseguiria fazer isso no lugar dele. – Dorme, amanhã à gente vai vê-lo. – pediu a pequena, que pareceu se acalmar com essa promessa, e voltou a cantarolar uma canção de ninar. 

Depois de mais uns quinze minutos ele apareceu na sala deixando todo seu cansaço transparecer no olhar. 

-Finalmente. – disse se jogando no sofá ao meu lado.- Só o Sehun consegue por ela para dormir. – Luhan relatou. 

-Coitadinha. – deve ter sido realmente difícil para o Lu. 

-É. – suspirou. – Baek, vou dormir, a Mei me deu uma canseira. – disse se levantando. – Boa noite. 

-Boa noite Lu. – disse me levantando também. – Eu também vou.  

Quando já estava quase pegando no sono, meu celular começou a tocar, e eu nem precisa olhar o visor para saber quem era. 

-Alô. – atendi meio sonolento, mas ninguém respondeu, era uma mensagem, me senti estúpido quando percebi o que fiz por causa do sono, e fui ler a mensagem. 

Channie: 

“Boa noite Baekhyunnie, queria estar aí com você, mas eu não posso, espero que durma bem e que sonhe comigo. 

Te amo” 

Se eu falasse que aquilo não derreteu todo estaria mentindo, voltei a me deitar com um sorrisinho bobo nos lábios e dormi.