JB
Chan Hee me abraçou e voltou para dentro, os fogos iam começar em alguns minutos e decido por meu plano em prática, fico pensando no que Chan Hee me falou:
- Eu falo para eles que você está bem, eu sei que você vai estar em um lugar melhor.
Seguro o choro e penso: “Parece que aquele pirralho lê mentes”.
Primeiro vou em meu quarto e pego a heroína que tinha comprado do meu antigo colega de escola aqui de Seul, uma garrafa de whisky, meu canivete, vejo o porta-retrato que Chan Hee comprou para mim e colocou uma de nossas fotos no parque e me deu de natal; tiro a foto do porta-retrato e coloco-a no bolso da frente da mochila, guardo o celular no bolso e desço para o escritório de meu pai.
Quando chego no térreo vejo que estão todos lá fora assistindo os fogos do ano novo, entro no escritório e coloco uma cadeira na porta para ninguém entrar. Subo no sofá e tiro um quadro da parede e coloco no chão, olho para o cofre e sorrio:
- Appa, acho que você vai ter um prejuízo.
Digito a senha do cofre e lá encontro milhares de wons, ponho tudo na mochila, fecho o cofre novamente e coloco o quadro no lugar, tiro a cadeira da porta e saio sem ninguém perceber.
Me dirijo aos fundos da casa e saio pela porta dos fundos, quando olho para trás vejo Chan Hee sentado em um banco brincando com o seu boneco do Capitão América, respiro fundo para não voltar atrás.
Pego o ônibus que leva a estação de trem de Seul sei que lá tem uma locadora de carros; quinze minutos depois estou na porta da estação, entro na rua de trás onde fica a locadora de carros:
- Queria alugar um carro. – digo nervoso.
A moça sorri para mim e diz:
- Tem preferência por algum modelo ? – pergunta.
- Pode ser o Kia Soul. – digo.
Ela faz o contrato para mim, assino e pago o valor do aluguel.
- Senhor... você parece nervoso... tem certeza de quer dirigir ? – a atendente pergunta.
Olho para ela e começo a rir:
- Eu não estou nervoso, eu estou ESGOTADO, cansei dessa vida. – digo. – Você já fechou a loja eu sou seu último cliente, vá para casa aproveitar o ano novo com sua família por que para mim o ano novo chegou ao fim. – digo.
Acho que assustei a garota e ela sai correndo.
Coloco a mochila no banco da frente, pego o whisky e a heroína e entro no carro. Ponho o celular no guarda-luvas e tomo um gole do whisky, minha visão já estava meio embaçada por causa de tudo que eu bebi em casa, injeto a heroína em meu braço e começo a chorar.
Fico ali parado com o carro no estacionamento por uns dez minutos, respiro fundo e ligo o carro:
- JB, você está fazendo o melhor para você. – digo para mim mesmo.
Pego a estrada que leva para Mokpo, bebo quase a garrafa depois de uma hora de viagem; estou indo bem devagar porque sei que essa é minha última viagem.
Injeto mais heroína mas me controlo para não colocar demais; eu preciso chegar a Mokpo.
Durante a madrugada paro em um posto e compro cerveja, volto para o carro e durmo lá dentro, acordo por volta de quatro e meia da manhã e pego a estrada novamente.
Reparo na estrada e na paisagem e vejo como me apeguei a Mokpo e a Youngjae e eu ia desistir de tudo isso por causa de meu pai porque ele conseguiu o que ele queria, destruiu minha vida.
Paro no acostamento porque me sinto enjoado e vomito no chão, volto a chorar, acho que precisava colocar todos meus sentimentos para fora e eles estavam saindo em forma de lágrima:
- Eu... sou um lixo. – digo para mim mesmo.
Ia dar 6h00, mais uma hora de viagem eu chegaria em Mokpo, ouço meu celular tocar, pego-o no carro e vejo o número de Chan Hee, desligo, se eu atendesse e ouvisse a voz dele eu iria desistir e voltaria para Seul como um cachorro que fez arte e vai pedir desculpa pro dono, eu não podia dar mais essa satisfação para o meu pai, ele me culpa pela morte de minha mãe, ele me interditou alegando que sou louco, quase caso a força com Hani se fico mais um dia em Seul... ele destruiu o meu namoro com Youngjae.
Ah Youngjae... me desculpe fazer isso eu sei que você não vai entender no começo mas você tem Mark e Junior para te consolarem e você vai encontrar alguém menos complicado que eu para vocês viverem um amor juntos.
Coloco meu óculos de sol e volto para dentro do carro, continuo minha viagem.
Depois de uma hora chego em Mokpo, observo a cidade pela última vez, paro em uma vaga em um lugar deserto e tiro meu canivete da bolsa; eu tinha parado com isso por causa de Youngjae mas agora que não poderíamos mais viver o nosso amor, passo o canivete em minha perna e observo o sangue escorrer, passo o canivete e faço um corte um pouco profundo demais:
- Aish...
Sigo de volta para a estrada, pego o meu celular e vejo uma mensagem de Chan Hee:
“Eu te amo JB Hyung”.
Ligo para Youngjae e cai na caixa postal, enquanto deixo a mensagem entro no centro de Mokpo, não consigo me controlar e começo a chorar enquanto deixo a mensagem para Youngjae:
- Jae... meu amor... me desculpa está fazendo isso... eu ... não desisti do nosso amor... eu desisti de mim, não posso mais continuar com isso... meu pai me interditando e alegando que eu sou louco... talvez eu seja... e meu casamento arranjado com a Hani... se fosse para casar com alguém a única pessoa que eu casaria seria você... eu te amo Youngjae... me perdoa...
Pego a foto de Chan Hee no bolso da mochila e volto a gravar a mensagem para Youngjae:
- Diga para Chan Hee que eu o amo.
Deixo o celular gravando em uma das mãos seguro a minha foto e de Chan Hee e com a outra no volante acelero o carro, a última coisa que sinto é o impacto contra o poste no meio da praça da cidade e minha cabeça batendo no volante.
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