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História Time to shine - My All


Escrita por: Olie-Jonas e Luiz_kun_

Notas do Autor


Oi gente, nós estamos aqui mais um vez. Esse capítulo deu um trabalho danado pra mim. Luiz me ajudou muito a poder desenvolve-lo para que ficasse bem satisfatório. Muito obrigado grandão hehehe

Bom, nessa narração por Maja, vemos que as impressões de Demi são ainda mais suspeitas que na capítulo anterior. Já Chester é posto na parede depois de todos os problemas causados, e afinal, quem seria o misterioso Austin Mahone?

Espero que gostem da leitura.

Capítulo 10 - My All


Fanfic / Fanfiction Time to shine - My All

Maja Keuc

 

Naquele momento que vi Demi olhando para aquele rapaz bochechudo, meu estômago virou. Será mesmo que eles já se conheciam? Ousei não querer saber de onde, já que cada um tem seus próprios segredos. Mas que porra...

Damian talvez foi o único que não se incomodou com o que estava acontecendo. Deve ser porque sempre foi muito ingênuo ou era um miolo de pulga mesmo.

- Mas de onde seria? - disse Ignazio ainda com aquela cara de tonto.

- Tem coisas que não se explicam... - intrometeu-se a estranha que se encontrava ao seu lado. - A vida tem muito dessas coisas.

- Ah é, minha filha? - falei. - E quem é você mesmo?

- Nossa Maja... Que deselegante. - Damian falou torcendo o nariz. - Ela disse uma grande verdade, só isso. Mas e aí? Vocês estão ficando onde? Na casa de alguém?

- Não. Estamos num alojamento no centro, fica perto da quadra esportiva. Somos em doze pessoas, tipo... São quatro rapazes e oito meninas. - o italiano estava mais a vontade. - Tem monitoramento com o pessoal do projeto e com a escola.

- Oito meninas? - perguntei. - Mas que coisa, deve ser um terror em certos períodos do mês... Não é?

- Isso ainda temos que ver, senhorita. - ele riu.

- Não creio que o momento seja para esse tipo de piada... É... Como é mesmo seu nome? - disse a outra.

- Pra você? Não precisa saber. - falei entre os dentes.

Tive a maior vontade de rasgar a cara daquela vaca. Que isso? Acabou de chegar e já vem com ousadia? Já não gostei dessa criatura.

- Não ligue muito pra Maja, ela é assim mesmo. Brincalhona. - Damian tentou anemizar as coisas.

Olhei para ele como se eu fosse a errada a história. Acabei por me cansar um pouco disso, sei lá. Damian tinha essa mania, de jogar açúcar em tudo. Parecia uma fada cabeçuda ou um duende verde. Ai...

- A gente percebeu. Eu gosto muito disso, sério. - Ignazio sorriu, mas não tirava os olhos de Demi.

Eu estava certa. O boy já estava caindo pelos encantos da minha amiga bloqueada, mas acho que faltava um certo empurrão meu nessa história que poderia ser a mais rápida que já tinha presenciado.

- Vocês querem sentar aqui junto com a gente? - Damian fez algo que eu havia pensado.

- Ah... Pode ser, né? - o rapaz olhou para a garota, que assentiu.

Ignazio sentou-se ao lado de Damian, já coisinha que esqueci o nome, sentou-se ao lado dele. Demi encolheu-se no assento em um arrepio que somente eu percebi.

Havia alguma coisa naquele rapaz que mexeu com minha amiga que não pude compreender muito bem. Damian estava num estado de gentileza que também estava começando a me incomodar.

A aula começou como sempre foi, um tédio total. A professora deu as boas vindas a todos os novos rostos que se encontravam ali. Explicou a importância desse tipo de incentivo e todo aquele blá, blá, blá que a gente tá careca de saber.

Encarei o relógio pensando no porquê Chester ainda não havia me dado um satisfação de onde estaria ou o que estaria fazendo. Meu coração não se apertou com isso, muito pelo contrário, estava estranhamente aliviada.

Os minutos pareciam ser eternos para mim, olhava a cada segundo o tempo que custava a passar. Quase gritei de tanto tédio que eu estava sentindo, mas apenas fiz isso dentro de mim, já que não sou nenhuma louca de fazer isso assim.

Damian me encarou umas quatro vezes, aparentemente sabia que eu estava sentindo um incômodo terrível. Já Demi, estava enrolada em seus próprios problemas, que aliás, acho a maior tolice. Mas logo vou resolver isso também...

Depois que tudo se acabou, eu fui a primeira a se levantar, mas não saí. Demi segurou em meu braço como se fosse uma criança assustada, porém estava sorrindo. Com isso, pude entender seu recado.

- Então... - eu disse finalmente. - Qual é próxima aula de vocês?

- Ah... - o italiano tirou o papel amassado do bolso. - História Americana...? É isso.

- Eita. Boa sorte. - Damian riu. - E a sua Elhaida?

- Geometria... Mas não sei bem se trouxe o material certo para essa aula. - ela enfiou as mãos nos bolsos e sorriu sem jeito.

- Espera. - abri minha bolsa e peguei meu esquadro. - Hoje eu não tenho, pode usar o meu, no fim da aula você me devolve. Pode ser?

- Não... Não posso aceitar isso. Eu dou um jeito, sei lá. - ela riu nervosa.

- Não seja tonta, criatura. Depois você me devolve, pode confiar. 

- Aceite Elhi , ela está oferecendo-lhe de coração. - Ignazio deu um sorriso largo. - É muito bom ter ajuda dos outros. Vocês são muito gentis...

Senti algo estranho assim que entreguei o meu esquadro à garota, encarei Demi que não tentava fitar o rapaz italiano, que, naquele momento, contemplava-a com um sorriso. Damian foi o único que estava em um estado "normal" de consciência.

Depois disso, despedirmos-nos dos novos colegas que seguiram por caminhos distintos. Demi acompanhou com os olhos a saída dos dois, encarei Damian para que ele entendesse o que estava acontecendo, nisto, o irlandês sorriu.

- Demi? - disse o garoto sorrindo. - Posso te perguntar uma coisa?

- Claro, o que seria? - ela parecia mais dispersa.

- Está gostando desse rapaz? - sua face parecia gentil. - Ignazio combina muito com você...

- Como é que é? - Demi corou violentamente. - Que loucura é essa? Acabei de conhecer esse cara.

- Ah gatinha... Essas coisas a gente percebe. - falei piscando para ela. - Até que o boy é muito charmoso, eu também acho que ele combina com você.

Acabei por rir junto com Damian do estado de vergonha que Demi se encontrava. Balbuciou alguma coisa que não pude compreender muito bem e assim decidiu ir para a sua aula.

- Acho que ela ficou zangada... - o rapaz entortou a boca. - Talvez eu não devesse dizer isso a ela.

- Esqueça. Demi sabe muito bem o que está sentindo. Para mim, seria até melhor que ela esquecesse esse tal de Simon, afinal, a gente nem sabe se ele está vivo ou não.

- De fato... Tadinha dela. 

Começamos a caminhar alguns metros, até que senti Damian parar de súbito. Encarei-o franzindo o cenho um pouco, mas assim que virei-me novamente para a frente, vi Chester encostado à parede com as mãos nos bolsos.

- Hey... Passei o dia procurando por você. Nem me mandou mensagem. - o tatuado ignorou totalmente meu amigo.

- Não achei que deveria. - segurei o braço de Damian e mexi em meu cabelo. - Estava precisando ficar com meus amigos, assim como você também fez com os seus.

- Ah... Saquei. - ele encarou o outro. - O ensaio foi bacana até... Talvez seus amigos sejam mais importantes que eu, não é? - Chester esteve diferente.

- Talvez devêssemos conversar sobre isso. - abaixei os olhos sentindo que deveria fazê-lo.

- Beleza, mas tem que ser na frente dele? - o rapaz deu dois passos a frente.

- Sim... Mas somente na frente dele, afinal, ele é o maior envolvido nisso, não é? - encarei Damian, que, confuso, apertou os olhos em um estado angústia.

- Não... - a voz de Damian saiu meio esganiçada. - O que você tá querendo com isso?

- A gente resolve isso logo. Juro que não vou magoar você com isso... - sussurrei.

Chester caminhou passando pela gente, estava com uma cara meio zangada. Puxei Damian pelo braço e acompanhamos em passos lentos.

Do lado de fora da escola, não havia muito gente no pátio. Ele decidiu que seria do lado de trás da escola, no lugar onde já vi Damian conversar com Brad algumas vezes, isso fez me sentir um pouco mal.

- Então... Precisa mesmo desse escudo para poder conversar comigo? - ele riu para mim.

- Claro que não. - acabei por soltar meu amigo. - Só acho que isso não está mais dando tão certo... - percebi que estava mais fria que um cubo de gelo.

- Cê tá falando de quê? - Chester cruzou os braços em um riso torto.

- Eu sei... Que Demi conversou com você sobre ainda sentir alguma coisa por Damian... O que me diz sobre isso? Você o ama de verdade? - estava cega, do tamanho do buraco em meu coração.

- Para com isso, Maja... Por que quer mexer nisso de novo? - Damian franziu o cenho em uma expressão dolorida.

- Quer mesmo a verdade? - ele se aproximou um pouco de mim. - Eu nunca engoli essa amizade de vocês. Como acha que sinto ao ver vocês dois juntos? Caralho meu! Eu sou o ruim dessa história? É isso?

Seus olhos escuros acabaram por me assustarem um pouco, percebi que as veias de seus braços saltaram de uma maneira que pude ver toda a raiva que estava sentindo. Damian parecia mais obscuro que o outro, apenas encarava-o com uma face neutra.

- Você o ama de verdade, Chester? O ama como disse que me amava? Por quê?

- Pensei que isso já tinha sido resolvido. - ele abaixou a cabeça olhando para canto nenhum. - Vai mesmo mexer com as feridas antigas? Tudo isso por causa dessa tal amiga sua?

- Chaz... A gente não está dando certo há muito tempo... - levei a mão ao colo sentindo um vazio estranho. - Eu gosto muito de você, mas...

- Mas prefere ele do que eu, não é? - o rapaz encarou o outro com os olhos vermelhos de ódio. - Eu amo você. Eu amo você...

Damian mordeu o lábio sentindo uma dor violenta, senti uma lágrima escorrer de meu olho quando encarei-o por um instante. Já não podia mais suportar esse tipo de coisa, já estava muito cansada.

- Eu sei... Mas eu também sei que o ama... Não da mesma forma, nem de um outro jeito. - aproximei-me um pouco dele, que meio relutante, afastou-se. - Você tem mais medo de mim do que eu de você...

- E do que adianta? - Damian se manifestou. - Vocês falam essas coisas e querem que eu testemunhe tudo? Isso é como rasgar meu coração em dois...

Percebi que Chester olhava-o com uma expressão mais terna, senti seus olhos ficarem mais marejados com as palavras do outro.

- Eu fiz o que você me pediu. Afastei-me de você como havia me pedido... Mas como eu posso suportar esse tipo de coisa perto de mim? - levando a mão direita a testa, percebi que Damian estava chorando. - Eu não posso... E não quero ficar entre vocês dois. Eu os amo, mas... Eu não posso.

- Vocês são muito cruéis... - ele encostou-se a uma árvore que estava próxima. - Estou preso até alma na teia de vocês... Percebi que errei com ambos e não tem como voltar mais atrás nisso.

Apertei os olhos sentindo meu coração doer, as palavras de Damian ecoaram em meus ouvidos como um piar agudo e insuportável. Fitei o careca marrento a minha frente e percebi que era inútil aceitar que não se tratava de um covarde a minha frente.

- Acho que não devemos nos falar mais... Eu escolhi o que acho certo para mim...

- Não... Não faz isso comigo... - Chester começou a chorar. - Não faz...

- Eu sinto muito. - mordi o lábio para tentar inibir minha dor. - Não está sendo nada saudável para nenhum de nós... Não posso continuar com isso, juro que não posso.

Ele deu um soco forte na árvore fazendo-a tremer, isso acabou assustando-me um pouco.

- Maja... - Damian fitou-me com o rosto úmido.

- É tudo culpa sua... - o rapaz encarou meu amigo com a face rude. - Você não fez o que eu te pedi. E ainda diz que me ama? Vocês está contaminado pelas coisas que aquele outro te fala... Mas eu não vou deixar como está. Eu vou quebrar a cara dele de novo!

A única coisa que vi foi Damian aproximar-se de Chester e logo, deu-lhe um tapa forte com o dorso da mão, fazendo-o cair no chão.

- Você está fora de si... - disse ele abaixando-se. - Perdoe-me por isso. - tocou-lhe no rosto de forma leve, fazendo o outro corar. Isso acabou por me sentir um pouco de ciúmes, mas não sei necessariamente de quem. - Vocês estão exaltados... Pensem um pouco no que acabou de ser dito.

- Isso é muita maldade. - Chester levantou-se de repente, passando a mão na face vermelha. - Se fosse outra pessoa, te quebrava a cara por isso.

- Que cena... - disse Damian  segurando o ventre. - Perdoe-me.... 

- E acha que isso basta? - o careca estava corado. - Pedir perdão não basta, caralho.

Aproximei-me, tocando no ombro de Damian sorri para ambos. Talvez eu esteja realmente mudando por dentro, já que não tinha mais tanto ciúmes de ambos assim. Encarei Chester com a mesma expressão, fazendo com que o mesmo mordesse a bochecha como se fosse uma criança aborrecida.

- Isso era realmente necessário. Eu também sinto muito, Chester... Sinto envolver-te nisso. - coloquei o cabelo atrás da orelha e vi seus olhos brilharem. - Percebo que estamos mudando... Nós três. Estamos mudando...

- Você está sendo má comigo. - ele abaixou a cabeça. - Sendo gentil agora... E Damian segurando em meu rosto... - logo fitou o rapaz ainda vermelho. - Tô numa situação que não consigo controlar muito bem.

- A gente não está sabendo lidar muito bem com isso que tá acontecendo entre a gente... - os olhos de Damian escurecem-se um pouco ao fitar Chester como uma criança meio zangada e envergonhada. - Mas eu entendo o que você sente, Chaz... Porque eu também sinto o mesmo por você e Maja.

Meu coração deu um salto. Foi a primeira vez que vi Damian abrir-se dessa forma para Chester e para mim ao mesmo tempo. De fato, não sei o que realmente estava acontecendo entre a gente, mas eu sabia que era muito importante.

- E vocês vão se afastar de mim? Isso... Eu não quero. - ele franziu o cenho. - Eu juro que não me importo em não poder ficar mais com você, mas... Não deixa de falar comigo. Não deixa de me ter na sua vida. - a cara de choro que Chester fez me deu um nó na garganta.

Damian fitou-me com uma expressão gentil fazendo meu coração aquecer. Abaixei-me e me coloquei de joelhos ao lado deles.

- Tudo bem... Não farei isso com você. Mesmo que quisesse, não poderia.

- É... - o tatuado acabou levantando-se. - Acho que a gente tá mudando mesmo. - sorriu meio sem jeito. - Agora... Vou ter que dar um jeito nessa ereção do demônio que tô tendo agora.

Acabei rindo disso, não das palavras de Chester em si mas da cara de vergonha que Damian fez quando viu o volume nas calças do outro.

- Desculpa viu. Mas não posso mais te ajudar nisso... - ri meio sem graça.

- Tudo bem. Fico triste por nenhum de vocês dois possa me ajudar. - ele coçou a cabeça. - A gente se vê depois, na ultima aula. Olha... - parando de repente, virou-se para trás. - Obrigado. Obrigado por ainda gostar de mim...

- Não esquenta. - disse. - A gente sempre vai gostar... Seu "marrentinho" chorão.

Chester sorriu para mim, logo, encarou Damian que ainda estava abaixado no chão. Seus olhos brilharam, mas assim que o mesmo o encarou, Chaz voltou ao seu estado natural.

- A gente se vê depois...

Assim que ele se afastou do meu campo de visão, Damian levantou-se e me encarou com seriedade.

- Perdoe-me você também... Maja, eu sinto por achar algo errado de você.

- Por que me diz isso agora? - levei os dedos aos lábios, me senti muito envergonhada do modo dele dizer.

- Você é uma ótima mulher, Maja. Uma boa pessoa.

- Não tanto quanto você. - agarrei em seu braço. - Agora vamos, temos aula de educação física agora... 

- Sério? Não estou com o maior ânimo pra esse tipo de coisa. - Damian torceu o nariz.

- Deixa de preguiça, travadão. Você tem que se exercitar para bombar no jogo do dia 15, esqueceu disso também?

- Mas hoje ainda é terça-feira, só treino na sexta. Além disso, tô com muita preguiça pra ficar correndo... 

- Esqueça isso, você tá matando muita aula para o meu gosto. Nunca foi dessas coisas antes.

A aula passou como um raio, nem percebi o quanto eu tinha ido bem no jogo de vôlei improvisado que a professora organizou. Damian estava mais avulso do que de costume, talvez ele não esteja tão equilibrado com o que aconteceu como eu. Sabe, ultimamente tenho me sentido assim, mais centrada nas coisas que faço e digo. Mas essa história do Chester, eu não me arrependo nem um pouco. Não estava sendo nada saudável pra mim e muito menos para eles.

Logo após eu tomar um banho depois de suar tanto, encontrei-me com Mika e Rob que conversavam no refeitório.

- Oi, sumida. Teve aula de educação física? - disse a loira cruzando as pernas.

- Sim, jogamos vôlei. Não acredito que Damian é tão bom no futebol, mas é uma lástima nesse esporte. - falei rindo um pouco quando coloquei meus olhos sobre o rapaz alto que me admirava através dos óculos.

- É uma coisa engraçada isso. - Rob me olhava de um jeito estranho. - Você viu os novos alunos do nosso período?

- Sim. Damian até fez amizade com um deles, um tal de Ignazio, sei lá o quê... Demi teve um certo interesse naquele bochechudo alto. - sentei-me na frente dos dois. - Uma coisa foi estranha. Digo, eles tiveram a impressão que já se conheciam.

- Sério? Tive aula com ele, é um rapaz bonito. Tem um sotaque bem charmoso. - Mika se mostrou interessada.

- Eita, deixa o Dave saber disso. - Rob acabou rindo. - Essas impressões acontecem muito quando brota uma química entre duas pessoas, não é, Maja?

Naquele momento, fiquei com vergonha do modo que ele me olhou. Sei lá, acho que tô ficando meio boba de novo com isso. Conversamos mais um pouco sobre assuntos aleatórios até que algo me chamou a atenção no que Mika me disse.

- Chester parecia triste na aula agora. Estava calado, foi seco com o Joe quando o mesmo lhe pediu que ajudasse no projeto de trabalhos manuais. Vocês brigaram? - ela estava natural.

- Conversamos só um pouco. - menti. - Não sei, mas estávamos nos afastando um pouco. Deve ser por estarmos muito ocupados com nossas funções. Ele está cansado, só isso.

Percebi que Rob me fitava com o entendimento exato do que poderia ter acontecido. Mika pousou os olhos sobre nós dois e levou a mão à boca em um estado de desconforto. Ela era muito boa nisso, digo, em captar as coisas no ar. Coisa que nunca fui muito boa, já que era a mais lerda de nós quatro.

- Bom, acho que vou procurar Demi. Temos aula juntas agora... Além disso, ela vai me ajudar numa coisa, estamos fazendo um trabalho juntas. - percebi logo que a loira estava mentindo na maior cara dura. - A gente se vê depois...

Assim que Mika se levantou, arqueei minha sobrancelha e continuei encarando-a com um sorriso torto no rosto. Ela apenas me fitou com aquela expressão boba como se estivesse me dizendo para conversar sozinha com ele. Logo que a garota saiu, Rob tirou os óculos e me encarou com seriedade.

- Você quer me perguntar alguma coisa, diga logo. - fui categórica.

- Nunca consigo esconder as coisas de você. - ele riu sem graça. - Aconteceu alguma coisa? Entre Chester e você? Por que ele estava com a maior cara de cu e a gente sabe que ele fica assim por dois motivos. E um deles é você.

- Isso não importa. - levei a mão ao colo e olhei em minha volta. - Mas por que está tão preocupado? Afinal, você nem gosta dele para se preocupar tanto assim.

- Mas eu gosto de você. - Rob me encarou de um jeito que me fez arrepiar toda. - E me preocupo com você.

Aquilo me desconcertou, já tinha ouvido aquilo um monte de vezes, mas desse jeito. Rob estava sério, e olhava no fundo de meus olhos.

- Já sei disso. Eu também gosto de você. - tentei amenizar a situação que me encontrava. - Mas Rob, você sabe que...

- Eu sei. - ele se afastou um pouco. - Mas não precisa disso. Eu sei até onde eu posso ir com você, não é?

- Bom que sabe. - sorri. - Ah... Queria te agradecer por uma coisa. Obrigado por ter cumprido aquilo que lhe pedi em relação ao Chaz e o Brad. Obrigado mesmo.

- Não esquenta. Só fiz porque você pediu. - ele sorriu gentilmente. - Mas sabe... Eu tenho inveja... Do Chester, do Damian... Por eles estarem mais tempo do seu lado.

Com isso, corei. Rob estava mais fofo do que nunca, e talvez na situação que me encontrava, eu estava sensível demais.

- Rob... Eu... Terminei com o Chester. - por que disse isso a ele? Estava arrependida.

- Sério? - o grandão abaixou a cabeça. Não sabia se estava feliz ou confuso, mas a única coisa que senti naquele momento foi um grande arrependimento de ter dito isso a ele. - Mas... Por quê?

- Eu... A gente não tinha futuro. Sempre fomos bom amigos mas... Eu sei que a gente não tinha futuro como namorados. - mexi no cabelo e não ousei em encará-lo. - Nem sei o porquê te contei isso.

- Porque no fundo... Você ainda gosta de mim. - exclamou com um meio sorriso. - Não é?

- Não seja bobo. - suspirei. - Chega, agora vai começar minha aula. - ergui sem ao menos esperar que ele fizesse o mesmo.

Caminhei segurando minha bolsa no ombro, apenas ouvi uns passos atrás de mim. Sabia que era Rob que estava em seguida, mas por alguma razão muito particular, não ousei em virar-me.

Logo que cheguei ao corredor que dava a sala de música, vi que estava vazio. Parei e me virei para Rob que estava atrás de mim com o semblante carregado.

- O que foi? Por que me segue? - sorri ingenuamente. - Tá querendo me ouvir cantar? Agora tenho aula de música...

- Maja. - Rob segurou-me pelo braço. - Para com isso. Eu tô sentindo que você tá sofrendo. Então, para com isso.

- Parar com o quê? - assustei. - Por que tá com essa cara? - minha voz saiu sufocada.

Rob me abraçou de súbito. Pude sentir o seu cheio amadeirado e o calor do seu corpo, foi um abraço tão apertado e carinhoso que me fez amolecer. Agarrei em sua camisa e afundei meu rosto em seu peito, o rapaz segurou em minha cintura e pousou o rosto em meu cabelo.

- Desculpa... Mas não vou chorar. - o encarei ainda sorrindo. - Posso estar triste mas... Não posso mais fraquejar por causa dessas coisas.

- Você é uma mulher forte. - ele me apertou contra si. - Por isso que eu am...

- Shhh... - levei meu dedo em seus lábios. - Não fala isso se não estraga.

- Eu quero tanto beijar você. - Rob falou ainda com meu dedo sobre os lábios, fazendo-me ficar desconfortável.

- Desculpa. - afastei-me de súbito, dando dois passos para trás o encarei. - Juro que não estou brincando com você.

O jeito que ele me olhava, estava me dando um incômodo terrível. Estava pior do que o jeito que Chester fazia quando estava com Damian. Meu coração se apertou com isso.

- Eu sei que não está. Prefiro você assim, sincera comigo. - a voz dele saiu grossa.

- Rob... Eu...

- Eu sei. - ele sorriu torto. 

Aproximei-me dele e lhe toquei no peito, mergulhei meus olhos em seu rosto maduro e o beijei sem que o mesmo esperasse por isso. Rob segurou em minha cintura e me apertou contra si, fazendo-me sentir seu coração bater forte no peito.

- Só não estraga isso, tá? - disse afastando-me dele. - A gente se vê depois, na aula de arte.

- Tá certo. - ele estava envergonhado, coçou a cabeça quando tirou o boné.

Saí sem ao menos fitar qual foi a reação do beijo que havia lhe dado. Rob era um rapaz muito bom, mas não poderia ficar com ele, já que eu gostava de outra pessoa e não era o melhor para ele. Acredito que não estava sendo tão egoísta como eu costumava ser. Rob, melhor que qualquer um além de Damian, me conhecia bem. E com isso, posso ser quem eu realmente sou.

Ao entrar na sala, percebi algo estranho. Havia um rapaz jovem sentado no fundo com uma partitura nas mãos. Levantando os olhos, o mesmo sorriu de canto.

- Oi... Vai ter aula agora? - ele estava de boné, por alguma razão lembrou-me o jeito de Rob, porém era mais jovem, tinha olhos claros e uma corrente no pescoço.

- Sim, interrompo você? - coloquei minhas coisas sobre uma cadeira.

- Não... Afinal, nem sou dessa turma. Tive aula no período anterior. - ele levantou-se. - Eu conheço você. Maja Keuc, não é?

- Me conhece? De onde? - me senti muito curiosa.

- Por aí... Na verdade, estudo na mesma turma das irmãs Tolmachevy... Conheço Brad Delson e Rob. Você é muito popular.

- Sério? - fiquei meio envergonhada com isso. - Mas eu nunca vi você aqui na escola. Como se chama?

- Sou Austin. Austin Mahone... Digamos que minha galera é outra. - ele deu um sorriso largo. - Nem acredito que tô falando com você. Caralho, que estranho.

- Estranho por quê? - cruzei os braços com um estranhamento terrível.

- Ah... Sei lá. - o rapaz ficou sério. - Você sempre foi meio inacessível para as outras pessoas... 

Como é que é? Como assim inacessível para as outras pessoas? Isso não é uma coisa que se diga para alguém que acabou de conhecer.

- Isso é meio estranho de se dizer, não é? - tentei ser educada. - Afinal, a gente acabou de se conhecer.

- Sério? Que não se lembra de mim? - Austin mordeu o canto da boca. - Você tá muito esquecida. Mas relaxa gatinha, logo vou te refrescar a memória. - ele caminhou até a porta e sorriu.

- Como assim? Eu não lembro de você. - apertei os olhos para vê-lo melhor, logo, percebi que ele era mais bonito do que eu tinha notado.

- Tudo bem. - coçou a cabeça ainda sorrindo. - Logo vai se lembrar. Não vai custar tanto pra isso. A gente se vê depois, eu acho.

Austin saiu, parecia ser mais sério do que ele realmente era. Fiquei com a pulga atrás da orelha, mas logo, uma angústia tomou conta de meu coração. Eu realmente devia me lembrar dele? E por que não consigo lembrar?


Notas Finais


Muito obrigado, até a semana que vem.

Beijoss


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