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História Timidez - Capítulo I


Escrita por: DearMad

Notas do Autor


Olha quem deu a louca e veio escrever mais uma! É mais uma long, eu pretendia postar só quando terminasse Teaching and Loving mas não me aguento! Eu vou continuar com AS DUAS, e não sei como vai ser a frequência de ambas...
Essa história vai contar sobre como a menina de cabelos violeta superou sua timidez através de suas relações amorosas... Eu não quero dar spoiler assim de cara, mas vou avisando para terem cuidado com os shipps.
A história vai se dar de forma lenta, ou seja vai ser longa, talvez mais que Teaching and Loving.
É isso pessoas! Espero que gostem! Boa leitura e beijos da TiaBella! ❤❤

Capítulo 1 - Capítulo I


Pode parecer fácil lidar com as pessoas por quem sentimos algo, criar vínculos de amizade e convivência, é normal se relacionar com a pessoas ao seu redor, porém, iso não se aplicava à jovem Amélia. A menina tinha uma personalidade forte e criativa, mas sua timidez por vezes a impedia de se arriscar uma proximidade pessoal.

Desde sempre a menina teve dificuldades em se lidar com as pessoas; durante sua infância isso até parecia engraçado quando os pais recebiam visitas e a menina se escondia em algum canto da casa pelo medo de dizer "Oi". No entanto, à medida que Amélia crescia toda a sua timidez complicava muito em sua vida; as poucas amizades que tivera, iniciaram-se pela iniciativa de terceiros. Além de tais fatores, ainda haviam as mudanças constantes de cidade, o que a forçava a se relacionar com pessoas desconhecidas e recomeçar vínculos pessoais, sua maior dificuldade.

Acabara de se mudar outra vez, agora daria início a sua vida adulta, a começar por viver sozinha - o que já estava fazendo à um ano. Mudou-se de cidade e de rotina; com apenas dezessete anos, a jovem Amélia já tinha sua independência; estava no final de seu terceiro e último ano do ensino médio e atualmente sua principal aflição era para que curso prestaria vestibular.

A mulher sentada a sua frente lhe chamava muito a atenção, de fato era muitíssimo bela. Os traços fortes ressaltavam sua brasilidade, os olhos puxados lembravam os orientais, os lábios carnudos remetiam à traços latinos e o corpo em forma deixavam ainda mais claro suas formas brasileiras miscigenadas; a orintadora do colégio onde Amélia estudava, era mais uma das diversas mulheres que a menina observava de longe, sem nem um pingo de coragem para aborda-la.

 As vezes a menina se sentia como os meninos tarados que conhecera, sentia-se deveras incomodada por ficar deslumbrando os belos corpos que desfilavam divinamente pelos corredores do colégio e nunca ter alguma atitude perante as mulheres por quem se sentia atraída. Apesar de não se conformar com sua covardia, colocava em sua cabeça que "Nunca havia, de fato se apaixonado, portanto, não havia necessidade de correr o risco de ser rejeitada, para ter no máximo uma noite de prazer!".  Assim pensava até aquele dia.

Foi desperta de seus devaneios pela sua colega Raquel dizendo que haviam chegado na Universidade Federal do Paraná. A animação logo se estampou no rosto pálido da menina; estavam fazendo uma visita à feira de cursos e profissões da universidade e Amélia torcia para que tal evento a ajudasse a decidir de uma vez por qual carreira seguir. Desde alguns anos havia decidido por Letras, era completamente apaixonada pela língua e sentia a necessidade de despertar essa paixão em outros jovens. No entanto a partir do começo do ano, entrou num conflito interno para decidir se faria letras, psicologia, direito, ou filosofia; viu então, nessa feira à oportunidade de conhecer melhor os cursos e por fim se decidir.

Levaram alguns minutos até que conseguissem passar pelos portões e encontrarem os diversos estandes expositivos, logo Raquel encontrou alguns amigos que fariam o mesmo curso - Engenharia civil - e rumou para a área de engenharias deixando Amélia só.

"Em cinco minutos, palestra do curso de Letras com a vice-orientadora do curso Giulia Bunsky na sala 3"

A voz masculina avisou pelo alto-falante e no mesmo momento Amélia buscou o local com o olhar, a sala estava do outro lado do galpão, em alguns minutos passando pelas milhares de pessoas alí, a menina conseguiu chegar, encontrando-a vazia.

- Pode entrar, a doutora já está chegando. - Um rapaz, em frente a sala a orintou, enquanto mexia com algo no notebook.

- Obrigada! - Sorriu, entrando e escolhendo uma cadeira da segunda fileira para se sentar. Alguns minutos se passaram, algumas outras pessoas entraram e ocuparam seus lugares e então uma mulher loura cruzou a porta. Os olhos tão azuis quanto o céu numa tarde ensolarada foi o primeiro detalhe em que Amélia reparou. Era lindíssima, a pele clara, os cabelos cacheados e um olhar tão profundo quanto o oceano; era impossível não se sentir atraída pela bela mulher. Internamente Amélia se perguntava sobre a idade da doutora, parecia ser nova de mais para ter finalizado um doutorado e exercer seu cargo.

- Bom dia, sou Giulia Bunsky, vice-coordenadora do curso de Letras. - A mulher se apresentou e se dirigiu para a pequena mesa de madeira posta em frente ao telão.

- Bom dia! - Responderam os presentes em uníssono.

- Bom, eu gostaria, em primeiro lugar, saber um pouco sobre alguns de vocês, qual o interesse no curso e o porquê escolheram ou se interessaram por ele. - Sorria docemente enquanto falava num sotaque desconhecido pela menina, comparava o sotaque da doutora com o de Paola Carosella, a chef de cozinha argentina que tanto admirava; no entanto a mulher à sua frente não parecia ser latina. A considerar pelo sobrenome, poderia ser russa ou alemã, deduziu Amélia. - Que tal começarmos pela menina de cabelos violeta?

- Eu? Claro... - Respondeu Amélia incerta. - Bom, apesar de ainda não ter certeza se quero prosseguir com essa ideia, pretendo me habilitar como professora de língua portuguesa e italiana, admiro muito a profissão de professor e acredito que posso despertar nos jovens uma paixão pela literatura assim como a mesma foi desperta em mim, ou então quero ao menos fazê-los ver a língua portuguesa de uma forma diferente, despertar seu interesse por essa matéria que a maioria considera chata.

- Muito bem, suas intenções são admiráveis e de fato estamos precisando de bons professores no país. Mas, diga-me, por que italiano?

Amélia alargou o sorriso pela pergunta, sentiu-se à vontade para falar admirando aqueles olhos azuis, Giulia lhe passava muita confiança para falar sem timidez.

- Minha família é de origem italiana, eu aprendi um pouco da língua com minha avó e meu avô me ensinou algumas músicas italianas enquanto me ensinava a tocar piano; de seus filhos e netos, eu fui a única quem tomou gosto pela cultura e sou completamente apaixonada pela Itália.

- Muito bem, obrigada! - agradeceu com o sorriso mais terno e aconchegante que Amélia já recebeu, o sorriso e olhar sincero aqueceu o peito da menina.

A mulher de profundos olhos azuis, pediu para que mais dois ou três dos presentes respondesse suas mesmas perguntas e então começou a falar sobre o curso; alguns conselhos foram dados e dúvidas tiradas, sendo que maior parte delas foram questionadas pela tímida - que já não estava tão tímida no momento -, Amélia.

- Muito obrigada doutora, esclareceu-me muitas coisas a respeito do curso. - Agradeceu a estudante, permanecendo na sala 3, ao término da palestra.

- Não seja por isso, querida! E pode me chamar apenas de Giulia, aliás, qual é o seu nome, moça dos cabelos violeta? - Sorriu largamente, causando uma risada gostosa na mais nova.

- Amélia Corradi, é uma prazer conhecê-la doutora Giulia Bunsky e perdoe-me a indelicadeza. - Apresentou-se de uma forma estritamente profissional intencionalmente causando risos na mais velha.

- Doutora, cinco minutos para a reunião! - Alertou o assistente, mesmo rapaz que orientou Amélia mais cedo.

- O prazer foi todo meu querida, eu adoraria prolongar nossa conversa, mas o dever me chama. - Piscou para a menina, sorrindo e se retirando em seguida.

O sorriso mantinha-se estampado na face de Amélia após a palestra, como em poucas vezes se sentiu segura conversando com alguém desconhecido, conseguiu manter um diálogo gostoso e não se perder no nervosismo.

Já havia conhecido diversos cursos e se entristeceu ao constatar que duas de suas opções não estavam sendo exposta. Faltavam apenas vinte minutos para reunir-se novamente aos colegas para irem embora e havia apenas mais um estande que gostaria de conhecer, rumava para o local com a placa de turismo quando ouviu chamarem por seu nome, reconheceu no primeiro instante o dono da voz e se virou com um largo sorriso no rosto.

- Márcio! - Correu para perto do amigo, abraçando-o apertado e sendo levantada pelo mesmo no ar. - Meu Deus como eu senti a sua falta. O que faz aqui seu idiota?

- É bom te ver também! - riram. - Trouxeram-me para representar o curso de exatas!

- E como está lá em Maringá?

- Tudo muito bem, você vai visitar mais algum curso?

- Sim, estava indo no último. - Sorriu ainda abobalhada com a presença do melhor amigo que já tivera.

- Então vá ali no meu estande quando voltar, preciso ficar apenas mais alguns minutos antes de ir almoçar.

- Ok! Eu já volto! - Beijaram-se no rosto, abraçaram-se mais uma vez e seguiram caminhos opostos.

Amélia caminhava tão sorridente quanto antes, ver o amigo a incendiava por dentro de felicidade. Há quase um ano não via o ex-colega de trabalho, o rapaz foi muito importante na época em que a menina começou a trabalhar como aprendiz no escritório; junto com o apoio de Márcio, Amélia se descobriu e se aceitou como lésbica, tinha-o como um irmão apesar da distância.

Amélia chegou no estande de turismo, leu algumas informações postas nas paredes e então começou a prestar atenção na bela mulher que explicava sobre o curso para outra menina. Ela era alta, morena, tinha os cabelos presos e os lábios eram muito atrativos. Falava sorrindo e gesticulando, prendeu seus olhos escuros como uma ônix, no olhar mel de Amélia.

- Você não esteve aqui ontem? - Perguntou entregando um panfleto e despertando a mais nova do transe que seus olhos causou.

- Ham?.. A perdão, mas não estive não. - Respondeu corando por ter se distraído em tão pouco tempo ao admirar a beleza alheia.

- Tem certeza? Se não era você, então havia uma irmã gêmea sua aqui ontem! - Sorriram. - Ou uma sósia.

- Pode ser, mas não acredito que alguém se prestaria a pintar os cabelos para ser igual a mim. - Brincou tirando uma risada gostosa da outra. A morena logo voltou a atenção para a outra jovem alí e continuou sua explicação volvendo seu olhar para Amélia a cada três segundos.

Os minutos foram se passando, a menina loira, que antes ouvia a turismóloga já não estava mais alí, entre perguntas e olhares intensos, elas prosseguiam a conversa sobre o curso, o assunto parecia não acabar e quem via de fora imaginava um bolha envolvendo-as, aquele olhar parecia desvendar cada mínimo detalhe da alma da outra, sorrisos eram trocados e os olhares tão profundos e significativos , que se alguém passasse entre elas, seria perfurados por tal intensidade.

A morena falava com maestria sobre as empresas que poderia estagiar e as viagens que fariam a partir do quarto ano do curso, quando a mesma voz que chamou Amélia mais cedo, pronunciou-se atrás da menina.

- Amy? - Chamou Márcio à alguns metros de distância.

- Eu preciso ir, muito obrigada por me esclarecer tudo isso. - Disse sorrindo.

- Consegui te convencer? 

- Claro, você foi ótima, mas ainda não sei se farei o curso. - A feição da morena mudou naquela instante, para algo como uma carinha de falsa tristeza, porém no fundo ela se sentiu mesmo triste e afastando tais pensamentos voltou a sorrir.

- Vai sim! Ano que vem a gente se vê no campus. - Piscou.

- Com certeza! - Piscou também, andando de costas e sorrindo. Cumprimentou Márcio beijando-o no rosto e saiu andando com ele, em direção a praça de alimentação.


Notas Finais


E então?


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