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História Tipo Ideal Perfeito - Gótica das Trevas


Escrita por: Kesey_ecc

Notas do Autor


É a primeira vez que escrevo uma fanfic, então tentem relevar kkk.

Capítulo 1 - Gótica das Trevas


Fanfic / Fanfiction Tipo Ideal Perfeito - Gótica das Trevas

Me olho no espelho mais uma vez, deixando meus cabelos negros e ondulados caírem sobre os ombros e cobrirem toda minhas costas. Reforço a maquiagem preta nos olhos e deixo o casaco do uniforme aberto, mostrando orgulhosamente minha camiseta do Guns n’ Roses por baixo da camisa social da escola. Não se via muito, mas pelo menos eu sabia que ela estava lá. Sempre tive meu próprio jeito de usar o uniforme, mesmo que a saia fizesse parecer que meus quadris eram ainda maiores do que já aparentavam quando eu usava uma calça jeans. Ficava desleixado e o all star completava de vez o estilo “gótica das trevas”, como me apelidaram no colégio. Na verdade o apelido me agradava, apesar de não me definir ou definir “minha tribo”.

Pego a mochila sobre a cama e desço as escadas correndo até a cozinha. Lá, beijo minha mãe, pego uma torrada e me apresso para mais um dia de aula. Caminho dois quarteirões com os fones no ouvido e minha playlist matinal rotineira – isso queria dizer muito Ramones, Nirvana e Kiss – me ajudava a acordar, já que eu não era uma criatura matutina. Atravesso os portões da escola quando a quinta música da playlist começa e imediatamente me sinto entediada com todas aquelas pessoas de sempre. A minha sorte é que depois de tantos anos frequentando a mesma escola, eu também virei uma das “mesmas pessoas de sempre”. A invisível.

Eu sou coreana. Nascida e criada na Coreia, fluente no idioma, CLARO, mas meus pais são brasileiros que se mudaram para Coreia a trabalho há muitooo tempo atrás. Sou coreana de sangue completamente brasileiro, sem nenhum traço oriental. Isso significa que durante a minha vida inteira eu fui tratada como uma estrangeira em meu próprio país. Embora às vezes tivesse suas vantagens (tipo poder usar minha maquiagem e ser fluente em três línguas), na maioria das vezes enche muito o saco porque me destacava facilmente. 

Passo direto pelo grupinho de sempre do Kim Seokjin e Park Jimin cercados pelas meninas de sempre. Não sou notada, como sempre, e me junto aos meus dois amigos de sempre sentados no gramado oposto e isolado.

— E aí Ásia! – Dong Yul me cumprimentou assim que me aproximei.

Só ele me chamava assim, qualquer outra pessoa que ousasse pronunciar meu nome odiado acabaria com o olho roxo. Ásia Cecília Prado, sério mãe? Sério pai? Quiseram homenagear meu local de nascimento depois de uma noite de bebedeira, só pode. Ainda bem que não me chamaram de Coreia. Por que não escolheram homenagear o Arctic Monkeys e me chamar de Arabela? Pelo menos eu teria uma música legal com o meu nome.

— Fez o trabalho de física? – Chin Mae pergunta já mexendo em minha mochila – Não consigo entender essa matéria.

— Você fala isso de todas as matérias Mae – respondo enquanto ela começa a copiar minhas questões.

Mesmo com os fones de ouvido eu ainda conseguia ouvir tudo ao meu redor - minha mãe sempre dizia que eu iria acabar surda -, e a risada de uma das garotas populares, que eu sempre me esqueço de lembrar o nome, me chama atenção.

Oppa, não diga essas coisas – ela escondia a boca com uma das mãos enquanto batia gentilmente no ombro de um dos garotos. Acho que era o tal de Jung Hoseok, o garoto de apelido engraçado.

A amiga popular número um estava apoiada no braço de Park Jimin e todos os garotos riam histericamente das garotas que se encolhiam em sua fofura.

Tédio... Tédio... Tédio

O sinal bate anunciando o inicio das aulas e nós três somos os últimos a entrar na sala, sem pressa alguma. Três dos sete garotos do grupo Seokjin estudavam comigo e quatro das infinitas garotas que os rondavam também. Como uma boa gótica das trevas eu não era uma nerd, mas mesmo assim sempre tirei notas boas sem precisar me esforçar tanto. Acho que o DNA brasileiro da preguiça somado com a inteligência nacional coreana trazia alguns benefícios afinal de contas.

Na hora do intervalo me sento com Yul na sombra da arvore do pátio enquanto Mae persegue seu ex-namorado Choi, como uma boa stalker que não superou a perda. Explico a matéria de literatura para o meu melhor amigo, ao mesmo tempo em que nossa existência é ignorada por todos os outros seres humanos. Eu gostava bastante do meu anonimato, já que era exaustivo ser uma estrangeira coreana 90% do tempo restante.

De vez em quando me pegava reparando nas outras garotas e seus trejeitos, constatando que eu nunca seria igual a nenhuma delas, sem dom nenhum para o tal aegyo natural. Rio comigo mesma.

As aulas restantes passaram voando. Três dos professores juntaram-se para passar um projeto dividido em três partes que iria unir as três disciplinas. Valia metade da nota do semestre, então ficamos assistindo filmes até o final do período.

Caminhei com meus amigos até os portões e antes de me despedir Yul fala:

— Um amigo meu ficou gamadão na sua foto – sorri malicioso.

— Que foto? – pergunto confusa.

Eu quase nunca tirava fotos.

— Uma que eu postei de nós dois no instagram anteontem. Ele ficou me fazendo um monte de perguntas sobre você.

— Diga que eu sou muito nova para namorar – dei de ombros.

— Ele é totalmente seu tipo, igualzinho a você – insiste.

— Ok Yul, te vejo depois – revirei os olhos e segui a direção da minha casa depois de me despedir de Mae.

Estava ansiosa por antecipar minha tarde de preguiça, comendo besteiras em frente a TV.

 

(...)

Pausei o décimo episódio do meu anime preferido do momento e desci para pegar mais um pedaço de bolo na geladeira. Ao subir as escadas novamente ouço o barulho da porta, anunciando a chegada da minha mãe. Quando eu estava prestes a entrar de novo no meu quarto, ela grita o meu nome. Bufo impaciente, deixando o bolo sobre o criado mudo e descendo as escadas mais uma vez.

— O que foi mãe? – pergunto e logo percebo que ela não está sozinha.

— Ásia, essa aqui é uma nova amiga do meu curso de costura. Senhora Yun. Nós somos voluntárias numa campanha para arrecadar agasalhos e doar aos desabrigados.

— Muito prazer – sorrio me curvando.

— Nós vamos trabalhar toda segunda e quarta aqui em casa.

— Meu filho me leva de carro e nos ajuda com as caixas e outras coisas. Ele está de castigo – a senhora Yun ri com a minha mãe, compartilhando seus infortúnios da maternidade.

— Ásia, abra a porta e ajude com as caixas, por favor? Eu e a Yun vamos fazer um chá.

Disse já puxando a senhora Yun para a cozinha. Rio comigo mesma das loucuras generosas de minha mãe e seu jeito extrovertido de ser, porém meu sorriso morre ao abrir a porta e dar de cara com Park Jimin na minha casa.


Notas Finais


Desculpem pela falta de originalidade com os nomes coreanos, mas to bem orgulhosa das estranhezas da Ásia kk.
Se algum ser vivo leu e gostou, vou gostar muito de ler os comentários ^^


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