História Tipo Ideal Perfeito - Coreana Normal vs Coreana Brasileira Gostosa

No dia seguinte quando abri os olhos tive a impressão de ser bem tarde já. O sol estava quente então a primeira coisa que fiz foi afastar as cobertas de mim, consequentemente descobri a pessoa que dormia ao meu lado também. Ao me virar e ver suas costas nua, sorri o admirando. Ele dormia de barriga pra baixo virado pro outro lado da cama, provavelmente a gente se mexeu muito durante a noite por que eu me lembro de ter dormido em seu peito.  Me arrasto no colchão me aproximando de seu corpo e com cuidado deslizo as pontas das unhas por toda extensão das suas costas, pra cima e pra baixo bem devagar. Park Jimin se mexe e sinto sua pele arrepiada. Solto um risinho baixo e mordo seu ombro com carinho.

- Jiminie, a gente deve ter perdido o almoço – falo me debruçando sobre seu corpo afim de aproximar meu rosto do seu.

Ele não abre os olhos, resmunga alguma coisa que eu não entendo e tenta esconder o rosto sem sucesso. Park Jimin podia estar com a carinha amassada, os lábios entre abertos e quase babando, mas continuava o garoto mais lindo que eu já tinha visto na vida. Jogo o peso do meu corpo sobre suas costas e deslizo a ponta da língua pelo lóbulo da sua orelha.

- Acorda Jiminie... eu to com fome – murmuro no seu ouvido.

Sinto ele se encolher e voltar a se arrepiar.

- Você só vai piorar minha ereção matinal Cecília – responde sorrindo, mas ainda de olhos fechados.

- É um elogio – rio vendo sua expressão engraçada pela minha resposta – Ninguém veio chamar a gente pra comer hoje.

- Quem ia ter coragem depois do que aconteceu ontem? – se espreguiça bocejando.

Logo em seguida se vira de barriga pra cima, me envolvendo com um dos braços.

- Eu não vou pedir desculpas.

- Não quero que peça. Vai sair do quarto hoje?

- Vou, acho que agora quero passar a semana inteira aqui – sorrio de canto e ele solta uma risada alta.

- Ceci, acho que você nasceu pra servir o lado negro.

Park Jimin afasta meu cabelo bagunçado de sono, ajeitando para trás do meu ombro. Assim que meu pescoço fica exposto ele arregala os olhos.

- Meus Deus Cecília, o que foi que eu fiz? Você ta toda marcada.

- Hein? Ah...  – passo a mão pelo pescoço, mas não dou importância – Não foi nada.

- Como não? – ele se senta rapidamente na cama, me fazendo acompanhá-lo. Segura meu rosto e meus cabelos, analisando cuidadosamente minha pele – Eu te machuquei?

Faço que não com a cabeça, olhando-o de perto.

- Tem em mais algum lugar? – afasta minha blusa, checando meus braços e minha barriga, depois se inclina levemente para averiguar minhas pernas. Eu sorrio de toda sua preocupação boba – Sua coxa...

Passo a mão sobre as marquinhas roxas que seus dedos deixaram em minha coxa direita e dou de ombros. Aquilo não era nada.

- Me desculpa... eu não pensei direito...

Envolvo os braços ao redor do seu pescoço, colando nossas testas.

- Foi tão bom... – sorrio mordendo o lábio.

Só de olhar minha expressão, sinto-o relaxar os ombros e seu sorriso de canto reaparece em seus lábios. Malicioso e fofo ao mesmo tempo.

- Foi? – confirmo novamente com a cabeça – A gente pode fazer de novo?

Suspiro baixinho. Sinto uma de suas mãos deslizar pela parte interna da minha coxa, já em direção a minha calcinha.

- Agora não – seguro seu pulso rapidamente, o impedindo de continuar.

Me afasto dele, levantando da cama. De costas o ouço resmungar e grunhir frustrado e manhoso.

- O que aconteceu com aquela história de transar adoidado? – pergunta se jogando na cama de qualquer jeito.

- Você não ta merecendo muito – rio me dirigindo até o banheiro da suíte.

- Tão má... coração negro.

Em poucos segundos ele adentra o banheiro também enquanto eu colocava pasta na minha escova de dente.

- Sabe o que eu acho? Estamos ignorando muito o bafo um do outro.

Ele exibe sua expressão divertida e confusa ao mesmo tempo. Também colocando a pasta na escova de dente.

- O que tem???

- É bafo Park Jimin... bafo matinal. É muito pessoal dividir isso sem se importar. É muito intimo – logo ouço sua risada alta e dessa vez o acompanho – Tô falando sério.

- A gente é muito intimo mesmo – aperta meu nariz – eu adoro.

Enfia a escova de dente na boca e segura minha cintura. Me erguendo facilmente do chão ele me coloca sentada sobre a pia do banheiro. Assim que se encaixa entre as minhas pernas começamos a escovar os dentes fazendo caretas idiotas um pro outro.

(...)

Quando chegamos até a cozinha a casa parecia bem silenciosa. Ao olhar pela janela enorme dava pra ver alguns dos garotos na piscina, mas estavam todos bem contidos, nada da bagunça e zoeira do dia anterior. Legal, instalei a discórdia durante o resto da viagem inteira e no meio de todo mundo. Provavelmente tava todo mundo bem desconfortável por causa da louca que resolveu sentar a mão na dona da casa. Se eles simpatizavam um pouco comigo antes, agora não iriam querer olhar na minha cara. Eram todos amigos e eu era a intrusa ali, iam defender a Yeon com certeza.

Park Jimin e eu fazemos um lanche rápido na cozinha, por que aparentemente a gente ia sobreviver de lanches a semana inteira. Era um preço baixo a se pagar por uma casa enorme daquelas sem nenhum adulto. Tinha que ficar sem empregados também que pudessem dedurar qualquer coisa que a patricinha sonsa fazia ali. O que incluía se esfregar no colo do namorado de outra. Suspiro de raiva só de lembrar da cena. Estava meio receosa de me juntar com os garotos quando Park Jimin puxou minha mão em direção a piscina, mas fui sem protestar.

Assim que nos aproximamos, eles param de conversar e ficam nos encarando. Merda! Jhope sai da piscina utilizando as escadas grandes e eu estava certa de que um a um eles iriam sair dali para nos evitar, mas ao parar na minha frente o garoto inesperadamente me da um abraço sem se importar se iria me molhar ou não. Eu fico completamente estática.

- A gente ficou mo preocupado de ter rolado alguma coisa séria entre vocês dois – fala se afastando.

- Como assim? – Park Jimin pergunta ao meu lado, mas ele não parecia confuso que nem eu estava.

- Sei lá – Hyun sai da piscina também, vindo até nós – Vocês subiram no mo clima ruim, parecia que iam se matar. Só saem do quarto agora, a gente tava achando que vocês tavam em crise. Tinham se matado mesmo... ou pior, terminado.

Não consigo segurar a risada, olhando Park Jimin fazer o mesmo e coçar a nuca meio envergonhado. Era irônico que exatamente o contrário tinha acontecido.

- Relaxa, eu não ia terminar com a Ceci por causa dessa besteira – fala piscando pra mim.

- De qualquer jeito, desculpa Cecília – Jungkook se aproxima da borda da piscina – Eu tava meio bêbado...

- Todo mundo tava – Taehyung interfere.

- ... E a gente foi meio filho da puta rindo de tudo e tal.

- A Yeon pisou na bola com você desde o começo da viagem – Jhope fala – Eu sou testemunha.

- Cadê ela? – Park Jimin pergunta.

- Evitando todo mundo, eu acho – Jungkook responde – Não sei como ela não expulsou a gente daqui ainda.

Pois é... por que ela não fez isso? Indago pra mim mesma enquanto Jhope me puxa pelos ombros pra sentar numa espreguiçadeira, alegando que eu tinha que aproveitar mais a viagem.

(...)

Jimin Pov

Se for possível acordei ainda melhor do que fui dormir na noite anterior. Aquela discussão toda saiu de controle, mas foi da melhor maneira possível. Cara... cara... aquilo só ficava melhor. E eu nem sei como aconteceu, num minuto tava puto porque ela se deixou levar pelas provocações da Yeon, no outro eu tava doido pra calar a Ceci toda nervosinha daquele jeito. Cada vez mais gostosa, cada vez mais minha. Eu não conseguia ter o suficiente dela, nem quando ela tava ali do meu lado conversando com todo mundo na sala enquanto bebia alguns poucos goles da minha quarta latinha de cerveja. Já era noite e hoje teria sido um bom dia pra passar o dia inteiro com ela no quarto. Precisava parar de pensar naquilo. Rio sozinho com meus pensamentos, mas como tava todo mundo levemente alterado novamente ninguém nem ligou.

Todo mundo não né... quem diria que a gótica das trevas era certinha? Ceci e Hyun estavam bem sóbrios ouvindo as piadinhas ridículas que Yoongi hyung contava quando tava bêbado. É, ele era desse tipo chato de bêbado, ria mais que eu.

Em dado momento Yeon e as outras garotas descem as escadas e vem até nós. Presto atenção em qualquer desconforto que possa rolar entre elas e a Ceci, mas elas não fazem questão nem de se olharem. Era estranho por que a Yeon era dona da casa, a gente não deveria desrespeitá-la dessa maneira, mas ao mesmo tempo ela também tinha que respeitar a Cecília e a mim. Aquela situação toda era uma merda e eu detestava ficar no meio. Assim que sinto a latinha vazia na minha mão anuncio que vou pegar mais algumas na geladeira pra todo mundo e me levanto, indo até a cozinha.

Fico cantarolando a música que tocava na sala, distraído. Abro uma latinha e me recosto no balcão já repassando a noite anterior na memória de novo. O jeito que ela falava meu apelido...

- Jiminie oppa – quando a voz chega ao meu ouvido nem tive tempo de reparar que a Yeon já estava tão próxima, praticamente apoiando seu corpo no meu – Você não vai mais falar comigo? – pergunta manhosa.

- Podemos conversar normalmente – respondo desinteressado.

- Acho que você já bebeu demais – tenta tirar a latinha da minha mão, mas eu esquivo.

- Não precisa me controlar, detesto isso.

- Só estou preocupada – segura meu rosto entre as mãos, puxando de encontro ao seu.

Aquilo era estranho, não tinha clima nenhum. Seguro em seus ombros a afastando o mais gentilmente que posso.

- Eu não to tão bêbado assim pra não saber diferenciar uma coreana normal da coreana brasileira gostosa que é minha namorada.

No mesmo instante seu rosto fica vermelho de raiva, sendo notável mesmo com o tanto de maquiagem que ela estava usando pra esconder os machucados da briga.

- O que ela fez com você? Nunca me tratou assim...

- Sempre respeitei nossa amizade e nunca quis te magoar sabendo o que você sentia por mim. Mas muito antes da Cecília aparecer eu nunca tive interesse em você.

Ela respira fundo várias vezes, visivelmente ofendida. Não sei qual era a surpresa, nunca escondi nada daquilo. Yeon ergue a mão e num movimento rápido tenta atingir meu rosto com um tapa. Eu me esquivo novamente, por reflexo seguro seu pulso com firmeza.

- Yeon... nunca vai rolar nada entre a gente. Nem antes, nem durante e nem se tiver um depois da Cecília. Eu não gosto de você e ta na hora de você deixar minha namorada em paz.

Tentava se desfazer do meu aperto em seu pulso com veemência, e eu podia ver as lágrimas em seus olhos. Aquilo era uma merda e eu não queria fazê-la chorar, mas ela tinha que entender. Solto seu pulso e a deixo sair correndo pela porta da cozinha, ouvindo um soluço seu.

Quando retorno pra sala ninguém parecia ter notado nada de diferente. Uma garota bonita passando por aqui chorando talvez? Ninguém ligava. Me sento ao lado da Ceci novamente e ela me olha com um sorriso.

- Ta tudo bem Park Jimin?

- Tudo ótimo – levo a mão a sua nuca, selando nossos lábios em seguida.

- O ship ta forte – Hope Hyung fala ainda mais afetado pela bebida. Ele era Jhope ao cubo pra agüentar.

- Casal boxe in Love – Tae avacalha. Que porra era aquela?

- Mike e Tyson – até o Moonie hyung.

Nós dois rimos sem separar os lábios enquanto éramos zoados pelo grupo dos sem namoradinha. E a gente não tava nem ai.