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História Tipo Ideal Perfeito - Né Palhaço?


Escrita por: Kesey_ecc

Notas do Autor


Peço imensas desculpas por ter assustado vocês com as notas finais anteriores, mas estou muito feliz que muitas de vocês não vão me abandonar *-*

editando por que preciso AGRADECER IMENSAMENTE esses 300 e + favoritos. Vocês são as melhores leitoras que alguém poderia querer.
Cada favorito e cada comentário vai ficar guardado no meu coração meloso <3

Capítulo 23 - Né Palhaço?


Fanfic / Fanfiction Tipo Ideal Perfeito - Né Palhaço?

A viagem até agora estava sendo resumida em abraços e choros. Meus pais super emocionados revendo tudo e todos novamente depois de mais de 17 anos. Tinha parente ali de todo lugar do Brasil. A atração principal, claro, que tinha que ser a filha coreana que ninguém nunca viu. Me beijavam três vezes de uma vez, por que era pra dar sorte, tias, tios e primos não hesitavam em abraçar e apertar, perguntando como iam os namoradinhos. Algumas primas mais velhas perguntavam “em particular” se a fama dos coreanos e seu pinto pequeno era realmente verdade. No meio de tudo aquilo eu era a gótica das trevas ao cubo. Acho que na Coreia eu sempre seria muito brasileira e no Brasil eu sempre seria muito coreana.

Apesar de tudo, conhecer meus avós era realmente muito legal. Tipo, agora eu tinha avós de verdade, pela primeira vez. O lado ruim é que a mãe do meu pai estava realmente muito doente e ver ele de novo acabou abalando um pouco seu quadro. Ninguém tocava muito no assunto, mas pela cara do meu pai a família não estava mesmo muito otimista.

Nós ficamos na casa do irmão do meu pai nas primeiras semanas, e tudo estava sendo uma bagunça de pessoas e lugares estranhos. Todo mundo se oferecendo para ajudar a coreana bonitinha que não conhecia nada do Brasil.

No meio daquilo tudo eu trocava mensagens com Park Jimin. No começo era todo dia, mesmo que o assunto não rendesse nada, mas após duas semanas as mensagens passaram a se limitar em um “bom dia”, “boa noite” ou um “espero que esteja tudo bem”. O silêncio tenebroso se instalando entre nós dois de novo e pelo celular parecia que a distancia de um oceano inteiro se duplicava. Eu não entendia mais nada. Checava suas redes sociais como uma boa aprendiz de stalker e me martirizava por todo aquele constrangimento que se instalou entre nós dois e não ia mais embora. Nada de conversas longas ao telefone, nada de skype, nada de facetime, nada de sexo por telefone. Eu sentia falta dele, mas também não esquecia aquela conversa com a songa monga.

O bom era que durante os dias eu não tinha lá muito tempo pra pensar em tudo aquilo. Era um monte de gente pra conhecer e um monte de coisas pra fazer. E hoje era mais um dia daqueles, era hora de rever um amigo de longa data dos meus pais que eu nem fiz questão de perguntar o nome. Passei o caminho inteiro com os fones de ouvido e olhando pela janela. Entediante Cecília.

Assim que chegamos e tocamos a campainha a barulheira feliz começa. Brasileiros falavam muito alto. Todo mundo se abraça, todo mundo fala “quanto tempo” e “finalmente”, todo mundo quer me ver. Quando se voltam pra mim tento fazer minha melhor cara de simpática, mas quando os vejo minha cara é de surpresa. A voz do meu pai então se sobressai:

- Rafael... você cresceu ainda mais!

Depois dos devidos cumprimentos somos guiados até a sala e quando me acomodo no sofá nossos olhares se cruzam. Ele estava diferente. Tão loiro dos olhos castanhos quanto da ultima vez que o vi, mas definitivamente mais alto e bem mais definido. O que poderia acontecer no período de um ano pra aquele magrelinho criar tantos músculos? Ele não tinha mais a carinha de moleque de antes, embora ainda parecesse um bebê grandão... sei lá, acho que eu não tinha guardado tanto seus traços na minha memória e sim os momentos que dividimos juntos.

Ele sorri abertamente pra mim, me olhando com a cabeça meio inclinada. Provavelmente me analisando tanto quanto eu o analisava. Quando duas pessoas transam, elas conseguem pensar em qualquer outra coisa depois que se reencontram? A conversa podia até ser “oi, tudo bem? Como vão as coisas?” mas os pensamentos com certeza dizem “oi, e ai... lembra daquela vez que a gente foi meio sem noção e acabou transando no quarto dos meus pais?”. Eu não sabia se ficava ainda mais constrangida e envergonhada, ou se ria daquela situação toda. Rafael optou pela segunda alternativa.

Enquanto a conversa entre nossos pais rolava, nossos olhares se encontravam o tempo todo.

- Cecília, você não mudou nadinha – a mãe dele me puxa pra conversa. Qual era o nome dela mesmo?

- Pois é, acho que não comi tanto quanto deveria – sorrio amarelo. Senhora... senhora... Ângela? Se não era agora ia ser.

- Falando nisso a gente pediu uma pizza um pouco antes de vocês chegarem, se o Rafael não comeu tudo ainda deve ter bastante por lá. Você tem que provar a pizza daqui Cecília.

É, eu tinha que provar muitas coisas pelo jeito... ia voltar era boiando pra casa.

- Rafael, leva ela lá na cozinha pra comer. Assim vocês conversam também sem a gente atrapalhar. Vocês ficaram tão grudados ano passado, devem ta querendo relembrar e colocar o papo em dia.

Relembrar... se ela soubesse...

Ele se levanta prontamente e espera que eu o acompanhe pela casa. Parecia bem animado. Garoto estranho. Ou talvez eu fosse estranha. Provavelmente era a segunda opção. Me guia por um corredor até a cozinha e lá ele abre duas caixas de pizza fazendo meus olhos brilharem. Rafael solta uma risada ao perceber que eu estava morrendo de fome.

- Senta ai... – aponta pra mesa redonda ao canto da cozinha.

- Não precisa, valeu.

Ele me serve dois pedaços num prato, mas eu ignoro completamente pegando uma fatia nas mãos e comendo.

- Vai comer de pé? – franze a testa e eu só afirmo com a cabeça, mastigando – Isso tudo é vergonha? – ele ri.

Eu novamente afirmo e sua risada aumenta.

- Você continua a mesma, nem cresceu nem nada – volta a rir da minha cara de tédio em resposta – Acho que eu tinha esquecido o quanto você era legal mesmo sem falar nada.

Ta bom, agora eu tenho que fingir que quase não engasguei. É né palhaço, por que não mandou uma mensagem então? Desse mal Park Jimin pelo menos ainda não sofreu.

Park Jimin...

- Cecília? – me chama, inclinando a cabeça em frente ao meu rosto.

- Desculpa, me distrai – sorrio sem graça.

- Beleza. Eu tava perguntando se você não ta afim de ver uma coleção que eu comecei logo depois de te conhecer.

- Assim que eu terminar de comer?

- Você já ta comendo de pé mesmo.

Com as duas mãos postas em meus ombros, ele me empurra novamente pelo corredor e entra na primeira porta a esquerda. Ao acender a luz me deparo dentro de uma sala que parecia de música, de jogos, de cinema e um escritório tudo no mesmo lugar, mas era arrumadinho.

- Você começou a colecionar hobbys? – mordo mais um pedaço da pizza.

Me faz virar de lado e dar de cara com uma estante cheia de discos.

- Eu to colecionando e fazendo que nem a que seu pai tem lá na sua casa.

- Legal, meu pai te incentivou pra caramba então – sorrio me aproximando da estante.

- É. Na verdade foi mais por causa de você.

- Como assim? – a coleção era do meu pai, eu só mexia pra escutar algumas coisas de vez em quando.

- Foi na sala de discos do seu pai que eu te vi pela primeira vez. Você tava ouvindo what it takes do Aerosmith – ele vê que eu fico em silêncio e imóvel, então continua – Eu lembro por que você ficou muito envergonhada quando a gente entrou de surpresa e abaixou a música, mas seu pai empolgado aumentou o volume.

Agora eu estava boquiaberta e um pouco surpresa. Ta legal, muito surpresa. Como é que ele lembrava desses detalhes? Eu não lembro o nome do que eu comi ontem, ta certo que foi um negócio que eu nunca tinha visto na vida, mas ainda assim... eu não lembrava de nada daquilo que ele descreveu até ele dizer.

- Daí depois daquele dia me interessei por discos, pela banda e por você.

Mexo meus pés, completamente desconfortável com aquela conversa.

- Mas você já gostava dessas coisas antes... lembro da gente ouvir várias bandas em comum.

- A gente curtia Ramones e outras bandas desse estilo. Aliás era a camisa deles que você tava usando aquele dia, daí que a gente começou a conversar.

- Você tem uma memória muito boa.

- Minha memória é seletiva – responde sugestivo.

Não lembrou do meu número de telefone não, palhaço?

Se eu tivesse tempo de ter me apaixonado por ele naquele ano, esse detalhe não teria me passado tão em branco quanto passou. Se ele tava vindo com esses papos agora por que nunca mais falou comigo?

- Você escolheu uma coleção bem legal pra começar.

- Eu achei que nunca mais ia te ver. Então não quis me iludir mais do que já tava iludido falando com você de tão longe. Esse hobby foi a alternativa que eu encontrei.

Responde como se tivesse ouvido meus pensamentos.

Rafael era direto e interessado assim quando nos conhecemos? O problema era eu ou era normal lembrar tão pouco assim do cara que eu escolhi pra perder minha virgindade? Me conhecendo, o problema devia ser eu mesmo.

Ta legal, brasileiro pegador, eu não tenho o que responder quanto a isso, então vou fingir que estou muito muito muito interessada nessa coleção toda. Sem falar nada ando de um lado pro outro da estante, mexo nos discos, reconheço várias bandas legais, desconheço várias outras. Com o pedaço de pizza, agora frio, ainda na minha mão começo a me afastar de costas, fingindo reparar em tudo naquela estante.

- Cecília, toma cuidado ai que você ta dando muita ré no kibe – ele fala atrás de mim.

Hein? Kibe? Mas a gente tava comendo pizza.

- Como é que é? – me viro pra ele com a expressão completamente confusa.

- Ré no kibe – repete e aponta pra sua calça, mais precisamente seu membro.

Eu o olho novamente e não consigo evitar uma gargalhada sonora. Sério. Brasileiros e suas gírias estranhas. Aquilo me trouxe uma memória bem vívida do por que nós tínhamos nos dado tão bem naquelas férias...

- Você continua muito engraçado – falo em meio a risadas e engatamos uma conversa sobre kibes, brasileiros e bandas de axé. HEIN? Pois é... com ele era assim.

(...)

Antes de dormir mandei uma mensagem de bom dia para Park Jimin. “Como está o dia ai no futuro? Aqui a previsão é de chuva. Me avise se algum meteoro for nos atingir”. Não comentei nada sobre o que fiz, muito menos sobre o “brasileiro otário” que Park Jimin dizia odiar. Como ele não me perguntava sobre nada que estava acontecendo, acredito que não estava interessado sobre essas coisas então era melhor não chateá-lo.

Antes de dormir, não importava quão bom tinha sido meu dia, aquele detalhe de Park Jimin não se interessar sempre me deixava acordada por horas. O que ele tava fazendo de tão importante pra não se interessar em mim?

 


Notas Finais


postando as 02:38 de uma segunda feira especialmente pra lalascarlet950 ... ela mandou e aqui estou eu kkkk. Desculpa a demora :( e espero que você goste do capítulo e do brasileiro otário *-*
obrigada por tudo <333333333333333

Da onde a gótica das trevas tira esses garotos sentimentais? Park Jimin que abra o olho.

enfim... queria mandar um beijão especial pra ~Pandolaf minha primeira adotada. Obrigada por falar comigo naquela conversa cheia de mel com açucar que eu adorei <3


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